Capítulo 1 - Uma tarde entre amigas

Estava o início de uma bela tarde de verão, mas não demasiado quente, e um vento suave percorria as ruas da cidade. Na esplanada, em frente ao mar, Hermione Granger e sua amiga Ginny Weasley, se divertiam enquanto folheavam uma revista de celebridades, comentando as ultimas novidades da moda, e muito mais. Ambas tinham tido uma manhã difícil de trabalho, reuniões com clientes exigentes e muitas discussões. Principalmente Hermione, que era a diretora de Relações Públicas de uma grande empresa têxtil, a “Be Stitch”. Desde que viera morar para capital londrina, percebeu o quanto a cidade tinha crescido e se modernizado ao longo daqueles anos, se tornando uma das mais competitivas a nível europeu, principalmente pela chegada da empresa nova americana, a “Bellgreen”, criada pelo grande empresário britânico, Tom Riddle, que tinha ido para os Estados Unidos estudar moda, se tornando um empresário de renome e com uma das mais famosas empresas a nível mundial.

Hermione era uma jovem mulher cheia de energia, sempre bem disposta, principalmente com sua amiga, Ginny. Além de conseguir estar sempre muito elegante, o que não era nada fácil em uma sociedade tão competitiva. 

Com a mão no rosto encostado à mão, observava os homens que passava, à sua frente. Desde que terminara seu relacionamento de cinco anos com Viktor Krum, um ex-vizinho, jogador de futebol, que se tinha mudado para a Bulgária com sua amante. Tinha sido um choque descobrir que seu namorado de longa data andava com outra mulher e, a partir daquele momento, fechara as portas de seu coração ao amor. Seu comportamento tinha mudado em relação ao sexo oposto. Ficara mais atrevida, só querendo usar os homens uma única vez. Todas as semanas, ia para os bares da capital e trazia, quase sempre, para sua casa, um homem, para uma noite louca de sexo casual, recheada de muito vinho. Tinha sido uma forma que encontrara para se esquecer de seu ex-namorado. Tantos planos tinha definido para sua vida, sonhava em se casar e ter muitos filhos. Era a única filha de um casal de dentistas, e sempre se sentira sozinha durante sua infância, não tendo ninguém para brincar e conversar. As crianças de seu bairro não se aproximavam dela por acharem que era uma nerd, que só queria falar de livros e temas aborrecidos. Sua melhor amiga é que tinha sorte, era a caçula de seis irmãos, e nunca estivera sozinha.

Mas, depois de sua decepção amorosa, só queria curtir a vida. Talvez, nunca acontecesse. Suspirou, ao ver um homem alto passando à sua frente, sem camiseta, revelando seu corpo musculado, mostrando as muitas horas que tinha passado na Academia.

– Ai… – Murmurou, para Ginny – Era um desses que eu queria, amiga.

– Quê? – Perguntou ela, afastando os olhos da “Gossip Girl” e observando o homem descendo as escadas em direção à praia.

– Um homem alto, com mãos fortes e viris, que me agarrasse pelos quadris e me empurrasse contra uma parede. Que me fizesse implorar…

– Mione, chega. – Pediu Ginny, a interrompendo, sentindo o rosto quente de vergonha. Olhou em redor, percebendo, para sua felicidade, que a esplanada estava quase vazia. Só havia um grupo de adolescentes, com os rostos enfiados nos celulares, vendo vídeos no Tik Tok e favoritando o que adoravam, dando risadas entre eles. Voltou o olhar para Hermione, que não estava minimamente embaraçada.

Sua amiga, desde a traição de seu ex-namorado, não tinha domínio na língua e, por vezes, falava demasiado e à frente de quem não devia. Em seus trinta anos de vida, nunca conhecera ninguém como Hermione. Se tinham conhecido no Ensino Médio, foram ambas colegas de classe e entraram na mesma faculdade, no mesmo curso. E ambas amavam seus empregos.

Hermione era uma mulher maravilhosa, tinha um sorriso encantador e um riso contagiante, que se assemelhava a uma cascata deslizando pelo deserto. Ginny não se considerava bonita, com seus comuns olhos castanhos, como mogno, e cabelos ruivos, longos e lisos, embora ficassem meio enrolados nas pontas, da mesma cor. Nem eram gordas, nem demasiado magras. Faziam de tudo para ter uma vida saudável, evitavam os restaurantes de fast food, faziam corridas matinais e, quando podiam iam à Academia se exercitar.

– Chega, porquê? – Perguntou sua amiga, descaradamente – Até parece que estou falando alguma mentira.

– Não, mas… – Ginny começou – Você não sabe se ele tem namorada ou, até, se é casado. E se ela aparecesse e escutasse?

