Journey to Unknown

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 9

    Nen X Nen

    Álcool, Adultério, Bissexualidade, Drogas, Estupro, Heterossexualidade, Homossexualidade, Incesto, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Spoiler, Suicídio, Violência

    Ela jogou Makio no chão e foi se deitar mais perto da fogueira. Adormeceram rapidamente, mas não tiveram muito tempo de descanso. Logo a luz do sol estava batendo em seus olhos, avisando que o dia havia começado. Eles se levantaram e foram para a gruta que haviam cavado. Makio tomou a frente.

    - Vocês conhecem “Ten”, “Ren”, “Zetsu”, “Hatsu” e “Gyo”, certo?

    - Sim. - Disse Enma. O garoto contou nos dedos e depois coçou a cabeça -

    - “Gyo”? -Falou meio envergonhado -

    - Você usa “Gyo” sem saber. Ela faz parte da sua tecnica do Olho da Verdade, nela você concentra aura no seu olho direito, quanto mais aura concentra, mais consegue ver no seu oponente. É basicamente concentrar a energia.

    - Então, sim,eu sei. Mas o que isso tem haver com o tal de “Ko”.

    - Basicamente… “Ko” é uma mistura maluca de tudo isso. Primeiro, você usa o “Ten” e o “Ren” -Ele se concentrou e ativou sua asura com potencial máximo. Era uma aura frágil, porém bela de se ver. - Depois você precisa usar o “Gyo” na parte do corpo que vai atacar, usando o Zetsu no resto do corpo. É difícil no começo. - Ele concetrou a aura em seu punho direito, selando todos os outros poros de aura. Um brilho azulado começou, como uma “luz da aura” -

    - Eu já vi isso antes… É como a técnica que o Dragão do Zodíaco usou. Pedra…?

    - Gon, certo? Meu irmão e ele são grandes amigos… - Enma suspirou – Não é fácil ser a ultima filha de uma família de assassinos. Vamos ver… Depois você usa o “Hatsu” pra aumentar a potencia?

    - Sim. - Falou e fez sinal pra se afastarem. Ele socou a pedra com toda a força, fazendo um tremor em toda a gruta, criando um enorme buraco onde o soco pegou – Isso é tudo que eu sei.

    - Hum… Ainda não parece ser o caminho… Isso gasta muita aura. Ficariamos cansados de tanto usar, muito mais rápido do que cavando…

    - Eu concordo. Fora que o tremor que isso causa poderia derrubar a gruta em cima de nós.

    - Eu queria saber mais… Se pelo menos essa pá fosse o meu punho, eu poderia usar ela melhor.

    - Se a pá… Fosse seu punho? - Sussurou Enma- É isso! A primeira parte do treino! Muitos usuários de aura usam espadas ou armas brancas! E como eles aproveitam sua aura com essas armas?

    - Usando elas como partes do próprio corpo! Gênio!

    - Então só temos que usar a aura pra envolver as pás!

        Os três sorriram e se concentraram em suas pás. Passavam a mão nelas como se fossem parte de suas próprias carnes e ossos. Em questão de minutos estavam cavando, cavando tão rápido que os cem metros que haviam cavado em dois dias foram ultrapassados em menos de cinco minutos. A dura rocha parecia macia como um pedaço do mais suave pudim de leite condensado. Continuaram cavando na mesma velocidade por dois dias inteiros, sem parar pra descansar ou comer. Estavam empolgados demais pra isso, foi quando deram conta que tinham atravessado a montanha. A água em seus pés escorria pro outro lado, formando um pequeno rio. Olharam pras suas mãos calejadas e sorriram. Patrishia estava sentada no topo de uma arvore, esperava por eles lá, enquanto degustava seus Nachos Apimentados. Ela pulou de onde estava e foi até eles. 

    - Cinco dias, nada mal mesmo. Quando perceberam que podiam usar o “Shu”?

    - “Shu” – Perguntaram os três -

    - “Shu” é a técnica de envolver algo com aura pra deixa-la mais forte. Apesar de não parecer, isso é uma técnica que leva alguns meses pra se aprender.

    - Nós precisamos de uns 5 minutos. Mas usar ela no começo não era tão fácil. Se tornou fácil conforme cavávamos.

