O Beijo - Snamione (completa)

Tempo estimado de leitura: 8 minutos

    12
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Capítulo único

    Heterossexualidade

    Nota da Autora: Esta é a minha primeira fic SS/HG. Depois de a encontrar escondida no meu computador, finalmente decidi publicá-la. Espero que as pessoas gostem de a ler.

    Estava uma bela noite de primavera e Snape caminhava pelos corredores vazios de Hogwarts, realizando sua ronda noturna, como fazia todas as noites. Seus pensamentos estavam longe, na guerra que tinha acontecido, nos assassinatos que tinha assistido sem poder evitar, na ultima batalha entre Potter e o Lord das Trevas, na mordida que tinha recebido de Nagini e as visitas do Trio de Ouro a St. Mungus. Ele, que sempre pensava que morreria no final, achava inusitada essa nova vida, sem Lord das Trevas, sem vida dupla, sem espionar. Há mais de vinte anos que não sabia o que era ter paz. No tribunal, ele só tinha sido inocentado devido ao depoimento de Potter e de suas memórias. Tinha sido humilhante para ele ver suas memórias sendo mostradas para toda a Suprema Corte dos Bruxos mas, de acordo com Minerva, era a única forma de sair em liberdade. Depois de ser declarado inocente, Minerva lhe pediu para voltar a ensinar em Hogwarts. Ele tinha aceitado, mas disse que o que queria ensinar era Poções, não DCAT. Embora admirada com seu pedido, a Diretora aceitou.

    Sempre que ele andava na rua, as pessoas paravam para o encarar e conversar em surdina. Embora ele detestasse essa atenção, os entendia. Depois da reportagem no “Profeta Diário” de Rita Skeeter sobre sua vida pessoal, tinha sido bombardeado com cartas lhe perguntando se era verdade, como ele se encontrava e outras com conteúdo mais íntimo. Tinha rasgado todas e queimado na lareira.

    Suspirou e observou os retratos dormindo calmamente em suas molduras. Inconscientemente, tocou em seu pescoço, onde se encontrava a mordida, envolvida por uma bandagem. Ainda se lembrava da dor que tinha sentido ao ser mordido pela maldita cobra. Mas o pior de tudo tinha sido o veneno, que tinha entrado em seus vasos sanguíneos, lhe dando uma sensação de queimadura intensa. Ainda se admirava como tinha sobrevivido a um veneno mortífero.

    Se apercebendo do que tinha feito, baixou o braço e ouviu o relógio da escola dando as badaladas. Contou em surdina e percebeu que era meia noite. Entrou no corredor do quarto andar e ouviu um choro feminino, ligeiramente abafado. Retirou a varinha de suas vestes e realizou um feitiço não-verbal. Da ponta de sua varinha surgiu um feixe de luz, que iluminou todo o corredor. Avançou sem fazer barulho até á origem do som. Virou o corredor e viu uma aluna, sentada no chão, com a cabeça no meio das pernas. Reconheceu Granger de imediato. Se aproximou devagar da aluna e lhe tocou delicadamente no ombro. Hermione estremeceu de susto e ergueu o rosto. Vendo o professor de Poções á sua frente, empalideceu. Snape, vendo as lágrimas que caiam por seu rosto, colocou a mão dentro das vestes e retirou um lenço de pano branco, lhe entregando. Hermione pegou no lenço com as mãos tremendo e limpou suas lágrimas. Se levantou e disse, com vos fraca:

    – Obrigada, professor Snape. – Snape fitou a aluna e questionou:

    – O que está fazendo aqui, Srta. Granger? – Hermione hesitou e respondeu, olhando os olhos negros do professor:

    – Estava…passeando. Não conseguia dormir…. – Suspirou e parou de falar. Snape compreendeu sua hesitação. Tal como ele, Hermione tinha pesadelos com a guerra. Respirou fundo e falou:

    – Granger, vá á cozinha tomar um copo de leite quente. Lhe fará bem. – Hermione suspirou novamente e entregou o lenço a Snape. Deu meia volta e estava se indo embora quando o professor falou, com frieza:

    – E cinco pontos a menos para os Gryffindor. – A aluna se virou para o professor e, lentamente, lágrimas começaram a cair por seu rosto. Hermione começou a soluçar e desviou o olhar, fazendo Snape se xingar mentalmente. O professor se aproximou da morena, hesitou, mas ergueu seus braços. Lentamente, a puxou para si e a abraçou com o máximo de cuidado que conseguiu. Hermione se agarrou ao professor e pousou seu rosto no peito dele, cheirando seu perfume. Percebeu que era de ervas aromáticas. Suspirou e, aos poucos, se acalmou. Ficaram assim por alguns momentos, até Hermione se sentir melhor. A aluna se afastou de Snape e ambos se olharam nos olhos. Os olhos castanhos de Hermione estavam vermelhos e os negros de Snape tinham um ligeiro brilho. Lentamente, se começaram a aproximar, sentindo suas respirações descompassadas e seus lábios se tocaram de leve. O beijo foi tímido inicialmente, mas depois começou a ser mais ousado. Snape, passados uns longos momentos, se afastou de Hermione e sussurrou:

    – Me perdoe, Srta. Granger. – Hermione sorriu timidamente e respondeu:

    – Não se preocupe, professor Snape. Aliás, eu estava ansiosa por esse beijo. – Snape deu um pequeno sorriso com a resposta, mas logo ficou sério e disse:

    – Mas não podemos. – Hermione acenou afirmativamente com a cabeça e falou, com tristeza:

    – Então vamos fingir que nada se passou? – Snape acenou afirmativamente com a cabeça e disse:

    – Foi um erro. – A aluna mordeu seu lábio e respondeu, sentindo seu coração ficando apertado:

    – Tudo bem! Até amanhã, professor Snape.