– Pelo menos, saberia que tem bom gosto. – Escutou o comentário atrevido de sua amiga e não pode deixar surpreender:

– Mione! – Não conseguiu evitar soltar uma risada – Não fale bobagens. E, homens demasiado altos não são muito confortáveis para mulheres baixas, como eu. Às vezes, quase preciso de uma escada para beijá-los.

– Que exagero, amiga! – Exclamou Hermione surpresa com seu pensamento – Os homens nunca são demasiado altos. Aprenda comigo: você está vendo tudo ao contrário. Ele é que tem de vir ter com você para te beijar e tem de se curvar na sua direção. Se for um cavalheiro, claro. E, maiores eles forem, mais há por onde agarrar.

– Ah! – Exclamou Ginny, divertida – E eu pensando que você ia dizer que, quanto mais altos forem, mais qualidades têm.

– Às vezes. - Comentou Hermione, maliciosa – Olhe que já estive com muitos homens pequenos que tinham grandes qualidades, se é que me entende…

Deixou a frase pairar no ar. Ginny, ao perceber o que ela queria dizer, sentiu o rosto ficando demasiado quente.

– Mione! – Exclamou, batendo com a revista no braço de sua amiga, que gargalhou em resposta, seu rosto ficando ruborizado pelo esforço. Se abanou violentamente com a revista, não se apercebendo que os adolescentes as observavam pela primeira vez, curiosos. Mexeu a cabeça, ignorando os olhares penetrantes dos transeuntes que passavam por elas. Ginny escondeu o rosto, tentando não acompanhá-la na risada.

– Amiga, então? – Perguntou Hermione, algum tempo depois de sua risada ter cessado – Você vai?

– Vou, onde? – Ginny não sabia do que ela estava falando.

– À festa das empresas londrinas. Aquela que vai realizada pelo grande empresário Tom Riddle – Lhe recordou – É hoje, sabe?

­– Sinceramente, - Admitiu ela, hesitante, afastando o cabelo ruivo do rosto – A festa vai terminar de madrugada e terei de trabalhar na sexta. E tenho tantos relatórios ainda por preencher. Talvez mande minha secretária.

– Mas, poderá descansar no sábado. – Insistiu Hermione, fazendo biquinho. Não queria ir sozinha. Antes, quando aconteciam aquelas festas, sempre levara seu ex. mas, naquele momento, não tinha mais ninguém – Venha lá. Aposto que vai ser divertidíssimo.

Ginny não conseguiu evitar sorrir, era impossível negar o que fosse à sua amiga, mas ela já a conhecia há tempo suficiente para tentar.

– É melhor, não. – Falou, tentando mais uma vez – Não conheço ninguém. E como vai ser? Você, fazendo seus contatos e eu ali, encostada à parede, mofando.

– Como é que é!? – Exclamou Hermione, alto o suficiente para a olharem – Minha querida, eu faço relações, e quando me apetece, mas públicas é que não. – Ginny observou, pelo canto do olho, os adolescentes escondendo a boca com as mãos, tentando abafar as risadas – Eu sei que sou bem doidinha, mas esquisitices dessas é que não!

Hermione tinha sempre graça dizendo essas pequenas piadas, que Ginny conseguia sempre se rir. A amiga puxou para baixo sua justíssima blusa cor de salmão, de um costureiro americano que estava na moda naquela época, e abriu seus enormes olhos castanhos para ela.

– Você vem comigo e não se fala mais nisso. – Ordenou – E nos vamos divertir imenso nessa festa. E, ainda por cima, – Se aproximou de Ginny um pouco mais, imitando uma voz sensual –, se ficar um bocadinho encostada a um canto, há de logo aparecer um homem bem gato para conversar.

Lhe deu umas palmadinhas no ombro e sorriu, vitoriosa. Pela expressão pensativa no rosto de Ginny, estava quase convencendo-a.

– Hum, talvez eu vá… – Começou, vendo o sorriso de Hermione – Mas está faltando algo essencial…

Percebendo o que queria dizer, se levantou de rompante, e arrumou a cadeira.

– Já sei do que você está falando. – Viu sua amiga a imitando. Como já tinha pagado o café, não precisavam de entrar – Vamos imediatamente a uma loja de roupa.

– Não havia nada a fazer quando se levantava o furação “Hermione”. O mundo parava à sua volta e tinha mesmo que lhe obedecer. De um gesto, puxou a mão de Ginny, que reclamou da força. Viu o garçom, que tinha terminado de servir os adolescentes, se aproximando. Com a outra mão, tirou a pequena carteira da Prada e pousou em cima da mesa uma nota de cinco libras, como gorjeta. Avançaram até à loja mais próxima, prontas para passarem a tarde à procura de roupa que a favorecesse na festa.

Continua…