        Um homem vestindo roupas de couro, aparentemente velho, se aproximou e olhando a água escorrer do túnel, começou a chorar. Ele segurou a mão de Patrishia e falou algo em um idioma que nenhum dos três sabia o que significava, e pra surpresa deles, a mulher respondeu no mesmo idioma. Depois vieram mais pessoas e todas cercaram a gruta, pegando baldes da água que escorria. 

    - O que ele disse? - Perguntou Enma -

    - Ele agradeceu pelo trabalho, em troca desse favor, ele vai me deixar estudar as criaturas raras que são criadas nessa tribo. Eles são chamados de Diabretes da Sorte. Se você conseguir pegar um, terá um dia inteiro de boa sorte.

    - Você nos usou pra isso? - Maiko parecia decepcionado -

    - Não, usei vocês pra conseguirem essa chance única na vida. Venham, o líder vai nos levar até eles e vão entender o motivo disso ser o melhor treinamento.

        Estavam confusos, mas decidiram confiar no julgamento da mulher. O velho então os guiou até uma caverna e fez sinal para entrarem. Ao entrarem, se depararam com algo que nunca haviam pensado. Todos os sentidos dos quatro foram retirados por algum poder estranho. Eles só conseguiam sentir suas auras. Enma ficou tranquila, porém Makio começou a se desesperar. Só ouvia seus próprios pensamentos. Neeko percebeu que algo mais estranho acontecia, algumas “bolhas” de aura passavam como o vento ao redor deles, estourando quando encontravam suas auras. Patrishia tomou a frente e escreveu usando a própria aura “Usem tudo que sabem se quiserem sobreviver” e partiu correndo na frente. A primeira coisa que pensaram foi usarem o Gyo para enxergarem as auras um do outro. Makio se acalmou ao ver que as auras de seu colega estavam com ele. Começaram a andar, buscando uma saída, mas já estavam perdidos. Enma então teve a ideia de usar “En” mas pensou que os outros dois não saberiam usar. Se espantou quando do nada a aura de Neeko desapareceu, então ela estendeu sua própria aura até seu limite, usando “En”, fazendo uma cupula de 30 metros ao seu redor. Podia sentir a situação toda e foi ai que entendeu. Havia partes da caverna em que seu “En” desaparecia. Ela também percebeu que nessas áreas havia bolhas, diferentes do resto da caverna. Havia algo errado, mas quando percebeu era tarde demais.

        Makio liberou seu Ren com força total. Algo havia o acertado, algo forte o bastante para fazer seu amigo usar o seu poder máximo. A técnica de Makio era bela e poderosa, se chamava “Asas de Gala”. Com sua aura ele conseguia criar asas cheias de penas de aura, que atuavam como laminas em volta dele, criando uma barreira e atacando como milhares de facas afiadas. Ele as disparou para todos os lados, Enma desviou graças a seu En, mas ficou preocupada com Neeko, se ele estava usando Zetsu, estava incapacitado ou possivelmente morto pelo ataque do amigo.

        Mas não foi o que aconteceu. Aconteceu uma coisa muito pior. A aura de Neeko apareceu, tão grande que era difícil respirar perto dela. Assutadora, cheia de ódio e intenção assassina preencheu a gruta. Makio e Enma não conseguiam se mover, seus corpos tremiam de medo. Aquela aura absurda imundou toda a gruta e do nada desapareceu. O sentido da visão deles voltou por algum motivo, e ao olharem para Neeko, ele estava ferido por várias marcas de garras pequenas, como as de um gato e em suas mãos havia um pequeno ser do tamanho de uma bola de tênis. Era um monstrinho felpudo, com uma longa e fina cauda, na ponta dela possuia um ferrão. O garoto mostrou o bicho e suspirou, seguindo em frente na caverna.

        Ainda assustados, Enma e Makio olharam ao redor. Havia vários desses bichinhos mortos no chão, alguns deles tocavam os corpos dos dois. Perceberam que quando os seres não tocavam seus corpos, sua visão não retornava, então ambos pegaram uma dessas criaturas e seguiram Neeko.

        Se aproximaram de seu amigo e o olharam preocupado. Ele sorriu e foi com a mão no cabelo de Enma, bagunçando ele. Os três se entreolharam e começaram a rir, embora não conseguissem ouvir seus próprios risos.

