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Tempo estimado de leitura: 13 minutos
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Nota da Autora: Minha primeira fanfic com esse casal. Espero que gostem. Bjs
S.L.
POV LILY EVANS
Já tinha passado uma semana desde o término das aulas e eu estava me refrescando no banheiro, pois estava um calor insuportável. Era o dia mais quente do ano e estava sozinha em casa. Petúnia tinha ido á praia com Vernon e meus pais tinham ido ao shopping. Limpei meu rosto e pescoço com uma toalha úmida e a pousei em cima do lavatório. Olhei para meu vestido vermelho, que minha mãe me tinha comprado no dia seguinte á minha chegada. Ele era justo e confortável. Toquei em minha trança e, me sentindo mais fresca, fui para o quarto. Olhei para a janela, desejando uma pequena brisa fresca, mas as cortinas estavam imóveis. Me dirigi para o malão aberto e retirei meus materiais do sexto ano, os colocando no chão a meu lado, por matérias. Depois, aos poucos, arrumei tudo em uma estante, perto da porta, organizando por títulos, desde Astronomia, Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços, Herbologia, História da Magia, Poções e Transfiguração, entre outros.
Terminando minha arrumação, fitei a estante, que tinha todos os meus livros e trabalhos, desde o primeiro ao sexto ano. Estava pronta para limpar o resto do malão quando, de repente, uma coruja de cor escura entrou por meu quarto. Soltei um gritinho, saltando para trás, meu coração batendo descompassadamente contra o peito. Observei a coruja, o susto passando aos poucos, tentando me lembrar de quem seria, pois sentia que a conhecia, enquanto ela pousava em cima de minha escrivaninha. Respirei fundo, tentando me acalmar perguntei, intrigada: - Eu conheço você, mas de onde? - A coruja pousou a carta que tinha no bico e piou, batendo com suas asas. Me dirigi para a escrivaninha e peguei no envelope, percebendo que não tinha nada escrito. Acariciei as penas suaves e percebi, por sua respiração ofegante, que estava com sede. - Espere aí, vou trazer água para você. - Atirei o envelope para cima da cama a saí do quarto. Desci as escadas a correr e entrei na cozinha. Felizmente, estava sozinha em casa. "Aposto que Tuney começava a me chamar de "anormal" se me visse correndo desse jeito". – Pensei e suspirei tristemente perante esse pensamento. Eu sabia que minha própria irmã me odiava por ser bruxa e ser a queridinha de meus pais. Meus pais fazem tudo por mim, e Petúnia odeia toda essa atenção que eles me dão -"Eu não pedi para ser bruxa. Mas era feliz sem ela. Até Severus me chamar de "sangue-ruim".Foi a pior coisa que ele poderia ter feito comigo. E aquela palavra me machucou muito mais do que se tivesse levado um tapa. Nunca mais nos falamos desde esse dia." Me dirigi para o armário e peguei em uma tigela. Um pensamento me ocorreu:"Será a coruja de Mary? Não. A coruja dela não é castanha, é cinzenta. Também não é a da Dorcas, nem da Lene." Enchi depressa a tigela com água fresca e, com muito cuidado, subi as escadas para não entornar nada. A curiosidade em ler o conteúdo da carta estava me matando aos poucos. Entrei no quarto e vi que a coruja continuava no mesmo sítio, seu peito subindo e descendo com rapidez. Pousei a tigela em cima da escrivaninha e a coruja se baixou, começando a beber sofregamente. Acariciei mais uma vez suas penas e me dirigi para a cama. Me sentei na borda e peguei no envelope. Rasguei e retirei um pergaminho dobrado. Me deitei de bruços na cama, ajeitando o vestido e desdobrei o pergaminho, começando a ler:
Lírio, Sempre que vejo você Meu coração bate mais depressa E em cada momento Cresce em mim uma certeza De que jamais tirarei você do meu coração. Em Hogwarts, Sinto vontade de te beijar Mas fico cheio de receio Que você me queira recusar O meu amor por você Faria até o mundo girar Pois mesmo que o sol deixasse de brilhar Por toda a vida eu iria te amar Te amo loucamente. Você é a minha razão de viver. Sem você, a vida não faria sentido. Você pode não ser minha., mas eu serei sempre seu. Me perdoa se o poema está horrível, pois eu não nasci para ser poeta. Espero que você entenda que ele transmite mais ou menos os meus verdadeiros sentimentos por você. Com amor me despeço. Sempre seu, James Potter P.S: Estou neste momento á porta de sua casa.
