Debaixo do Visco - Panmione.Dron (completa)

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    Capítulo 3

    Capítulo 3

    Hentai, Heterossexualidade, Homossexualidade, Nudez, Sexo

    Nota da Autora: Oi! Obrigada a todas que comentaram o capítulo anterior. Espero que gostem desse. Bjs emoticon

    Pansy observou Hermione sussurrando a senha e entrando no retrato. Ignorando o olhar espantado da Dama Gorda, correu em direção a seu amigo, enquanto chamava:

    — Draco? Draco! - Draco parou de andar e se virou em sua direção, perguntando:

    — Sim? - Ela parou ao lado dele e questionou, simplesmente:

    — Weasley? - Ele ignorou o tom irônico de Pansy e ripostou:

    — Granger? - Ela sorriu, um sorriso verdadeiro, reservado somente para aqueles que amava, e disse:

    — É verdade. A gente se apaixonou por dois Gryffindors. Aqueles que, supostamente, deveríamos repudiar. Que ironia do destino.

    Desceram as escadas em direção ao salão comunal dos Slytherins, tendo cuidado para não serem flagrados por algum professor, Filch ou Madame Norra.

    Em Hogwarts existiam aproximadamente 102 escadas, amplas e extensas. Algumas levavam a um lugar diferente todos os dias e outras desapareciam a metade do caminho, e noutras tinham que se recordar de saltar. Algumas portas não se abriam, exceto se pedissem com amabilidade, ou fazendo cócegas em lugares certos e muitos nem sequer eram.

    Quando chegaram ao retrato de sua sala comunal, disseram a senha em conjunto e entraram.

    O salão comunal de Slytherin estava atrás de uma parede de pedra. O salão comunal tinha uma longa sala, com janelas que davam para as profundezas do lago de Hogwarts, permitindo escutar a água do lago batendo contra elas de noite e, de vez em quando, viam a lula gigante passando.

    As paredes da sala eram de pedra, além de seus dormitórios com camas de quatro colunas, cortinas de seda verde e colchas bordadas com fios prateados. Tapeçarias medievais ilustravam aventuras de famosos Slytherins adornavam as paredes, e lustres de prata pendurados no teto. O salão comunal era luxuoso, ao contrário dos outros, que só tinha o básico, poltronas, sofás, lareira e etc.

    Se sentaram nas poltronas e Pansy perguntou:

    – Como você e Weasley começaram a namorar?

    – A gente brigava muito durante as rondas. – Explicou Draco – Estávamos sempre discutindo e eu, um dia, fiquei tão farto de o ouvir que, para o calar, o beijei. E ele me retribuiu, mas rapidamente nos apercebemos do que estávamos fazendo e nos afastamos. Depois ficou um clima estranho estávamos sempre calados, o que fazia com que as rondas fossem aborrecidas. Um dia, ele me encurralou e conversamos sobre o que aconteceu. Na realidade, a gente discutiu o assunto, batemos um no outro e, por fim, nos beijamos. Nos encontrávamos todas as noites e como quase nunca estava gente nos corredores, aproveitamos para nos conhecermos melhor e…

    – E dar uns amassos? – Perguntou Pansy, conhecendo essa sensação. Draco hesitou, mas respondeu:

    – Sim…para dar uns amassos também. – Ela sorriu maliciosamente, já conhecendo seu amigo. E concluiu:

    — Eu sempre soube que todo esse ódio não era só por vossas famílias, que havia algo mais, mas não sabia o que.

    – E você e Granger? – Perguntou Draco, franzindo o sobrolho – Como aconteceu?

    – Eu e Hermione estávamos fazendo uma ronda, quando fomos surpreendidas por um visco. – Explicou Pansy, mas Draco interrompeu, compreendendo:

    – E se beijaram.

    – Sim. – Confirmou ela e ele revirou os olhos, com a simplicidade do acontecimento. Pansy deu um tapa no ombro dele, mas sem o machucar.