        Mais a frente a trilha acabava, resultando em uma gigantesca rocha maciça. Tentaram fazer de tudo para empurra-la, mas aquilo estava além de seu alcance. Era como empurrar uma baleia. Makio, pensativo, levantou o dedo como se tivesse tido uma ideia. Ele fechou o punho e usou “Zetsu” no corpo. Seus amigos entenderam e fizeram o mesmo. As auras dos três brilhavam em tons de azul, branco e vermelho. Tomaram impulso e pularam contra a rocha, usando o “Ko” com todas as forças. A rocha quebrou, mas algo estranho aconteceu. Segundos depois de passarem pro próximo lado, ela se regenerou, como se nunca tivesse sido quebrada, e logo após isso, o sentido da audição deles voltou.

    - Isso é mais reconfortante. - Disse Makio -

    - Ainda não sinto meu corpo, nem consigo sentir cheiros. Provavelmente ainda tem mais testes esperando pela gente…

    - Eu vou na frente.- Disse Neeko, tomando a dianteira -

    - Ei, somos uma equipe! - Gritou Enma, irritada – Não é por que você tem essa aura absurda que não precisa da gente!

        Ele parou e olhou para o chão.

    - Foi somente por lembrar de vocês que eu conseguir controlar minha fúria. Sou grato a vocês dois…

    - Então vamos juntos!

    - Claro!

        Os três rumaram pela caverna, até trombarem com uma “parede invisível”. Algo os impedia de seguir, tentaram usar todas as técnicas que sabiam pra quebrar a estranha força que os impedia, mas nada deu certo. Neeko então se apoiou na parede e suspirou. Depois do seu treinamento, sempre que relaxava, seu corpo entrava automaticamente em estado de Zetsu, e quando ele fez isso, seu corpo atravessou a barreira e ele caiu em um buraco fundo o bastante para mata-lo com a queda,  por sorte ele tinha suas garras afiadas como aço. As reforçou com Nen e prendeu na rocha dura, mas quando fez isso, a energia invísvel prendeu todo seu corpo, como se ele estivesse preso em um bloco de vidro. Não dava pra respirar.

    - Neeko,você tá bem?! - Gritou Makio, mas o jovem não conseguia responder. -

    - Temos que descer! - Disse Enma, usando Zetsu ela se jogou no buraco -

    - Droga, por que ela sempre se arrisca…?! - Makio se jogou junto -

        Ambos caíram até a altura que Neeko estava e usaram a aura nas mãos pra se segurar, mas também ficaram presos pela força invisível. O rapaz que havia ido primeiro já estava sem ar, quando estava quase desmaiando, seu corpo ativou o zetsu sozinho e ele caiu o resto da descida, batendo com a cabeça no chão. Enma e Makio perceberam que ele haviam se machucado e usaram Zetsu, caindo de pé, logo indo socorrer o rapaz.

    - Ele deve ter trincado o crânio quando caiu… - Disse Enma. Ela foi tentar usar seu Hatsu para ajuda-lo, mas assim que ativou, ficou presa pela força misteriosa, imediatamente desativando -

    Esse é o teste, temos que sair daqui sem usar “Nen”. 

    - Não dá, as paredes são muito escorregadias e duras. Talvez suas garras de assassina conseguissem perfurar… Mas não daria pra você carregar o Neeko e eu enquanto escala, teria que ser um de cada vez, e ao julgar pelo tanto que caímos, deve ser pelo menos um km de distancia até a outra borda do maldito buraco.

    - Vamos, Enma, pensa…! - Dizia a garota para sí mesma – Quando usamos o Hatsu, ficamos presos, sem ar e sem conseguir nos mexer. Quando usamos o Zetsu, temos total mobilidade, mas não conseguimos escalar… - Ela começou a entrar em panico. Via o sangue escorrendo pela cabeça do amigo, o que a deixava tremula. - Que patética… Eu… Estou com medo. Numa situação dessas… Eu estou com medo?! Mais que ódio! - Ela foi socar o chão, mas instintivamente usou aura em seu soco e sua mão ficou presa em pleno ar. Não descia pela, mas também não subia. - Se isso acontece quando uso o “Ko” na mão… O que aconteceria se eu tentasse…? Eu descobri!

    - Então me diga! Eu to quase desmaiando aqui!

    - Não podemos usar o a aura no corpo inteiro. É como um “Ko”, mas espalhado pelo corpo!

        Ela tirou a blusa e usou pra amarrar Neeko nas suas costas.

