Freedom Planet: Faith & Shock

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    Capítulos:

    Capítulo 36

    A Agência vs The Red Scarves - Parte 2: Battlefront

    Spoiler, Violência

    O começo da batalha

    No último capítulo vimos os preparativos para a missão de receptação do resquício da jóia do reino e a contenção do ataque do clã ninja The Red Scarves. Com um forte aparato, todos os agentes partiram embarcados em veículos especiais. Pois bem: como Asuka simplesmente apareceu ao lado de Noah?

    Voltemos um pouco no tempo para sabermos melhor o que houve.

    Ala Norte – Ichi

    Centro de controle da Agência | Horas antes

    Asuka acompanhava Lenzin até a Ala Restrita da Agência. Dentro de um dia elevadores expressos, elas conversavam. A panda guardiã diz:

    — Como você concordou com minha ideia, então tenho exigências...

    — Eu sei que irei me arrepender por levar isso pra frente.

    — Você ficará responsável do time que eu escolher. Não poderá deixar que nada lhes aconteça. E terá de fazer isso até o fim dessa missão.

    — É até engraçado eu ouvir isso, sabia?

    — Do que está dizendo?

    — Eu tenho todos os agentes do meu lado. Acha mesmo que eu não me preocuparia com a segurança de todos eles? Guardiã, não tripudie de mim. Eu posso protegê-los assim como eles também podem proteger.

    — Muito bom ouvir isso, Asuka Tenjoin... Me facilitará em explicar... – Disse, pegando um lenço em seu bolso – Então vamos fazer uma “brincadeira”.

    — Hã? Mas o que significa isso? Guardiã, não é hora de brincadeiras infantis!

    — Ah cara grã mestra... Você é infantil. Por isso estou fazendo isso...

    Lenzin conseguiu mesmo irritar Asuka com um simples comentário. A felina, furiosa, diz:

    — COMO É?! LENZIN, RETIRE O VOCÊ DISSE AGORA!

    — Eu não irei retirar nada. Eu sei o que eu disse porque tenho certeza.

    — NANI?!

    — Sua luta... Sua última luta...

    — Hã? Mas...

    — Você voltou a si sozinha.

    — Você está louca?! Eu estive lutando contra aquele baka e...

    — Você mudou. Voltou a ser a Asuka-chan.

    — Doiu imidesu ka!? Yameru!

    — Por isso mesmo, hm... – Disse Lenzin, com um sorriso no rosto.

    Mas por essa Asuka não esperava. Ela, percebendo, diz:

    — KAWAII! OwO”

    — Hm? O que foi? – Disse a panda, confusa.

    — Você... Você tá sorrindo?!

    — Ah... E-eu?! – Disse, virando o rosto – Hunf... Temos coisas mais importantes para nos preocuparmos, grã mestra. Eu não...

    Mas pelo fato de estarem sozinhas no elevador, não estou a Asuka fazer outra coisa: abraçou a panda com força, a balançando como se fosse uma pelúcia, dizendo:

    — OH MEUDESU! KAWAIIZINHA DEMAIS ESSA PANDINHA MOE! PERFECT ORIENTAL GIRL! ^w^

    — Me solte, Asuka! – Disse, com vergonha.

    — MUITO LINDONA, MEUDESU! AH VONTADE DE TE VESTIR DE MAID E PEDIR PRA ME SERVIR UM CHÁ E... OwO

    — Me solte, Asuka! Está me irritando...

    Mas Asuka continuou segurando Lenzin, a soltando assim que o elevador começou se abrir. Mas nem por isso as coisas acalmaram. Com o pavilhão da Ala Restrita lotado de agentes, as duas saíram de dentro do elevador discutindo:

    — Na próxima vez que você me dizer isso, pode ter certeza eu que vou te matar, grã mestra!

    — Faz isso não, fofinha. E você estava muito kawaiizinha sim! – Disse, voltando a olhar para a panda – E Lenzin...

    — Grr... O que? – Disse, irritada.

    — Kawaii, hihi! UwO

    — Grr... Para com isso!

    — É que você é muito fof... – Quase completou Asuka, percebendo outro detalhe.

    O que seria? Ah sim. É exatamente isso que vocês entenderam. Todos os agentes olharam sua grã mestra ter um comportamento bem diferente do que estavam acostumados a ver. Com todos a olhando, Asuka diz:

    — O que vocês estão olhando? Vamos, entrem nos veículos!

    Embora todos obedecessem, era visível o estranhamento de todos. Asuka nunca havia agido dessa forma antes para eles. E a grã mestra, olhando para Lenzin, diz:

    — Porque essa gente estava me olhando estranho?

    — Você mudou e nem percebeu. Desde que o duelo acabou, você... – Tentou dizer Lenzin.

    — Para de dizer isso! O baka do mestiço não teria chances de me vencer e você sabe disso!

    — Isso é o de menos... E não importa. Vamos com a minha exigência: entre naquele veículo ali – Disse, apontando para o lado.

    — Porque eu tenho que entrar exatamente nesse? Porque tanto segredo?

    — Grã mestra, quero que prometa que irá continuar com o acordo de cooperação.

    — Mas porque isso...

    — Prometa!

    — Tá! Eu prometo! Disse, ficando de costas.

    Asuka aceitou mais rápido que Lenzin esperava, mas até mesmo a panda guardiã estava surpresa com a mudança brusca de comportamento de Asuka. Ela então pensou:

    — *Foi por causa da luta... Noah fez ela acordar. A Asuka real está na minha frente. A mesma que eu conheci a muito tempo atrás, só que dessa vez adulta. Então minha estratégia deve seguir... E pode ser minha última chance...*

    E Asuka, mesmo contra sua vontade, foi conduzida por Lenzin até um dos veículos que iriam levá-los para o exterior da Agência. E a panda, ajudando a grã mestra a se sentar, diz:

    — Bem, aqui me despeço de você. Em breve nos veremos.

    — Espera... Porque isso? Qual o problema de eu ir no Maralder? Os da série Gunner são muito lentos!

    Maralder e Gunner eram os tipos de veículos da Agência. Enquanto o primeiro é um veículo de transporte rápido, o segundo é de armamento, mais lentos. Mas diante da pergunta de Asuka, Lenzin diz:

    — Você disse que iria atender as minhas exigências E você prometeu: proteja sua equipe! Em breve estarei com vocês no campo de batalha... – Disse, saindo as pressas do veículo.

    — Tá mas... Lenzin? -Disse a grã mestra, percebendo que a guardiã já havia ido embora – Ah...  

    Eu ia perguntar quem era... Ah não importa.

    Os veículos então saíram da Agência a potência máxima, seguindo para Shang Mu Forest’s Mud. E observando o multidão partindo para a missão, Lenzin diz:

    — *Asuka Tenjoin... Eu finalmente encontrei uma forma de salvar você de si mesma. Isso coloca a prova como minhas ações influenciam mesmo a segurança de todos... e principalmente a você. Até hoje, Asuka... Até hoje eu a vejo como uma ameaça. Eu te vi crescer, ficar forte e... se entregar ao ódio. Muitos daqui da Agência não ousam desafiar sua pessoa, mas desde que o Sash Lilac e seu time entraram em seus domínios isso te tirou da zona de conforto e... Noah Hibiki a confrontou em estar aqui e em ter lutado contra você. O albino te desafiou e te mostrou o quanto você tem um lado detestável... Mas eu sei o que vi no duelo: ele te salvou. Ele te trouxe de volta a Asuka-chan, a verdadeira Asuka. E por isso você vai ficar ao lado de...*

    — NOAH?! Essa Lenzin deve estar de brincadeira comigo! Só pode! – Disse Asuka, ao ter a venda retirada por Lilac.

    E o desenrolar desse diálogo já sabemos desde o capítulo anterior. O que Lenzin fez foi deixar Noah próximo a Asuka, pois o time escolhido foi justamente o Team Avalice. A panda guardiã pensou em um plano. Foi premeditado ou intencional? Talvez até os dois.

    Sendo assim, voltemos para a história e para o presente.

    A Agência

    Ala Sul – Go

    Setor de despacho de utensílios da Agência.

    Como vimos no último capítulo, Viktor e Sheng foram ao encalço do agente que o jovem humano suspeitou. E ele estava certo: Spade, um dos membros mais influentes do clã ninja The Red Scarves estava esse tempo todo dentro da Agência. Com Sheng e Viktor em base de luta, Spade diz:

    — Viktorius Ashem... Um stranger. Você é bem diferente do verdinho do espaço que aterrissou aqui... A propósito, você é um alien.

