Amigas São Para Essas Coisas (completa)

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    Capítulos:

    Capítulo 2

    Capítulo 2 - Descobrindo uma Solução

    Heterossexualidade

    Nota da Autora:  Oi! Obrigada a todos que comentaram e favoritaram a fanfic. Aqui está mais um capítulo. Espero que gostem. Bjs emoticon

    O dia tinha passado normalmente para Rena. Fora abordada por seus colegas, que queriam saber sobre sua mãe. Tivera DCAT, Trato das Criaturas Mágicas e Encantamentos, e os professores a ajudaram com as matérias em atraso. Sirena e Jane não tinham aprontado nada, para espanto de todos. Há semanas que não faziam nada, estavam demasiado quietas. Mas Rena sabia que estavam preparando algo.

    Liam Evans também a tinha ajudado a se livrar de uns garotos mais intrometidos. Era um jovem bem educado, que a ajudava sempre que ela precisava. As garotas das outras casas tinham inveja dela, porque andavam sempre juntos. Embora ainda tivesse rosto de criança, tinha uma beleza discreta. O que mais seduzia as garotas era seu rosto angelical, contrastando com seus cabelos cor de fogo, e seus olhos esmeraldas, que faziam qualquer uma suspirar.

    Rena sabia que, se não fosse por sua condição, seria mais extrovertida e poderia, até, arranjar um namorado.

    Suas amigas estiveram a tarde toda na biblioteca, dizendo que estavam fazendo uma pesquisa, um castigo imposto por Mc Gonagall por estarem constantemente conversando nas aulas, e não queriam que ela estivesse com elas, perdendo aquele maravilhoso dia de sol. Rena ainda tentou argumentar, mas suas amigas a expulsaram da biblioteca, a deixando com um pequeno mal estar, pensando que não queriam estar com ela, já que tinham descoberto o monstro que era.

    Passou o resto da tarde no salão comunal dos Gryffindors, ajudando Petra Pettigrew, sua amiga baixinha e de longos dentes de rato, que parecia saber o que Jane e Sirena estavam aprontando, mas nada dizia. Petra também sabia de sua condição, e a olhava um pouco assustada, o que a deixou com um nó na barriga. Não queria que ninguém tivesse receio dela.

    Ela ainda insistiu, mas não conseguiu arrancar nenhuma informação de Petra. Suspirou, derrotada, e a ajudou com a redação de Poções, sobre a Pedra da Lua, usada como pedra sagrada e de cura. Rena leu que essas pedras estavam associadas ao lado feminino, à sensibilidade, intuição e clarividência, usado muito na Adivinhação. E percebeu que deveria estar afastada dessa pedra na época da lua cheia ou da menstruação, devido à natureza sensível e emocional da mulher.

    Era um ingrediente raro nas poções, mas essencial. Petra já tinha trazido alguns livros da biblioteca e as duas ficaram procurando mais informações para complementar o trabalho de Slughorn.

    Liam chegou ao salão comunal quando elas estavam terminando o trabalho. O ruivo trazia nas mãos um livro de Encantamentos e, não querendo incomodar, subiu as escadas devagar. Seu dormitório estava vazio e pousou o livro em cima da cama. Desceu as escadas e viu que elas já estavam arrumando. Se aproximou e falou:

    – Oi, meninas. – Sua voz era firme, e um pouco rouca. Elas se levantaram e Rena sorriu, ao responder:

    – Oi, Liam. Estava ajudando Petra na redação de Poções. – Liam acenou com a cabeça, comentando:

    – A Pedra da Lua. Potter estava comentando sobre isso na biblioteca. – A curiosidade de Rena falou mais alto, e ela perguntou:

    – O que você escutou mais? – Liam hesitou um pouco, e continuou:

    – Bom…nada de especial. Elas estiveram falando de tudo um pouco, principalmente de Quidditch. – A curiosidade desapareceu de seu rosto e Petra disse:

    – Vou guardar minhas coisas.