    - Eu ainda não entendi…

    - É simples! Você tem que alternar entre “Ko” e “Zetsu”, constantemente. Assim! - Ela fechou os olhos e deu um salto o mais alto que pode. - Pés direito e pé esquerdo, 25%… - Antes de começar a cair, ela ativou sua aura em seus pés. Ambos ficaram presos na energia e ela ficou em pé em pleno ar. - Mão direita, 50%...- Sua concentração era perfeita. Ela levantou a mão e usou “Ko” nela, antes fazendo ela ficar em uma posição de baixo para cima. Desativou então a aura dos pés, os deixando livres e usando seus músculos flexíveis, ela se levantou como uma ginasta olimpica usando apenas a mão direita. - Joelho direito e esquerdo, 10% em cada. Pés direito e esquerdo, 40%.

        Ela continuou a subir, usando a mesma técnica repeticamente. Era uma tecnica cansativa e extressante para o corpo. Quando chegou no topo do buraco percebeu que seu “Nen” voltou a funcionar normalmente. Olhou pra baixo, Makio estava tendo alguns problemas então demoraria mais um tempo. Preocupada com o ferimento do garoto ela concentrou seu Hatsu em suas mãos. 

    - “Quarto de Bonecas”- Sussurrou, passando as mãos no rosto de Neeko. No momento que suas mãos tocaram a pele de Neeko, ela se tornou porcelana, como as bonecas antigas, até mesmo o olho do garoto se tornou vidro. Ele abriu os olhos assustado e passou a mão no rosto -

    - O que…? Como a gente saiu do buraco… - Olhou lá pra baixo e viu Makio ainda subindo, com todas as forças que tinha -

    - Acho que eu nunca te disse. Esse é o meu Hatsu, “Quarto de Bonecas”. Ele transforma todos que eu toco em bonecas, seja parte e ou completamente. Quando eu toco no peito delas, elas se tornam por completo. Assim… - Ela tirou uma pequena serpente de porcelana do bolso – Funciona com todos os seres vivos. E depois que se tornam bonecas elas tem cumprir uma condição para voltarem a forma original, elas tem que me obedecer cegamente por quinze minutos.

    - Que habilidade assustadora… - Disse o garoto, vendo Makio saindo do buraco, totalmente exausto e suado -

    - Chupa essa buraco maldito! Eu te venci! Pena que isso acabou com meu terno…

    - Acabou? Já estava acabado desde que cavamos aquele túnel. Vai precisar de um novo. - Disse Enma – Eu te compro um guarda roupa cheio de ternos, se sairmos vivos daqui, é claro.

    - Ah, você usou o “Quarto de Bonecas” nele. Hehe, vou ter motivo pra te zoar o resto da vida, bonequinha! - Ele disse após soltar uma risada maléfica -

    - Sinto o cheiro da Patrishia. - Disse Neeko -

    - Agora que falou, eu também sinto… Cheiro de pimenta.

    - Ela deve estar perto, vamos!

        Os três se levantaram e correram até o final da caverna, onde sua mestra lutava bravamente contra um dinossauro. Bem, na verdade não era um dinossauro, eram apenas os ossos deles, tomados por uma aura poderosa.

    - Parece que finalmente vamos poder ver a Patrishia lutando!

    - Não tem muito o que ver. - Disse Enma – Ela é do Reforço, eles são bem simples.

        Patrishia tinha um sorriso demoníaco no rosto, coisa que Neeko só tinha visto uma vez. Ela desviava de todos os ataque dos ossos sem o minimo esforço, e a cada soco que ela tava a caverna inteira tremia com a intensidade dos golpes. Mas os ossos eram duros e se regeneravam mais fortes sempre que quebravam. Neeko conseguia acompanhar a luta, em menos de 5 minutos ela já havia dado mais de mil socos. Todos os ossos já haviam se quebrado e regenerado e a essa altura estavam mais duros que diamante. Os punhos da garota estavam começando a sangrar, mas não importava, as feridas se fechavam quase imediatamente. A batalha se prorrogou por mais 15 minutos. Patrishia estava começando a se ferir seriamente com os ossos do dinossauro, mas isso não impedia de usar força total em seus ataques. Foi quando aconteceu. Ela perdeu um dos braços e uma perna nas garras do feroz inimigo, mas conseguiu se agarrar no peito dele. Com a mão restante ela abriu um pouco os ossos dela, puxando o ar com toda a força para os pulmões. Makio gritou e tampou os ouvidos.