    – Até amanhã, Srta. Granger. – E se afastaram com seus corações aos pulos.

    OoOoO

    Snape e Hermione a partir desse dia se encontravam todas as noites. O professor ainda retirou alguns pontos, mas a morena lhe explicou que não conseguia dormir sem dar um pequeno passeio antes de dormir e o professor compreendeu. Por mais que eles tentassem, o beijo não saia dos pensamentos deles. No início, ambos tentavam negar seus sentimentos mas, percebendo que não podiam mais, começaram só a conversar, para se conhecerem melhor. O professor não conseguia deixar de pensar em Hermione. Em seus cabelos castanhos indomáveis e seus olhos doces, sempre ansiosos por conhecimento. Hermione também não conseguia deixar de pensar em Snape. Em sua voz suave e que lhe dava arrepios sempre que a ouvia e seus olhos negros, que agora tinham um brilho mais intenso.

    Os meses passaram rapidamente entre as aulas e as conversas á noite e, sem que eles se apercebessem, as provas tinham terminado e a formatura de Hermione tinha chegado. Todos seus colegas estavam eufóricos, menos a morena, que se sentia dividida entre a felicidade da formatura e Snape. Como seria depois de acabar a formatura? Snape iria ter um relacionamento com ela? Ela sabia que ele gostava dela, pelo modo como a olhava, mas podia estar errada. Ou será que ele a via só como uma amiga? Essas eram suas perguntas mais frequentes.

    Chegou a noite do baile e Hermione se arranjou com ajuda de Ginny e Luna. Quando as amigas a acabaram de arranjar, a morena foi ao espelho e reparou que usava um longo vestido verde-esmeralda e prateado, que se moldava perfeitamente em seu corpo, os cabelos estavam lisos e apanhados em um coque, que tinha algumas madeixas soltas, emoldurando seu rosto. Os sapatos eram prateados e sua maquilhagem era suave, fazendo sobressair seus olhos castanhos. Desceu as escadas do dormitório e se dirigiu para o Salão Principal. Quando lá chegou, viu que muita gente já estava dançando ao som das “Esquisitonas”. Pegou em um copo com suco de abóbora e bebeu, enquanto esperava por Severus. Harry se aproximou da amiga e perguntou, estendendo sua mão:

    – Hermione, quer dançar comigo? – Hermione sorriu tristemente e pousou o copo em cima da mesa. Preferia que fosse Snape lhe pedindo para dançar com ela.

    -Tá bom. – Respondeu, agarrando a mão de seu amigo e foram dançar. Snape chegou ao baile e ficou observando o ambiente. Viu Hermione dançando com Harry no meio da pista e reparou que ela se estava divertindo. Observando a garota, Snape sentia que só tinha uma chance para se declarar a ela. E tinha de ser no baile. Ron se aproximou de Harry e pediu para dançar com Hermione. Snape, se sentindo mal por ver a garota dançando com o ruivo, saiu do Salão. A morena se virou para a porta a tempo de ver Snape sair e disse, se soltando de Ron:

    – Ron, não me apetece dançar mais. Hum…me apetece dar um passeio sozinha no jardim. Se não se importa… - Ron a soltou, mal humorado e falou:

    – Aposto que você vai ter com o Seb… - Mas, vendo a expressão de raiva de Hermione, interrompeu o que estava dizendo. A morena saiu do Salão a correr, deixando o ruivo sozinho, e foi ao primeiro local que se lembrou: o corredor do quarto andar. Subiu as escadas a correr, ignorando os olhares dos retratos sobre ela e, quando lá chegou, viu Snape andando devagar.

    – Severus! – Exclamou Hermione, atraindo sua atenção. Snape parou de andar e se virou, espantado. A morena sorriu e avançou, ficando a dois passos de distância de Snape.

    – Hermione, o que você está fazendo aqui? - Hermione sorriu e disse:

    – Não sei se estarei sendo boba dizendo isso mas, eu te amo. - Snape deu mais um passo e a tomou nos seus braços. Aproximou seu rosto do dela e a beijou suavemente nos lábios. Hermione se entregava á paixão, sentia seu corpo o desejando cada vez mais e não conseguia resistir ao toque suave de suas mãos. Ficando sem ar, se afastaram e Snape disse:

    – Você já não é mais minha aluna a partir de hoje. – Hermione, percebendo o que Snape queria dizer, sorriu. Sem que a morena contasse, Snape agarrou sua mão e foram os dois correndo para o dormitório dele. Quando lá chegaram, ele acariciou seus cabelos e a beijou apaixonadamente, e ela correspondeu a esse beijo. Hermione abriu a boca e deixou a língua dele explorar sua boca, respondendo suavemente. Se separaram, ela acariciando a mão dele. Nenhum dos dois disse nada durante um tempo. Se deitaram na cama de Snape, e adormeceram, sem fazer mais nada, pois sabiam que teriam muitas noites para se amarem.

    FIM


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