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Nota da Autora: Minha primeira fic com esse casal. Espero que gostem. Reviews com vossas apreciações serão bem-vindos.
Estava uma bela noite de primavera. A lua, cheia sobre o céu negro, brilhava intensamente, rodeada de pequenos pontos luminosos. Um vento suave sacudia as folhas das árvores, as baloiçando lentamente e se ouvia ao longe o piar de uma coruja.
Scott se encontrava em um terreno aberto, perto da floresta, acompanhado por um grupo de lobisomens. Á sua frente estava um grupo de caçadores armados, prontos para lutar. A seu lado, Derek, o alfa, estava com as garras de fora e seu rosto marcado com uma expressão de determinação. Seus olhos estavam vermelhos e brilhavam intensamente com o luar. Scott conseguia sentir o ódio que emanava dentro dele. Olhou por cima do ombro e olhou para cada um de seus companheiros. Expressões como raiva, determinação, ódio, dor, medo, estavam desenhadas em cada rosto.
Alguns daqueles lobisomens só tinham sido mordidos há dias. E agora iam perder a vida em uma luta que, em sua opinião, podia ser evitada.
Fechou os olhos, tentando não pensar na carnifaria que se seguiria e se virou para a frente. Abriu os olhos e, mesmo com a fraca iluminação da lua, conseguiu enxergar Allison no outro lado do campo, vestida de negro, no meio de seu pai e de seu avô Gerard. Seu coração falhou uma batida, antes de continuar batendo normalmente. Ele não queria que ela estivesse ali, que corresse perigo de vida. Ele só queria que ela ficasse bem. Allison olhou para ele, balançou ligeiramente a cabeça para a frente, enquanto colocava a mão no peito, perto do coração como se dissesse: “Espero que me perdoe pelo que vou fazer. Eu te amo.”
O silêncio reinava no local, só entrecortado pelas respirações de cada um. Todos estavam atentos para ver quem iria dar o primeiro passo. No silêncio da noite, se escutou o som de um tiro e um lobisomem caiu no chão, se contorcendo de dores, antes de parar de se mover definitivamente. O cheiro do sangue inebriou seus sentidos e Scott tentou arranjar forças para não sucumbir ao desejo de se aproximar do outro. Derek deu um passo em frente, com uma expressão de ódio no rosto. Seus companheiros estavam em choque, observando o corpo inerte do jovem lobisomem. Scott olhou para os caçadores, tentando perceber quem tinha sido o autor do disparo e percebeu que tinha sido o avô de Allison. Sua namorada olhava para seu avô, horrorizada, e gritou, chocada:
– O que o senhor fez? – Gerard olhou diretamente para Scott e disse, em alto e bom som, para todos ouvirem:
– A guerra tinha de começar. – Os lobisomens, sem aviso, começaram a correr, enquanto rosnavam, acompanhados pelos caçadores. Scott, instintivamente, correu para Allison. Tinha de a proteger. Allison empunhava o arco e disparava setas para todos os lados com tanta rapidez que ele, se não fosse lobisomem, mal as veria.
Várias balas de aracte eram disparadas em sua direção. Ele se esquivava rapidamente de todas mas, em seu lugar, vários lobisomens eram atingidos e caíam no chão, uivando de dor. Um lobisomem ruivo se atirou contra um caçador e rasgou sua garganta com os dentes, o matando. O caçador caiu com um baque surdo no chão, seus olhos esbugalhados pelo medo que tinha sentido. Quatro caçadores correram para o lobisomem e, quando ele tentava fugir, um caçador disparou, o ferindo. Scott foi empurrado por um lobisomem loiro, que se dirigia para Allison. Allison se virou e o lobisomem saltou para cima dela, mas ela conseguiu se desviar para o lado. Gerard correu para a neta, mas um lobisomem de cabelo negro se atirou contra ele, o ferindo violentamente com as garras. Gerard caiu com baque surdo no chão, sem vida, o sangue saindo em jorros por seu pescoço.
– NÃO! – Gritou Allison, olhando para o corpo sem vida do avô, seus olhos cheios de lágrimas. Olhou novamente para o lobisomem loiro, que sorriu maliciosamente para ela e abriu a boca, mostrando suas presas afiadas. Scott correu para o lobisomem e saltou para cima dele. O afastando de sua namorada, começaram a lutar violentamente. O lobisomem empurrou Scott com brutalidade, o fazendo cair ao chão. Se colocando em cima dele, o lobisomem ergueu a mão, mostrando umas garras afiadas e, quando o ia atacar, uma seta atingiu seu coração. O lobisomem soltou um uivo cheio de dor e sofrimento antes de cair inerte em cima dele. Scott empurrou o corpo sem vida para o lado e se levantou, ficando frente a frente com Allison.
Mais de metade dos lobisomens e dos caçadores estavam mortos. A lua, pálida sobre o céu, iluminava o sangue que manchava o chão do local. Scott olhou para a bochecha de Allison e reparou que estava manchada com o sangue dela. Se aproximou de sua namorada e lambeu o sangue em seu rosto, a beijando de seguida nos lábios. Allison se agarrou a ele com desespero e retribuiu o beijo. O campo ficou em silêncio. A lua começou a iluminar o corpo de Scott e seus olhos perderam o brilho característico de lobisomem, suas garras encolheram e os pelos de seu rosto desapareceram. Uma caçadora, a mais velha do grupo, que tinha cabelo grisalho e rugas em seu rosto disse, com uma expressão séria:
– Parece que a lenda era verdadeira.
– Que lenda? – Questionou, confuso, o pai de Allison. A mulher, sem deixar de olhar para o casal, respondeu:
– Há uma lenda que conta que, quando um lobisomem bebe o sangue da pessoa que ama, volta a ser humano. – Todos observaram a mulher, em choque, incluindo Scott. Allison começou a chorar, emocionada e disse:
– Você já não é um lobisomem. – Scott sorriu e beijou sua namorada com todo o amor que sentia por ela. Se afastaram e ele disse:
– Eu te amo. E não te quero perder nunca mais. – Allison o olhou nos olhos e mordeu o lábio inferior. Hesitante, disse:
– Eu…estou grávida. – Scott ficou em choque. E não foi o único. O pai de Allison também. Scott balbuciou:
– Eu…eu vou ser pai? – Allison acenou afirmativamente com a cabeça, com um sorriso tímido no rosto. Scott sorriu, emocionado e disse:
– Então…vamos nos casar, já que não sou um lobisomem… - Levantou o olhar e olhou para o pai de Allison. Percebeu, desconfiado, que ele estava calmo demais para seu gosto.
– Scott. – Allison apertou sua mão, atraindo sua atenção e o pai dela disse:
– Nestas circunstâncias é melhor não deixar a minha filha ansiosa, por isso, bem-vindo á família Argent, Scott McCall. – E olhando para a caçadora mais velha, perguntou:
– Sybill, o bebê…pode ter as características do pai? – A mulher deu um pequeno sorriso antes de responder:
– Se o pai tivesse nascido lobisomem, sim. Mas como não é esse o caso, o bebê nascerá humano.
Allison beijou Scott, feliz. E Scott retribuiu o abraço, mais calmo, pois sabia que ninguém os iria incomodar. Nunca mais.
Fim