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Tempo estimado de leitura: 14 minutos
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Nota da Autora: Essa história é baseada nos personagens e situações criadas e pertencentes a J.K. Rowling, várias editoras e Warner Bros. Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada.
Uma boa leitura a todos ^^
A lua cheia iluminava o céu estrelado daquela noite de Halloween. Bairros Muggles, decorados com lanternas de abóboras iluminando as fachadas das casas, a vela dentro delas aromatizando o ar com um suave odor a abóbora.
Era uma tradição vinda do folclore irlandês, e que estava relacionado com a figura de “Jack da lanterna”, que poucos conheciam o verdadeiro significado. Na história original a abóbora era um nabo. Jack era um beberrão que, enganando o diabo, conseguiu escapar do inferno. Ao morrer, Jack não foi aceite no céu, de modo que sua alma passou a vaguear pelas noites usando uma lanterna para iluminar o caminho. A lanterna era feita com um nabo, e não abóbora, pois quando os Irlandeses tinham chegado à América, tinham percebido que as abóboras eram mais abundantes por lá e passaram a usá-las.
As folhas realizavam uma dança macabra em redor das decorações de Samhain. Harry tinha aprendido que o Halloween era um feriado muggle, os bruxos festejavam o Samhain.
Olhando em redor, viu também abóboras redondas, de olhos e bocas aterradoras, morcegos negros como a noite, enormes aranhas, empoleiradas em teias de aranha, monstruosas caveiras, entre outras criaturas, estavam sendo percorridos por adolescentes e crianças de todas as idades, juntamente com seus pais, fantasiados de todas as formas, desde bruxinhas, princesas, fadas, esqueletos, fantasmas, duendes e, até, sereias.
Ginny observava, espantada, como a noite de 31 de outubro, era divertida para todo o mundo: as crianças batiam de porta em porta, gritando “doçura ou travessura” e levando doces para suas casas. No mundo mágico se comemorava a primeira derrota de Lord Voldemort e o final da segunda grande guerra bruxa. Mas não para Harry, para ele o Dia das Bruxas era um dia de tristeza, principalmente, depois de seus pais, Sirius e Remus terem falecido.
Percebia que seu namorado sentia saudades de todos os que faleceram ao longo de sua vida, ela também ainda não se recuperara da morte de Fred, provavelmente nunca o faria. Ninguém ainda o conseguira, principalmente George.
Estarem naquele local, tinha sido ideia de Hermione, que queria mostrar a Ron um pouco da cultura não mágica. Harry aceitara a ideia e também a trouxera, seria bom para eles descobrirem um pouco mais sobre os não mágicos. Tinham aparatado em Godric´s Hollows, uma vila localizada no Sudoeste da Inglaterra. Era uma pequena comunidade, com apenas uma igreja, um posto policial, um bar, algumas lojas e casas, e ficaram observando as crianças não mágicas caminhando nos passeios, prontos para baterem nas portas das próximas casas.
Para se misturarem com os Muggles, decidiram vestir suas vestes bruxas: Ginny escolhera seu melhor chapéu, negro e pontiagudo, e um longo vestido da mesma cor. Passara uma maquiagem suave no rosto e pintara seus lábios de vermelho vivo. Seu namorado, quando a tinha visto, ficara espantado com sua beleza. Ele decidira usar umas botas de pele de dragão e uma longa capa de viagem, que ela lhe tinha oferecido. Hermione, ao vê-lo, dissera que se parecia com um Hobbit e o convencera a usar um feitiço para por suas orelhas pontiagudas.
Sua cicatriz em forma de raio estava ligeiramente escondida pelos cabelos rebeldes e seus olhos esmeraldas brilhavam por detrás dos óculos redondos. Um vento suave batia em seus cabelos ruivos, mechas passando à frente de seus olhos.
