Acidente em Poções - Sneville (completa)

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    Capítulos:

    Capítulo 3

    Capítulo 3 - O Pedido de Neville

    Homossexualidade

    Nota da Autora: Oi! Agradeço os comentários e os favoritos deixados no capítulo anterior. Espero que gostem desse capítulo. Bjs emoticon

    Um ruído acordou Severus de seu sono, o deixando alerta. Automaticamente, sua mão tateou suas vestes, à procura da varinha, mas não encontrou. Sabendo que estava na enfermaria pensou que, talvez, fosse Madame Pomfrey. Se ergueu da cama, não sentindo mais dor e seus olhos vaguearam pela enfermaria, pousando na porta, onde viu Longbottom. Percebeu que, mesmo tendo derrotado Nagini com a espada de Godric Gryffindor – revelando grande bravura, que admirava secretamente – ainda tinha receio dele.

    Neville estava pálido e tremia ligeiramente. Seu cabelo liso caia por seu rosto e seus olhos castanhos o observavam com expectativa. Severus viu que ele não tinha sofrido nenhum arranhão com o acidente, o deixando mais aliviado. Mas comentou, com ironia:

    - Veio ver se eu morri, Longbottom? - Neville estremeceu com a frieza de sua pergunta pensando que, se provavelmente, sem a rápida intervenção de Hermione, que estabilizou o professor, e de o terem levado de imediato para Madame Pomfrey, Snape não estaria no mundo dos vivos. Entrou na enfermaria, se dirigindo para o professor. Severus observou atentamente os passos incertos e, de seguida, o rosto pálido. Neville se colocou ao lado do Mestre de Poções, a uma distância considerável.

    - Não, senhor. - Respondeu, timidamente. Snape ainda o deixava nervoso, não conseguia controlar – Estive pensando e gostaria de pedir desculpa ao senhor. Me enganei a colocar um ingrediente e...

    - Não se preocupe, Longbottom. - Interrompeu-o, se sentindo subitamente cansado. Sabia que seu aluno não provocaria, precipitadamente, um acidente. Neville se encolheu, não conseguindo evitar. Severus era um homem timidamente, e escutou o resto das palavras do mestre de Poções. - Não precisa de seu justificar. O diretor me contou tudo. - O Gryffindor baixou o olhar, respirou fundo para ganhar coragem para o que ia pedir. Já era suficientemente difícil para ele estar nas aulas, observar Severus, escutar sua voz, sem poder reagir. Como gostaria de abraçá-lo, tocá-lo e beijá-lo sem medos nem pudores. Mas tinha de se contentar em vê-lo ao longe, enquanto o ouvia explicar a matéria. Admitia que nãos e dava bem com Poções, não gostava das masmorras – frias e sombrias – nem de tocar nos animais mortos, ter de dissecá-los. Nunca gostara de machucar nos animais mortos e, principalmente, as plantas. Ergueu o olhar, observando diretamente os olhos negros e profundos e, com grande esforço, pediu:

    - Eu... - Snape o observou com atenção. O que quer que Longbottom lhe fosse pedir, lhe custava muito. - Gostaria que o senhor me desse aulas particulares de Poções.

    O Mestre de Poções ergueu uma sobrancelha, espantado com as palavras de seu aluno. Nunca pensou que ele lhe pedisse algo semelhante. Olhou para Neville, que suplicava com o olhar. Respirou fundo e pensou para si mesmo: "Talvez não seja assim tão ruim. É preferível suportar Longbottom por mais algumas horas do que ter outro acidente semelhante em minha aula, ou pior.

    - Aceito seu pedido, Sr. Longbottom. - Falou com sua voz rouca, mas sensual aos ouvidos de Neville.

    A mordida de Nagini tinha danificado suas cordas vocais. Detestava o tom rouco de sua voz. Mas sabia que nunca mais teria sua voz normal de volta – Ajudarei você.

    O Gryffindor sorriu com a resposta de seu professor. Se sentia aliviado por ele ter aceitado seu pedido. Não saberia mais o que fazer se fosse recusado.

    - Obrigado, senhor. - Agradeceu, contente. Severus observou como seus olhos brilhavam de felicidade – Muito obrigado!

    Se movimentou para a frente, pronto para abraçá-lo, mas se controlou. Com um enorme sorriso, saiu apressadamente da enfermaria, não conseguindo controlar sua felicidade. Ao ver-se sozinho, Severus respirou fundo. Não conseguia tirar de sua mente a expressão feliz de seu aluno, como se lhe estivesse prestando um enorme favor. Ajeitou-se na cama, tentando não pensar em Longbottom, e pensou: "Espero não me arrepender".

    Pouco depois, Madame Pomfrey apareceu e realizou feitiços diagnósticos em Severus, que ficou em silêncio, esperando por seu veredicto.

    - Você está melhorando rapidamente. - Comenta ela, satisfeita – Vou lhe dar mais algumas poções, para que recupere mais depressa.

    - Quanto tempo mais vou precisar de ficar aqui? - Perguntou Snape, vendo-a buscar mais dois frascos.

    - Um ou dois dias, no máximo. - Respondeu Madame Pomfrey, regressando para junto dele e ajudando-o. Severus odiava se sentir dependente de outra pessoa, mas não se sentia capaz nem de erguer os braços, que pareciam chumbo. Depois de ter tomado as poções, voltou a se deitar na cama, acabando por adormecer.

    OoOoO

    Severus saiu da enfermaria dois dias depois, tal como tinha dito Madame Pomfrey. Não que precisasse verdadeiramente de ficar, mas a enfermeira era muito zelosa com seus pacientes e queria garantir que ele não tivesse nenhuma recaída. Na primeira aula, depois do acidente, percebeu que seus alunos tinham ficado um pouco traumatizados com o ocorrido, não querendo fazer par com Longbottom, exceto Granger, que sempre o ajudava.

    No final, quando todos estavam arrumando seus pertences, pediu para que ele ficasse. Longbottom olhou, um pouco temeroso, para Granger, que lhe sorriu em forma de encorajamento. Se recordou, por momentos, de ele próprio e de Lily, quando um professor lhe pedia para ficar na sala. Abandonando rapidamente essas memórias, viu seu aluno, à sua frente, o olhando com expectativa, e perguntou:

    - Você em que fazer hoje à noite?

    - Não, senhor. - Respondeu seu aluno, de imediato, se perguntando motivo dessa pergunta. - Porquê?

    - Então, espero por você em minha sala. - Disse ele – Para começarmos suas aulas particulares.

    Neville deixou escapar um largo sorriso, agradecendo antes de sair. Caminhou em direção à aula de Transfiguração, de rosto ruborizado e coração batendo violentamente dentro de seu peito. Ficaria a sós com Snape. Tentou imaginar como seriam as aulas particulares, mas não conseguiu. Só se recordava das detenções que tivera, onde era obrigado a lavar caldeirões. Snape nunca o deixara pegar nos ingredientes, temendo que ele os estragasse, e com razão.

    Apertou a mochila contra seu ombro e correu para a aula, não querendo chegar atrasado e ter detenção. Não queria que nada estragasse suas aulas particulares, e seus momentos a sós, com o Mestre de Poções.

    Continua...


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