Journey to Unknown

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    18
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    Capítulo 13

    Volta para o lugar de onde nunca saí...

    Álcool, Adultério, Bissexualidade, Drogas, Estupro, Heterossexualidade, Homossexualidade, Incesto, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Spoiler, Suicídio, Violência

    Acordaram no dia seguinte, olhando para fora do abrigo em que estavam. Uma chuva forte caía, porém não iria atrapalhar, a motivação em seus corações era bem maior do que o clima. Começaram a correr em meio à chuva e o granizo, enquanto corriam, conversavam.

    - Tem ideia de quando vamos encontrar esses outros Caçadores? – Perguntou Neeko, olhando em volta. Ele já sentia o cheiro de lixo, característico da Cidade do Meteoro –

    - Ficaram de nos encontrar aos arredores da Montanha da Morte, acho que você conhece, era o “ninho” das Formigas Chimera. Lá virou uma base de estudos sobre essa espécie, guiada por um Caçador chamado Lisandre.

    - Lisandre? Eu acho que já ouvi esse nome... – Neeko fechou os olhos, buscando se lembrar, e após algumas cenas do passado passarem em sua mente, lembrou-se do rapaz espalhafatoso de terno – Ele é um homem que usa um terno avermelhado, com cabelo rosa e olhos castanhos?

    - Sim! Ele e a Vovó Aburai são conselheiros dos Caçadores. Mas como os conhece? – Após alguns segundos Rei tampou o nariz e parou de repente – Caraca, que cheiro de chorume...

    - Esse cheiro é normal aqui. Por isso muitos humanos usam máscaras e roupas especiais pra evitar isso. É meio que um cheiro que eu considero... Nostalgico?

    - Nostalgia ou não, é horrível.

             Neeko deu um sorriso e apontou ao longe, o que pareciam ser vários montes. Vários animais eram vistos conforme se aproximavam, segurando nas bocas pedaços de carne e até pedaços humanos. Pessoas armadas faziam uma cerca humana no local e apontaram as metralhadoras para a dupla.

    - Parados! Essa é uma área restrita. – Disse uma voz feminina, mas não dava pra ver pela roupa de contenção. – Não podemos permitir que passem.

    - Essa voz... – Sussurrou Neeko –

             Rei começou a levantar a mão, porém Neeko e segurou e fez que não com a cabeça. Ele se aproximou da mulher, com as mãos pra cima.

    - Já faz muito tempo, Naara.

    - Como você...? – Ela tirou o capacete, mostrando um cabelo preto e olhos escuros, com uma pele bem clara e tirou óculos redondos e enormes do bolso, os colocando no rosto – Você...?! – Ela fez sinal para todos abaixarem as armas – O garoto que venderam pra Senhorita Scklarabela. Pensei que nunca mais fosse te ver... Você cresceu bastante, até aprendeu a falar... – Ela sorriu –

    - E você cresceu mais ainda. Ficou mais alta que eu... – Ele suspirou –

    - Por que voltou pra cá e o que aconteceu com aquela idiota que te comprou? – Ela voltou para todas as pessoas do cinturão de contenção – Ta tudo bem gente, ele é daqui. É o garoto sem nome que venderam pra Scklarabela.

             Todos tiraram as máscaras, mostrando serem em maioria mulheres jovens e o resto alguns homens fortes.

    - Já faz tempo, garoto! – Disse um rapaz alto, de pele morena e careca – Como conseguiu escapar daquela imbecil?

    - Eu matei ela. – Disse Neeko em tom meio frio –

             Todos começaram a rir e a comemorar, como se estivessem livres de um grande fardo. Rei se aproximou de Neeko e sussurrou no seu ouvido “O que está acontecendo?”, mas o garoto segurou a mão dela e se aproximou de Naara.

    - Então garoto, essa é sua namorada? – Perguntou Naara, ajeitando os óculos –

    - O que é namorada?