    — Cale-se! O que você está fazendo aqui?!

    — Viktor, vou lhe dar uma nova oportunidade pra me fazer uma pergunta inteligente.

    — Hã? Do que está falando?

    — “Porque você está aqui, dããã...” Ah por favor, hein. Somos adultos. Faça uma pergunta do tipo “Porque está tentando fugir daqui?” ou “Você está preso, seu ladino estiloso!” Ok... Essa última nem é uma pergunta, mas está valendo...

    Sheng, já mais irritado, tomou a frente, dizendo: 

    — Cara, chega de papo! Como você mesmo disse com deboche... Você está preso!

    — Hahaha! Um stranger fracote e um felino com língua afiada... e fracote também.

    — O que você disse?! – Disse Sheng, rangendo os dentes e mostrando suas garras.

    — Olha só... O bichano está ouriçado. Hehehe...

    — Infeliz desgraçado!

    — Bem, preciso ir. Tenho assuntos a tratar e coisas a resolver... Dêem as condolências a grã mestra... – Disse, com a porta destrancando.

    Mas antes que Spade pudesse sair, eis que Arthemis apareceu ao seu lado, já lhe apontando seus canhões de plasma que brotaram de seu braço. Ela, com os olhos iluminados, diz:

    — Protocolo Omega: levar sob custódia qualquer indivíduo não autorizado na Agência. Caso resista, tenho permissão para atirar.

    — E porque não atira antes e depois vem com essa burocracia, máquina idiota?

    — Spade, você é procurado pela autoridades de toda Avalice. Sugiro que se renda agora e cale-se... porque senão farei com que seja para sempre!

    — Hm... Gostei do trocadilho. Sabe, se eu soubesse que dois felinos iriam querer brincar comigo, traria uma bola de lã...

    — Provocações imaturas eram esperadas de um indivíduo ambíguo e desprovido de valores morais e éticos. Sugiro que se renda... e é meu último aviso.

    — Uh... Cheguei a tremer com suas palavras fortes e ameaçadoras... Patético – Disse, levando sua mão ao bolso e apertando um botão.

    Imediatamente Arthemis desapareceu do recinto, com Sheng e Viktor surpresos. A IA felina, somente por voz, diz:

    — Viktor-kun! Sheng-kun! Ele tem um inibidor de nanites!

    — O que?! – Disse Viktor.

    — Eu não vou poder me materializar nessa área!  

    — Spade, você é um miserável!

    E o panda ladino, entrando pela porta, diz:

    — Até pra me ofender você é fraco, stranger! Até... See ya!

    Os dois, sabendo que estavam sozinhos nessa, correram em direção a Spade. Uma perseguição se iniciou por dentro da área de abastecimento da Agência.

    E enquanto isso...

    Shang Mu Forest’s Mud

    — PROTEJAM-SE TODOS! – Gritou Joshy, para todos.

    O porquê de sua ação? Simples: várias vinhas de cipós estavam atacando a caravana, que desviou o caminho, e estavam atacando todo o time formado por Asuka e o Team Avalice. Com todos se esquivando como podiam dos cipós, Lilac diz:

    — São muitos! E não podemos ficar parados um segundo!

    — Caraca... Essa parada tá parecendo a festa do apê do Latino! – Disse Carol, evitando os ataques. 

    — Carol, não é hora pra essas suas loucuras!

    — Tá, mommy... Mantenha o foco aí!

    — O que vamos fazer? – Disse Milla, usando seu escudo de feixe verde.

    Com Lilac olhando para Asuka, ela diz:

    — Asuka, temos que...

    — ... voltar ao comboio. Sim, Sash Lilac. Fico feliz que você ainda mantenha seu lado cognitivo a tona – Disse a grã mestra, já bom um olhar diferente. 

    Nos computadores da Agência, Arthemis, que monitorava o pavilhão onde Sheng e Viktor estavam perseguindo Spade, logo disse:

    — Asuka Tenjoin... Sua temperatura está...

    — Não quero chá. Estou perfeitamente bem. Esse contratempo logo será resolvido.

    — Mas Asuka Tenjoin...

    Noah, que também se esquivava dos ataques das vinhas, logo percebeu que Asuka estava mudando. E o albino não perdeu tempo e diz:

    — Vai aloprar outra vez, não?

    — Noah Hibiki, não quero ouvir sua voz!

    — VAI OUVIR SIM, SUA SURTADA!

    — O que?! COMO OUSA?

    — ESTAMOS NUMA ENCRENCA ENORME! NÃO VENHA COM ESSES SEUS SURTOS DE “QI ALTO”!

    — NÃO GRITE COMIGO, SEU... seu... SEU BAKA! – Disse Asuka, voltando ao seu semblante anterior.

    E para surpresa de Arthemis, ao ver os leitores de temperatura de Asuka, pensou:

    — *Ela... A temperatura dela... Abaixou sozinha?! Isso... Isso vai contra minha programação. Novamente ela abaixou sozinha... Sem intervenção. Temperatura: estabilizada. Usuário: Asuka-chan. Minha Asuka-chan!* 

    E a discussão no campo de batalha não acabou. Com todos se esforçando para evitar os ataques, Noah diz:

    — Para de ficar me ofendendo e conhece a agir, grã mestra!

    — Não me diga o que fazer, Ero-albino!

    — O que? Eu já te disse várias vezes que eu não... – Tentou dizer Noah, sendo interrompido.

    E já farto de tantas discussões, Joshy, que estava munido com um escudo, diz:

    — PAREM COM ISSO VOCÊS DOIS! – Gritou, enquanto golpeava várias vinhas com seu escudo – Caso não tenham entendido, estamos sob ataque. Então se concentrem! O duelo de vocês já acabou!

    O grito do lupino deu certo, pois bastou isso para que Asuka e Noah parassem de brigar. Mas não houve muito tempo para uma leitura melhor da situação. O chão começou a rachar e dele raízes enormes começaram a brotar adruptamente. Lilac, Carol e Milla, assim como Noah e Asuka, seguido depois por Joshy, foram separados. As vinhas formaram um tipo de corredor aleatório, isolando os grupos.

    Sob esse cenário, um período de calmaria veio, mas ainda com o teor tenso de emergência. Olhando para a enorme estrutura de vegetação que foi formada, Lilac tentou retornar para onde os outros estavam isso de sua velocidade parte saltar, mas era inútil: galhos evitavam seu salto. Ela, frustrada, se junta a Carol e Milla, dizendo:

    — Estamos em sérios apuros.

    — Nem precisa dizer... Tá parecendo Gears of War isso aqui...

    — Carol, não comece!

    — Tá, foi mal. Mas é que eu tô mesmo boladona com a situação...

    — Ah... Milla, consegue farejar os outros? – Disse Lilac, olhando para sua amiga canina.

    — Eu... Eu... – Disse, tentando usar seu olfato – Eu não consigo... Essas árvores estão exalando um cheiro que me atrapalha.

    — Que ótimo... Tínhamos um plano com toda a segurança possível e agora tudo é destruído.

    — Você fez bem em ter deixado o piá lá na base.

    — Sim...

    E para surpresa de Lilac, ela ouve então a voz de Arthemis, que diz:

    — Lilac?

    — Hã? Arthemis?! Mas como...

    — Nossa, que bom! Lilac, não tenho muito tempo. Vocês precisam seguir para o norte. O caminho de vocês será difícil porque já muitas criaturas de vinhas a frente.

    — Mas Arthemis... Como conseguiu entrar em contato?

    — Seus auxiliares auditivos. Eu os hackeei. Mas isso não é importante agora. Temos muitos ¶¶∆¶√√||∆∆||...

    — Hã? Arthemis?!

    — Lilac, o Vi¥¥¥√||¶∆∆×÷¶¶÷...

    — O QUE?! ARTHEMIS?!

    — O SINAL ESTÁ FR∆¢•! S|G∆π €Oπ O QU€ €U D|SS€!!

    — ARTHEMIS!? ARTHEMIS!?

    O desespero logo tomou conta de Lilac. Carol e Milla se aproximaram, com a felina verde dizendo:

    — Que tá rolando, Lilac?

    — Carol, estamos sozinhas nessa.

    — O que?