    – Você e suas tradições, Pan. – Comentou e ela resmungou, fazendo um gracioso bico:

    – Não é culpa minha.

    – Claro que não. – Falou Draco, e continuaram conversando, sem se aperceberem que estavam sendo observados. Se despediram e foram para seus dormitórios, para descansarem.

    OoOoO

    Pansy abriu os olhos e se levantou de um salto, ansiosa por ver sua namorada. Percebeu que suas colegas de quarto já não estavam, mas não se importou. Se dirigiu para o banheiro, onde tomou uma ducha rápida. Penteou os cabelos, secou com um feitiço e vestiu o uniforme. Saiu do dormitório. Subiu as escadas até ao salão comunal e percebeu que as pessoas olhavam em sua direção e cochichavam quando ela passava.

    De cenho franzido, pressentindo que algo de grave tinha acontecido, mas continuando com seu porte altivo, saiu do salão comunal e se dirigiu para o Salão Principal. Viu Draco, Hermione, Weasley e Potter parados à entrada. Sua namorada chorava agarrada a Harry, que tinha o rosto sério, e Ron estava abraçado a seu namorado e tinha com uma expressão preocupada. O rosto de Draco estava sério, o que significava que estava com raiva. Se aproximou deles e perguntou:

    – Que aconteceu? – Eles se viraram e Hermione se desfez do abraço de Potter, se atirando a seus braços, enquanto chorava.

    – Eles sabem que eu e Drco, tal como você e Hermione estamos namorando. – Confessou Ron, e Pansy empalideceu, mas conseguiu perguntar:

    – Mas, como?

    – Bulstogue escutou nossa conversa. – Respondeu Draco, friamente – E contou a todo o mundo.

    – Vagabunda. – Resmungou Ron. Ela abriu a boca para perguntar o que Potter estava fazendo ali, mas ele foi mais rápido:

    – Ron e Hermione me contaram tudo. – Disse, simplesmente – Confesso que não fiquei agradado em saber somente agora mas, pelo menos, não descobri ao mesmo tempo que todo o mundo.

    – E o que você pensa de nossos relacionamentos? – Perguntou ela, curiosa.

    – O mais importante para mim é que meus amigos sejam felizes. – Respondeu ele, com sinceridade em sua voz – E se eles serão felizes com vocês, por mim está tudo bem.

    – Obrigada, Potter. Pelo apoio. – Falou Pansy, e Harry sorriu para ela. Entraram no Salão Principal, e foram de imediatos vaiados por suas casas, enquanto as restantes observavam atentamente o que estava acontecendo.

    – Nunca pensei que vocês pudessem descer tão baixo. – Zombou Milicent e os Slytherins riram maliciosamente. Os professores estavam em silêncio, observando atentamente a conversa, prontos para intervirem, se fosse necessário. – Pansy, você namorar uma sangue ruim, e você Draco, um traidor de sangue? Uma vergonha.

    – Vergonha é como seu rosto vai ficar quando receber minhas azarações, sua buldogue. – Respondeu Pansy, friamente, relembrando à colega quem lhe tinha colocado aquele apelido. Se escutaram assobios, e Milicent sorriu friamente, antes de dizer:

    – Pelo menos, não convivo com seres inferiores e traio os princípios de minha casa. – Pansy sorriu venenosamente.

    – Nunca pensei que você tivesse inveja de mim. – Troçou e, vendo o rosto confuso da colega, respondeu:

    – Pelo menos, não cobicei somente as pernas de Granger, cobicei seu corpo todo. –

    – Oh! – Gritaram os Gryffindors, batendo palmas, apoiando Pansy. Eles não gostavam da Slytherin, mas estavam admirando a proteção que ela estava dando a Hermione.

