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Tempo estimado de leitura: 47 minutos
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Nota da Autora:
1) Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling e a Warner Bros. Entertainment Inc. Essa fanfic não tem nenhum fim lucrativo, é pura diversão.
2) Contém Yuri (relação Mulher x Mulher) e Yaoi (relação Homem x Homem), portanto se você não gosta ou se sente incomodado com isso, é simples: Não Leia.
Nota da Autora: Oi! Minha primeira fic com o gênero Yuri e sobre esse casal. Escrevi para experimentar e até gostei. Não sei se ficou bom, mas espero que sim. Espero que gostem. Bjs
Uma boa leitura a todos ^^
Hermione, juntamente com Pansy, monitorizavam juntas os corredores de Hogwarts. O diretor tivera a ideia de juntar Monitores-Chefes de casas diferentes para vigiarem os corredores. A morena, no início, tinha achado uma boa ideia, pois faria com que os alunos se conhecessem melhor mas, ao saber que iria ficar com Parkinson, rapidamente mudou de opinião. A Slytherin era insuportável, sempre com aquele ar de superioridade intragável, sua expressão fria e calculista, como se ela fosse melhor que todos.
Desde que tinham começado a monitorizar juntas, há dois meses, pensava que se azariam uma à outra, mas estava enganada. Nunca conversavam e se ignoravam mutuamente. Para ela, as rondas eram terríveis. Só desejava que seu turno terminasse, para voltar para a Sala Comunal, tomar um banho e dormir.
A única vez que se tinham falado foi quando a Slytherin tropeçou em um dos brinquedos fabricados pelos gêmeos Weasleys e tinha caído de joelhos no chão. Hermione a ajudara a se levantar e Parkinson dissera que não precisava de ajuda de uma Gryffindor. Como raramente encontravam alunos fora das camas, as rondas eram sempre entediantes.
Durante aquele mês, tinha observado a outra durante as rondas, as reuniões de monitoria, nas aulas que tinham juntas e no intervalo. Poderia dizer com convicção do que ela gostava, detestava, o que comia e o que bebia. Sabia um pouco o que fazia durante os tempos livres. Também sabia que tinha uma coruja negra e que lhe chamava de “Princesa”. Embora achasse estranho Parkinson colocar em um animal dela o nome “Princesa”, pois não era seu estilo, tinha que admitir a Slytherin tinha bom gosto. A coruja era esbelta, com um porte superior e delicada.
Suspirou e olhou para os retratos que dormiam serenamente dentro de suas molduras. Por momentos, teve inveja deles. Pelo menos, não estavam sendo obrigados a estarem com uma Slytherin que os ignorava completamente. Ajeitou os punhos da camisola de lã que vestia. Mesmo que os corredores tivessem feitiços de aquecimento, sentia um pouco de frio. Sabia que lá fora o tempo deveria estar muito pior. Possivelmente, estaria nevando torrencialmente.
Felizmente, as férias chegariam dentro de duas semanas e, com isso, o Natal. Estava ansiosa para ir para “ A Toca”. Tinha saudades das deliciosas comidas da Srª Weasley. Suspirou e, pelo canto do olho, olhou para Pansy. Percebeu que, como sempre, ela tinha o rosto inflexível. Nunca transparecia nenhuma emoção. Correu com os olhos o cabelo loiro da Slytherin, reparando que era extremamente liso e brilhante. Sem que a outra notasse, olhou para o corpo dela e reparou que seu casaco cinzento não escondia as curvas de seu corpo. Por momentos, desejou tocar em sua pele, sentir sua textura, mas logo se repreendeu. Devia estar atenta à ronda, não a Parkinson. Colocou uma mecha de seu cabelo castanho atrás da orelha e olhou para a frente. Tentou não pensar na Slytherin que se encontrava a seu lado e mordeu o lábio inferior, confusa com seus sentimentos.
Pansy, mesmo não demonstrando, sentia um turbilhão de emoções dentro de si. Estava furiosa, porque o diretor a tinha separado de Draco e a colocado com a Granger, mas também desejo e incômodo. A Slytherin sabia que era bissexual, pois já tinha estado com garotos e com garotas. Sua orientação sexual não a incomodava. Seu problema é que sentia uma atração pela Granger. Não podia evitar pensar em como seria tocar em seus cabelos indomáveis, sentir o sabor de sua pele, experimentar os lábios da outra, para comprovar se eram macios como pareciam. Durante aquele tempo, tinha evitado não trocar uma palavra com ela. Tirando aquela vez em que tinha caído miseravelmente de joelhos no chão – uma vergonha em sua opinião –, não tinha falado mais nada com ela.
Mas, sem que a Gyffindor tivesse percebido, ela a tinha observado e a conhecia melhor.
