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Tempo estimado de leitura: 5 minutos
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Nota da Autora: Os personagens, lugares e citações que forem reconhecidos como sendo da saga de Harry Potter são da prioridade de J. , Scholastic Books, Bloomsbury Publishing, Editora Rocco ou Warner Bros. Entertainment. Nenhum lucro foi auferido pela criação desta fic.
Os quatro fundadores de Hogwarts se encontravam na sala de reunião do castelo, sentados em volta de uma mesa redonda, conversando sobre assuntos da escola. Rowena, com seu porte delicado e seu diadema no topo dos cabelos negros, estava sentada ao lado de Godric, que tocava distraidamente no punho de sua espada e á frente de Salazar, ouvindo a opinião de cada um deles. Helga dava sua opinião sobre os alunos, enquanto olhava para Gryffindor. Slytherin estava de braços cruzados, seu medalhão com o “S” cravejado a diamantes em frente a seu peito, e com uma expressão de tédio no rosto. Helga parou de falar e Salazar exclamou, descruzando os braços e impulsionando o corpo para a frente:
-Eu me recuso a ter sangues-ruins em Hogwarts! Seria um desrespeito para com minha casa! - Godric se levantou da cadeira e exclamou, sua voz ecoando como um trovão:
-Slytherin! Todas as pessoas - sangues- ruins, como você diz, ou não! – merecem frequentar nossa escola! É um princípio de igualdade e de justiça! Não os podemos proibir!
Salazar se levantou, furioso, ao ouvir as palavras de Gryffindor e ficaram frente a frente, as feições de ambos estavam carregadas de raiva. As mulheres se levantaram, assustadas e Rowena exclamou, intervindo:
-Meus senhores! Não discutam, por favor! – E agarrou delicadamente o braço de Godric. Gryffindor olhou nos olhos de Ravenclaw e disse:
-Bonita Ravenclaw das Ravinas. – Virou o rosto e olhou para Helga, dizendo:
-Minha doce Helga. Peço perdão por meu comportamento. – Rowena olhou para Salazar e viu o ódio que era dirigido para eles. Estremeceu de medo e largou o braço de Godric.
-Senhoras, qual é vossa opinião? – Perguntou Salazar, friamente.
-Eu concordo com Godric! – Exclamou Helga, se colocando ao lado de Gryffindor. Rowena olhou para a amiga. Sabia que ela amava Godric e que faria tudo por ele. Todos olharam para Rowena. A bela mulher percebeu que o futuro da escola estava em suas mãos. Mas olhando para os olhos negros de Salazar, que a fitavam em expectativa, soube que, qual fosse sua resposta, Hogwarts nunca mais seria a mesma.
-Então, Lady Rowena? – Perguntou Godric – Qual é sua opinião?
Rowena fechou os olhos, avaliando seus sentimentos. Amava Godric e Helga como irmãos, mas Salazar era diferente. Sabia que, por Salazar, faria qualquer coisa. O amava pelo que era e não pelo que os outros falavam. Mas Hogwarts era sua vida. Seu nome iria ser lembrado por gerações. E ela achava errado que os de origem trouxa fossem proibidos de frequentar a escola, só por causa do seu sangue. Abriu os olhos e fitou Salazar. Respirou fundo e disse:
-Eu concordo com Godric. Os alunos não podem ser discriminados por seu estatuto de sangue. – Gryffindor sorriu e abraçou Helga, que sorria timidamente. Slytherin estava quieto e fitava Rowena impassivelmente. Ravenclaw empalideceu e falou:
-Salazar… - Mas foi interrompida por Salazar, que exclamou:
-Não fale nada! – Sua voz destilava o ódio que sentia naquele momento.
-Não fale assim com Lady Rowena! – Gritou Godric, largando Helga e abraçando protetoramente a amiga. As lágrimas caiam do rosto da mulher, fazendo com que ficasse ainda mais bela. Salazar fitou seus companheiros e exclamou de raiva:
-Seus bastardos! Vocês vão destruir Hogwarts! Vão revelar nosso segredo aos sangues-ruins!
-Nós vamos melhorar Hogwarts! – Gritou Godric.
-Minha casa nunca, mas nunca terá sangues-ruins! Entenderam? NUNCA! – Gritou Salazar e saiu da sala, sua capa esvoaçado ameaçadoramente atrás de si. Os três fundadores foram atrás dele, o tentando parar, mas sem sucesso. Salazar correu para seus aposentos, que eram nas masmorras e trancou a porta. Godric bateu na porta, a esmurrou, mas ela não cedeu. Pegou na varinha, que estava na manga das vestes, apontou para a fechadura e exclamou:
-Alohomorra! – O feitiço não funcionou. Rowena franziu o sobrolho, confusa e pensou: "Deve ser Artes das Trevas". A porta se abriu e Salazar saiu, empurrando Godric, que se desviou, surpreso. Slytherin levava nas mãos um pequeno baú nas mãos. Todos seus pertences estavam lá dentro, com um feitiço de encolhimento.
-Salazar! – Gritou Rowena, correndo atrás dele. Slytherin não parou de andar, seus passos firmes e decididos. O relógio da escola, que era um enorme sino, começou a tocar. Automaticamente, Rowena começou a contar em silêncio. Quando terminou, tinha contado doze badaladas. Era meia-noite. A mulher pensou nos estudantes dormindo em suas camas, sem imaginarem que a escola estava passando por uma crise. Levantou ligeiramente o vestido azul que trajava, apressando ainda mais o passo e alcançou Salazar. Agarrou seu braço, o virando para ela e fazendo com que seus corpos de tocassem. Suas respirações estavam ofegantes. Se olharam nos olhos e ela implorou:
-Salazar, por favor! Não vá! – Slytherin desviou seus olhos negros dos azuis da mulher e disse, com desprezo:
-Você sabem que eu não suporto sangues-ruins! E agora vocês querem…querem que eles frequentem nossa escola? Você podia ter evitado isso, Ravenclaw! – Rowena estremeceu, mas nada disse. Salazar estava furioso – Eu não aceito! Me recuso a aceitar! Vou embora para não ver a ruína de Hogwarts!
E começou a andar. Rowena caminhou ao lado dele, o tentando dissuadir dessa ideia, mas Salazar disse:
-Eu me vingarei, Ro! Não permitirei que sangues-ruins tomem Hogwarts! Eles não tem esse direito! – Rowena sorriu tristemente. Salazar lhe tinha chamado de "Ro", apelido carinhoso inventado pelo próprio.
-Salazar, por favor. – Pediu, com lágrimas nos olhos – Fique.
-Não, Ro. – Disse Salazar, olhando para os olhos de Rowena – Não posso.
Ergueu as mãos e limpou as lágrimas que caiam das faces da mulher, as pousando de seguida no rosto dela. Os olhos negros de Slytherin cruzaram os olhos azuis de Ravenclaw. Se afastaram e o homem começou a andar para fora dos terrenos de Hogwarts. As lágrimas voltaram a cair pelo rosto de Rowena. Salazar foi envolto pelas sombras e olhou uma ultima vez para a mulher, mas ela não viu. Suspirou e desaparatou. Rowena, ao ouvir o som da desaparatação, se ajoelhou na terra e começou a chorar copiosamente. Godric e Helga apareceram e se ajoelharam ao lado dela. Gryffindor perguntou:
-Onde está Salazar?
-E-ele se fo-foi. – Disse Rowena, entre soluços. Helga se ajoelhou na terra, abraçou a amiga delicadamente, tentando a confortar, e começou a chorar com ela. Godric abraçou as mulheres e olhou para a escuridão. Hogwarts nunca mais seria a mesma.
FIM