Journey to Unknown

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 14

    Agora o destino é claro!

    Álcool, Adultério, Bissexualidade, Drogas, Estupro, Heterossexualidade, Homossexualidade, Incesto, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Spoiler, Suicídio, Violência

    - Você cresceu muito, meu jovem... – Disse a senhora se aproximando – Meu nome é Aburai, e sou uma Caçadora de Genes, eu sou uma das mais velhas da associação.

    - OH GOD, como você se tornou um rapaz BRI-LHAN-TE! – Disse o rapaz, pegando a fita métrica novamente – Vou amar fazer um terno sob medida para comemorarmos o nosso sucesso!

    - Vocês eram examinadores da prova dos Caçadores o tempo todo, não é? – Disse Neeko, suspirando –

    - Na verdade não, meu jovem. Somos Caçadores, sim, porém não estávamos exatamente  inspecionando o exame, estávamos à sua procura. – Disse Aburai, se aproximando – Você é um espécime único, durante todos os anos em que vivi, apenas você sobreviveu ao processo de “Quimeralização”.

    - Processo de que...? – Perguntou Neeko –

    - Venha conosco, vamos explicar. – Eles fizeram um breve sinal e todos os guardas abriram passagem, os dois entraram, seguidos de Neeko e Rei –

             Dentro dos pilares haviam várias máquinas operando. Tubos gigantes com várias espécies de animais, plantas e até mesmo pessoas e fetos em desenvolvimento. Neeko sentiu um arrepio, conforme eles foram andando, viram seres que pareciam misturas de vários animais fundidos. Lisandre percebeu o desconforto do garoto e disse.

    - Não se preocupe, não estão vivos. São Formigas Chimera, como você, mas apenas estamos estudando e cultivando os cadáveres deles. Exceto os fetos, eles se tornarão SUPER ESTRELAS algum dia.

    - Alguns são fetos humanos, não? – Perguntou Rei –

    - São e não são. – Respondeu a senhora -  São cobaias, fusões entre espécies, em outras palavras, reais Chimeras. São como Neeko, porém, ele é um Hibrido Natural, nascido de uma mãe Chimera e um pai Humano.

             Olhando tudo aquilo, Neeko sentiu seu peito apertar. Não entendia o motivo de tudo aquilo, de todas aquelas experiencias, mas queria acabar com tudo aquilo. Sentia que todas as criaturas ali estavam sofrendo, como um instinto protetor da sua própria espécie.

    - Neeko. – Disse Lisandre com a voz fria – Fique calmo, ou eu te mato.

             Ao ouvir aquilo, Neeko ativou seu Ren o máximo que conseguiu e deu um salto pra trás, porém Rei o segurou. Ela estava desconfortável também, mas sabia que se ele perdesse o controle, poderia por tudo a perder.

    - Ele é mais forte que você, Neeko. Mais forte que nós dois juntos, eu consigo saber só de OLHAR pra ele. – Disse a garota, dando ênfase em “olhar” o que fez o garoto perceber o seu erro. Ele então usou “Gyo”, revelando assim as verdadeiras intenções, algumas memórias e a habilidade de Lisandre, depois olhou para Aburai e naquele momento ele viu que não tinha chances de sobreviver caso não seguisse as ordens deles – Entendeu agora?

    - Sim. – Neeko tomou a frente – Lisandre, o que você quer de mim, exatamente? – Indagou o garoto, buscando uma confirmação –

    - Nada em especial. Apenas saber COMO você conseguiu nascer. – Disse ele dando de ombros. Apontaram para uma sala pequena, onde de dentro podia-se ver um conjunto de chá e doces colocados. – Hora do Chá da Tarde. Vamos trocar informações e poderão ir.

             Entraram na sala e se sentaram, Lisandre serviu o chá para todos e sentou-se junto.

    - O que querem da gente? – Perguntou Rei –

    - Respostas. – Disse Aburai – A garota que sobreviveu ao dia apagado e o único Hibrido de Formiga Chimera com Humano, criado sem o uso da tecnologia e do Nen. Queremos respostas sobre coisas que não conseguimos entender no momento. Mas não pensem que isso é apenas uma exigência, não, é uma troca. Compartilhem conosco o que sabem, e nós compartilharemos com vocês tudo que sabemos.

    - De acordo. – Disse Rei – Mas o que querem saber?

    - Rei, primeiro queremos falar com você. Você foi encontrada nas ruínas de “Kaldeas”, no Continente Sombrio, veio de uma civilização que foi extinta em apenas um dia, e cujos únicos registros estão no diário de bordo de Ging Freecs. Nós gostaríamos de saber um pouco sobre o lugar de onde veio.

             Ela parou por alguns segundos, olhando para o chá. Parecia pensativa, perdida em lembranças ruins e boas.

    - Cresci em uma fazenda, nos arredores da Cidade de Kaldeas, uma cidade muito próspera onde viviam várias pessoas. Eu não ia muito à cidade, mas lá eles fabricavam o que vocês aqui chamam de “Aqua Vitae”, uma água de gosto muito estranho e que dizia que dava a vida eterna pra pessoa, mas em troca da coisa mais valiosa que ela tinha. Apenas a família real tinha acesso à receita e era a única que tinha direito de beber essa água sagrada. Haviam boatos que pra fazer essa água, era necessário as bençãos de todos os elementos, além do sacrifício de uma “vida pura”...

    - Vida Pura? – Perguntou Neeko – Tipo... A vida de uma criança?