    - É algo que você não tem idade pra ter! – Disse Naara, dando um peteleco na testa de Neeko. –

    - Err... – Rei tomou a dianteira – Meu nome é Rei Maguneto, sou amiga do Neeko.

    - Neeko? Então você conseguiu um nome?! Então posso parar de te chamar de “gatinho medroso”?

    - Calada. – O olhar de Neeko esfriou mais, Rei percebeu tal olhar e bagunçou os cabelos do garoto, que logo voltou ao normal – Ei, precisamos da sua ajuda. Precisamos ir até a Montanha da Morte.

    - Por um momento pensei que fosse me matar... – Falou em um suspiro enquanto apontava para o maior dos montes – Aquele lugar? Desculpa, mas não vai conseguir chegar lá sem ser um Caçador, a Associação dos Caçadores interditou todos os arredores. Parece que estão trabalhando com algo de genética ou sei-lá-o-que....

    - Beleza, então leva a gente até lá. – Falou o garoto, procurando na mochila – Onde eu coloquei...? – Suspirou de alívio quando encontrou a Licença Hunter e mostrou para a garota que ficou de boca aberta – Ta vendo? Eu sou um Caçador Profíssional.

    - Sem chances, você era a criança mais fraca daqui! – Ela pegou a licença e ficou observando, ajustando a visão com os óculos – É verdadeira, dá até pra sentir a aura vindo dela...

    - Você sabe sobre aura!? – Questionou Rei, enquanto mostrava a própria licença –

    - Todo mundo aqui sabe, Aura é o conceito básico da vida e blá blá blá... Não é atoa que a Geney Riodan começou aqui. Tem muita gente forte que é descartada aqui como lixo. – Ela fez sinal pra seguirem ela e começou a andar – O garoto ai sempre teve uma aura forte, mas ele era muito pequeno quando foi vendido, então não teve tempo de aprender sobre isso. – Ela mostrou a metralhadora nas mãos – Isso aqui é só um brinquedo pra assustar estranhos, quando queremos mesmo resolver as coisas, usamos “Nen”.

    - É meio difícil acreditar que você sabe mesmo usar “Nen”, sua aura é tão normal quanto a de uma pessoa comum... – Resmungou Rei –

    - É ai onde mora o verdadeiro perigo. Sabe, muita coisa é descartada aqui na Cidade do Meteoro. Armas, produtos químicos, lixo, pessoas. Você nunca deve subestimar pessoas que saem daqui, por que nós sabemos nos virar. Esse garoto ai, era só um bebê chorão quando eu conheci ele, não sabia nem falar nossa língua. E agora é um Caçador. Não deve ser dos mais fortes, mas tem lá seus méritos...

             Neeko fez uma expressão de raiva e suspirou, lembrando da infância. Naara fora abandonada alguns dias antes dele, ela que o achou em meio ao lixo. Ela havia visto sua mãe o deixar lá, mas nunca quis contar sobre ela ao garoto, e isso o deixava irritado, apesar de saber que ela tinha um bom coração pelo seu "Olho de Gato", embora ela nunca tivesse tido chance de mostrar amor ao garoto, ele sentia que ela estava realmente feliz em vê-lo vivo. Andaram por quase cinco horas em silencio, Rei e Neeko apenas olhando em volta. Haviam coisas que deixariam pessoas sem chão lá, restos de corpos se decompondo, capsulas de revolveres ainda não usadas jogadas pelo chão, em algum momento Rei jurou que viu uma pessoa retirando um bebê do meio do lixo. Era deprimente, e ela se perguntava “Como Neeko conseguiu viver aqui? Parece o inferno...”, o que fez o respeito dela pelo garoto aumentar. Chegaram até perto da montanha, que não era exatamente uma montanha e sim vários pilares de pedra interligados. Uma grande cerca separava as pessoas do lado fora e havia ainda mais guardas, mas do lado de fora estava o rapaz de terno estravagante e a velha senhora que havia atendido ele.


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