Capítulo Único

Os Weasleys sabiam que Ginny tinha um namorado. As saídas constantes, uma misteriosa coruja marrom que aparecia todas as horas, com muitas cartas e, às vezes, com pequenos presentes, a expressão sonhadora da ruiva…não enganavam ninguém.

Mas também estavam preocupados. Não sabiam quem era, se era um bom garoto, ou um cafajeste.

Inúmeras vezes seguiram a caçula, mas a ruiva sempre os enganava, se metendo em meio de multidões e sumindo sem que eles percebessem ou se metendo em becos sombrios, abandonados. O fato de não conseguirem descobrir absolutamente nada os estava deixando loucos de curiosidade. Queriam saber quem era o namorado misterioso de Ginny.

Tentaram, até, roubar umas das misteriosas cartas mas, logo que as roubavam, o envelope se queimava, ficando em cinzas nas mãos deles.

Até perguntaram a Harry e Seamus, seus ex-namorados, se eles estavam namorando a ruiva, mas eles negaram, os preocupando ainda mais. Várias vezes encurralaram Ginny na Toca e a pressionaram para que contasse quem era esse garoto, mas ela se mostrava irredutível. Foram meses tentando descobrir a verdade, mas sem sucesso. Estavam quase desistindo quando, uma noite, ao jantar, a senhora Weasley olhou com preocupação para a filha e perguntou:

-Ginny, querida. Posso dizer uma coisa a você?

A ruiva levantou os olhos do prato, olhou curiosa para a mãe e respondeu:

-Claro! Que aconteceu?

A senhora Weasley olhou para o marido, que a incitou com o olhar, respirou fundo e falou:

-Eu, seu pai e seus irmãos estamos preocupados com você. – Ginny franziu o sobrolho, confusa e a senhora Weasley continuou:

-A gente já sabe que você tem um namorado, mas temos medo que seja alguém mau para você, que a faça sofrer. Por favor, eu estou preocupada com você. Não quero que, um dia chegue a casa, chorando e dizendo que seu namorado a maltratou, que lhe disse coisas ruins, que a machucou. Você está me entendendo, meu amor?

A caçula, que ouvia atentamente as palavras de sua mãe, ergueu os olhos para a família, suspirou e disse:

-Tudo bem. – Os ruivos a fitaram, esperançados, e ela continuou – Amanhã trarei meu namorado, na hora de jantar, para vocês o conhecerem.

Os Weasleys ficaram aliviados, sentindo que um enorme peso tinha saído dos ombros deles. Finalmente iam conhecer o namorado da caçula. Todos estavam curiosos para saber quem ele era.

OoOoO

O dia seguinte foi muito cansativo para os irmãos de Ginny. A senhora Weasley queria a casa limpa e arrumada e todos foram obrigados a ajudar. Acordaram pelas oito da manhã, tomaram o café da manhã e limparam a casa minuciosamente, arrumando quartos, fazendo camas, limpando o pó. Lavaram a roupa, a loiça, varreram o chão, almoçaram rapidamente e, de tarde, fizeram uma desgnomização no jardim, expulsando muitos gnomos. Para os ruivos, foi a parte mais divertida da limpeza e se perguntaram como é que senhora Weasley conseguia fazer tudo e não demonstrando cansaço.

A senhora Weasley tinha ficando o dia todo na cozinha, preparando doces para o jantar. Estava curiosa para saber quem era esse garoto, que fazia sua filha feliz.

A noite chegou rapidamente, para alívio dos ruivos. Foram para seus quartos se prepararem para o jantar. Hermione e Harry foram os primeiros a chegar á Toca, por convite da senhora Weasley, que tinha muita afeição por eles e eram como seus filhos.

A senhora Weasley e Hermione colocaram a mesa e todos se sentaram, esperando impacientemente pela ruiva, que se arranjava no quarto. Ginny tinha ficado o dia todo, trancada, se arranjando. Harry e o senhor Weasley conversavam sobre o Ministério, Hermione conversava com Ron, que olhava com desejo para o delicioso arroz de pato que se encontrava na mesa, e os restantes ruivos jogavam snap explosivo.

Ouviram bater á porta e se levantam de imediato, mas perceberam os passos de Ginny, que descia as escadas correndo. Olharam automaticamente para a porta, curiosos, para verem o casal entrando.

A caçula foi a primeira que apareceu á porta. Todos a fitaram, admirados, percebendo que estava linda. A ruiva vestia um tomara que caia curto, azul escuro, uns sapatos da mesma cor e seu cabelo ruivo estava com uma bela trança embutida. Ginny tinha um sorriso delicado em seu rosto, onde se notava uma maquiagem suave, de cores claras.

-Mamãe. Papai. – Falou a ruiva, nervosamente – Esse é meu namorado, Draco.