Sabia que Granger odiava atrasos, que passava grande parte do seu tempo estudando na biblioteca, era sempre justa com as pessoas que convivia e que era responsável. Também sabia que tinha um gato ruivo e que andava sempre com o Potter testa rachada e o Weasley pobretão. Por momento, seus pensamentos se viraram para Draco e pensou como ele se estaria saindo com Weasley. Será que já se tinham azarado, ou se ignoravam mutuamente, como ela e Granger?
Pelo canto do olho, viu a Gryffindor mexer em seus cabelos e sentiu um odor a rosas. Suspirou, sentindo o delicado odor entrar por suas narinas e estremeceu de desejo. Era suave, nada enjoativo. Percebeu que ela mordia o lábio inferior e tinha o rosto franzido de concentração. Por momentos, desejou saber o que pensava, mas logo descartou essa ideia. Viraram o corredor do terceiro andar e Hermione viu um brinco em forma de rabanete no chão. Reconheceu de imediato. Era de Luna. Só sua amiga utilizava brincos de rabanetes nas orelhas. Ultrapassou a Slytherin, que estacou de imediato, admirada com a reação dela, se baixou e apanhou o brinco do chão. Pansy observou as pernas longas e torneadas da Gryffindor e mordeu o lábio inferior, tentando conter seu desejo de se atirar a Granger ali mesmo. Hermione se virou para Parkinson e viu que ela a observava com superioridade. Suspirou e mostrou o brinco, se justificando:
– É de Luna. - Pansy revirou os olhos, tentando não olhar para aquele objeto horrível e fora de moda que Granger tinha na mão. Só podia ser de Lovegood mesmo. Olhou para o teto e, vendo o que estava pendurado entre elas, empalideceu. Hermione, ao perceber a expressão da Slytherin, franziu o sobrolho e olhou para cima. Vendo, mesmo em cima de suas cabeças, um visco, empalideceu de imediato. Sentiu seu coração batendo descompassadamente com o susto. Sabia que, segundo a tradição de Natal, quando duas pessoas ficavam debaixo de um visco, tinham que se beijar. Pansy suspirou, se acalmando aos poucos, e disse:
– Você sabe o que isso quer dizer. - Hermione gaguejou, sentindo seu rosto quente:
– Temos…temos mesmo que o fazer?
– Eu não quero ficar amaldiçoada no amor. – Comentou Pansy – E acho que você também não.
Hermione, para não olhar para Parkinson, guardou o brinco no bolso da saia e a alisou com as mãos. Pansy, percebendo sua hesitação, se aproximou dela. Ergueu sua mão e, com delicadeza puxou o rosto da Gryffindor para cima. Seus olhares se cruzaram e Hermione ruborizou. A Slytherin sorriu maliciosamente em resposta e a Gryffindor não pode evitar tremer de desejo. Pansy roçou sua mão na de Granger e Hermione estremeceu de prazer. Lentamente, aproximou seu rosto nos cabelos indomáveis da colega e os cheirou, suspirando de seguida. Hermione sentia que tudo aquilo era loucura, mas não fez nada para impedir. Mesmo sabendo que Parkinson não gostava dela, queria continuar. Pansy se afastou de seus cabelos e trilhou um caminho de beijos por seu pescoço, sentindo o delicado sabor a baunilha que estava impregnada em sua pele. Subiu lentamente até sua boca. Estava ansiosa para sentir seu sabor.
Hermione fechou os olhos e mordeu o lábio inferior para não gemer. Colou seu corpo ao dela e sentiu seus seios sendo pressionados contra os dela. Com uma mão, tocou nas costas da Slytherin e a outra nos cabelos dela, sentindo que eram sedosos. Suspirou ao sentir o intenso cheiro a ameixa que emanava de seus cabelos loiros. Percebeu que era um cheiro maravilhoso. Pansy colou seus lábios nos de Hermione e ambas estremeceram de prazer. Sentiu que os lábios dela eram suaves e pressionou ligeiramente, fazendo Hermione gemer baixinho. Abriu ligeiramente a boca e passou levemente sua língua nos lábios da Gryffindor, fazendo com que de imediato ela desse passagem para finalmente sentirem seus gostos misturados. Suas línguas se encontraram, realizando uma dança harmoniosa. Pansy segurou a cintura de Hermione enquanto ela colocou os dois braços à volta do pescoço, a puxando mais para si. Com seus corpos colados, a Slytherin começou a acariciar as costas, descendo lentamente até as coxas. Hermione estremeceu ao sentir a mão de Pansy acariciando suas coxas com volúpia e gemeu de prazer. Sentindo que o ar estava escasso, lentamente se afastaram e abriram os olhos. Pansy reparou que Hermione tinha suas bochechas rosadas e os lábios inchados e avermelhados. Sua respiração estava alterada e seus olhos castanhos brilhavam intensamente. A Gryffindor, percebendo o que tinha acontecido, fechou os olhos e disse:
– Meu Merlin, o que a gente fez? – Pansy, pela primeira vez desde que estava com Granger, teve medo e pensou:” Será que ela não gostou? Ou ela não gosta de garotas?”.
