|
Tempo estimado de leitura: 47 minutos
18 |
Nota da Autora: Oi! Obrigada a todas que comentaram o capítulo anterior. Por insistência de muitos leitores, decidi fazer a continuação. Espero que gostem. Bjs
Algumas semanas se passaram desde a declaração de amor entre Hermione e Pansy. Elas aproveitavam suas rondas e namoravam todas as noites, sozinhas, nos corredores do castelo. Tinha sido maravilhoso para elas aproveitarem aqueles momentos, antes que Hogwarts voltasse a seu ritmo habitual. Hermione decidiu não ir de férias com os Weasleys e Harry. Todos estavam felizes pela chegada das férias de Natal, desejavam rever suas famílias.
Ron, no entanto, lhe pareceu um pouco triste em deixar a escola, o que não era normal. Mas ela não sabia o porque. Talvez ele estivesse apaixonado por alguém, e não queria se separar dessa pessoa por muito tempo. Mas não sabia quem seria.
Pansy, uma semana depois de terem iniciado as férias, a tinha convidado algumas vezes para irem a Hogsmeade, onde passeavam durante toda a tarde. Observavam as lojas e, antes de regressarem ao castelo, tomavam uma cerveja amanteigada no "Três Vassouras". O pedido de namoro tinha sido realizado durante a segunda visita a Hogsmeade. Pansy e Hermione tinham entrado na Casa de Chá Madame Puddifoot, onde ficaram a tarde toda rodeada de coraçõezinhos vermelhos esvoaçando à volta delas. Pansy tinha ganhado coragem e lhe pedira ali mesmo em namoro, em voz baixa. Hermione tinha desejado gritar de alegria naquele momento, mas se controlou e somente a beijou ali mesmo, selando o compromisso. Em Hogwarts, passavam algum tempo na biblioteca, estudando, e jantavam juntas na cozinha, por insistência de Hermione, que queria passar o maior tempo possível sozinha com sua namorada. Tinha receio de que os costumes tradicionais bruxos falassem mais alto e que as separasse. Ela a amava e lutaria pelo amor delas. Sabia que Pansy retribuía seu amor, mas temia que não aguentasse a pressão de sua família, ao saberem que ela estava namorando uma mulher negra e, ainda por cima, uma nascida trouxa.
Na noite de Natal, Hermione a levou à Sala Precisa, que estava maravilhosamente bem decorada. No centro da sala estava uma grande árvore de Natal, com muitos presentes. Uma lareira crepitava ao fundo, com meias penduradas, aquecendo o local. Havia uma grande mesa, cheia de comida, onde tiveram um jantar romântico, à luz das velas. A loiça era do mais fino cristal e tinham em cima da mesa um delicioso bolo de frutas, um grande peru recheado com batatas cozidas e arroz. Pratos com biscoitos com formas natalícias, tal como um cheese cake de frutos vermelhos, oferecido pelos elfos domésticos.
Beberam champanhe e uísque de Fogo. Jogaram Snap explosivo e trocaram seus presentes pela meia noite. Ela recebeu um livro de Transfiguração Avançado, que tanto tinha cobiçado durante seus passeios e ofereceu a Pansy um colar em forma de serpente, que tinha visto em uma loja. Pansy tinha adorado seu presente. Dormiram juntas em uma cama transfigurada pela sala, onde trocaram somente beijos e carícias. Pansy queria fazê-la sua mas, ao perceber o receio no rosto de Hermione, se abraçou a ela e acariciou seus cabelos rebeldes, até que ela relaxasse e adormecesse em seus braços.
Para elas, tinha sido o melhor Natal de todos. Os poucos alunos que tinham ficado em Hogwarts, se encontravam na maioria das vezes em suas salas comunais, o que dava a sensação de que a escola estava, grande parte do tempo, vazia, com a excepção dos retratos e dos fantasmas. Também os professores raramente eram vistos, pois tinham reuniões e trabalhos para corrigirem.
A virada do ano tinha sido passada na Torre de Astronomia, olhando as estrelas enquanto comiam um delicioso bolo de chocolate e bebiam champanhe, extraviados por um grupo de Slytherins do sétimo ano. Se abraçaram e conversaram um pouco sobre elas e suas famílias, se conhecendo cada vez mais.
OoOoO
Os alunos já tinham regressado das férias e as aulas começariam oficialmente no dia seguinte. Pansy e Hermione monitorizavam os corredores. Usavam longos casacos em cima dos uniformes, para se aquecerem do frio, e suas mão estavam entrelaçadas. A Slytherin, de vez em quando, lhe roubava um beijo, fazendo Hermione dar risadinhas nervosas, envergonhada. Já passava das onze da noite, o que significava que a ronda estava quase terminando. Viraram o corredor e estavam prontas para se beijar mais uma vez, quando escutaram um gemido baixo e rouco no final do corredor. Se afastaram, alertas, e caminharam em direção ao som. Perceberam que vinha da ultima sala de aula e pegaram em suas varinhas. Pansy colocou a mão na fechadura e abriu a porta de rompante. Observaram, espantadas, as pessoas que estavam dentro da sala, abraçadas uma à outra e se beijando apaixonadamente.
– Draco? - Perguntou Pansy, entrando na sala, juntamente com sua namorada, e fechando a porta atrás delas.