Ao acabar de ler o poema, percebi um sorriso em meu rosto. Uma sensação de felicidade inundou meu peito e, sem que pudesse conter, lágrimas começaram caindo por meu rosto, molhando o pergaminho. Me levantei da cama, pousando o conteúdo em cima do criado mudo e me olhei ao espelho. Meu cabelo estava impecável e arranjei meu vestido. Meus lábios estavam vermelhos e meus olhos brilhavam. Um trilho de lágrimas escorria por minhas bochechas e as limpei com a mão, mas elas continuaram descendo. Corri para a coruja e a acariciei em agradecimento. Ela piou em resposta, levantou voo e eu a vi desaparecendo pelo céu. Com uma sensação calorosa em meu peito, saí do quarto e descei rapidamente as escadas. Abri a porta da rua e, lá estava ele, o rapaz de seus sonhos. Nem em meus sonhos mais loucos, pensaria que ele teria coragem de me fazer essa surpresa. Tentei, durante muito tempo, negar o que sentia por ele, mas não resultou. Desde o início de meu sexto ano que sonhava com James, onde passeávamos por Hogsmeade de mãos dadas, tomávamos sorvete ou estudávamos juntos, embora achasse impossível que James Potter entrasse na biblioteca por vontade própria. Agora, frente a ele, sentia que...mais nada existia. Sorri timidamente para James e ele me sorriu de volta. Com o coração aos pulos, avancei para ele, reparando o quão belo ele estava. Vestia uma roupa trouxa, que lhe assentava muito bem e seu cabelo indomável lhe caía pelo rosto, lhe dando um ar sensual. Usava umas jeans azuis claras e uma camiseta branca, que moldavam seu corpo. Calçava umas sapatinhas vermelhas e reparei que ele estava bronzeado. Seus olhos amendoados me observavam demoradamente e eu o fitei com atenção. Percebendo que eu tinha visto seu olhar, seu rosto ruborizou ligeiramente e tocou em seus cabelos negros, os despenteando ainda mais. Senti seu olhar embaraçado sobre mim e sua boca se abriu para falar, mas me aproximei dele e disse, o interrompendo: -Eu também te amo. – E nossos lábios se tocaram.
POV JAMES POTTER
Andava nervosamente de um lado para o outro pelos jardins da família Evans. Minha coruja já tinha entrado pela casa de Lily, mas ainda não tinha tido notícias. Uma parte de mim desejava ter trazido minha capa da invisibilidade e entrar em casa dela, para saber o que estava acontecendo. Sabia que não era correto, mas estava ansioso. O sol batia em meu pescoço e sentia gotas de suor escorrendo por meu rosto. Estava um calor infernal. Observei as casas em volta, reparando nos jardins aparados e nas cores quentes das casas. Nunca tinha visto tanta limpeza em um só sítio. Normalmente, bruxos tem sempre um grupo de gnomos nos jardins, ou outro tipo de animais que fizesse barulho. Mas ali reinava o mais absoluto silêncio. Tinha as mãos nos bolsos, tentando controlar o tremor que me afligia e olhei minhas sapatinhas. Nunca tinha usado esse tipo de calçado, mas até era confortável. Um barulho me fez levantar o rosto e juro que tinha escutado movimentação dentro de casa, mas não tinha certeza. Suspirei e chutei uma pedrinha que estava na grama. Será que ela já tinha lido minha carta? Será que ela gostou do poema? Admito que sou péssimo a escrever no pergaminho o que sinto, mas foi de coração. Olhei para a janela aberta, desejando que Lily aparecesse, mas nada acontecia. Suspirei, pensando se ela estaria em casa. Se estivesse, ela já teria aparecido, certo? Limpei o suor que estava em minha testa e olhei para a janela, a tempo de ver minha coruja, Hermes, voando em alta velocidade pelo céu. Soltei um suspiro, aliviado por saber que Lily estava em casa. Agora restava saber se ele me receberia. Escutei barulhos dentro da casa e fiquei alerta. A porta da casa se abriu e minha ruivinha apareceu. Fitei-a, embabascado.
