|
Tempo estimado de leitura: 12 minutos
16 |
Nota da Autora:
(1) ? Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling.
(2) ? Essa é uma história Slash, ou seja, relacionamento Homem x Homem. Se não gosta ou se sente ofendido é muito simples: Não leia.
Uma boa leitura a todos ^^
Severus estava se dirigindo para a ultima aula de sexta-feira á tarde, Transfiguração. Tinha aula dupla com os Gryffindors e, consequentemente, com os Marotos. Estava tão absorto em seus pensamentos, que não viu os vultos atrás de si. Um feitiço atingiu o Slytherin nas costas, que se desequilibrou e caiu no chão. Os livros escorregaram de suas mãos e caíram á sua frente. Sirius veio a correr até ele e perguntou, preocupado:
-Snape, você está bem? - O Slytherin se levantou de um salto, ao ouvir a voz do Maroto. Se virou para o colega com a varinha em punho e com raiva. Sem deixar Black se explicar, lhe lançou um feitiço não verbal, que só não o atingiu, porque James lançou um feitiço protetor em seu amigo.
-O que está acontecendo aqui? – A voz da Professora Mc Gonagall ecoou pelos corredores. Os garotos se viraram e viram a professora correndo até eles.
-Senhor Snape, como pode atacar seu colega? Menos cinquenta pontos para os Slytherins e detenção. – Falou a professora, horrorizada com o ato do aluno.
-Mas, professora! – Exclamou o Slytherin, horrorizado – Foi Black que me atacou primeiro! Eu só me estava defendendo!
-Isso é verdade, senhor Black? - Perguntou a professora ao Gryffindor, que respondeu sem pestanejar:
-Sim, professora. – Snape e Mc Gonagall olharam espantados para o garoto, que continuou – Mas foi sem querer.
-Mentira, professora! – Exclamou o Slytherin, com raiva. Não ia deixar que Black se safasse de levar uma detenção – A senhora sabe que ele e os restantes Marotos adoram me importunar.
-Sim, senhor Snape. – Respondeu a professora ao garoto e olhou para Sirius – Você, Black, vai ter detenção hoje á noite, pelas nove horas, na sala dos Troféus. E não precisa de levar varinha.
Severus reparou que Black fez uma expressão de tristeza e sorriu, com burla. James percebeu e se meteu na conversa:
-Mas, professora, isso não é justo.
-Não é justo o quê, senhor Potter? – Perguntou a professora, confusa.
-Não é justo que Sirius tenha detenção sozinho. – Falou o Gryffindor, com naturalidade – Snape também o atacou. Ele também não deveria levar detenção?
Severus fitou o Maroto, espantado e James disse, abanando as mãos:
-Só estou sendo justo, professora.
A professora Mc Gonagall pensou um pouco e respondeu:
-Você tem razão, Potter. – Snape arregalou os olhos e a professora continuou – Senhor Snape você terá detenção, juntamente com o senhor Black, às nove horas, na sala dos Troféus.
Severus fitou a professora, chocado. Era sua primeira detenção. E a culpa era dos Marotos. Mc Gonagall se encaminhou para a sala, e Snape se virou para os Marotos a tempo de ver James piscar o olho para o amigo e Sirius dar um sorrisinho. Fitou os Marotos, desconfiado e pensou: "O que esses dois estão aprontando?". Apanhou os livros, que estavam caídos no chão. Os garotos olharam para o Slytherin e Snape decidiu ir para a aula. Virou o corredor e entrou na sala de Transfiguração. Se sentou no seu lugar, que era ao fundo da sala, e abriu os livros. A professora começou a dar a matéria, mas o Slytherin, ao ver Black e Potter conversando em surdina, se perguntou o que eles estariam tramando.