– Ron? - Perguntou Hermione, estavam ambas admiradas por encontrarem seus amigos com seus supostos arquiinimigos. De rostos ruborizados e roupas desalinhadas, Ron e Draco se separaram, envergonhados.
– Oi, Mione! - Falou Ron, enquanto arranjava seu cabelo ruivo. Draco dava um nó em sua gravata, seu rosto ruborizado pela vergonha de ter sido flagrado aos amassos com o Gryffindor. Hermione ficou espantada, pois nunca tinha visto Malfoy envergonhado.
– O que vocês estão fazendo aqui? - Perguntou o Slytherin, alisando seu uniforme.
– Monitorizando. - Respondeu Pansy, erguendo uma sobrancelha. - O que vocês também deveriam estar fazendo.
Hermione hesitou. pensando na cena que tinha presenciado à momentos, mas sua curiosidade falou mais alto e perguntou:
– Ron, você e Malfoy estão...juntos? - Ron pigarreou, claramente envergonhado com a pergunta e Draco respondeu, friamente:
– Você não tem nada a ver com isso, sua sangue ruim!
– Draco! - Gritaram Pansy e Ron ao mesmo tempo, ultrajados com as palavras dele e Pansy continuou, friamente - Aconselho a que peça desculpas à minha namorada, antes que eu lance uma azaração em você.
– Namorada!? - Perguntaram os dois garotos, espantados, e Hermione ruborizou, comentando:
– É verdade, eu e Pansy estamos namorando. - Ron e Draco se entreolharam, um misto de confusão e alívio em seus rostos.
– Desde quando? - Perguntou Ron, curioso, se sentando em cima da mesa. Os restantes copiaram seu gesto e sentaram.
– Há umas semanas. - Respondeu Pansy, observando atentamente o casal e se apercebendo que a implicância entre eles tinha sido muito mais do que só sobre suas famílias. - E vocês?
– Uns dois ou três meses. - Respondeu Draco e Ron semicerrou os olhos perigosamente, perguntando, suas orelhas começando a ficar vermelhas:
– Dois ou três meses, Dray? - Draco pigarreou, sentindo o perigo na voz de seu namorado e se corrigiu:
– Dois meses e três dias. - Ron sorriu, satisfeito, e as garotas perceberam como o Slytherin tinha ficado aliviado. Pansy deu um sorriso malicioso ao reparar que Draco estava completamente caidinho pelo Weasley.
– E seus pais sabem? - Perguntou Pansy, curiosa e Hermione entendeu que era um dilema que ela estava passando desde que tinha começado a namorar com ela.
– Não. - Respondeu Draco, seu rosto mais pálido à luz das varinhas – Eles me deserdariam.
– Entendo. - Falou Pansy, ficando pensativa. Hermione percebeu que, se Draco fosse deserdado só porque namorava Ron, considerado por sua família um traidor de sangue, o que faria a família de Pansy, ao descobrirem que ela estava namorando uma nascida trouxa, e negra. Escutaram o relógio dando doze badaladas, o que significava que era meia noite.
– Está tarde. - Comentou, afastando seus pensamentos – A gente já deveria estar nas salas comunais.
– Tem razão. - Respondeu Pansy e se virou para os garotos, perguntando – Vamos?
– Claro. - Respondeu Draco. Se levantaram e caminharam em direção à porta, a abrindo sorrateiramente. Espreitaram para o corredor e viram que estava vazio. Caminharam em direção ao salão comunal dos Gryffindor, onde Pansy e Draco deixariam seus companheiros. Hermione e Pansy tinham suas mãos entrelaçadas, enquanto Draco e Ron estavam abraçados. O único som que escutavam era o de suas respirações e de seus passos. Subiram as escadas até o sétimo andar e, quando chegaram ao retrato da Dama Gorda, Draco e Ron sussurraram algumas palavras entre eles e se beijaram, antes do Gryffindor entrar, enquanto acenava para as garotas em despedida.
– Adeus, Granger. - Falou Draco, se afastando, e deixando elas sozinhas.
– Adeus, Malfoy. - Respondeu Hermione, educadamente, vendo ele se afastando, enquanto se perguntava se o relacionamento deles tinha começado como o seu, através da convivência. Vendo que estavam sozinhas, Pansy agarrou os cabelos de sua namorada e a beijou com paixão. Hermione estremeceu de prazer ao sentir os lábios dela contra os seus e impulsionou seu corpo contra o dela. O retrato da Dama Gorda fitou as garotas, horrorizada, mas não emitiu nenhum som. Ela sentia as mãos de Pansy passeando por seu corpo, lhe transmitindo arrepios de prazer. Um gemido baixo escapou de seus lábios e se agarrou fortemente a ela, como se fosse a ultima vez que o fizessem, o que era delicioso mas, ao mesmo tempo aterrador. Se afastaram lentamente, terminando o beijo e Pansy segredou em seu ouvido:
– Não importa o que acontecerá amanhã. Eu te amo, e farei de tudo para que estar com você. Até ao fim.
Hermione sentiu lágrimas umedecendo seus olhos e escorrendo ao longo de seu rosto ao escutar as belas palavras de sua namorada, e falou:
– Eu também te amo, Pansy. - Se abraçaram e Hermione sentiu que seria capaz de tudo, por Pansy.
Continua…