    - Não sei ao certo. Mas acho que era uma alma pura, como a sua, Neeko. Você só teve um passado ruim, mas tem um coração muito bom. Coisas ruins acontecem com pessoas boas... – Ela suspirou e tomou um gole do chá –

    - Prossiga. – Disse Aburai, notando que Neeko olhava o chá e cheirava ele com uma expressão meio estranha – Não está envenenado. Pode tomar.

    - Não é isso, é que... Parece que tem cheiro de pimenta... Eu tive uma péssima experiencia com pimenta... – Suspirou –

    - É Pimenta-D’strogo, uma pimenta encontrada nas costas de uma tartaruga. Ela tem só um leve toque picante, mas é bem doce em geral. Prove.

    - Tudo bem... – Ele provou e sorriu, tomando logo a xícara inteira –

    - Continuando... Já faz alguns anos desde que eu acordei. Eu não lembro direito o que aconteceu, minha mente é muito confusa em relação a isso, mas... Eu lembro que naquela noite, uma pessoa encapuzada entrou na minha casa. Meu irmãozinho ouviu o barulho dele entrando e me acordou pra ir ver o que era... A pessoa estava armada com uma espada e carregava uma garrafa. Tinha muito sangue no local... Ele entregou a garrafa pra gente e disse pra bebermos e corrermos pras Ruínas de Ka’ák, ao leste. Não sabíamos o que estava acontecendo, aquilo podia ser veneno... Mas a espada na mão dele fez a gente ter medo e fizemos o que ele mandou. Quando chegamos em Ka’ák... – Ela colocou a mão na cabeça, como se estivesse sentindo dor – Algo... Algo aconteceu... Alguma coisa haver com um Rei... – Ela suspirou e voltou a beber o chá – É só o que eu me lembro...

    - FABULOSO! – Disse Lisandre, enquanto pegava um croissant – Isso quer dizer... – Pareceu que iria dizer algo incrível, mas se deteve – Okay, agora, Neeko.,, Eu quero que conte pra mim tudo que se lembra até seus 3 anos de idade.

    - Até os 3? – Ele pegou um pedaço de bolo e cheirou – Não muita coisa. Lembro basicamente de um lugar quente e úmido... Alguém, acho que minha mãe, dizendo “Seja um bom garoto e não saia antes do planejado”... Era estranho, por que a voz dela era bem reconfortante, e ela tinha um tom bem inocente... Ela sempre dizia a mesma coisa. Depois disso eu lembro mais ou menos do rosto dela... Ela tinha cabelo loiro e os caninos longos... Mas não lembro muito mais que isso. Ela me deixou aqui pouco depois de eu nascer, mas lembro que quando ela estava indo embora, ela olhou na minha direção e estava chorando...

    - Você está escondendo coisas. – Disse Aburai, em um longo suspiro – Minha classe de Nen é Emissora e uma das minhas especialidades é emitir minha aura em um “En”, pra descobrir se as pessoas estão sendo sinceras. Chamo essa habilidade de “Cúpula da Verdade”. Mas eu entendo que não tenha confiança em mim. Bem, creio que já seja o bastante. – Ela tomou um gole de chá – Vou compartilhar o que sei com vocês.

             Lisandre serviu à todos pedaços de bolo de chocolate enquanto um empregado trazia duas pastas, entregando para Neeko e Rei.

    - Primeiramente – Disse a senhora – Rei, não sabemos exatamente o que aconteceu com a sua raça, mas nossas expedições no Continente Sombrio encontramos pessoas que consumiram a “Aqua Vitae” e realmente estão vivas até hoje, mesmo tendo passado 64 anos sem comer, beber ou respirar. Porém, elas perderam totalmente a capacidade de pensar, apenas vivem instintivamente. Em nossas buscas no local onde Gon a encontrou, achamos a garrafa e ainda havia líquido dentro dela, algo que não deveria acontecer. Depois de analisar cuidadosamente, descobrimos que o liquido dela era sim “Aqua Vitae”, como você deve saber, pelo seu relato, porém, era um tipo diferente da encontrada atualmente. Não sabemos ao certo sua composição total, nem ao menos como foi criada. Mas há indícios... Que seu irmão menor também ainda esteja vivo, mas nas Ruínas havia apenas o seu corpo adormecido. Talvez ele tenha acordado antes de você, e esteja por ai.

    - E Neeko, não é CHIQUE que você esconda seus segredos. Mas é normal para um Caçador. – Disse Lisandre, sorrindo – Quanto à você, o nome da sua mãe é Hina, ela era uma Formiga Chimera Soldado que sobreviveu ao Confronto das Quimeras. Não sabemos sua localização exata, mas sabemos que ela está em algum lugar do Continente Sombrio. Ela é uma das poucas Formigas Chimeras que se assemelham à um humano. Sabemos que ela possuía um “Nen” do tipo “Especialista”, mais precisamente, era uma “Exorcista de Nen”. E quanto ao seu pai, seu nome era Shuusui Hiruumo, um espadachim da linha Kokutoo, era um homem muito forte, um grande usuário do Nen, diziam as lendas que ninguém sobreviveu a um combate contra ele. Mas misteriosamente ele desapareceu e não deixou rastros, ele literalmente apagou todos os registros dele. Como se nunca tivesse existido.

             Os dois olhavam as pastas, lendo as informações, ambos com lagrimas escorrendo em seus rostos. Neeko parou de ler ao ver uma foto de sua mãe quando jovem, e de fato ela não se parecia com ele, porém era exatamente como ele se lembrava.


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