Harry, de vez em quando, respondia às suas perguntas. Descobrira que os Muggles tinham uma enorme caixa, onde era colocado o correio. Eles não usavam corujas, tal como eles. Também lhe falara do sistema de rega, que molhava as flores e a grama, para que não ficassem secos. Ginny tinha ficado chocada ao ver como a água saia a jatos de uma dessas maquinetas. Viraram a esquina e entraram em outro bairro, mais iluminado e decorado que o anterior. Viram uma mulher disfarçada de vampira, da porta de sua casa, distribuindo doces pelas crianças sorridentes, quando escutaram gritos altos, masculinos:
– Aqui vai! – Um coro de vozes infantis gritou e viram quatro adolescentes, fantasiados de piratas, do telhado de sua casa, atirando com doces. As crianças correram para o jardim e tentaram apanhar o que conseguissem. Rapidamente, os pais as imitaram, juntamente com os adolescentes, atirando o que podiam para dentro de suas bolsas. Harry pensou em seu afilhado, como teria sido bom trazê-lo. Mas ele era muito pequeno e não gostaria de estar no frio e a ouvir todo aquele barulho. Teddy se encontrava na casa de Andrômeda, provavelmente dormindo, como fazia a maior parte do dia.
O casal se olhou e Ginny perguntou, querendo se juntar a eles:
– A gente podia apanhar alguns doces, que você acha?
– Tá bom. – Respondeu seu namorado, e correram em direção à casa. Seria uma experiência nova para ambos, que provariam doces muggles pela primeira vez. Os Dursleys nunca tinham dado a Harry balinhas de chocolate, pirulitos, salgadinhos, nem outros doces. Só davam o mais simples sorvete, quando saíam todos juntos – o que era raro – para que as pessoas não comentassem. Ginny tirou o chapéu e atirou para dentro dele o que conseguia apanhar. Todos estavam tão entretidos que não se aperceberam que os adolescentes já tinham saído do telhado. No final, bolsas, chapéus e bolsos estavam recheados de doces.
Ginny, apertando o chapéu contra si, procurou seu namorado, vendo ele, com uma bolsa negra cheia de doces e com um largo sorriso no rosto. Pararam frente a frente e ele comentou:
– Nunca pensei que apanhar doces fosse tão divertido.
– Nem eu. – Respondeu a garota – Posso ver o que conseguiu?
Harry lhe mostrou a bolsa, que tinha tantos doces desconhecidos para Ginny, que nem sabia em qual pegar primeiro.
– É melhor você juntar seus doces aos meus. – Comentou Harry e ela seguiu seu conselho, esvaziando seu chapéu e o voltando a pousar por cima dos cabelos cor de fogo. Deram as mãos, voltando a andar pela vila. Seu olhar vagueou pelas casas de aspeto fantasmagórico, antes de pousar no cemitério. Suspirou, apertando a mão de sua namorada. Estava pronto para lhe pedir para fazerem uma visita aos túmulos de seus pais, quando foi obrigado a parar. Ginny o imitou, vendo uma menina ruiva, muito pequena e vestida de bruxinha, os encarando com curiosidade.
Ela também tinha uma bolsinha com doces, em forma de abóbora, e um longo chapéu de bruxa, semelhante ao dela. A menina, percebendo que tinha sido flagrada, enrubesceu de vergonha. Harry deu um cálido sorriso e falou, suavemente:
– Oi! Está tudo bem? – A menina se aproximou e Ginny viu que ela tinha uns belos cabelos ruivos e uns brilhantes olhos castanhos esverdeados. Olhou em volta, vendo um casal jovem um pouco afastado, a observando, e percebeu que eram os pais. Harry se ajoelhou, ficando da mesma altura dela e a menina falou, timidamente:
– Gosto muito de vossas fantasias. – Harry deu uma risada baixa e alegre, e respondeu:
– Sua fantasia também é muito bonita. – A menina sorriu e Ginny, ao ver a interação dos dois percebeu que seu namorado tinha muito jeito com crianças e suspirou, imaginando como ele poderia ser quando tivessem um filho juntos.
Continua…