Para choque da família, Draco Malfoy entrou na sala, com seu semblante calculista, observando todo o mundo detalhadamente. Se fitaram em silêncio por uns momentos, em choque, até que Ron gritou, de olhos arregalados:

-MALFOY? – Se virou para Ginny e gaguejou – Vo-você está namorando Ma-Malfoy?

-Eu e Draco estamos namorando. – Falou Ginny, olhando desafiadoramente para o irmão. Ninguém disse nada e a ruiva continuou – E nos amamos.

-Há quanto tempo estão namorando? – Perguntou Hermione, curiosa.

Todos observaram a ruiva e o loiro, em expectativa e Ginny respondeu, um pouco envergonhada:

-Há um ano.

-Como é que é? – Gritaram todos, em choque. Draco nada dizia, observando cada Weasley, que o observavam com raiva, admiração e choque. Somente há três meses é que eles tinham começado a desconfiar. Ron rosnou, avançando ameaçadoramente para Draco, mas Ginny se meteu á sua frente e balançou sua varinha. Em poucos segundos, os gritos do ruivo escoaram pelo local, enquanto era atacado por morcegos enormes e negros.

-Pare! – Gritou o ruivo, com as mãos na cabeça, tentando se proteger.

-Deixe meu namorado em paz, Ron. – Falou Ginny ameaçadoramente e todos repararam que seus olhos brilhavam de raiva.

-Se eu soubesse que ia ser tratado desse jeito, nem tinha aparecido. – Falou Draco, olhando para o ruivo, que se debatia, com desprezo.

-Não ligue, Draco. – Falou Ginny, com um adorável biquinho, rodeados seus braços carinhosamente pelo pescoço do loiro. – Ron só está chateado.

Todos fitaram o casal com espanto e a senhora Weasley falou, um pouco nervosa:

-Bom…você é que é o namorado de minha filha?

-Sim, senhora. – Respondeu Draco, seus olhos cinzentos a fitando com desconfiança.

-E seus pais como reagiram ao seu namoro com minha filha?

-Me deserdaram. – Respondeu o loiro, simplesmente, horrorizando todo o mundo. Um silêncio incômodo ecoou pelo local.

-Meu Merlin. – Falou, por fim, a senhora Weasley, chocada com a resposta do loiro – Que horror.

-Deserdaram você só porque está namorando Ginny? – Perguntou Hermione, não entendendo a atitude tão radical dos pais de Malfoy.

-Sim. – Confirmou o loiro, com semblante imperturbável.

-Bom, senta ai com a gente e coma. – Falou a matriarca, com um sorriso, os deixando espantados. Se percebia que a senhora Weasley não tinha gostado da revelação de Draco. Ginny olhou para Ron, que ainda se debatia e desfez o feitiço. O ruivo a fitou, chateado, mas não disse nada. Se sentou na mesa sob o olhar furioso da namorada e começou se servindo. Harry se aproximou do loiro, ergueu a mão e disse:

-Espero que você faça Ginny feliz, Malfoy. – Draco apertou a mão de Harry e respondeu:

-Pode deixar.

Harry se afastou e o senhor Weasley se aproximou. Se fitaram por alguns momentos e o ruivo falou:

-Espero que não machuque minha filha, Malfoy. Senão, terá de se ver comigo.

-Não se preocupe. Eu não farei nada que machuque Ginny.

O senhor Weasley o fitou por cima de seus óculos e, por fim, falou:

-Bem vindo á família.

Draco acenou com a cabeça, agradecendo e George se aproximou do loiro. Se fitaram por alguns momentos e, por fim, o ruivo falou:

-Se minha irmã sofrer por sua culpa, você verá o que acontecerá.

-Mamãe! – Gritou Ginny, furiosa.

-George… - Ameaçou a senhora Weasley – Venha para a mesa, agora.

Os restantes Weasleys nada disseram, mas fitaram o loiro em sinal de aviso, para que tivesse cuidado com a caçula. O loiro olhou para cada um deles, enquanto puxava a cadeira a Ginny, que se sentou e puxou a dele, se sentando de seguida. Não eram necessárias palavras para se aperceber das mensagens que cada olhar estava enviando.

A matriarca deitou um olhar de aviso a Ron, que fitou o loiro emburrado, mas nada disse e começaram comendo.

-Onde está trabalhado? – Perguntou Harry, que se servia um pouco de salada.

-Sou Inominável do Ministério da Magia francês.

-Sério? – Perguntou Percy, com curiosidade – Conte mais.

Ginny fitou sua família e seu namorado, na mesma mesa, conversando sossegadamente. Ela sempre soube que não iria ser fácil convencer sua família a aceitar Draco, mas ela o amava e esse sentimento era o que importava.

FIM