    — Arthemis conseguiu entrar em contato, mas... Se lembra do que aconteceu no centro da cidade de Shuigang? (Capítulo “O ataque do clã ninja The Red Scarves”)

    — Ai, caraca... Então essa parada toda...

    — Sim. Foram os The Red Scarves! Eles estavam esperando por tudo isso! E eles também colocaram um bloqueio na comunicação!

    — E então, o que vamos fazer? – Disse Milla, confusa.

    — Seguir com o que Arthemis me disse. Para o Norte... e estejam preparadas, pois encontraremos inimigos.

    — E onde isso é ruim, Lilac? Mano, tava na hora de ação! E quando o “Mission Start” começa? – Disse Carol.

    Respondendo a pergunta dessa felina (incoveniente): em breve.

    Enquanto isso...

    Se levantando do outro lado do corredor de raízes que chegavam a tampar o céu, lá estava Joshy. O lobo, olhando para os lados, ainda segurança seu escudo. Explicando sua arma, Joshy usava um escudo translúcido de cor vermelha. Formado por ligas de titânio e carbono, tina em sua composição também nanites desenvolvidos pela ATT. Por causa disso, ele poderia ativá-lo a qualquer momento.

    O lupino chegou próximo a uma das paredes do corredor, dizendo:

    — ASUKA? NOAH? LILAC? ESTÃO AÍ?

    Sem resposta, ele então diz a si mesmo:

    — Droga... Isso muda todo o plano. Sem a grã mestra, o comboio... ESPERA! O COMBOIO!

    Joshy então começou a correr pelos corredores de raízes, com muita areia e pedras pelo caminho. Ele continuou dizendo:

    — Eu não sei onde Asuka e os outros estão, mas eu tenho certeza que se eu encontrar o comboio poderei seguir com o plano. Eu... Eu acredito nos meus instintos de soldado! Eu não vou te decepcionar... Mayor Zao!

    O lobo seguiu correndo com tudo que tinha, sem parar um instante sequer. Era visível em seu olhar o grau de urgência em continuar com o que foi planejado, mesmo que sem a grã mestra por perto.

    — Não há tempo para perder! Devo continuar em frente... e espero que Asuka e os outros estejam bem...

    Determinado e muito confiante, o lobo correu podemos corredores de raízes.

    E enquanto isso...

    — DROGA! Arthemis, está na escuta? ARTHEMIS?!

    Era a grã mestra da Agência tentando comunicando com sua amiga. Mostrando irritação em seu rosto, ela procurava por alguma abertura entre as raízes, sem sucesso. E com ema somente estava Noah que, a olhando, diz:

    — Não consegue comunicação com Arthemis?

    — Ah olha só... O idiota falando... Será que você não tem entendimento lógico pra evitar esse tipo de pergunta?

    — Só estou preocupado. Não sabia que esse clã ninja tinha esse aparato todo.

    — Cale-se, ero-albino!

    —Já falei pra você não me chamar assim!

    — Ero-albino!

    — Para com isso!

    — Será que você não entende que eu não quero conversar com você?

    — E será que você não pode ser só um pouco razoável? Estamos isolados, não sabemos onde os outros estão e... – Tentou dizer, sendo interrompido.

    — Como se isso fosse um grande problema pra mim... – Disse, olhando um visor em seu braço – Meu braço direito é composto por nanites. Eu consigo ver onde está o nosso alvo, onde está Sash Lilac, o comboio...

    — Então... onde eles estão?

    — Estão longe daqui. Sash Lilac está seguindo com o plano, se dirigindo para o norte. E o comboio... Estão parados em algum lugar ao oeste daqui. Bem, eu devo então seguir para o centro... – Disse, começando a caminhar.

    E acreditem: elas ignorou totalmente Noah, que precisou segui-la, dizendo:

    — EI! ASUKA!

    — Essa voz... Essa voz irritante...

    — O que pensa que está fazendo me deixando pra trás?

    — Estou te deixando pra trás. Simples assim.

    — Estamos juntos nessa!

    — Não... Não estamos. Volte para onde veio e espere por lá.

    — O que?! Está louca ou o que?

    — Noah Hibiki, não comece uma discussão desnecessária. Você não tem condições alguma de fazer algo. Então aceite sua insignificância e volte. Espere que em breve socorro chegará e irá lhe defender.

    — O que!? Não... Isso não está certo...

    — A vida não é justa, eu sei. Mas fazer o que, né? Eu sou a mais forte, a mais inteligente e a mais capacitada aqui. Então me obedeça e volte pra...

    Mas Noah parecia estar no limite da paciência. Aliás, sua paciência acabou de vez, com ele dizendo:

    — CALA A BOCA, SUA CONVENCIDA TRATANTE!

    — COMO É? – Disse, indo em direção a Noah – VOCÊ TEM NOÇÃO, IDEIA E CAPACIDADE COGNITIVA PRA SABER COM QUEM PENSA QUE ESTÁ FALANDO?

    — Você pensa que está por cima, mas... Não! Você não entendeu nada... NADA!

    — Noah Hibiki...

    — Para de falar o meu nome completo! Pare com isso! Você não sabe o quanto isso me irrita... Sabia que dizer o nome completo de alguém é uma ofensa?

    — Ah então é isso. O Ero-albino é sensível... Que florzinha...

    O albino híbrido mais uma vez foi provocado por Asuka. Podíamos ver que a grã mestra estava praticamente menosprezando Noah, continuando a tentar diminuí-lo como estava fazendo na Agência. Mas Noah sabia revidar, como demonstrou:

    — Você não sabe a sorte que tem.

    — Como é?

    — Durante o duelo, eu poderia ter acabado com você...

    — Ah é mesmo? E quem ficou de joelhos? Quem estava dizendo besteiras só pra me agradar?

    — Besteiras? Eu estava lá lutando contra você sem medo de nada... Eu olhei pra todos a minha volta e vi que precisava fazer algo... Você não entende?

    — Você quase foi destruído. Eu entendo isso.

    — VOCÊ ESTAVA CHORANDO! VOCÊ ENTENDEU O QUE EU FIZ!

    — Vai continuar gritando mesmo? Bastou eu ter um pouco de misericórdia com você pra pensar que poderia me afrontar aqui nesse lugar? Noah Hibiki, coloque-se no seu devido lugar. Um civil sem valor como você deveria continuar com sua vidinha pacata na biblioteca... Você aqui não tem serventia.

    — Asuka...

    — Durante nossa primeira luta na Agência você me falou sobre ouvir verdades... Pois bem, acabei de te dizer na sua cara. O que você vai fazer agora é exatamente o que eu te mandei fazer: retorne e fique parado no lugar que estava. Em breve o socorro irá chegar... – Disse, lhe dando as costas e voltando a caminhar.

    Mas Noah, demonstrando muita revolta, não pôde ficar calado frente as palavras de Asuka. Ele, a olhando com raiva, diz:

    — Eu me importei com você...

    — Hm? – Disse, se virando – Você disse alguma coisa?

    — SUA INFELIZ! EU ME PREOCUPEI COM VOCÊ! 

    — Noah Hibiki... – Se irritou Asuka, mudando seu semblante.

    — PARA DE FALAR O MEU NOME! Para... Só para de agir feita uma louca!

    — Não ouse dizer mais nada...

    — Olha só pra você! Surtando outra vez!

    — Pare... Eu não vou admitir que...

    — Vai me chamar de amaldiçoado, demônio, maldito... Vai, então! Diga! Mas faça isso sendo você mesma!

    — Noah Hibiki... – Disse Asuka, que estava mesmo ficando irritada.

    Noah não arredava, desafiando novamente a grã mestra. Novamente uma disputa de egos estava prestes a começar.

    Enquanto isso...

    A Agência

    Área de Abastecimento – Zona restrita

    Viktor e Sheng corriam juntos para ir ao encalço de Spade. Sozinhos e seco orientados por Arthemis, Viktor diz:

    — Arthemis, pra onde?

    — Continuem e virem a esquerda. Spade está seguindo para o norte da Agência. É lá onde fica a Ala Restrita.

    — Hã? Mas por ele iria até lá?

    — Vik... Esse cara vai tentar fugir! – Disse Sheng, preocupado.

    E Arthemis deu total razão ao que o felino alaranjado disse.

    — Sheng-kun está certo! Estou selando todas as entradas e saídas da Ala Restrita. Se ele chegar até lá, não poderá seguir para fora da Agência.

    Ouvindo o que a IA felina disse, Sheng logo diz:

    — Vik, eu vou na frente!

