ANUON 9999

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    Capítulo 55

    O que é mais importante?

    Violência

    O grupo de amigos terão que enfrentar um dilema agora.

    Os últimos acontecimentos na escola foram bem descontrolados. Se bem dizer, não não somente isso, envolvendo agora toda a cidade. O ataque dos animais e agora esse evento na escola de Ethan. Lupa deu evidentes sinais que nunca desistiu do jovem, o beijando novamente. Porém dessa vez os dois foram vídeos por Kaede, que não acreditava no que estava acontecendo naquele instante. Pasma e impressionada, logo tomou coragem e disse, furiosa:

    — ETHAN, SEU IDIOTA! O QUE ESTÁ FAZENDO?!

    Ele imediatamente se afasta de Lupa e diz, desesperado:

    — Ka-kaede?! Olha, não é o que...

    — CALA A BOCA! 

    — Kaede, me deixa expl...

    — EXPLICAR? VOCÊ QUER EXPLICAR?! Seu miserável! Passamos por muitos problemas, quase morremos para essa anormal assassina aí e agora... Você aceitando os beijos dessa víbora... VAI SE FERRAR, ETHAN! VOCÊ NÃO TEM MORAL PRA EXPLICAR P*RRA NENHUMA!

    — Kaede, isso foi um acidente! Foi ela que me...

    — NÃO DIGA MAIS NADA, ETHAN! Me diz... Faz quanto tempo... Desde que chegamos? Hoje? Ou desde o início? Idiota... EU SEI QUE GOSTA DISSO! VOCÊ NÃO PASSA DE UM PERVERTIDO! VOCÊ ME ENOJA!

    — Mas Kaede...

    — CALE-SE ETHAN! Eu já te disse... VOCÊ NÃO TEM MORAL! ACABOU! TUDO! 

    Kaede, depois de sua explosão de fúria, dá as costas a Ethan indo em direção para a porta, querendo sair daquela sala. Ethan porém a impede, segurando seu braço. O jovem diz:

    — Kaede, espere! Eu queria que...

    Mas Kaede lhe aplica um golpe, puxando-o pelo braço, fazendo com que seja jogado ao chão. Kaede, lhe aplicando uma chave, diz:

    — Escute bem, seu desgraçado: nunca mais encoste em mim novamente. Eu juro, Ethan... Eu não sei o que poderia fazer com você...

    — Kaede, meu braço... Está machucando! Solte-me! - Disse, com Kaede quase torcendo seu braço totalmente.

    — Não sabe a dor que estou sentindo agora. Lhe garanto que é pior do que a dor da quebra de seu braço...

    — Você... Kaede, não faça isso... Não, por favor...

    — Faltou pouco pra fazer isso, seu degenerado... Então escute bem... Eu nunca mais quero falar com você, Ethan. Não estou só decepcionada com você... Estou enojada - Disse, o soltando.

    — Kaede...

     - Vai, volta pra sua Anis loba aí e sejam felizes... Mas te aviso uma coisa: se você ficar no lado dela, já sabe com quem terá de lutar daqui pra frente. Então treine, fique forte... Porque quando a gente se encontrar no campo de batalha, eu vou com tudo contra você. Sem pena. Sem misericórdia. Sem peso nenhum na minha consciência... eu vou te destruir.

    — Kaede, não faça...

    E assim que o soltou e terminou de falar, Kaede deixou a sala. Lupa somente observava o ocorrido. A Anis então se aproxima de Ethan e tenta o ajudar a se levantar.

    — Venha Ethan... eu lhe...

    Porém ela não esperava que Ethan fosse estapear sua mão, evitando que se aproximasse. O jovem, irritado, diz:

    — ME SOLTE, LUPA! NÃO TE DEI TANTA LIBERDADE ASSIM! OLHA O QUE VOCÊ FEZ!

    — Ethan...mas ontem...