    – Ora, sua… - Exclamou Millicent, se levantando, e estavam prontas para lutar, quando a voz de Dumbledore ecoou pelo recinto:

    – Crianças, por favor, nada de lutas. – Eles se viraram em direção da voz e viram o diretor na entrada, acompanhado pelos pais de Draco e Pansy, que observavam seus filhos com nojo visível. Pansy sentiu Draco ficando tenso a seu lado e colocou sua máscara de frieza, na qual ficava conhecida como a “Princesa de Gelo”. Dumbledore se virou para Pansy e Draco e pediu:

    – Srta. Parkinson. Sr. Malfoy. Vossos pais desejam conversar com os senhores. – O Salão Principal ficou em silêncio, observando as expressões sérias dos pais deles. Pansy e Draco se entreolharam, se preparando para o confronto inevitável. Esse tinha sido o motivo para não declararem públicos seus relacionamentos: a reação de suas famílias. Olharam para seus companheiros, que devolveram o olhar, temerosos, sabendo que tudo ficaria decidido naquele dia. Saberiam que se iriam continuar juntos, ou se separariam.

    Com expressões calculistas, saíram do Salão Principal e foram guiados pelo diretor até ao seu gabinete. O diretor conversava afavelmente com os pais, que somente respondiam por educação. Dumbledore disse a senha “jujubinhas” e subiram as escadas em caracol. Entraram no gabinete, e o diretor disse:

    – Vou deixar os senhores à vontade. – E fechou a porta. Pais e filhos ficaram se observando, esperando quem iria começar a falar. Pansy e Draco sentiam que não estavam sozinhos, se iriam proteger mutuamente. Esse era o lema de sua casa. Lucius Malfoy começou, friamente:

    – Ontem de noite, Milicent Bulstogue nos enviou uma carta, dizendo que vocês estavam namorado… - Hesitou, mas continuou, com nojo em sua voz – aquelas pessoas. Eu perguntaria se era mentira, mas depois do espetáculo deplorável que a Srta. Parkinson deu no Salão principal, não tenho a menor dúvida.

    – Pai… - Começou Draco, mas a mãe de Pansy interrompeu, friamente:

    – Como puderam trair o sangue puro de nossas famílias por uns meros sangues ruins…

    – Ron não é um sangue ruim! ­ – Protestou Draco, mas Lucius ordenou:

    – Cale a boca, Draco! Você é a vergonha de nossa família. Nunca, em nossa linhagem, um Malfoy se envolveu com alguém que não fosse puro sangue. E você não será o primeiro!

    – O que o senhor quer dizer com isso? – Perguntou Draco, com temor em sua voz e Pansy ficou alerta.

    – Você e Pansy vão se casar e… - Começou o pai de Pansy, mas os dois protestaram ao mesmo tempo:

    — NÃO! – Protestaram ao mesmo tempo. E Pansy falou:

    – Eu e Draco? Não!

    – Você vai fazer o que estou mandando! – Exclamou seu pai e ela perguntou, provocadora:

    – E o que o senhor vai fazer se eu não obedecer?

    – Não será mais considerada nossa filha. – Falou sua mãe, com o mesmo tom frio que Pansy tinha utilizado anteriormente e o silêncio preencheu o local. Pansy olhou com astúcia para seus pais, percebendo que eles estavam falando com seriedade. Mas ela não amava Draco, não como homem, mas como um irmão. E sabia que seu casamento não seria feliz. Amava Hermione e sentia que não seria mais feliz sem ela. E tinha prometido a si mesmo que não desistiria dela.

    – Então, está bom. – Falou, e todos olharam para ela, esperando – Me deserdem. Eu não preciso de vocês. Tenho minha namorada.

    – Um pensamento típico de um Hufflepuff. – Cuspiu seu pai, com desprezo na voz. – Não acredito que esqueceu todos os ensinamentos da família Parkinson. Um puro sangue não se mistura com seres inferiores e você, mesmo assim, se misturou com uma mulher de raça negra! E, pior de tudo, uma sangue ruim!

    – A mulher que eu amo! – Gritou Pansy, com raiva, desafiando seus pais, que a olharam com superioridade.