    — O que? Sozinho?

    — Sim! Eu posso usar minha velocidade pra chegar lá bem rápido!

    — Então vai! Corre! E freia aquele ladrão!

    — Pode deixar!

    A ótima ideia de Sheng foi aceita sem pensar por Viktor, com o felino indo na frente a toda velocidade. Entretanto ele mesmo pensava de uma outra perspectiva:

    — *Ótimo... Valeu, Vik! Assim a gente termina com isso e... eu te protejo, irmãozinho!*

    Sheng na verdade estava preocupado com a segurança do humano, já que ele não tem habilidades especiais.

    E um pouco mais a frente...

    Spade corria pelos corredores escuros e estreitos da Área de Abastecimento. Vários contêineres e caixotes faziam com que os espaços fossem até menores, mostrando que de fato o caminho era cheio de obstáculos. Mas o ladino membro mais influente do clã ninja The Red Scarves não mostrava ter problemas em cobrindo avançando. Em um de seus braços havia um tipo de bracelete eletrônico que lhe dava todas as coordenadas, o guiando para seu destino. E bastante confiante, diz:

    — Usar a Agência como fonte de coleta de dados foi uma ótima ideia. Hehe... Eu acredito que a alta cúpula do clã não esperava por isso e... Bem, isso não importa no momento. Devo sair logo desse lugar e continuar com o plano.

    E ele, ao tentar abrir uma porta, diz:

    — O que será que eu deverei dizer em meu memorando do clã? “A Agência: como se infiltrar sem ser notado” é um bom título. Hm... Acho que é melhor eu inventar outro...

    E o surpreendendo, eis que Sheng apareceu e, prestes a atingí-lo com um chute, diz:

    — Que tal “Como ter o crânio quebrado como um diamante”?

    Se Spade não tivesse a agilidade de um verdadeiro ladino, a essa hora estariam juntando cacos de um diamante destruído, pois o chute passou bem próximo de seu rosto quando conseguiu se esquivar a tempo. O panda, um pouco irritado, diz:

    — Tem felinos que não sabem mesmo ficarem quietos... E você é um deles.

    — Eu não sei o que você quer aqui, mas pode ter certeza que eu vou te quebrar todo!

    — Smart move! Gostei. E agora, vamos começar a lutar? Que pena... Posso reagendar?

    — Reagende isso! – Disse, começando a executar vários socos contra Spade.

    E o panda ninja precisou novamente se desdenhar para evitar os ataques poderosos de Sheng. E durante suas esquivas, ele diz:

    — Você daria um bom ninja do meu clã. Estaria interessado? O dinheiro é bom, a alimentação é ótima... Já falei que temos um excelente plano odontológico?

    — Fica parado então que eu vou te mostrar o que é ser um dentista sem diploma!

    — Você tem senso de humor. Gostei.

    Mas parecia que tudo isso era um plano de Spade para ganhar tempo: ele então explodiu uma bomba de fumaça, fazendo sua presença praticamente desaparecer. Com Sheng tossindo, ele mal conseguia ver um centímetro a frente. Andando desorientado, ele quase fez uma besteira: Viktor se aproximou com cuidado e por pouco não for acertado por um soco de Sheng, que diz:

    — Hã? Vik?! Putz, cara... Desculpa!

    — Sheng, mas o que é essa fumaça toda?

    — O Spade... Aquele miserável... Foi ele quem soltou essa bomba. Eu deveria saber que ele é um ninja... Vai querer ter vantagem sempre em luta.

    — E pra onde ele foi?

    — Eu não sei... Ele soltou essa bomba e sumiu.

    — Nossa... Arthemis, está me ouvindo?

    E pelo interfone, a IA felina diz:

    — Sim. Mas meus sistemas de áudio estão danificados na Área de Abastecimento. Spade deve ter anulado também meus nanites por aqui. Viktor-kun, Sheng-kun... Acho melhor voltarem. Eu irei pedir auxílio a guarda residente.

    — Arthemis, o Spade vai fugir! Não podemos simplesmente ignorar isso! – Disse viktor, determinado.

    — Viktor-kun, é muito perigoso. Spade é um ninja bastante perigoso em toda Avalice!

    — Mas é por isso mesmo! Se ele quer fugir é porque está tramando algo grande! Ele estava o tempo todo aqui.

    — Viktor-kun, volte! É uma ordem.

    — O que? Arthemis, me perdoe... Eu não posso dar as costas a esse problema!

    — Viktor-kun, volte!

    E Sheng, entendendo o que Viktor queria, diz:

    — Cara, você quer ir até o fim, não? A gente vai se complicar se fizermos isso...

    — E se o Spade fugir pode acabar pior ainda!

    — É, eu estou ligado... E então, como será? Voltar e deixar os guardas tentarem, e eles não irão conseguir chegar a tempo, ou eu e você continuamos e pegamos o Spade? O que me diz, irmãozinho?

    — Vamos, Sheng! – Disse Viktor, continuando a correr.

    Os dois jovens seguiram ao encalço de Spade, contrariando Arthemis, que diz:

    — Viktor-kun... Por favor, volte! É perigoso! Você não respeita minha autoridade?

    Só em ouvir o que Arthemis disse, Viktor parou por um instante, dizendo:

    — Eu respeito você, Arthemis. Na verdade eu tenho uma grande admiração por você. Porém estamos juntos nessa e não podemos deixar que o Spade fuja. Eu não quero ir contra suas ordens, mas eu preciso ajudar. Por favor, me entenda! Eu te adoro, Arthemis.

    E a IA, depois de um breve momento, diz:

    — Viktor-kun, Sheng-kun... Me prometam uma coisa.

    — Diga, Arthemis.

    — Prendam-lo e voltem são e salvos.

    — Eu prometo. E você Sheng? – Disse viktor, sorrindo.

    — Pode crer que sim, irmãozinho!

    Os votos de Viktor e Sheng trouxeram confiança a Arthemis, que se viu responsável pela segurança dos dois, mas não poderia obriga-los a desistir de tentarem ajudar e impedir a fuga de Spade. O que será que ele estava tramando e quais dados roubou da Agência? Essa dúvida consumia a IA, que logo tratou a novamente tentar contato com os agentes do campo de batalha e sua amiga Asuka. E nela mesma que suas preocupações estavam: embora não conseguisse contato, seus sensores funcionavam e suas leituras de temperatura chegavam em tempo real:

    — Asuka-chan... Você está diferente. Sua temperatura aumenta mas diminui bruscamente. O que está acontecendo? Porque isso está ocorrendo?

    Sendo assim, começamos um novo estágio dessa história.

    Music: “Owrarinaki Koubou - Extended” by Yasuharu Takanashi.

    Battlegrounds | Act 1

    Team Lilac - Mission Start

    Sobre os vales verdes da Shang Mu Forest, Lilac, Carol e Milla seguiam em direção ao norte da floresta como Arthemis as indicou. O caminho não apresentava problemas, mas a dragão sabia que isso iria acabar em breve. Ainda presas no corredor de vinhas, elas corriam para enfim cumprirem com a missão o mais depressa possível. A dúvida de que os outros estariam bem não saía da cabeça de Lilac.

    — Estou preocupada com os outros... Será que estão mesmo bem? Carol, mantenha a atenção!

    — Tá... Fica fria, heroína. Tu acha que essa galera da Agência não sabe se cuidar?

    — Mesmo assim... Essa situação não é normal.

    — Ih loca... Pessoal da Agência é do sindicato! Só tem bacharel lá, fica sussa.

    E Milla, indo a frente, diz:

    — A Arthemis tentou contato outra vez, Lilac?

    — Ainda não... E não creio que irá. Se a The Red Scarves está usando aquele estratégia de inibir comunicação, então iremos ficar incomunicáveis por um bom tempo.

    — Isso é ruim...

    — Sim, mas temos o mínimo de informação útil, que é chegar nesse galpão no meio da floresta. Vamos chegar lá, pegar o resquício e acabar com essa confusão toda!

    E Carol, correndo ao lado de Lilac, diz:

    — Diva lilás, tu já parou pra pensar que tudo que a gente faz é meio que um roteiro escrito por um daqueles escritores fracassados que mal recebem comments?

    — Carol, não é hora de suas maluquices!

    — Tá, eu sei... Mas tu já teve a impressão de que a Galaxy Trail poderia processar essa peça?

    — Carol, para com isso! Chega!