    — VOCÊ ESTÁ COMEÇANDO DO JEITO ERRADO! NÃO VAI CONSEGUIR MINHA CONFIANÇA ME BEIJANDO! QUAL É A SUA?

    — Ethan...

    — Eu não quero falar com você... Nós somos inimigos! Eu não vou ser seu, entendeu?

    — Ethan... Eu... Eu não entendo... Estou te dando amor... Não é isso que você humanos fazem pra demonstrar afeto?

    Ethan, se levantando, se dirigiu a porta, dizendo:

    — Você não sabe o que é ser humano... e pelo visto nunca saberá enquanto for assim... Estou indo nessa, Lupa. Minha aula vai começar...

    Após ouvir as palavras do jovem, a bela Anis ficou calada, tentando entender o que estava acontecendo. Lupa não tinha ideia do peso de suas atitudes. Ainda atônita, foi atrás de Ethan em direção a sala de aula. Chegando um pouco atrasados, logo os demais alunos começam a comentar uns com os outros sobre a entrada dos dois. Ryoga, vendo seu amigo se sentar, vai até ele e diz:

    — Cara, que negócio é esse de você entrar junto com a loba? O que foi?

    — Ryoga, escuta... não estou com cabeça pra conversar agora, tudo bem? Depois da aula a gente se fala.

    — Tá estranho isso mas tudo bem. Kaede também estava de cara amarrada quando passou pelo corredor... Aconteceu alguma coisa, eu tô sentindo...

    A aula transcorreu sem problemas, apesar de tudo que aconteceu. Durante esse tempo nem Ethan e tampouco Lupa não se falaram e nem trocaram olhares. E assim se fez até o fim do primeiro período de estudos

    E durante o intervalo...

    Dessa vez a reunião de amigos não se realizou, o que fez com que Ryoga fosse logo ao encontro de Ethan. Ele o chama para um lugar vazio e reservado e diz:

    — Cara, agora que você tá de cabeça fria, me diga o que aconteceu. A Kaede tá boladona também...

    — Tss... Ryoga, tudo está dando errado agora.

    — Como assim?

    — A Lupa ontem me seguiu para pedir uma segunda chance e eu a dei...

    — Putz... mas tu é um passa pano mesmo... E aí? 

    — Aí que ela me... beijou.

    — CARACA, MALUCO! Tu é Zé p*rra loca mesmo, hein... Ethan, isso que... - Tentou dizer, sendo interrompido.

    — Antes fosse só isso, Ryoga. Hoje na escola aconteceu algo horrível...

    — O que?

    —Lupa me beijou novamente de surpresa, as escondidas.

    — Caraca... se fosse em outros tempos, diria que você é um cara de sorte... Mas isso é assédio, cara. É muito errado...

    — Falou bem... sou um amaldiçoado, isso sim.

    — Porque?

    — Enquanto ela me beijava, Kaede entrou na sala e viu tudo!

    — "JOSELITOU" SEM NOÇÃO, HEIN! CARACA! Agora sei porque Kaede tava de cara emburrada que mais parecia o Akuma com prisão de ventre!

    — A coisa é mais séria do que pensa, Ryoga. Tentei segurar Kaede antes que saísse sem nem ouvir e ela quase quebrou meu braço.

    — Mas também... teve muitos motivos pra fazer isso!

    — Eu sei mas...

    — Hã?

    — Kaede falou de um jeito estranho. Parecia fora de si. Ela realmente estava disposta a quebrar meu braço.

    — Pô, tu quer o que também? Tu não se ajuda, cara! Tu sabe que a Lupa tá de treta com a gente e dá essa liberdade pra ela... 

    — É uma droga mesmo tudo isso...

    — Depois você fala com ela, Ethan. Falando bem sério, tu e ela tem que colocar as cartas na mesa e ela tem que ter ouvir.

    — Dificilmente ela me dará uma chance. Ela falou que nunca mais irá falar comigo.

    — Ih, cara... Parece sério a parada mesmo.