    – Nem se digne a aparecer na Mansão. – Falou seu pai, friamente – Você não é mais nossa filha.

    Pansy sentiu seu coração doer com essas palavras, mas perguntou, sem emoção:

    – E meus pertences?

    – Serão queimadas. – Respondeu sua mãe. Pansy sorriu friamente embora, interiormente, desejasse chorar. Mas ela era uma Slytherin e Slytherins não demonstram seus sentimentos. Se virou para Draco e perguntou:

    – Vai demorar?               

    – Não. – Respondeu ele, admirado com a firmeza dela.

    – Draco… - Avisou Lucius, mas ele se virou para seu pai e disse:

    – Eu sei que o senhor não entende, mas eu o amo. E seu que ele me ama. Nossas famílias se odeiam, mas a gente…

    – Não fale mais nada. – Interrompeu seu pai, com raiva – Você me mete nojo!

    Draco escutou o som de sobressalto que sua mãe emitiu, e ela perguntou:

    – Draco, meu filho, como pode? Como pode desgraçar nossa família?

    – Estou lutando por meu amor. – Respondeu ele, e se virou para Pansy, avisando – Vamos.

    Passaram por seus pais e Draco abriu a porta. A voz de Lucius Malfoy ecoou pelo gabinete;

    – Você não mais é um Malfoy. – Ela viu a dor no rosto de seu amigo ao escutar aquelas palavras e o puxou para fora da sala. Não queria que Draco quebrasse em frente dos pais dele, que diriam que ele era um fraco. Desceram as escadas e, quando se viram no corredor, Draco deixou escapar um soluço. Pansy o abraçou, o reconfortando, e sussurrou em seu ouvido:

    – Vai ficar tudo bem. A gente vai dar a volta por cima. – Abraçados, dando força um ao outro, desceram com cuidado as escadas movediças em direção ao Salão Principal. Draco tinha limpado suas lágrimas e estava um pouco mais calmo, mas Pansy só desejava estar sozinha e chorar toda a sua dor, como sempre fazia quando estava triste. Antes de entrarem, desfizeram o abraço e se contemplaram, seus olhares transmitindo força e coragem. Ao entrarem, perceberam que Hermione e Ron não se tinham movido do sítio e que conversavam em voz baixa, apreensivos. Todas as casas também murmuravam entre eles o que tinham presenciado, dando seus palpites para o que estava acontecendo. Percebendo que eles já estavam ali, pararam a conversa e correram até eles, os abraçando com força. Os restantes alunos se calaram, observando a interação entre os casais. Pansy olhou no fundo dos olhos castanhos de sua namorada e disse, para a acalmar:

    – Está tudo bem. Ficaremos juntas. Até quando você desejar.

    – Para sempre. – Falou Hermione e, curiosa, perguntou:

    – E seus pais? – Pansy abanou os ombros em resposta, não querendo responder. Sua namorada arregalou os olhos, compreendendo, e a abraçou fortemente, lhe transmitindo força. Draco e Ron também estavam abraçados, mas conversavam em voz baixa, o loiro lhe contando o que tinha acontecido. Ron estava triste por ele, mas estaria ali para o apoiar. Escutaram passos e se afastaram, olhando para a porta. Os pais de Draco surgiram em primeiro, e muitos estremeceram ao verem a expressão de desprezo que ele demonstrava. Os pais de Pansy vinham atrás e suas expressões não eram melhores. Pansy observou seus pais indo embora da escola e de sua vida, sem, ao menos, se despedirem dela. Mas sabia que Hermione ficaria com ela. Se virou para sua namorada e colou seu corpo ao dela, a beijando com paixão. Escutaram sons de espanto e alguns sussurros, mas nenhuma delas prestou atenção.

    Eles poderiam não ter o apoio de suas famílias, mas sabiam que iriam ficar bem, pois ficariam com aqueles que amavam. Tudo correria bem, só precisavam de acreditar.

    Continua...


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