    — E se a gente... – Tentou dizer Carol.

    — CAROL, BASTA DISSO! Escuta... Não fazemos parte de uma história, tudo isso está acontecendo por acontecer, estamos com um problemão pra resolver, então... PARA COM SUAS MALUQUICES! – Gritou Lilac, irritada.

    — Tá, tá... Chata feita “os terraplanistas”...

    — O que você disse, bola de pelo?

    — Nada, bolsa de escamas.

    — Boba!

    — Nyah! :3

    E como a tranquilidade é passageira, Milla logo diz:

    — Garotas, temos companhia...

    E a frente delas havia uma manada de criaturas fornadas por vinhas, exatamente como as que elas enfrentaram no passado (no capítulo “Um novo estágio”). E como da última vez, sabiam que teriam problemas.

    — Perigo a frente! Então era mesmo verdade... ATAQUEM! – Disse Lilac, aumentando sua velocidade.

    — Aí sim! É hora da porrada, gente! – Disse Carol, mostrando suas garras.

    — Eu já estou pronta! – Disse Milla, concentrando seus poderes e formando um enorme cubo que ficou flutuando atrás de si.

    A quantidade era muita, mas as garotas não se intimidaram com esse detalhe. Lilac os atacou primeiro, usando de seu Dragon Boost e eliminando boa parte. Já dentro da ação, começou a usar de seus cabelos como chicote, rodopiando e eliminando boa parte, usando seu golpe:

    — CICLONE!

    Em seguida veio Carol, retalhando e cortando vários deles com suas garras. Não satisfeita, começou a usar de seus poderosos chutes consecutivos para causar um bom estrago.

    — WILD KICK!

    E Milla, executando um incrível salto e usando suas orelhas para ganhar mais altura, arremessou uma saraivada de nove cubos de feixes contra as criaturas, as eliminando com muita facilidade.

    — CUBE BLASTER! AHHH!

    Ao aterrissar, ela não parou e, já em sua base de luta estilo garça do Kung Fu, se colocou a demonstrar todo o repertório que aprendeu de Neera Li, executando chutes e socos potentes, derrubando várias criaturas de vinhas.

    — CRANE COMBO!

    As habilidades de Milla chamaram até atenção de Lilac, que pensou:

    — *Ela evoluiu muito desde a um ano atrás... Em nada lembra a Milla que nós conhecemos. A Neera a ajudou mesmo a ser forte.*

    Enfim, as três estavam mesmo dando conta, mas por quanto tempo?

    Enquanto isso...

    Asuka & Noah...

    Acreditem: os dois já estavam em base de luta alí mesmo no meio da Shang Mu Forest. Pelo visto a rivalidade dos dois havia extrapolado até a lógica e noção da gravidade do real problema. E um detalhe importante: Asuka estava com seu semblante fechado, mostrando irritação. E o albino logo diz:

    — Você não tem mesmo ideia do quão ridícula está sendo!

    — Noah Hibiki... Quem não tem noção do que está se metendo aqui é você!

    — Então quer mesmo lutar?

    — GRR... AHHH! – Disse, correndo contra Noah. 

    Mas Noah não esboçou absolutamente nada, mesmo ainda estando em base de luta. Ao invés de se preparar para o iminente ataque, ele diz:

    — Uma grã mestra que é incapaz de agir por si mesma... É isso que você está fazendo.

    — GRR... NOAH HIBIKI! – Disse Asuka, ainda correndo contra Noah, a poucos metros.

    — Se lembra da primeira vez que nos vimos aqui? Você estava me expulsando da Agência... Eu e meu time. Foi imaturo de sua parte, mas ao menos era você, a Asuka que todo mundo gosta!

    Ela ainda o ignorava, seguindo com seu ataque. E quase prestes a golpea-lo, o albino diz:

    — Muitos conhecimentos trazem poucas ações. Muitas ações trazem poucos conhecimentos... Mas bons modos, capacidade de ouvir e análise e, principalmente, ter empatia são atitudes de vencedores! Se lembra disso?

    E com o punho de Asuka a centímetros do rosto de Noah, ela simplesmente interrompeu seu golpe, dizendo:

    — Você é um verdadeiro baka, ero-albino! – Disse, mostrando um semblante normal.

    — E você uma imatura! Sempre perde a calma e... – Tentou dizer Noah.

    — Cale-se

    — De novo com isso? Qual é a sua?

    — Já mandei você se calar! Não quero papo!

    — Você precisa ser mais razoável e...

    — Arittakeno yume o... kakiatsume! Sagashi mono sagashini yuku.. no... sa!— Disse, tapando os ouvidos e cantando.

    — A grã mestra com QI de 337... Vejam só... – Disse Noah, olhando para Asuka.

    Mas a felina ouviu o que o jovem híbrido disse. Ela, irritada, diz:

    — Me surpreende você ter se lembrando... Precisa ter uma boa memória e pra... – Tentou dizer Asuka.

    — Será que não há como você simplesmente aceitar que eu quero ajudar? Eu não quero problemas com você...

    — Ótimo. Então me obedeça e volte!

    — Você sabe que isso não vai rolar. Eu quero ajudar e vou!

    — Baka!

    — Para de ficar me chamando disso! Eu não sei o...

    Mas Noah logo foi interrompido por Asuka que, usando de seus sentidos, pulou em sua direção e o salvou de ser atingido por um cipó que iria agarra-lo. Indo ao chão junto a Noah, ela diz:

    — Estamos sendo atacados!

    — Ah... Você... Você me... – Tentou dizer, sendo empurrado por Asuka.

    — É, salvei! Agora cala a boca e saia daqui! – Disse a grã mestra, se levantando e ficando a frente de Noah.

    Mas sabemos perfeitamente que o albino não iria sair dali. Determinado em ajudar, Noah colocou-se em base de luta ao lado de Asuka, dizendo:

    — Eu estou aqui pra fazer parte dessa missão! Não irei sair daqui!

    — Grr... – Disse, irritada – Você é muito baka!

    — Para de me chamar disso!

    E mais uma vez Asuka precisou ser bastante atenciosa e puxou Noah para um dos lados, evitando que o albino disse pego por outro cipó vivo. Com os dois ao chao, Noah diz:

    — Eu tinha tudo sobre controle! Porque está fazendo isso?!

    — Ah sim... Estou vendo... Estava prestando a atenção a tudo e é um intocável... Chīgāū dārō!

    — Eu entendi perfeitamente o que você disse!

    — Nossa, que surpresa! Você tem algum tipo de intelecto maior que de uma porta pelo menos!

    — Como se você estivesse fazendo alguma coisa importante...

    — EU TE SALVEI DUAS VEZES! Então fecha sua boca!

    — Difícil cooperação. Esse é seu problema!

    — Teimosia. E esse é o seu!

    E com os dois brigando, quase foram atingidos por enormes cipós. Eu disse quase...

    ... porque Joshy entrou na frente...

    ... E impediu que fossem atingidos usando de seu escudo, que se expandiu além de sua arma por causa das nanites. O lobo, olhando para os dois, diz:

    — Estava a muito tempo procurando por vocês e... VOCÊS AINDA ESTÃO BRIGANDO!

    — Hwng Joshy Aoi Omna, veja como fala comigo!

    — Ah lá vem a grã mestra... – Disse Noah, tripudiando.

    — Aí, ero-albino... A conversa é entre mim e Joshy!

    — Ero-albino?! Mas o que... – Tentou dizer Joshy.

    O lupino precisou se concentrar porque passou a ser novamente atacado pelas vinhas, só que desta vez em maior quantidade. Diante esse desafio, ele diz:

    — Ah beleza... Vieram mais!

    — Esse clã ninja... Até onde eu sabia eles não tinham tanta estrutura assim pra... – Tentou dizer Noah.

    — Enough, ero-albino! – Disse Asuka, olhando para Joshy em seguida – Proteja o perímetro, soldado!

    — Hã? O que vai fazer?! – Disse o lobo, surpreso.

    — Hm... O básico.

    Ela então executou um salto para frente e, ao aterrissar, com um só soco com sua técnica Two Hand ela golpeou os dois cipós ao mesmo tempo, os expulsando em seguida. Foi até possível ver o seu punho marcado em um deles. Foi de fato um golpe bem forte, que impressionou os dois. A grã mestra, sorridente e imponente, diz:

    — Simples assim... e rápido.

    — Wow... Não podia esperar menos de você, Asuka Tenjoin – Disse Joshy, caminhando até Asuka. 