OoOoO
Não prestou atenção á aula, tentando descobrir o que os Marotos estavam aprontando. A aula chegou ao fim e Snape arrumou seus livros, sendo o ultimo a sair da sala. Sirius estava encostado na parede e, ao ver o Slytherin saindo da sala, falou:
-Snape… - Severus olhou para o Maroto e engoliu em seco. O Gryffindor denotava sensualidade com a camiseta meia aberta e as calças negras justas, dando relevo aos seus músculos. Respirou fundo e perguntou:
-O que quer, Black?
-Me desculpar. – Falou Sirius, com timidez, o que surpreendeu Severus, mas logo fitou o Gryffindor com raiva e exclamou:
-Você se quer desculpar? Eu vou ter minha primeira detenção por sua culpa!
-Eu não queria atacar você. – Disse Sirius, em voz baixa – O feitiço é que errou o alvo.
Snape ergueu as sobrancelhas, em descrença e falou:
-Eu duvido. – Sirius se afastou da parece e avançou rapidamente para o Slytherin, que empalideceu. Black o prensou contra a parede e disse:
-Eu estou falando a verdade. – Severus, sentindo a respiração quente de Sirius em seu pescoço, estremeceu e quase gemeu, mas logo se conteve. Reunindo suas forças, empurrou o Gryffindor e correu em direção às masmorras, sem olhar para trás. Chegou ao seu dormitório, guardou os livros e retirou suas vestes. Colocou a varinha em cima do criado mudo e foi para o banheiro. Tomou uma ducha de água fria, tentando retirar o calor que sentiu com a aproximação de Black. Saiu do banheiro, se limpou e vestiu uma camisa verde e umas calças negras. Se deitou na cama e adormeceu, pensando nas palavras do Maroto. Teve um sonho muito estranho, mas muito bom, que fez seu coração se acalmar.
OoOoO
Severus andava pelos corredores de Hogwarts. Estava contente porque iria se encontrar com Sirius. Subiu as escadas, pé ante pé, sem fazer barulho e entrou na Torre de Astronomia. Olhou em volta e viu que estava vazia. Se dirigiu para a janela e olhou para a lua, que brilhava timidamente no céu. Estava tão absorto em seus pensamentos, que não viu um vulto atrás de si. Foi agarrado delicadamente pelos quadris e virado ao contrário. Sorriu ao ver quem era. Era Sirius, que trajava uma camiseta vermelha e umas calças negras justas, se notando os músculos do corpo. O Maroto estava sensual. Sorriram ao mesmo tempo e Sirius perguntou, carinhosamente:
-Está aqui há muito tempo? – Severus respondeu:
-Não. – Sirius tocou delicadamente no rosto do Slytherin, que estremeceu de desejo. O Maroto se aproximou, tocou nos quadris de Snape, o aproximando para si e o beijou delicadamente nos lábios. O coração de Severus bateu tão rápido, que parecia que iria sair de seu peito. Se separaram e o Gryffindor o abraçou delicadamente. O moreno encostou seu rosto ao peito de Sirius e suspirou. O Maroto tocou delicadamente nos cabelos dele, os acariciando. Nenhum deles soube dizer quanto tempo ficaram nessa posição. Por fim, se separaram e Sirius sussurrou:
-Você é muito especial para mim. Eu te amo.
-Eu também te amo. – Respondeu Severus, sorrindo timidamente e se beijaram de novo. Suas bocas se tocando harmoniosamente, enquanto se agarravam com desespero e paixão. Severus se sentiu o garoto mais sortudo do mundo.
OoOoO
Snape acordou de um salto, com a respiração alterada. As carícias, os beijos, as palavras de amor sussurradas…. Aquele sonho tinha sido tão real.
Olhou para o criado mudo e viu as horas. Eram nove menos cinco. Ficou em pânico. Era sua primeira detenção e iria chegar atrasado. Se levantou e arranjou sua roupa. Seu estômago fez barulho e o Slytherin se repreendeu mentalmente: "Droga, esqueci de jantar. Mas agora não tenho tempo." Correu para a sala dos Troféus, que era no terceiro andar. Chegou lá e viu Black e Filch o esperando.