    — Tss... Son, Piece 1 e agora isso... Essa situação está uma droga e ainda pode piorar.

    — Ao menos tu não é mais BV, Veja o lado bom.

    — Não tem graça, Ryoga.

    — Desculpa aí, cara. Foi mal...

    Acabado o intervalo, os alunos se dirigem a suas salas rapidamente. Embora o clima estivesse tenso lista Ethan, a aula correu normalmente.

    Horas depois...

    Ao fim da aula, com os alunos aindo, Ethan arruma seus materiais. Lupa, ao vê-lo, se aproxima e diz:

    — Tudo bem com você... Ethan?

    — Lupa, amanhã nos falamos. Não tenho cabeça pra conversar com você agora. Aliás, acho que é melhor até você evitar...

    — Porque?

    —Porque estou muito irritado e vou acabar falando besteira... Então, até amanhã.

    — Tudo bem... então... Até amanhã...

    Minutos depois...

    Ethan e Ryoga caminhavam juntos na volta para suas casas. E dessa vez sem Kaede, que Ryoga logo explicou:

    — Ethan, a besteira que tu fez foi sinistra mesmo. Kaede até saiu logo da escola...

    — Nem me diga essas coisas... Já estou estressado demais pra ficar pensando nela...

    — Tá então... Vou nessa, até amanhã. E tira esse pé da jaca...

    — Até amanhã.

    E Ryoga, virando-se, diz:

    — E cara... desencana, tudo bem?

    — Valeu, Ryoga... Vou tentar...

    Ethan em seguida entrou em sua casa. Lá, encontrou seus pais jantando. Porém o jovem não pôde evitar que seu pai reparasse em seu astral, estampado em seu rosto.

    — Filhão, o que foi? Porque essa cara?

    — Não se mete nisso, pai.

    — Ei! Olha a mal criação, hein! Estou falando direito com você e estou preocupado.

    — Desculpa pai. Tive um dia cheio hoje na escola...

    E sua mãe, o abraçando, diz:

    — Vá tomar um banho. Tente relaxar. Amanhã melhora...

    — Tomara, mãe... Eu vou fazer isso mesmo...

    Após o banho...

    Entrando em seu quarto e se deitando a cama preocupado, Ethan sequer cumprimentou Anuon e Fhor. Ambos os felinos se preocuparam com seu comportamento. Logo o felino elétrico diz:

    — O que foi, humano?

    — Tudo dando errado na minha vida. Só isso.

    — Mas o que aconteceu para ficar desta forma? - Perguntou Anuon 

    — Kaede e eu brigamos. E parece sério...

    — O que houve entre vocês?

    — Não irão gostar no que irão ouvir...

    — Ethan, diga-nos!

    — Tudo bem, só não me machuquem também...

    Com Anuon e Fhor preocupados, Ethan lhes contou toda a história. E pra variar, Anuon não gostou no que ouviu:

    — VOCÊ É UM IRRESPONSÁVEL! AGORA SABEMOS O PORQUE DA FÚRIA DE KAEDE!

    — Humano, por acaso é um traidor? Lupa tentou matá-los! Só isso já seria o suficiente pra que evitasse qualquer contato dessa natureza... Você é uma vergonha para sua raça!

    — Falem baixo, por favor! Meus pais podem ouvir nossa conversa! - Disse Ethan, cabisbaixo.

    — Depois desta sua traição deveríamos nos revelar a seus genitores. Eles deveriam saber de tudo isso!

    — Mas porque faria isso, Anuon?

    — Para sentir na pele como é ruim ser traído!

    Ethan volta a deitar na cama e coloca o travesseiro sobre seu rosto. Parecia estar envergonhado por tudo que havia acontecido. Anuon se aproxima de Ethan, que vira-se para o outro lado. Mesmo ela insistindo, o jovem diz:

    — Anuon, não quero mais falar. Deixe-me sofrer sozinho.

    — Humano, esse não é você. Vai, levante-se!