Fechou os olhos e disse, arrependida:
– Me desculpe. – Hermione abriu os olhos de rompante, admirada com o pedido da Slytherin e se perguntou: “ Porque ela me está pedindo desculpas?”. Fitou o rosto da colega e percebeu que seus olhos espelhavam dor. Perguntou, curiosa:
– Pelo quê?
– Por isso. – Respondeu Pansy, apontando para elas – O que acabou de acontecer. Me desculpe. Eu não queria.
Hermione desviou o olhar, magoada com a outra. Percebeu que Parkinson estava arrependida do que tinha acontecido entre elas. Mas não percebeu porque ela o fez e lhe perguntou:
– Você me beijou somente por causa do visco, não foi?
Pansy desviou o olhar e hesitou em dar a resposta. Hermione percebeu que havia mais intenções do que aquelas que estavam ali específicas. Estavam se observando tão atentamente, que não perceberam que o visgo tinha sumido. A Slytherin baixou o rosto e suspirou. Olhou para suas mãos e admitiu, nervosa:
– Eu sinto uma atração por você.
– Uma atração? – Perguntou Hermione, confusa.
– Talvez eu goste de você. – Disse a Slytherin, olhando para suas unhas bem feitas.
– Talvez? - Pansy se virou e fitou a expressão confusa de Hermione. Com raiva, exclamou:
– Que você quer que eu diga? Que te amo? Que tenho uma queda por você desde o quarto ano, mas nunca falei nada, porque nós somos completamente opostas uma da outra? Que tenho observado você desde que começamos nossas rondas? Que tenho uma vontade louca de tocar em você, de ouvir sua voz, é isso?
Perante a expressão de choque da Gryffindor, sorriu com tristeza e disse:
– Mas nunca poderemos ficar juntas. Tenho certeza que nossas famílias nunca aprovariam. – Suspirou e falou para si mesma – Nem sei se você gosta de mim. Você deve me odiar.
Se virou de costas para Hermione e cruzou os braços. Se arrependeu de ter admitido tudo o que sentia, mas era tarde demais. Percebeu que a Gryffindor tinha ouvido tudo e ainda não tinha expressado nenhuma emoção. Baixou a cabeça e tentou colocar suas ideias em ordem.
Hermione estava em choque. Nunca pensou que Parkinson tivesse algum tipo de sentimento, sem ser ódio incondicional, por ela. Suspirou e mordeu o lábio inferior. Olhando para a figura à sua frente, se lembrou de quando começou a se sentir diferente com ela. Tinha sido no início desse ano. Hermione estava no trem e Parkinson tinha passado por ela no corredor. Estremeceu ao sentir a Slytherin passar mesmo a seu lado, seus corpos quase se tocando e, automaticamente, se virou para trás. Os cabelos loiros da Slytherin caíam sensualmente por suas costas, seu uniforme deixando ver suas curvas. Percebendo que a observava minuciosamente, ruborizou de vergonha e se virou, continuando seu caminho até à cabine onde se encontravam seus amigos. Saindo de seus pensamentos, falou:
– Eu também gosto de você. – Pansy se endireitou e se virou de rompante, olhando diretamente para os olhos castanhos de Hermione. Se observaram por uns longos momentos, tentando descobrir se alguma delas tinha mentido. Percebendo que não, Hermione se aproximou de Pansy e disse, ruborizada:
– Eu te amo. – A Slytherin fitou a colega em choque e perguntou:
– Me ama?
– Sim. – Sussurrou Hermione – Eu te amo.
Pansy sentiu uma enorme alegria dentro de si. Ergueu a mão e, com delicadeza, acariciou o rosto de Hermione, que estremeceu e suspirou.
– Só você me faz estremecer desse jeito. – Admitiu a Gryffindor para Pansy, que deu uma risadinha. Hermione fitou a Slytherin, espantada. Nunca a tinha ouvido rir daquele jeito, e tinha adorado. Pansy olhou carinhosamente para Hermione e disse:
– Eu também te amo. – Hermione sorriu, aproximou seu rosto do dela e a beijou delicadamente nos lábios. Pansy rodeou seus braços em redor da cintura da Gryffindor e a puxou para si, aprofundando o beijo. Nenhuma das duas sabia o que o futuro lhes reservaria, mas não se importavam. O que importava era aproveitarem o presente. Enquanto elas estivessem juntas, se beijando, sentiam que estava tudo bem.
Continua…