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Tempo estimado de leitura: 15 minutos
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Nota da Autora: Oi! Essa é uma pequena fic com as visões de James e Lily Potter em seus ultimos momentos. Espero que gostem. Bjs
Uma boa leitura a todos ^^
Estava sentado no tapete da sala e estava tomando conta de Harry, enquanto Lily limpava a cozinha. Harry tinha feito uma luta de comida comigo, que tinha resultado em um chão sujo de papa, uma ruiva estressada e duas expressões inocentes. Não posso negar que tinha sido divertido, mas também temi pela minha vida, quando vi o olhar ameaçador de minha mulher. Só tive tempo de pegar em Harry, dar um beijo rápido no rosto em minha ruivinha estressada e sumir da cozinha.
Fazia baforadas de fumaça colorida, de variadas formas, enquanto meu filho se ria, um riso alto e contagiante, que nunca me fartava de ouvir e tentava, com suas pequenas mãozinhas, apanhar as nuvens de fumo. O vento, de vez em quando, batia fortemente nas janelas. Normalmente, não me incomodava, mas hoje sentia uma angústia dentro de mim, como um mau presságio. Mas não conseguia perceber o que era. Talvez por ser noite de Halloween, onde havia um certo mistério no ar, mesmo para os bruxos.
Harry vestia um pijama azul, um presente de Marlene, que lhe ficava muito bem. Padfoot, na brincadeira, dizia que ele parecia um boneco. E parecia mesmo. Ele era minha cópia, os cabelos negros espetados rebeldemente para todos os lados, mas tinha os olhos de Lily, aqueles porque eu me apaixonei perdidamente.
Olhei de relance para a janela, ao escutar mais uma batida no vidro, e vi a lua iluminando o céu. Felizmente, não era lua cheia, senão Moony estaria tendo uma de suas transformações. Pensar em meus amigos me deu uma pontada de tristeza no peito. Sirius tinha me visitado no dia anterior e tinha relatado o que acontecia lá fora. Aconteciam desaparecimentos misteriosos, haviam corpos encontrados com indícios de torturas, mortes de Bruxos e Muggles, famílias chachinadas...mas também havia relatos de demonstrações de coragem, que nos dava esperança, de pessoas que se atiravam de cabeça erguida para o perigo, se se importar com mais nada.
Guerra só trazia dor e sofrimento. O medo era tanto que as pessoas não saíam á rua, pois não podiam garantir que voltariam sãos e salvos. Todos desconfiavam uns dos outros. Traições aconteciam com regularidade. Tudo o que eu tinha conhecido ao longo de minha vida não existia mais.
A porta foi aberta de rompante, me tirando de meus pensamentos. Sobressaltado, me virei rapidamente, meu coração batendo descompassadamente contra o peito, e dei de caras com Lily, que tinha uma expressão cansada. Seus longos cabelos acaju caíam em cascata por seu rosto, a tornando bela. Uma das coisas que mais adoro é de fazer cafunés e os cabelos de Lily eram perfeitos para meus dedos. Suspirei, aliviado, me acalmando aos poucos. A gente estava em segurança. Voldemort não nos encontraria. Nossa casa estava protegida com o Fidelius e tinhamos escolhido uma pessoa de confiança. Acreditava que tudo ficaria bem.
– Está na hora de dormir, meu amor. – Disse ela para Harry, com um sorriso cálido no rosto, reservados unicamente para mim e nosso filho. Me levantei e peguei em Harry, que soltou um gritinho indignado. Sabia que ele queria mais fumaça, mas estava tarde e também me sentia cansado. Coloquei Harry nos braços de Lily, que beijou o rosto dele, começando a falar baixinho em seu ouvido, o acalmando. Nosso olhar se cruzou e demos um pequeno sorriso, como se quisessemos dar forças um ao outro. Harry bocejou em resposta, seus brilhantes olhos verdes se fechando aos poucos, e saíram da sala.