-Des-desculpem o atraso. – Disse, enquanto tentava respirar. O Zelador falou, maliciosamente, ao Slytherin:
-Tsk, chegar atrasado na primeira detenção é péssimo. Para a próxima tome cuidado com as horas.
Snape nada disse, mas ficou revoltado. O Zelador estava sugerindo que iria ter mais detenções? Nunca, em seus sete anos em Hogwarts tinha tido uma. E estava tendo aquela, por culpa de Black e de Potter.
O Zelador abriu a porta da Sala dos Troféus e disse, enquanto entrava:
-Eu vou tomar conta de vocês, por isso, nada de brincadeirinhas.
Os garotos entraram atrás do Zelador e Snape fitou a sala, de boca aberta. Era enorme, com dezenas de estantes e centenas de troféus dos mais variados tamanhos. O Zelador lhes entregou um pano e disse:
-Podem começar. – Snape se afastou o mais possível de Black, pegou em um pequeno troféu e o começou a limpar. Um estrondo no andar de cima faz os garotos se entreolharem, mas logo afastaram o olhar, e o Zelador resmungou, furioso:
-Peeves… – E saiu da sala, deixando os garotos sozinhos. Severus, ao se ver sozinho na sala, com Black, teve receio do que poderia acontecer, mas Sirius não fez nada, continuando a limpar os troféus. Ficaram os dois limpando os troféus e o Slytherin se sentia observado. De vez em quando se virava para o Maroto, mas ele estava de cabeça baixa, limpando um troféu.
De repente, uma forte tontura o atingiu. Se agarrou á estante para não cair e o troféu que estava limpando caiu ao chão com um estrondo. Respirou fundo e ouviu a voz de Black perguntando, preocupado:
-Snape, você está bem?
-Si… – Tentou responder, mas uma forte tontura o atingiu e sentiu que caía no chão. Antes de fechar os olhos, sentiu que Black corria até ele e que o agarrava.
OoOoO
Severus abriu os olhos e percebeu que estava na enfermaria. Olhou para o seu lado esquerdo e levou um susto ao ver Black dormindo na cadeira. Fechou os olhos e, lentamente, se lembrou do que tinha acontecido. Abriu os olhos e observou o Maroto minuciosamente. Dormia serenamente, com a boca ligeiramente aberta. Nesse momento, o desejou beijar, mas logo se repreendeu mentalmente: " Você está maluco, Severus Snape? Beijar Sirius Black, o cara que fez sua vida um inferno?"
Mas se lembrou que, desde o inicio de seu sétimo ano, que o Maroto não se metia com ele. Madame Pomfrey apareceu, tirando o Slytherin de seus pensamentos e falou:
-Bom dia, senhor Snape, dormiu bem?
-Bom dia? – Perguntou Severus, confuso.
-Sim. – Falou a medibruxa – Já é de manhã.
-Como vim aqui parar? – Perguntou o Slytherin, confuso.
-Foi o senhor Black que o trouxe. – Respondeu a medibruxa, sorrindo amavelmente para ele. Madame Pomfrey era a única pessoa que o tratava bem naquela escola, tirando os professores. A mulher retirou das vestes a varinha e examinou o aluno, que estava em choque com as palavras da mulher. Por fim, ela falou:
-Para a próxima jante, senhor Snape. – Severus ruborizou de vergonha e a voz de Sirius ecoou pelo local:
-É Snape, para a próxima jante, senão terei que o trazer ao colo de novo. – A medibruxa deu um sorrisinho ao ver o Slytherin ficando vermelho como um tomate e saiu da enfermaria, deixando os dois garotos sozinhos.
Ficaram os dois em silêncio, não sabendo o que dizer. O Gryffindor olhou para o Slytherin e perguntou:
- Você está bem?
