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Tempo estimado de leitura: 6 minutos
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Nota da Autora:
Oi! Minha primeira fic com esse casal. Espero que gostem. Ficarei ansiosa para saber vossas apreciações. Bjs
Uma boa leitura a todos ^^
OoOoO
"A música é uma das mais belas e puras formas de expressar o amor." ? S.L.
Narcissa se encontrava na espaçosa sala de música da Mansão Black, sentada em um confortável banco de veludo negro – feito especialmente para ela - e tocava, em seu piano, uma suave melodia. O piano era branco e muito antigo, com símbolos de runas de proteção em seu redor, que ela sabia que era de magia ancestral. Tinha sido oferecido por sua mãe, em seu décimo primeiro aniversário, depois de ter recebido a carta de Hogwarts. Tocava desde seus cinco anos, mas tinha sido sempre em um dos pianos de sua mãe. Ela o adorava e, sempre que regressava de férias, tocava uma de suas melodias.
Seus belos e longos cabelos loiros lhe caíam como cascatas em frente do rosto, lhe impossibilitando de ver as teclas, e parou por uns momentos de tocar. Pegou na fita azul marinho, que estava em seu pulso e os prendeu em um coque frouxo. Alisou seu vestido azul royal, com detalhes em prata, que lhe dava até ao joelho e ajeitou o discreto decote redondo, que mostrava parte de seus seios, mas nada de escandaloso.
Levantou o olhar para a janela aberta, onde os raios do sol quente de agosto entravam, juntamente com uma agradável brisa. Naquele momento, seu maior desejo era estar com seu noivo, Lucius, dando longos passeios pelo Beco Diagonal ou conversando sobre os preparativos para o casamento, que seria para breve. Estava ansiosa por se casar. Mas sabia que Lucius tinha tido uma longa missão para o Lord das Trevas, para expulsar os sangues-ruins do mundo mágico. Toda sua família era partidária, os puro sangues sentiam que, com a chegada dos muggles e seus apoiantes, a magia acabaria por sucumbir. E a magia fazia parte da vida de um bruxo. Narcissa também não queria seu sangue sendo misturado com essa gentinha, mas não era radical ao ponto de matar e torturar, como sua irmã Bella.
Por momentos, seus pensamentos foram para sua outra irmã, Andrômeda, que tinha fugido de casa para se casar com um nascido muggle. Sabia que nunca mais a veria, sua família nunca o permitiria. Ao pensar em sua irmã preferida, uma lágrima escapou de seus olhos e escorreu por sua bochecha. Assustada, limpou-a, não querendo que ninguém a visse chorando. Blacks não mostravam fraqueza. Respirou fundo e abanou a cabeça, voltando a pensar em seu noivo. Queria orgulhar sua família, depois do desgosto que tinham sofrido, ter filhos com seu amado e ter um nome respeitável. Com um sorriso sonhador, pousou seus delicados dedos nas teclas do piano e recomeçou a tocar.
Lucius aparatou em um beco vazio e avançou para a rua movimentada. Olhava com altivez para os Muggles, que andavam atarefados com suas vidas. Ainda não entendia porque Cygnus e Druella não regressavam para o mundo mágico. Eles eram sangues puro, nada lhes iria acontecer. Avançou em direção à Mansão e bateu à porta. O elfo da família a abriu e, ao vê-lo, fez uma vênia, enquanto o deixava entrar. Malfoy olhou para a criatura com desdenho, criaturas desprezíveis era sua opinião. Perguntou ao elfo, enquanto o via fechar a porta:
– Onde se encontra sua ama Narcissa? – O elfo respondeu:
– A menina Narcissa está na sala de música, Sr. Malfoy. – Lucius, sem mais demora, subiu as escadas. Percebeu que não estava mais ninguém na casa. A Srª Black adorava bajulá-lo e o Sr. Black preferia falar de negócios, como o casamento de sua filha mais nova. O motivo de sua visita era ver sua noiva e levá-la a um restaurante que tinha aberto no Beco Diagon-Al mas, ao ouvi-la tocar, se esqueceu de seu objetvo.