    — Boa observação, Hwng Joshy Aoi Omna.

    — Bem, onde está o comboio?

    — Ao oeste daqui. Estava indo para lá porém preciso bancar a baby sister desse ero-albino aí... – Disse, apontando para Noah.

    Mas o jovem híbrido não gostou nem um pouco desse comentário, dizendo:

    — Eu não pedi sua ajuda! E pare de me chamar disso!

    — Joshy, faz ele parar educadamente? Porque estou sem paciência... – Disse Asuka, com uma das mãos no rosto.

    Porém o lobo não pôde sequer em analisar a situação, já que o momento não era nem um pouco agradável: várias vinhas e cipós apareceram, com Joshy dizendo:

    — Adivinha só quem veio para a revanche, cara grã mestra...

    — Nani?! – Disse Asuka, surpresa.

    — Ah droga... Dessa vez teremos problemas... – Disse Noah, se preparando.

    O ataque começou, com as vinhas e cipós serpentinando pelo ambiente. Rapidamente Joshy ativou seu escudo, se protegendo e atacando com sua arma. Asuka logo tratou de fazer uso de sua Two Hand sem ser conter, fazendo com que cipós recuassem. Noah se esquivava e tentava atacar com o que tinha, já que estava sem chi. Com socos e chutes ele conseguia golpear vinhas, que tentavam o agarrar. Por muitas vezes Joshy o ajudou, dizendo:

    — Você não deveria estar no fronte, Noah. Não é lugar para civis!

    — Eu sei exatamente o que estou fazendo! Porém são muitos... e mais dessas coisas aparecem... *Essa sensação... A natureza está novamente vindo atrás de mim!?*

    E Noah estava certo. Por mais que Asuka e Joshy estivessem se esforçando, usando suas habilidades ao máximo, mais e mais vinhas apareciam, até que uma manada de criaturas de vinhas começaram a aparecer por todos os lados, para desespero de todos.

    — MALDIÇÃO! São muitas! – Disse Asuka, golpando várias delas.

    — Não param de vir! – Disso Joshy, usando seu escudo para golpear um grupo de cinco.

    — PHOENIX FLAME FULLMETAL! – Gritou Noah, derrubando dez de uma vez.

    O último movimento do albino foi tão intenso que, mesmo com ele cansado por ter que se esforçar o dobro, ela não pode evitar de pensar:

    — *Esse idiota... Continua aqui, insistindo em fazer parte dessa missão... Porém... Esse seu golpe... Ele é mesmo forte. Não foi uma coincidência eu ter tido trabalho contra ele no duelo... O que você quer aqui, albino? E porque estou me preocupando com isso?!*

    A situação se tornava quase insustentável, com ainda mais inimigos vegetais chegando. Noah, Joshy e Asuka já estavam cercados e uma ação mais drástica deveria ser empregada o quanto antes, pois a cada minuto piorava ainda mais. Joshy, usando seu escudo, diz:

    — Asuka, Noah... Precisamos recuar!

    — Não! Nem pense nisso! – Disse Asuka, golpeando criaturas.

    — É necessário. Precisamos nos reagrupar. Há muitas criaturas... e Noah já não está em condições de lutar.

    — Como é? Joshy, você não responde por mim! – Disse Noah, ofegante.

    — Falou o ero-albino, já quase perdendo o ar. É demais pra você, não? Que piada...

    — Não se meta!

    — Você só nos atrasa! Deveria ter retornado!

    As coisas estavam mesmo ruins.

    E enquanto isso, no norte...

    O Team Lilac também se encontrava na mesma situação. Haviam pelo menos o quádruplo de criaturas que antes, numa quantidade nunca vista por Lilac, Carol e Milla. Com as três agrupadas no meio e se desdenhando para se manterem vivas, Carol diz:

    — Maluco... Já vi barreira de baile funk, mas isso é ridículo!

    — Carol, leve a sério! – Disse Lilac, golpeando com chutes.

    — Nós não vamos aguentar muito tempo! Temos que fazer algo! – Disse Milla, usando seu escudo.

    Porém, de forma inesperada, ao horizonte naquele mar de criaturas, várias delas começaram a voar, como se estivessem sendo eliminadas. Lilac, olhando, mal acreditava no que estava acontecendo. E eis que uma voz é ouvida:

    — HEAVY PUNCH!

    Lilac logo abriu seus olhos, conseguindo ver aí fundo que alguém que ela reconheceu estava vindo:

    — Mas ele... Ele é... FLORR?!

    Sim, o jovem panda que lutou pelo Team Red no torneio. E ele não estava só:

    — WILD BEAM!

    Um turbilhão de vento varreu várias das criaturas. E Era Ox, o canino forte. Ele executou seu golpe enquanto mais uma pessoa disse:

    — VAHN LANCER! AHHH!

    E Carol fez as honras:

    — VAHN?! Cara, é ela mesma! A Cammy alternativa!

    Sim, era a felina Vahn, usando seu golpe mais poderoso para destruir várias das criaturas. E isso nos levou ao último deles: golpeando o chão com seu forte punho, uma massa de energia subiu, devastando o que tinha a sua frente, enquanto ele gritava:

    — GÊISER PODEROSO! AHHH!

    E Milla reconheceu bem quem era a figura:

    — Nossa! É o Gran! É O GRAN, LILAC!

    Juntos, eles estavam conseguindo limpar o caminho, diminuindo e muito a quantidade de inimigos. Era incrível como ambos os times agiam, com Lilac esbanjando força com seu Dragon Boost, com com seus chutes e Milla com seus poderes de feixes. Em pouco tempo conseguiram limpar a área. Todos os integrantes do até então Team Red estavam usando um tipo de uniforme, como se fossem ninjas, da cor branca. E Lilac logo diz:

    — Florr! Mas que surpresa!

    — Olá, Sash Lilac. Estamos aqui pra ajudar.

    — E põe ajuda nisso, doggo estiloso! Cara, por um momento pensei que a torcida da Mancha Verde ia fazer a gente de almoço.

    — Carol, para com isso! – Disse Lilac.

    — Tá, tá... Ih...

    Milla, chegando perto de Gran, diz:

    — Vocês estão bem arrumados. Como acharam a gente?

    — Lenzin nos deu as coordenadas.

    Lilac logo se surpreendeu outra vez, dizendo:

    — Lenzin?! Mas...

    A felina Vahn, que tomou a frente, diz:

    — Ela conseguiu contato com Arthemis. Porém... Bem, aqui na floresta não há comunicação. Então ela nos deu sua posição antes de virmos pra cá.

    — E estamos aqui pra fazer parte do reforço – Disse Ox, olhando pra Lilac – Então melhor seguirem em frente. Nós iremos cuidar dessas criaturas.

    — Hã? Mas... Espere. Porque estão usando esses uniformes?

    E Florr, tomando a frente, diz:

    — Fazemos parte de uma coisa maior, Lilac. Essa ajuda não é só uma ordem que recebemos e também uma forma de agradecer a vocês.

    — Agradecer? – Disse Lilac.

    — Sim. Por sua causa vimos que podemos fazer algo de útil. Lenzin nos mostrou isso e... Bem, nos unimos a...

    As palavras foram ditas, embora nenhum de nós ouvíssemos. Mas pelo semblante surpreso de Lilac, era mesmo algo inesperado (novamente).

    — *Então a guardiã cumpriu mesmo sua promessa. Ela deu suporte a todos eles! Eu estou muito feliz com isso! Lenzin... ganhou muitos pontos comigo por causa disso, você pode estar certa.*

    E derrotando mais criaturas, Florr diz:

    — Agora vão! Nós vamos dar cobertura!

    — Tudo bem! – Disse Lilac, se preparando pra seguir caminho.

    E a dragão, sendo acompanhada por Carol e Milla, antes de sair diz:

    — Eu estava certa... VOCÊS TODOS SÃO INCRÍVEIS!

    O sorriso de Florr veio acompanhado por uma lágrima escorrendo em um de seus olhos, mostrando que a mensagem foi recebida. E lá estavam eles, lutando com tudo em prol de Lilac e todos.

    E voltando a Noah, Asuka e Joshy...