-Sim. – Respondeu Severus. Respirou fundo, tentando arranjar coragem e sussurrou:
-Obrigado. - Sirius fitou o colega espantado, mas sorriu de seguida e respondeu:
-De nada. – Seus olhares se cruzaram e Severus desviou o olhar, ruborizando imediatamente. Sirius se levantou e Snape olhou para ele e perguntou, sem se conter:
-Onde vai?
-Embora. – O Slytherin fez uma expressão desesperada e suplicou:
-Não vá. Não quero ficar sozinho. – Sirius voltou a se sentar e respondeu:
-Claro… – Severus sorriu timidamente. Não sabia o que estava acontecendo com Black, mas estava gostando dessa mudança. Ficaram conversando o dia todo e, á noite, Madame Pomfrey o voltou a analisar e disse que ele estava liberado.
OoOoO
Os meses passavam e a amizade entre eles crescia consideravelmente. Hogwarts, no início, estava cética em relação á amizade deles, pois não acreditava que Severus Snape, um Slytherin e Sirius Black, um Gryffindor, se dessem bem. Mas a opinião deles mudou em poucos meses, ao ver que eles estavam sempre juntos e nunca se tentaram matar. Os Marotos, ao contrário do que Severus tinha pensado, não fizeram nada para os separar. Tudo estava correndo bem entre eles.
Uma noite, Sirius e Severus estavam passeando pelos jardins de Hogwarts. O Gryffindor tinha uma mão á volta dos ombros do Slytherin e conversavam animadamente. Os garotos viram um banco de pedra, perto de uma árvore e se entreolharam, tendo a mesma ideia. Se dirigiram para o banco e se sentaram. Conversavam sobre Quidditch, o esporte preferido deles. Sirius falava do ultimo jogo entre Ravenclaws e Hufflepuffs e Severus suspirou, olhando para o céu. A lua brilhava timidamente, rodeada de estrelas. O Maroto parou de falar e perguntou, com receio:
-Estou aborrecendo você? – O Slytherin deixou de admirar o céu. Olhou para Sirius, sorriu e respondeu:
-Não, só estou observando o céu. É muito bonito. – O Maroto olhou para o céu e disse:
-Você tem razão. – Ficaram os dois em silêncio, sentindo o vento acariciando suavemente seus cabelos e suas vestes. Não estava frio.
-Você é parecido com a lua. – Severus desviou olhar do céu, para contemplar o amigo. Vendo a confusão do Slytherin, Sirius declarou:
-Ela é tímida, mas é bela sobre o céu. Embora esteja rodeada de estrelas, é o astro principal. Como você. - Severus ruborizou com a declaração do Gryffindor e falou:
-Eu nunca pensei ouvir uma frase tão bonita.
O Maroto mordeu o lábio e respirou fundo. Estava nervoso. Olhou para Snape e falou:
-Severus, eu tenho que dizer uma coisa…mas eu não sou capaz.
-Porquê? – Perguntou o Slytherin, confuso.
-Eu… - Gaguejou o moreno. Snape se chegou mais para junto de Sirius, que estremeceu com a aproximação.
-Você o quê? – Perguntou Severus. O Maroto olhou para os lábios carnudos de Snape e, sem aguentar o desejo que sentia, tocou delicadamente no quadril do Slytherin, o puxando para si e o beijou delicadamente. Severus não contava com o beijo e quando seus lábios tocaram nos de Black, seu coração bateu descompassadamente. Gemeu em resposta e acariciou cabelos negros do Gryffindor, o puxando mais para si. Nenhum dos dois soube quanto tempo ficaram se beijando, saboreando cada momento como se fosse o ultimo. O ar começou a faltar e eles se separaram. Sirius deu uns selinhos rápidos em Severus que riu, deliciado.
-Eu te amo. – Declarou o Maroto. Estava na hora de abrir o jogo. O Slytherin não conseguiu evitar sorrir ao responder:
-Eu também te amo. – E se beijaram novamente, enquanto se acariciavam delicadamente, sentindo seus corações batendo descompassadamente. Finalmente estavam realizando seus desejos mais recônditos.
FIM