    – Eu faço companhia às senhoritas. – Se ofereceu ele. Rena agradeceu, enquanto sua amiga levava seus materiais para o dormitório e se envolveu em uma conversa.

    – Potter e Black estão muito quietas. – Comentou ele, seriamente, olhando para ela com atenção – Elas não estão preparando nada, pois não?

    – Que eu saiba, não. – Admitiu Rena, pensativa – E, normalmente, elas me contam seus planos. Obviamente, se elas me tivessem falado, não diria nada.

    Liam riu com sua sinceridade e comentou:

    – A fiel Marota. – Ela se recordou da alcunha que Sirena lhe tinha dado no primeiro ano. Mc Gonagall tinha flagrado Jane e Sirena tentando explodir com o banheiro masculino e quase tinham levado uma detenção, se Rena não lhe tivesse prometido que suas amigas iriam andar na linha. E elas andaram, por dois dias. Tinham sido os dias mais sossegados desde que ela tinha entrado em Hogwarts.

    Rena riu com ele, se sentindo uma jovem normal, sem problemas. Petra desceu correndo as escadas, seu rosto ruborizado pela corrida, e perguntou, sua voz fina cheia de curiosidade:

    – Que aconteceu?

    – Nada. – Respondeu Liam seriamente, olhando para sua colega, enquanto ela segurava o riso. Saíram do Salão Comunal e foram os três em direção ao Salão Principal. Liam e Rena conversavam sobre as aulas, enquanto Petra estava um pouco afastada deles, escutando a conversa. Percebendo que ela estava muito calada, tentaram adiciona-la na conversa, o que deixou a garota muito feliz. Desceram calmamente as escadas e entraram no Salão Principal.

    Severina Snape estava à porta esperando Liam. Seus cabelos negros e oleosos caíam sob suas costas e a cor de sua pele era de uma palidez doentia. Usava o uniforme de Slytherin, o que a tornava ainda mais sem sal. Seus olhos eram negros e sem brilho, o que assustava muitos de seus colegas. Não era uma pessoa bonita, mas Rena admitia, tinha uma voz suave e delicada. Liam se despediu delas e foi em direção à amiga, que deu um sorrisinho ao vê-lo. Rena não tinha nada contra ela, ao contrário de Jane, que pensava que a outra era uma rival sua, que queria Liam só para ela.

    Rena e Petra se dirigiram para a mesa de Gryffindor, percebendo que as duas garotas ainda não tinham chegado. Se sentaram e se serviram. Rena comeu um delicioso peixe frito com batatas fritas e legumes a acompanhar e bebeu suco de laranja fresco. Olhava, de vez em quando, para a porta, para ver se elas apareciam, mas elas não chegavam. Ficou preocupada, pensando no que lhes poderia ter acontecido. Elas nunca faltavam às refeições, era a primeira vez que tal acontecia.

    Liam e Severina estavam no fundo da mesa, conversando e jantando ao mesmo tempo. Embora se pudessem sentar com amigos em outras mesas, os Slytherins nunca permitiam que um nascido trouxa se sentasse ao lado deles. Os professores estavam todos sentados na mesa principal, saboreando a refeição. Rena percebeu que o diretor olhava por debaixo dos oclinhos de meia lua para sua mesa, procurando as duas encrenqueiras. Não sabendo onde estavam e querendo saber, se levantou e sussurrou no ouvido de Petra:

    – Vou procurar Sirena e Jane, tá bom? – Petra pegou automaticamente no guardanapo e limpou sua boca. Se levantou de um salto, pousando o pano e guinchou:

    – Eu vou com você! – Rena nada disse e saíram do Salão Principal. Infelizmente, não tinham o Mapa com elas. A ideia de criá-lo tinha sido de Sirena, que não queria ser flagrada tantas vezes pelos professores, e saber o que todo o mundo estava fazendo. Jane também tinha contribuído muito, criando o grupo "As Marotas".