Sabia que estávamos cansados de estar presos, mas estavamos nos aguentando. Tinhamos um objetivo em comum: proteger Harry. Nosso filho era o bem mais precioso que tinhamos. Eu já não era aquele jovem inconsequente que queria ajudar a Ordem da Fênix, lutando contra um inimigo comum. Eu não era somente um Auror, um soldado, mas marido e pai. E Lily e Harry precisavam de mim, tal como o bebê que ela esperava. Tinhamos descoberto há uma semana e saber que Lily estava esperando outro filho tinha trazido alegrias aos meus dias sem brilho. Lily, quando soube, me confidenciou que queria que Snape fosse o padrinho de nosso próximo bebê. No início, não concordei, porque preferia que fosse Remus ou Peter, mas ao saber por Dumbledore que ele estava espionando Voldemort pelo bem da Ordem, me fez aceitar, embora relutante. Infelizmente, ainda não tinha contado aos Marotos essa notícia, pois preferi contra quando estivessemos todos juntos.
Atirei a varinha para cima do sofá e me espreguicei. Becejei, sentindo minhas pálpebras se fechando com o sono. Me deitei no sofá, pronto para adormecer, pensando quanto tempo mais ficaria escondido em Godric´s Hollows, escondido de Voldemort. Meu maior desejo era que tudo acabasse rapidamente, para ter uma vida normal, com minha mulher e meu filho. Queria ensinar Harry a ser o melhor apanhador de Quidditch, sair com meus amigos, sem ter receio de que Voldemort nos atacasse, nos ameaçasse. Queria voltar a trabalhar no Ministério, ter minha vida preenchida com os casos mais inusitados que apareciam no Departamento de Aurores. Tantos sonhos que queria realizar…
Um estrondo me sobressaltou. Me levantei de um salto, em direção do som. Sai da sala e vi a porta no chão. Tinha sido explodida e pedaços de madeira estavam estilhaçados no chão. Olhei para a entrada e vi meu pior pesadelo entrando, Lord Voldemort. Coloquei a mão no bolso de minhas calças, mas não senti minha varinha. Me lembrei, horrorizado, que estava em cima do sofá. Senti o sangue fugindo de meu rosto e gritei, alarmado, sentindo meu coração batendo descompassadamente contra o peito:
– Lily pegue Harry e corra! É ele! Eu o atraso! – Escutei passos apressados no andar de cima. Me coloquei em frente de Voldemort, esperando o inevitável. Mas tinha um objetivo: preciavam de lhes dar tempo, tempo para fugirem. Tempo para ficarem juntos, de serem felizes, mesmo que eu não estivesse presente.
Voldemort ergueu sua varinha e a apontou diretamente para meu peito. Sem pensar, vi minha vida correndo rapidamente, como um filme, por meus olhos. Todas as alegrias, tristezas, todos os meus erros. Ouvi as vozes de meus pais me dizendo para ser forte durante a guerra, a gargalhada de Padfoot, que mais parecia um latido, a voz de Moony me dando conselhos. Escutei a voz doce de Lily dizendo, com um sussurro, que me amava, a risada infantil de Harry. Harry era meu filho, uma parte de mim, e eu daria minha vida por ele. Sempre.
Olhei para os olhos ofídicos de Voldemort, percebendo, chocado, que Peter nos tinha traído. Não acredito que ele o tenha feito de livre e espontânea ele tenha sido obrigado, mas me lembrei que ele tinha andado esquisito nesses ultmos tempos e me perguntei porquê. Porque é que ele o fez. Desejei não ter mudado de guardião, pois sabia que Sirius nunca nos trairia, mas também senti necessidade de perdoar Peter. Não sabia os motivos por ele nos ter traído. Poderia ser tanta coisa. Ouvi o riso maléfico de Voldemort ecoar pelo hall de entrada, constatando o ocorrido e proferir a a maldição da morte:
–Avada Kedavra! – Antes do feitiço me atingir, pensei nos rostos de Lily e Harry e supliquei mentalmente que eles conseguissem fugir. O raio verde atingiu meu peito e não senti mais nada.
Continua...