    O embate era desigual. A quantidade numérica de criaturas, vinhas e cipós era demais para os três remanescentes do comboio. O momento era de tanta apreensão que, ao lado de Noah, cansado, e Joshy, se esforçando ao máximo, trouxeram pensamentos a Asuka:

    — *Situação: infindáveis inimigos. Uso da Leitura Espaço temporal: ineficaz. Essa quantidade massiva de inimigos irá me fazer cansar e ficar vulnerável. Então essa é a dificuldade de agir diante do imponderável... Meus cálculos não funcionam e... Essa sensação estranha... Se eu não ficar algo, isso não vai terminar bem...*

    Porém os pensamentos de Asuka são instantaneamente anulados quando a grã mestra ouviu uma frase:

    — SPEEDUM WAVE!

    Um vulto começou a cortar várias vinhas, aterrissando ao lado da grã mestra. Ela, pasma, não acreditava no que estava acontecendo. Vestindo um uniforme ninguém branco, era:

    — MAKAL?! MAKAL OMNA? – Gritou a grã mestra.

    — Asuka Tenjoin... Viemos ao seu auxílio.... e a de toda a tropa.

    — Mas...

    Até mesmo Noah e Joshy ficaram boquiabertos com o ocorrido. E não havia acabado. Já enganando poderes de suas mãos, a canina Farh havia formado um bastão com seus poderes, destruindo diversos inimigos. A acompanhando veio Hown, o grande canino, com seus punhos potentes destroçando várias vinhas e cipós. E completando, Thrash, o lobo cinzento. Atlético, executava socos e chutes executando saltos entre um e outro. Sim, exatamente. Estavam ali todos os integrantes da:

    — Patrulha Omna! Eles estão de volta?! – Disse Joshy, surpreso.

    — Patrulha Omna?! – Indagou Noah.

    E Makal, ajudando a eliminar as criaturas, diz:

    — Nunca abandonamos a patrulha... e nunca iremos!

    Ao fim, e com os restantes da Patrulha Omna defendendo o meio do lugar, Asuka estava imóvel e do mesmo jeito de antes: pasma. Seu olhar distante não saía de Makal, que diz:

    — Que bom... Ela está aqui, pessoal!

    — Ela?! Quem? – Perguntou Asuka

    E cortando com extrema facilidade usando sua espada, era Lenzin. Mostrando força, forma e agilidade, sua ajuda foi importantíssima para limpar a área. Com várias vinhas e cipós ao chão, ela aterrisa em frente a Asuka, dizendo:

    — Hm... Você cumpriu sua promessa, grã mestra.

    — Lenzin... O que significa tudo isso?!

    — Como eu prometi, trouxe reforços.

    — Porque não me avisou? Porque não disse nada? Porque escondeu isso de mim durante tudo esse tempo?

    — Do que está falando? Reforços são reforços.

    — Você trouxe a Patrulha Omna!

    — Sim. Eles são muito prestativos nessa floresta. Aliás, você sabia que está nas terras deles?

    — O que? Mas...

    — A Patrulha Omna seria desfeita, mas eu pensei que poderia fazer algo. Minha família os acolheu e lhes ofertou ajuda para direcionar suas vidas.

    — Mas porque?!

    — Porque? Cara grã mestra... Eles estavam destruídos. Suas almas carregavam uma ferida, um estigma maligno... Pois bem, fiz meu papel de guardiã do Reino de Shang Mu... Eu os recuperei... Eu os reconstruí. E eles agora protegem essa floresta com suas vidas. No anonimato, como um guardião deve agir.

    Asuka naquele instante relembrou de tudo que aconteceu durante o Exame Omna Sangrou. O estrago que ela causou a toda a Patrulha Omna pesava em sua mente, embora disse lembranças distantes. Mas vê-los de volta, graças a Lenzin... De fato isso trouxe dilemas a jovem, que pensou:

    — *Eu não posso acreditar que Lenzin fez isso tudo sem que eu soubesse! Mas como... Como eles mantiveram suas vidas escondidas até agora? Lenzin... Sempre ela... Porque continua querendo me proteger? Porque essa preocupação? Eu sou a grã mestra da Agência! Eu sei exatamente como me proteger, mas... PORQUE TENHO TANTAS DÚVIDAS? Isso... Isso me irrita...*

    E a guardiã não parou, dizendo:

    — Há um bloqueio de sinal bastante forte nessa área e esse clã ninja está por trás disso. Então precisamos de um planejamento... que eu já tive a incumbência de fazer.

    — O que?! – Se surpreendeu Asuka, mudando de semblante – Guardiã Lenzin Tzu Chiang, você sabe muito bem que mudança de planos devem ser estritamente... – Tentou dizer, sendo interrompida.

    E Noah, se voltando a frente de Asuka e a encarando, diz:

    — Não... Dessa vez não! Deixa ela falar!

    — Noah Hibiki... – Disse, ficando mais irritada.

    — Vai começar, é? Vai, surta.... Você só vive assim mesmo... Vai, sua louca!

    — Pare de me provocar! – Disse, voltando ao seu semblante normal – Seu baka! Já estou farto de você! Eu não... – Novamente interrompida.

    — Beleza. Então está tudo ok com você. Diga, grã mestra.

    Lenzin quase esboçou um sorriso, mas conseguiu esconder bem. Ela então diz:

    — A Patrulha Omna ficará aqui e impedirá a proliferação de mais criaturas de vinhas. Existe alguma tecnologia da The Red Scarves relacionada a elas.

    — Isso é verídico? – Perguntou Joshy.

    — Não, é só uma intuição minha. Quero estar errada, mas eles coordenaram isso para evitar que nos aproximemos do galpão.

    — Espere... Eles estão se defendendo?

    — Exatamente.

    E Asuka, bastante inquieta, diz:

    — Como? Como você sabe disso tudo?!

    — Asuka Tenjoin, porque isso faz diferença?

    — EU QUERO SABER DESSAS COISAS ANTES DE TODOS! – Gritou, um pouco estressada – Porque assim... Porque assim eu posso sempre estar a frente, com cálculos exatos e sem surpresas!

    — Você está se sentindo desconfortável com tudo isso, não?

    — ESTOU!

    — Ótimo. Assim que eu gosto.

    — Guardiã... Não me provoque... – Disse Asuka, demonstrando irritação.

    E mais umas vez noah interveio, dizendo:

    — Você não entende, não é?

    — Noah Hibiki... Cale a boca...

    — Estamos todos nos preocupando em seguir com a missão e você só se preocupa em ter todas as informações... Vou te dizer uma coisa: não há como saber de tudo. Nem seu alto QI te qualifica pra isso.

    — Não diga tolices! O meu plano de encontrar o galpão estava seguindo perfeitamente!

    — “Estava”. Porém falhou. Você calculou, fez todo um emaranhado de probabilidades e olhe onde estamos... Ninguém está te culpando, sabia?

    Asuka até tentou resolver, levantando seu dedo, mas recuou. Ela percebeu que realmente nenhum dos presentes estavam dizendo algo contra ela e nem nada referente. Precisando ficar em silêncio e absorver a observação acertada de Noah, ela diz:

    — Muito bem... Continue, guardiã.

    — Obrigada. Bem, a segunda equipe da Patrulha Omna está com o Team Lilac nesse exato momento...

    Ao receber essa informação, Asuka olhou imediatamente para o visor de seu braço, mostrando que haviam de fato chegado até Lilac e as outras garotas. E Lenzin continuou:

    — O que eu planejei? Joshy, Asuka, Noah e eu... Todos nós iremos até o centro da floresta.

    — E porque isso? A missão era chegar até o galpão e extrairmos o resquício da jóia – Disse Joshy, olhando para Lenzin.

    — Sim, mas...

    Asuka logo cruzou os braços, dizendo:

    — Seus “mas” me deixam muito irritada...

    — Algum problema, grã mestra?

    — Nenhum, cara guardiã. Continue com seu plano.

    — Muito bem... Eu pressenti algo grande no centro da floresta. E creio que há ligação com a movimentação da vegetação. Essas criaturas, vinhas, cipós... Isso tudo é muito anormal Sash Lilac me explicou o que houve em Hidden Forest em Shang Tu...

    E pela primeira vez Asuka fez um comentário sincero:

    — Você está certa em dizer isso. Arthemis fez uma leitura por toda a área e uniu as informações compartilhadas do reino de Shang Tu. A energia que emana de nossa floresta com a de Shang Tu são as mesmas.

    — Sim. Isso só me levou a uma conclusão...

    — Que a The Red Scarves está mesmo envolvida com tudo isso. Eles estão atrás do resquício porque possivelmente desenvolveram alguma tecnologia pra algo maior... e que desconhecemos.