    Embora estivesse incompleto, já mostrava algumas passagens secretas e o Salão Comunal dos Gryffindor, tal como os terrenos da escola. Mas iria buscá-lo, e iria descobrir onde elas estariam.

    Entraram por uma das centenas passagens secretas que conheciam no primeiro andar. Era um espaço estreito e os corredores eram frios e desertos. Eram iluminados por tochas, que se acendiam à passagem delas. A primeira vez que tinham ali andado, os corredores estavam cheios de pó, com aranhas caminhando pelas paredes, tal como outros pequenos animais. Tinham lançado feitiços de limpeza, deixando o local irreconhecível.

    Quando se lembrou que poderia tê-las utilizado na noite retrasada, quase bateu com a cabeça contra a parede, por tamanha burrice. Mas estava tão cansada, que nem se tinha lembrado.

    Subiram umas escadas em espiral e, quando chegaram ao topo, Petra respirava ruidosamente. Rena abriu a porta de ferro e entraram nos corredores do sétimo andar. Olharam em volta, para ver se estava gente, mas estavam vazios. Saíram cuidadosamente e, ao fechar a porta, ela se transformou em parede. As duas garotas avançaram em direção ao retrato da Dama Gorda, que falou amavelmente:

    – Oi, meninas. Como vão?

    – Bem, obrigada. – Respondeu Rena, enquanto Petra acenava timidamente com a cabeça. – Bravura.

    A Dama Gorda se afastou ao escutar a senha e elas entraram. Desceram as escadas e viram Jane e Sirena conversando animadamente, sentadas no sofá. À frente delas tinham uma mesa, com alguns doces, contrabandeados da cozinha. Pararam de conversar e olharam em direção às escadas. Rena avançou para elas, aliviada por tê-las encontrado.

    Parou à frente delas, pousou as mãos nos quadris e repreendeu:

    – Onde vocês estiveram a tarde toda? Fiquei preocupada. – Sirena e Jane se entreolharam, perceberam que estavam ferradas. Quando Rena ficava em "modo mamãe", escutavam sermões que poderiam durar horas.

    – Estivemos na biblioteca. – Respondeu Jane, não conseguindo evitar sorrir, estava muito feliz com a descoberta que fizeram.

    – Sério? – Perguntou Rena, não conseguindo acreditar. Elas só iam à biblioteca quando eram obrigadas, senão nunca colocavam lá os pés, embora Madame Pince não se importasse que elas não aparecessem. Seus livros não ficariam ameaçados.

    Sirena se levantou com um enorme sorriso no rosto e entrelaçou sua mão na de Rena, a levando em direção ao sofá. A garota não sabia o que pensar, suas amigas estavam genuinamente contentes, não era como quando preparavam alguma peça, algo de bom tinha acontecido.

    – Que está acontecendo? – Perguntou, se sentando, estava curiosa para saber o que elas tinham aprontado.

    – Descobrimos! – Exclamou Sirena, irradiante de alegria.

    – Descobriram o quê? – Perguntou Rena, não entendendo o que elas queriam dizer. Jane riu antes de falar, toda sorridente.

    – Como ficar com você nas noites de lua cheia, sua bobinha.

    Rena não conseguiu acreditar em suas palavras. Sabia que elas fariam de tudo para a verem bem mas não percebia como o iriam fazer. Era muito perigoso, ela não conseguia se controlar, e podia custar suas vidas.

    – Me expliquem. – Pediu, sentindo Petra se sentando a seu lado, também querendo saber o plano delas. Ela também sabia da condição de Rena, Jane e Sirena lhe tinham contado naquela manhã, e tinha ficado assustada com a revelação, mas elas a sossegaram, dizendo que poderiam ajudá-la.