Ela usava um vestido vermelho, que moldava suas curvas. Seus lábios carnudos e vermelhos estavam entreabertos e observei, com espanto, a trança que lhe caia pelas costas. Nunca a tinha visto de tranças. Estava linda. Ela me sorriu e eu sorri de volta, aliviado. Percebi seus olhos brilhantes e lágrimas em suas bochechas. Eu tinha a feito chorar? Com receio de a ter machucado de alguma forma, abri a boca para me desculpar, mas ela se aproximou de mim e disse: -Eu também te amo. – Sem que eu pudesse falar, nossos lábios se tocaram. Fiquei sem reação por uns momentos. Meu corpo não reagia e meu cérebro gritava:“Lily está te beijando, cara. Ela está te beijando!”Eu não conseguia acreditar que finalmente estava sentindo os lábios de Lily sobre os meus, algo que desejei por anos. Lentamente, senti meu corpo reagindo e retribuí o beijo o mais apaixonadamente possível. Nossos lábios se tocavam como se tivesse nascido um para o outro. Uma mistura de sentimentos assolou meu peito e levantei uma mão, acariciando o rosto da garota que amava. Senti sua pele suave e, com o braço, rodeei sua cintura, a puxando para mim e aprofundei o beijo. Senti as mãos de Lily acariciando meus cabelos, me dando um prazer gostoso e colei meu corpo ao dela, sentindo o calor que emanava dele. Era uma sensação que nunca tinha sentido em toda a minha vida. Eu já tinha beijado metade da população feminina de Hogwarts e nunca tinha sentido nem metade do que estava sentindo com Lily. Cara, estava mesmo apaixonado. Ainda bem que segui meus impulsos que lhe escrever, senão não estaria tendo esse momento inesquecível. Nunca mais esquecerei os lábios suaves de Lily, seu gosto a morangos, sua pele branca e suave e seus cabelos ruivos que emanavam um delicado odor a lírios. Senti o ar faltando, mas não queria largar. Mas tinha que o fazer, se não quisesse meu lírio desmaiada em meus braços. Lentamente, nos afastamos e nos olhamos nos olhos. Me perdi em seus olhos esmeraldas, que brilhavam apaixonadamente em minha direção. Era estranho, mas muito bom, já que ela antes olhava sempre para mim com raiva e desprezo. Mas a culpa era minha, pois era um babaca idiota, que só queria a atenção dela e ela só estava com o seboso. Sorri e pensei: “ Minha ruivinha”.