    — Exatamente, grã mestra.

    E Joshy, pensando seu escudo, diz:

    — E então, iremos até o centro para encontrar algo que desconhecemos? Não me parece uma boa ideia... E o comboio?

    Asuka, olhando para seu sensor, lobo constatou que algo estava acontecendo. Arregalando seus olhos, ela diz:

    — Eles... Eles estão sob ataque!

    — O que? – Perguntou Joshy.

    — Centenas... Centenas de membros da The Red Scarves... O contingente deles é muito maior! O que está acontecendo aqui? Isso... Isso é improvável! 

    — Porque está dizendo isso?

    — Eu fiz todos os cálculos e pesquisa de campo junto com a Arthemis. Eu nunca iria cometer erros tão grosseiros...

    E ao ouvir o que Asuka disse, Lenzin logo assimilou a coincidência. A guardiã sabia que a grã mestra numa erraria e, com isso, diz:

    — O traidor... Grã mestra, só pode ter sido isso!

    — É claro! Mas como alguém poderia fazer isso? – Disse, enquanto pensava – *Ninguém aqui poderia entrar na sala de controle da Agência sem que eu ou Arthemis soubesse. Excetuando Lenzin e Joshy, só sobraria esse ero-albino como suspeito, mas... Ele nunca entrou naquele lugar. Não... Não foi ninguém do Team Avalice, tenho que reconhecer. Mas... Quem é o maldito traidor?*

    Mas Joshy logo disse:

    — Todos da Agência estão correndo perigo...

    — Hwng Joshy Aoi Omna, todos os agentes são altamente capacitados. Não se preocupe...

    — Não me preocupar? Você acabou de me dizer que há uma quantidade absurda de membros da The Red Scarves os atacando! Eu não posso aceitar isso!

    — Isso não diz respeito a você! Todos eles irão se... – Tentou dizer Asuka, sendo mais uma vez interrompida.

    — GRÃ MESTRA, ME DESCULPE... MAS EU NÃO POSSO SIMPLESMENTE ACEITAR QUE DEIXEM VÁRIAS SOLDADOS A MERCÊ DA SORTE SEM ALGUÉM NO COMANDO!

    — Joshy... – Disse Lenzin – Porque está gritando?

    — Guardiã... Eu simplesmente não aceito. Você sabe muito bem como eu sou... Não suporto covardia e muito menos arrogância. Há lá vários soldados valorosos e com capacidade de fazerem milagres... Eles estão sem alguém no comando nesse exato momento e sozinhos... – Disse, se virando para Asuka – Grã mestra Asuka Tenjoin, vá para onde eles estão e os lidere.

    Mas até mesmo Lenzin não concordava com o que Joshy disse. Embora tivesse certa razão, o lobo estava seguindo mais o que seu coração dizia. A guardiã então diz:

    — Joshy... Você é o comandante das forças do Reino de Shang Mu. No momento você está sob minhas ordens e estamos em uma missão. A Agência é uma responsabilidade da grã mestra Asuka Tenjoin. Então não misture as coisas: eu lhe dei uma ordem.

    — Mas guardiã...

    E Asuka então diz:

    — Não menospreze meus agentes, soldado. Isso me ofende tanto quanto a eles. Entenda que todos lá são o que temos de melhor em Shang Mu e todos tem orgulho em estarem fazendo parte disso tudo. Então meça suas palavras e concentre-se na missão. Eu fui clara?

    O lupino, ainda se sentindo contrariado, diz:

    — Sim, grã mestra. E eu entendi, guardiã.

    Diante esses fatos, logo o quarteto se preparou para seguirem com o plano de Lenzin. E Asuka foi em direção a Noah, dizendo:

    — Noah Hibiki...

    — Hm?

    — Iremos para uma missão. Você estará a sua própria sorte a partir de agora. Você sabe o que significa, não?

    — Sei sim. Nada de baby sister, não é?

    — Você acha que isso é uma brincadeira...

    — Não. Você que acha que é. Asuka, eu sei me cuidar. E eu já entendi seu comportamento. Fica brava quando as coisas não são como você planejou. E mesmo assim você me vê te culpando? Não.

    — Continue pensando assim. No calor da batalha não há lugar para lutadores sem habilidades especiais – Disse, voltando a caminhar.

    E enquanto Asuka estava voltando para perto dos outros, Noah diz:

    — Você deve se fazer essa pergunta todos os dias, não?

    Noah não abaixava a cabeça pra Asuka em nenhum momento. Ela sentiu isso no exato momento que ouviu o que o jovem albino, voltando a ficar irritada. E com todos prontos para seguirem, eis que um encontro inevitável iria acontecer. Com Lenzin chamando a todos para irem, Asuka fitou Makal, que diz:

    — Então nos encontramos outra vez, Asuka Tenjoin...

    — Makal Omna... Você ficou mais forte...

    — E você ainda mais...

    — A quanto tempo está nessa floresta?

    — Desde que eu juntei os pedaços da minha alma. Mas Lenzin me ajudou, não foi tão difícil...

    As palavras de Makal foram mesmo sentidas por Asuka, pois era visível sua forma desconfortável em continuar a conversa. Após um breve silêncio, o Mangusto diz:

    — Até hoje eu queria te perguntar uma coisa...

    — O que?

    — Porque rasgou o manto Sangou?

    — Hm... Era um símbolo que eu queria mas pelos motivos errados.

    — Motivos errados?

    — O motivo era o sistema que o Chanceler... – Parou de dizer Asuka, ficando muda.

    — Ah sim... Eu entendi. Foi o que meu pai fazia...

    Mas Asuka se manteve calada. Talvez não estivesse a vontade para se expressar, já que estava diante de um antigo rival, que estava diferente e comprometido com outras causas. E o jovem mangusto continuou:

    — Seu braço... Ele evoluiu junto com você pelo visto...

    — Pode se dizer que sim. Porque?

    — Porque nada substitui o que você é de verdade.

    — Hã? O que quer dizer?

    — Meu pai era o membro mais poderoso da dinastia Omna. Tinha todos os monastérios a seus pés. Tinha poder e influência tanto quanto o monarca Mayor Zao... Eu sou o filho dele e por causa disso eu usei isso a meu favor pra ter poder. Eu era forte por causa de meu pai... e no fim fui derrotado por você pelo o que você é.

    — Makal...

    — Meu pai desgraçou a tia minha família. Muitos membros até mudaram de nome e nem iam mais o nome Omna. Hoje ele está preso... e eu suportando a vergonha de ser seu filho... Porém hoje eu sou forte pelo que eu sempre almejei. Sem depender de ninguém, livre e lutando pelos motivos corretos... o que você sempre fez. E eu, como parte de minha punição, mantenho meu nome Omna.

    — Makal... Porque você faz isso?

    — Vou reconstruir o nome da minha família. Mesmo que demore, que eu sofra mais ou que o caminho pra isso seja bem tortuoso, meu passado me motiva a ir em frente. Esse sou eu. Nada mais, nada menos.

    As palavras de Makal causaram um estrago nos pensamentos de Asuka. Ela não conseguia processar e entender como que um antigo rival poderia ter mudado tanto e ainda lhe ter dito tantas verdades. Ela, incapaz de dizer algo, ouviu mais de Makal.

    — Hoje você tem uma instituição que construiu por ser você mesma. Tem muitas pessoas que te admiram e te acompanham. Asuka Tenjoin, grã mestra da Agência... Sua inteligência é inquestionável. Faça bom uso dela... como você foi ao me vencer no Omna Sangou. Naquele dia eu mereci cara golpe seu... E se não fosse você, eu não seria o que sou hoje: eu mesmo – Disse, voltando para próximo de sua equipe.

    E Makal, antes de ser distanciar de Asuka, diz:

    — Me sinto honrado por ter te conhecido. Eu precisei aprender na dor e suportar a vergonha para começar do zero. Muito obrigado, Asuka Tenjoin.

    Com o jovem da Patrulha Omna seguindo com seu time ao encalço por mais criaturas, Asuka se viu isolada, tentando raciocinar sobre a situação. Mas não havia tempo para demoras. Com a grã mestra se juntando aos outros, Lenzin diz:

    — Vamos!

    Dessa vez era a guardiã que liderava. E durante o rumo até o centro da floresta, Asuka ficou calada, chamando a atenção de Noah, que passou a olha-la. Uma nova missão estava prestes a começar.

    Continua.


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