    Engendraram um plano, enquanto elas ficariam na biblioteca, continuando sua pesquisa, Petra ficaria de olho em Rena, a fazendo ficar sempre ocupada. Não tinha sido muito difícil, ela tinha alguns trabalhos em atraso, e Rena se disponibilizou de imediato para ajudá-la. Mas também tinha ficado preocupada quando percebeu que elas estavam demorando muito tempo. Não tivera notícias delas durante todo aquele tempo. Elas sabiam o que procurar, mas iriam encontrar? Era o que se perguntara constantemente.

    Felizmente, Rena decidira ir procurá-las e ela ficou aliviada, queria saber se tinham conseguido.

    Escutou as explicações de Jane e Sirena, admirada com a inteligência de ambas. Rena ouvia as explicações, com os olhos marejados de lágrimas, nunca ninguém, tirando seus pais, tinha feito tanto por ela. Mas não podia deixar que elas se sacrificassem desse jeito, elas poderiam se machucar para o resto da vida. Magia era muito boa, mas também muito perigosa. Colocou um fio de cabelo atrás da orelha e agradeceu:

    – Obrigada por tudo o que estão fazendo por mim, mas não posso aceitar. – Observou as expressões revoltadas de suas amigas, e continuou – Não posso permitir que vocês se tornem animargi. É magica antiga e poderosa. É tão perigosa que, se vocês falharem um passo, podem se machucar seriamente. E eu não aguentaria ver vocês mal por minha causa. Não posso permitir.

    Jane revirou os olhos ao escutar o pedido de sua amiga e falou:

    – Não exagere, Moony. – Utilizou seu apelido propositadamente – Criamos o "Mapa das Marotas" no primeiro ano e temos grande parte de Hogwarts desenhada. – E perguntou, petulante – Você acha mesmo que não conseguimos nos transformar?

    – É magia antiga. E vocês são estudantes do segundo ano. Não têm conhecimento suficiente! - Insistiu Rena, embora soubesse que não iria valer a pena. Jane, quando colocava uma coisa na cabeça, ninguém conseguia fazer com que ela mudasse de ideia. Sirena também era do mesmo jeito.

    – Mas podemos aprender! – Exclamou Sirena, apoiando sua amiga – Só temos de treinar muito, ler o mais que pudermos. Sei que iremos conseguir!

    Ficaram as três se observando, em um impasse, e Petra sentiu que tinha de falar. Pigarreou, chamando a atenção das três, que a olharam com espanto, e falou hesitante:

    – Pelo menos poderíamos tentar…

    – Por favor…- Suplicou Serena, seus olhos cinza marejados de lágrimas e Rena, não aguentando, respondeu:

    – Tá bom. – Elas sorriram, animadas com a aceitação, mas ela avisou – Mas, se não conseguirem, param imediatamente.

    Sirena piscou os olhos, para limpar as lágrimas, e soltou uma gargalhada. As amigas sorriram em resposta. Jane olhou em volta e, vendo que ainda estavam sozinhas, falou:

    – Somos grandinhas o suficiente para sabermos o que estamos fazendo. – E continuou, orgulhosa – Afinal, temos doze anos.

    – Meninas, – Começou Rena, séria – o fato de vocês terem doze anos, não significa que sejam responsáveis.

    – Ha ha ha. – Riu Serena com ironia. – Você é tão engraçada, Moony. Mas iremos provar a você que iremos conseguir. Você vai ver.

    – Nem que demoremos anos tentando. – Continuou Jane, seriamente – Iremos nos tornar animargi e ajudar você a ultrapassar essas noites do mês.

    Rena, sem conseguir evitar, sentiu lágrimas escorrendo por seu rosto. Emocionada demais para falar, se atirou para os braços de suas amigas, chorando copiosamente. Sentiu os braços delas a rodeando, afagando seus cabelos e sussurrando palavras confortantes.

    Ela soube, naquele momento, que não ficaria sozinha. Suas amigas a ajudariam no que precisasse. Eram jovens e tinham o futuro pela frente. E ela desejava que, mesmo com Voldemort ameaçando a harmonia da sociedade bruxa, que conseguissem ser felizes.

    FIM


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