Lily sorriu e eu fixei meu olhar em seus lábios. Ela tinha o sorriso mais belo de todos. Olhei para seus olhos e ela comentou: - Você tem razão. É um péssimo poeta. – Fiquei chocado. De todas as coisas que ela poderia ter dito, essa a ultima que esperava. Meu ego ficou destroçado. E eu que pensava que era perfeito em tudo o que fazia. Abri a boca para a contrariar, para dizer que tudo foi escrito do fundo do meu coração, mas ela me interrompeu, dizendo: - Mas um ótimo provocador. – Aproximou novamente seu rosto do meu o me beijou. Uma onda de prazer atravessou meu corpo e estava pronto para aprofundar o beijo, sentir seu gosto a morangos, quando Lily se afastou. Todo o prazer que estava tendo desapareceu e fitei minha ruivinha, querendo mais. Lily sorriu para mim, seus lábios completamente vermelhos, denunciando o que tínhamos feito e me perguntou: - Você quer entrar? – Fiquei espantado com seu pedido. Ela mordeu o lábio inferior, enquanto esperava pela resposta e eu não pude deixar de sorrir maliciosamente com sua reação. Estava desejoso por estar sozinho com ela, beijá-la sem pudor. Estávamos em um local sem privacidade nenhuma. Bastava um vizinho vir á janela e via logo o que estávamos fazendo. Olhei para ela o mais sedutoramente possível e respondi, com voz rouca: -Com certeza, Srª. Potter. – Vi o rosto de Lily ganhar uma coloração mais avermelhada do que já tinha, ficando igual a seus cabelos e me aproximei, sussurrando em seu ouvido: - Isso quer dizer que poderemos ir para um local mais…sossegado. – Ela me repreendeu com aquele olhar que conhecia tão bem e respondeu: - Vamos para a sala, Potter. - Fiquei um pouco desiludido com a resposta, mas meu sorriso não diminuiu, esperando ela continuar - Vamos conversar e, talvez, namorar um pouco. Lily pegou em minha mão e pensei, ao entrarmos em casa: “Que coisa fantástica. Quando eu contar aos Marotos, eles nem vão acreditar". Sirius iria ficar chocado por eu ter, finalmente, conseguido. De certeza que quereria provas de que eu beijei Lily. E Remus e Peter ficariam felizes por mim. Senti a porta fechando atrás de mim, mas meu olhar estava fixo na ruiva, que sorria para mim.
POV SEVERUS SNAPE
Saí de minha casa, deixando para trás os gritos de meus pais. As discussões deles estavam insuportáveis. Eles não conseguiam estar na presença um do outro sem começarem a gritar. Minha mãe estava sempre cansada de tentar arranjar dinheiro para nos sustentar e de limpar a casa, enquanto meu pai estava sempre em pubs bebendo até cair para o chão. Eu não aguentava mais estar na presença dos dois. Como ela podia permitir que ele a maltratasse, que a machucasse, quer física, quer mentalmente. Eu não entendia. Eu já tinha visto vários casais e sabia que aquilo não era amor. Passei pelo parquinho onde eu e Lily brincávamos e fitei os baloiços vazios. Eu me arrependia tanto de lhe ter chamado de sangue ruim. Não foi minha intenção. A culpa era do maldito Potter e de seu grupo de de arruaceiros. Suspirei, desviando o olhar do parquinho. Precisava do perdão de Lily, precisava de sua amizade de volta. Lily era o que precisava para me sentir bem. Caminhei até sua casa, o suor escorrendo por meu corpo, meus cabelos colados em meu rosto, me incomodando. Estava um sol quente, mas nada me impediria de ir ter com Lily. Precisava de me desculpar, mais uma vez.
Entrei no bairro e caminhei pela rua deserta. Reparei que estava uma pessoa no jardim de Lily e percebi, com raiva, que era Potter. O que ele estaria fazendo ali? Sem que ele percebesse minha presença, corri até a uma árvore e me escondi por detrás dela. Vi a porta da casa se abrindo e Lily, mais bela que nunca, aparecendo. Ela olhou para Potter de um jeito carinhoso, que me fez tremer de indignação e, antes que eu pudesse pensar no que ela iria fazer, ela falou algo ininteligível e o beijou. Uma dor profunda rasgou meu peito e agarrei com força o tronco da árvore. Meus olhos não conseguiam deixar as figuras de Potter e Lily, que se beijavam. Uma mistura de sentimentos dolorosos me atingiu e percebi lágrimas de dor escorrendo por meu rosto. Mordi o lábio com força, tentando não demonstrar o que estava sentindo, mas não conseguia. Ela estava beijando Potter. Ela gostava de Potter. Soltei um soluço e me afastei do tronco, pensando: " A perdi para sempre."
Jurei a mim mesmo que nunca mais me apaixonaria outra vez. Não queria sofrer novamente. Lily tinha sido a pessoa mais importante que tinha conhecido e a tinha perdido por um erro. Um maldito erro. Ao voltar para trás, soube que Lily nunca mais me iria perdoar. E eu também não.
Fim