    — Sim mas... agora percebo que fiz tudo errado e nada posso fazer para consertar as coisas.

    Subindo num móvel ao lado da cama de Ethan, Fhor pediu a palavra:

    — Humano, tenho coisas a lhe dizer. E espero que me dê atenção.

    — Tudo bem, diga então.

    — Conheci um Anis misterioso chamado Moonsand.

    — O que? Mas... Como assim misterioso? - Disse, se virando.

    — Ele estava junto a uma humana chamada Diana, que é cega. Ele está aqui para exterminar os Anis corruptos.

    — Exterminar? Mas... Vocês já o deveriam conhecer. Impossível não terem contato...

    — Não. Estava em uma zona diferenta da nossa naquele centro. Aquele lugar pútrido era enorme...

    — E o que ele quer? 

    — Este lobo lutou contra Spin e quase a venceu. Mas mesmo sua força sendo descomunal, Spin conseguiu fugir...

    — Hm... E onde eu entro nisso? Se ele está agindo sozinho, deixa ele...

    — Ethan, porque está se comportando como um um imaturo? - Perguntou Anuon.

    — Sabe, desmotivei disso tudo agora. Tss... sempre quando me esforço fazendo as coisas certas parece que o mundo acaba caindo sobre mim de qualquer jeito. Por mais que faça a minha parte, tudo sai errado.

    E Fhor, um pouco irritado, diz:

    — Vem dizer isso a nós? Estamos aqui por sua causa! Se não tivesse nos mostrado a verdade, estaria morto agora!

    — É disso que estou falando. Eu não morri naquele dia, mas nos dias seguintes estava perto disso. E acredito que vai piorar mais ainda...

    — Ethan... está pensando em desistir de tudo? - Disse Anuon, num tom mais sério.

    — Sabe Anuon... Agora que falou nisso...

    — HUMANO, NÃO OUSE EM FALAR! NÃO SUPORTARIA OUVIR ISSO! Grr... Discurso de perdedor... Fugindo dos próprios problemas...

    Ao ouvir o que o felino disse, Ethan se sentou a cama e, olhando para Thor, diz:

    — Você é meu amigo?

    — Hã? Por está perguntando isso?

    — Você sempre foi discreto pelo que sentia por mim... Pergunto outra vez: é meu amigo ou não?

    — Humano... eu sou. Posso estar me expondo ao dizer isso, mas eu me importo com sua segurança.

    — Fhor... 

    — Dói-me vê-lo desta forma e ouvir suas palavras de culpa. Desde a primeira vez que nos vimos já havia percebido que sua pessoa não era um simples humano, os quais estávamos acostumados a lutar. Seu sacrifício por Anuon me fez ver que nada do que fiz até hoje se compara com o que você fez sem ter poder algum! Apesar de termos esses dons, você tem algo que nenhum de nós teremos...

    — O que?

    — Humanidade! Essas emoções que os humanos sentem uns pelos outros sempre os deixam mais fortes. Essa união faz a diferença em uma situação adversa. Se existe uma vantagem gigantesca que vocês tem é essa humanidade. Esse poder de vocês de se blindarem, conseguirem suportar injustiças e seguirem em frente sem guardar rancor. Nós não temos isso... nunca teremos. Agimos sobre as leis da natureza, humano. Essa é a parte onde vocês só tem se quiserem ter. Pra nós não há opção: o mais fraco perece ao mais forte.

    — Mas mesmo assim, eu sou fraco perante vocês...

    — Pelo contrário. Sua força está em nossa amizade... a qual você construiu com suas palavras. Hoje Anuon e eu lutamos para fazer justiça... sob sua ótica do que é certo e errado. Você é o que nos fez enxergar além de nosso preconceito aos humanos. E eu sei que há outros como você no mundo... e é por eles que lutamos. Riviera exala de você, Ethan. Esse é o caminho que eu quis seguir depois daquele dia... e eu devo isso a você.