Parou em frente à porta e, tentando não fazer barulho, entreabriu-a e viu Narcissa em frente do piano, tocando uma melodiosa música. Por momentos, imaginou-a tocando para o filho que iriam ter e ficou satisfeito. Observou como os cabelos estavam presos em um coque, deixando à mostra seus delicados ombros. Viu como sua noiva tocava com paixão. Cada tecla tocada lhe transmitia uma sensação de paz – algo que não sentia há algum tempo - , sabendo que poderia passar todo o tempo o mundo a ouvindo e que nunca se cansaria.
Narcissa observava seu caderno de pautas que estava à sua frente quando, repentinamente, se sentiu observada. Tentou ignorar essa sensação desagradável, mas não desaparecia. Se sentindo incomodada, parou de tocar e se virou. Olhou para a porta, vendo que seu noivo a observava. Tentando não ruborizar com o olhar dele sobre si e perguntou, com um tom de curiosidade em sua voz:
– Lucius, o que está fazendo aqui? Não me recordo de a gente ter combinado um encontro. – Malfoy, percebendo que tinha sido descoberto, se endireitou e abriu a porta, entrando na sala. Deixou-a aberta, sabendo que, se os pais de Narcissa os encontrassem ali, sozinhos, poderiam pensar no pior e acelerar o casamento. Não que ele se importasse, mas sua noiva poderia ficar magoada, pois ela gostava de tudo na perfeição.
Mesmo com seu porte altivo, ela percebeu seu súbito nervosismo – que ela achava encantador, mas não admitiria em voz alta - e o ouviu balbuciar:
– Eu…estava a ouvindo tocar. – Narcissa arqueou elegantemente uma de suas sobrancelhas e ele continuou – Eu adoro ouvi-la Cissa. - E elogiou - Você toca maravilhosamente bem.
A Srta. Black sorriu, sabendo que seu noivo estava sendo sincero. Se levantou e se aproximou de seu noivo.
– Sempre que quiser, pode vir me escutar. - Convidou - Mas não atrás da porta.
Lucius observou sua noiva, envergonhado, e ela sorriu. Era raro ver Lucius Malfoy, um homem frio e calculista, vexado. Ela era a única que o conseguia colocar naquele estado.
Lentamente, ergueu a mão e, sob o olhar atento dele, acariciou seu rosto. Lucius se aproximou mais dela, suas mãos tocando no rosto suave, trazendo seus lábios para os dela, e beijando-a com delicadeza. Narcissa sentiu seu corpo tremendo de desejo e fechou os olhos. Era uma sensação maravilhosa estar nos braços do homem que amava. Sentia que ele a abraçava delicadamente e aprofundava o beijo. Pousou as mãos nos cabelos sedosos de seu noivo e os acariciou. Nenhum dos dois soube quanto tempo ficaram se beijando, sentindo o toque um do outro, mas sentiam que podiam ficar assim o resto de suas vidas. Quando o ar escasseou e se afastaram, se olharam nos olhos. Lucius sorriu ao ver os lábios vermelhos e inchados de sua amada. O rosto, normalmente pálido, estava ruborizado e os olhos azuis brilhavam em sua direção. Se afastando um pouco, quebrando aquele momento mágico - na opinião de Narcissa - pediu:
– Toque para mim. – Narcissa pegou na mão de seu noivo e o fez se sentar em um sofá, ao seu lado. Se sentou, ajeitou o vestido e passou algumas páginas da pauta, procurando uma canção. Olhou uns momentos para Lucius, que a observa sem nenhuma emoção no rosto, pousou as mãos nas teclas e começou a tocar uma música suave.
Com o sol tocando em seus cabelos loiros, Narcissa parecia uma deusa.
E Lucius sabia que Narcissa era sua deusa da música.
FIM