    - Está vindo, se protejam!

        O tempo foi perfeitamente sincronizado. Ao tamparem os ouvidos, a mulher soltou um grito tão estridente que todo o ar do local tremeu de modo que até mesmo os que ouviam foram atingidos. Neeko, Enma e Makio sentiram as vibrações quebrarem os ossos de seus braços e estourarem seus timpanos. O dinossauro fora feito em pó só com aquele grito, então ela conseguiu pegar o que estava no centro dele. Uma pequena fada negra, a colocou dentro de um pote. Seus membros arrancados já estavam crescendo novamente.

        Esperou se recuperar totalmente e foi até seus discipulos, se aproximando dos três e beijando suas testas.

    - “Anjo Oprimido: Beijo da Ressurreição” – Falou enquanto se levantava. As feridas de seus aprendizes começaram se curar lentamente, porém os três ainda estavam desmaiados devido ao impacto. -

        Quando acordaram, já estavam em seu acampamento. Enma foi a primeira a acordar, olhou em volta e fitou o fogo.

    - Essa é a diferença entre a gente e uma Caçadora nível SS…? -Ela suspirou -

        Patrishia saiu da barraca com várias latas de sopa e as colocou no fogo para esquentar.

    -Não fique triste. Vocês ainda vão ser mais fortes do que eu. - Ela colocou mais lenha no fogo – Enma, desative o “Quarto de Bonecas”. Não consegui curar totalmente o Neeko por que o seu “Nen” estava ativo.

    - Desculpe por te atrapalhar… - Ela fez um sinal com as mãos e a porcelana no rosto de Neeko se desfez, voltando ao normal. Automaticamente a regeneração milagrosa de Patrishia começou a agir nos ferimentos dele. - Eu estou sempre sendo um fardo. Pra todos…

    - Você realmente acha isso? - Perguntou a mulher, mexendo as brasas com um graveto -

    - Makio tem uma tecnica muito mais refinada que a minha, muito mais útil. E Neeko… Ele é meio Chimera. Ele tem uma aura assustadora, tão assustadora que não consegui me mexer de tanto medo… - Ela apertou os punhos. - E eu? Eu tenho um Hatsu fraco. Uma aura medíocre. Tudo que eu sei são tecnicas de assassinato, mas eu tenho medo de matar… Eu não quero matar novamente…!

    - De todos, você é a mais inteligente. A mais focada. Tem um controle perfeito da Aura. - Suspirou e pegou a lata de sopa, enrolando em um pano e entregando pra ela – Não foque nas suas fraquesas. Foque nas suas forças, na sua vantagem. Na sua força pessoal.

    - ...- Seu olhar estava perdido e o silencio pairava -

        Patrishia a abraçou a confortando e começou a cantar baixinho no ouvido dela.

    - “Durante a noite sem fim, a luz do dia omitir e o que restou de mim desaba. O sentimento que cresce sem parar, preto ou branco será… E no futuro eu vou, seguir até conseguir deixar pra trás o que for, conectando ao passado se juntou, se tornando só um… Segui, sem meus olhos permitir, não posso me esconder, fugi sem poder escapar, esse sonho não acaba… E ao cair vai me dizer, ao lançar, dois lados de uma moeda aos ceus e qual cair vai dizer o que será o final e assim vai… Decidir se em luz ou sombra o destino vai ser. Seja lá, onde for, eu levarei você! Ao alinhar, os destinos vão seguir… “ - Terminou de cantar. Enma chorava baixinho -

    - Essa musica… Me lembro dela de algum lugar… - Suspirou e apertou Patrishia com força – Obrigada…

        Makio acordou naquele momento, bocejando e se espreguiçando. Olhou para as duas e sorriu, um pouco de sangue desceu do seu nariz. 

    - Oras seus depravado…! - Enma pulou em cima dele, o estrangulando. Makio se debatia e assim ficou até sair espuma pela boca. -

        Neeko começou a se mexer de maneira estranha naquele momento. Enma achou que ele tinha acordado com o barulho, mas não, não era isso. Ele estava chorando enquanto dormia, provavelmente estava tendo um pesadelo. Ele mexeu os lábios e as palavras que saíram da boca dele fizeram Patrishia gelar.

    - Pelo bem do Rei…


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!