    Ethan não pôde conter as lágrimas depois das palavras gentis e sinceras que Fhor havia lhe dito. Sabendo que não poderia ficar calado, logo se expressou:

    — Eu nem sei o que dizer a vocês... Estava sentindo um vazio por dentro, como se estivesse sozinho... Mas agora vejo que tudo que eu fiz até agora tem um sentido. Anuon, Fhor... eu não vou desistir... Eu não vou me deixar cair nesse abismo! Estamos numa luta e eu estou preparado agora... e juntos vamos vencer!

    — Estamos juntos nessa, humano! - Disse Fhor.

    — E sempre estaremos dispostos a ajudar a todos os seus amigos. Kaede e Ryoga também fazem parte - Disse Anuon.

    — Obrigado a todos vocês. Levantaram minha moral! Estou motivado novamente - Disse Ethan, enxugando suas lágrimas.

    E Fhor, indo até a janela, diz:

    — Aproveitando sua motivação, irei terminar a minha conversa com Moonsand...

    — Sim! Diga tudo!

    Minutos depois...

    Ethan então ficou a par de tudo sobre Moonsand. E faz um comentário:

    — Espere, se ele tinha família e todos estavam lá, aquela loba transformada em humana era...

    — Sim, era Lupa! Eu nem falei a ele sobre isso  Poderia se revoltar ainda mais...

    — Mas Fhor, que ligação tem aquela garota com ele?

    — Aí que está o fato curioso: o nome dela é Diana Rennouah Shidoshi.

    — Shidoshi? Então ela é...

    — Ele é filha de Shidoshi, mas estava morando com sua mãe num outro país chamado França.

    — Mas porque veio ao Japão?

    — Ela recebeu uma carta de um cientista que sobreviveu ao ataque.

    Esse era um detalhe que Anuon não sabia, apesar de Fhor tê-la contado sobre Moonsand. Ela, surpresa, diz:

    — Mas como? Piece 1 nos deu certeza de que nenhum humano escapou com vida!

    — Não sei mais detalhes. Mas acho que devemos encontrar este humano para conseguirmos mais informações sobre nossos inimigos.

    — Como assim? Nós já sabemos que Piece 1 e Son esão travando uma guerra paralela a nossa. O que mais quer saber? - Perguntou Ethan, confuso.

    — De tudo, humano. Porque dos testes, porque separaram Moonsand e sua família dos outros animais e porque muitos Anis tem aparência humana.

    — Entendi... Então tem muito mais coisas acerca da situação toda. Caramba, a cada dia descobrimos mais coisas...

    Logo a conversa é interrompida pela mãe de Ethan, que subiu as escadas. Fhor e Anuon se escondem o mais depressa possível debaixo da cama. E logo sua mãe, ao bater na porta, diz:

    — Ethan, telefone pra você. Abra a porta!

    — Pode entrar, mãe.

    Ela então entrega o telefone sem fio e assim que sua mãe sai, ele atende a ligação.

    — Alô?

    — Ethan, irei ser direto: estou com seu amigo chamado Ryoga.

    — Hã? Quem está falando?

    — Pensei que reconheceria minha voz depois de termos nos encontrado... Sou Son. Quero que venha aqui, com a humana chamada Kaede. E nada de trazer Anuon, Fhor ou qualquer Anis... Quero só vocês, humanos.

    — Mas... eu... Eu quero falar com o Ryoga!

    Logo o telefone fica mudo, com uma voz vindo em seguida.

    — Ethan? Cara...

    — Ryoga?! Você está bem?

    — Estou bem. Mas cara... tá tenso o bagulho aqui... Ethan...

    — Fique tranquilo, cara! Logo estarei aí!

    E novamente Son tomou a palavra:

    — Venha amanhã de manhã ao centro da cidade. Em frente ao museu terá um automóvel lhes esperando. Não se atrasem...

    E a ligação é encerrada. Os felinos observavam Ethan e o viram ligar desesperado pra Kaede, que diz:

    — Alô?

    — Kaede?

    — VOCÊ NÃO APRENDE, NÃO É? SUMA DA MINHA VIDA!

    — Kaede...

    — Não me ligue mais... É meu último aviso, seu desgraçado!

    E desliga o telefone na cara de Ethan. Com Anuon sem entender o que estava acontecendo, ela pergunta:

    — Ethan, o que houve?

    — Sequestraram Ryoga!

    — O que? Mas... Quem fez isso?!

    — Son! Tenho que ir até a casa de Kaede com urgência! Ela não vai me ouvir pelo telefone. Só me resta ir até lá...

    Desesperado, o jovem pegou seu casaco e saiu correndo pelas ruas do bairro, sendo seguido as escondidas pelos dois felinos. Depois de tanto correr, enfim chegou até a casa de Kaede, onde não perdeu tempo, gritando:

    — KAEDE, VENHA AQUI FORA! POR FAVOR, ME OUVE!

    Não demorou muito e a porta da casa da jovem se abre: ela sai, enfurecida, com uma bokken em mãos. Mostrando estar mesmo falando sério, diz:

    — Eu lhe avisei pra não me procurar mais... Então eu irei te ensinar a ficar longe de mim.

    — Não iremos deixar! Não faça isso, Kaede! - Disse Anuon, tomando a frente de Ethan.

    Mas o jovem logo impediu que o defendesse. Ethan toma a frente de todos e diz:

    — Anuon e Fhor, não se metam... Eu preciso falar com ela sozinho.

    Eles recuam e deixam somente os dois. Mostrando atitude e coragem, Ethan então diz:

    — Kaede, tem todos os motivos para estar brava comigo.

    — Cale a boca! 

    — Mas fazer iso agora não vai ajudar em nada...

    — Já falei para calar a boca!

    — Só vai me machucar e sei que não quer que isso aconteça.

    — CALE A BOCA, ETHAN! EU VOU TE ATACAR SE NÃO SAIR DAQUI AGORA!

    — Não, eu não vou sair.

    — EU AVISEI A VOCÊ!

    E Kaede corre em direção a Ethan, com o intuito de acertá-lo. Mas mesmo diante de um iminente ataque da jovem, Ethan manteve-se calmo e diz:

    — Nessa história toda sempre fui vítima. Por mais que tentasse fazer o melhor, sempre terminava magoado, mas nunca magoei ninguém. Tenho os meus problemas e não gosto de envolver meus amigos. Essa dor de ter envolvido você e Ryoga nesta guerra idiota me faz acreditar que nunca irá terminar. Sabe porque?

    E Kaede continua a se aproximar de Ethan com sua bokken, como se estivesse ignorando o que ele dizia. Mas o jovem não parou.

    — Porque sou um idiota. Não pude proteger ninguém até agora e neste momento uma pessoa especial na minha vida está em perigo. Mas uma vez... E agora estou eu aqui, incapaz de lutar contra você... Porque isso seria transformar um problema em algo pior...

    E com a jovem Rayka mais próxima ainda de Ethan, levanta sua espada, mirando o dorso do rapaz. Mas Ethan estava decidido a continuar falando:

    — E eu agora aqui, imporando pelo seu perdão por causa de um erro meu, em um momento de fraqueza que sofri... Como disse antes, nada posso fazer. Sou facilmente iludido por meus inimigos e nada posso fazer.

    E olhando nos olhos de Kaede, diz:

    — O que é mais importante, Kaede? Sermos amigos ou inimigos? Seja qual for sua resposta, ajude Ryoga, pois eu não sei se sou capaz de fazê-lo sozinho..  Ele foi raptado... por minha causa.

    Kaede estava prestes a atacar Ethan, mas recuou sua espada a tempo. E ela diz, chorando:

    — O que aconteceu com Ryoga?

    — O levaram. Son.

    Continua


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