ANUON 9999

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    Capítulo 48

    Ethan e o Maratsu-Kyoken-Han: conflitos no templo

    Violência

    Fortes emoções irão tomar conta do templo Rayka hoje.

    Maeti estava muito orgulhoso pela atitude de Ethan. Tanto que fez questão de batiza-lo o mais depressa possível.

    — Venha, Ethan. Preciso batiza-lo, por ser um Rayka agora.

    — Batismo?! Espere... Porque isso?

    —Todos os membros da doutrina Rayka precisam fazer isso.

    — Cara, como é que é isso?

    — Irei fazer uma pequena marca em sua mão, acima dela.

    — Que marca?

    — Arranharei com minhas unhas.

    — Opa... Maeti, ficou louco? E se eu pegar uma infecção? Cara, eu sei que você é uma raposa...

    — Ethan, eu sou um raposa asseado. Mantenho minhas garras higienizadas, até porque minha mãe exige purificação antes e após dos treinos. O templo é sagrado e mantemos isso como sempre.

    — Essa ideia de ser arranhado não é algo normal. Isso vai doer?

    — Minhas garras são bem afiadas. Você mal sentirá dor.

    — Ah... Tudo bem então. Eu vou confiar em você.

    Maeti então se aproximou de Ethan e, com a ponta de sua unha do dedo indicador, o raposa arranhou suavemente a mão de Ethan, com uma sensação de que estava dentro arranhado por uma agulha.

    — Ah... Hm... Isso arde...

    — Calma, já vai terminar...

    O desenho era na forma de um ideograma japonês. Como Maeti praticava muito, ele manteve até mesmo os detalhes, quase como um cirurgião. Ele, preocupado com o humano, diz:

    — Ainda doi, Ethan?

    — Não... passou, mas... sua unha... Ela é mesmo bem afiada... 

    — Não se preocupe. Nunca precisei usar minhas garras em combate. Elas são mais perigosas do que qualquer espada... E eu como um Rayka devo manter meus fundamentos de luta usando minha espada.

    — Eu entendi, mas porque são tão afiadas?

    — Não sei dizer, Ethan... 

    — Não sabe? Maeti, você fez um ideograma diretamente na minha pele as usando. E ficou perfeito. Como é que...

    — Por favor, vamos mudar de assunto... - Disse Maeti, um pouco incomodado.

    — Me desculpe, Maeti. Não queria ser intrometido...

    — Tudo bem. Só não gosto de falar de meus poderes... Vamos ao encontro de minha mãe.

    E partem para o Tatame. Lá, encontram Kitsune junto a Kaede. As duas estavam conversando sobre o que aconteceu. Porém a presença de Kaede chamou mesmo a atenção do jovem, que diz:

    — Kaede? Não esprava você aqui agora...

    — Ethan, que história é essa de sair do tatame correndo? Não quer ficar forte? - Disse Kaede, irritada.

    — Por isso voltei. E agora sem arrependimentos.

    — Gostei de ouvir isso. Finalmente derrubou de ser um molenga.

    — Você fala muito, sabia?

    — Hahaha! Vai logo... Treine...

    — Eu vou sim. E um dia eu vou te vencer!

    — Haha! Um sonhador. Isso é bom.

    E Ethan volta sua atenção a Kitsune, que não conseguia olhá-lo nos olhos. Ethan, sabendo dos sentimentos que a raposa sacerdotisa tinha, vai até ela e, pegando em uma de suas mãos, diz:

    — Sacerdotisa Kitsune Rayka, a senhora poderia me treinar?

    — Ethan?! Mas... Mesmo depois de saber como nós nos comportamos...

    — Ah relaxa... Eu as vezes fico gritando pra lua que nem um lobo... Sabe, coisa de doido mas que eu gosto de fazer... Hehe.

    — Mas eu... O que eu poderia...

    — Eu gosto de você, Kitsune. Do jeito que você é. E eu tenho certeza que você nunca faria mal a ninguém. 

    A raposa, mostrando felicidade em seu rosto, logo foi até Ethan, o abraçando em seguida, dizendo:

    — Ethan... Você... Você é maravilhoso!

    — Kitsune, eu tenho que me desculpar com todos vocês por ser tão nervoso. Acabei jogando pra cima de vocês toda a minha raiva. Me desculpe, de coração.

    — Não se preocupe com isso... Está tudo bem...

    Observando os dois abraçados, Kaede logo diz:

    — Vixe... Vocês dois estão bem íntimos agora... 

    — Hã?! Olha, Kaede... Não é o que... - Tentou dizer Ethan

    — Hahaha! Calma, Ethan. Eu estou brincando. Eu acho fofo, só isso. Agora eu sei como o Ryoga se sente te zuando, hihi.

    — Vai ter volta! Você vai ver!

    — Hahaha!

    E Maeti, caminhando junto aos dois, logo diz:

    — Agora parece que temos um laço entre nós. Ethan é um de nossos irmãos agora.

    E Kaede ficou surpresa com o que acabara de ouvir. Ela então correu em direção a Ethan e verifivou em sua mão direita a marca que Maeti fez.

    — Ethan... Você... Não... Não pode ser... Você aceitou ser um Rayka?!

    — Tudo bem, nada demais em se preocupar...

    — NADA DEMAIS? NÃO QUERIA QUE SE TORNASSE UM RAYKA!

    — Porque?

    — Sua vida passará por diversas transformações.

    — Minha vida já não é normal e sabe disso. Estou caindo de cabeça nisso por querer muda-lá. Kaede, por favor não se meta nisso. Foi uma decisão minha e estou certo dela, sem arrependimentos...

    E abaixando sua cabeça, Kaede não faz nada além de concordar com Ethan, balançando sua cabeça. Kitsune então diz:

    — Ethan Suzuki, membro da doutrina Rayka, irei lhe ensinar o Maratsu-Kyoken-Han.

    — Que isso?

    — Você só tem cinco dias para treinar. Aprenderá o básico do estilo Maratsu-Kyoken. Mesmo assim, é perigoso usá-lo sem as devidas atenções. está preparado?

    — Sim.

    — Então vamos.

    Ethan então parte para um puxado dia de treinos junto a Kitsune, Maeti e Kaede. Com seu espírito revigorado, seguiu com o planejado.

    Enquanto isso...

    Sozinho a mesa da sala central do templo, Ryoga estava almoçando quando ouve um estrondo da sala onde estava Gothic 6. Rapidamente ele anda em direção a sala, abrindo a porta cuidadosamente e vê a pantera tentando se levantar, caindo logo em seguida. O jovem então leva suas mãos ao rosto, não acreditando no que vê. Ficou até constrangido com o fato dela tentar se levantar em vão. Sentindo. Entrando no quarto com ela ao chão, rastegando para seu lugar de antes, Gothico o olhou com raiva e dava a impressão que iria atacá-lo a qualquer momento. Ryoga, porém, não se assustou e se aproximou, dizendo:

    — Pantera... porque tá fazendo isso?

    — VÁ EMBORA, HUMANO!

    — Não precisa gritar. Só quero ajudar, caraca!

    — NÃO PRECISO DE SUA AJUDA!

    — Calma aí. Você tá ainda muito baleada pra se esforçar desta forma. Esse lance de gato ter sete vidas é conversinha de otaku fedido.

    — Não me diga o que fazer. Quando sair daqui, vou matar todos vocês!

    — Ameças outra vez... Porque não aceita o fato que não precisa lutar? Caraca, não percebeu que só queremos ajudar? 

    — Ajudar-me? Eu não preciso de ajuda.

    — Ah, tá... e o que faria se não a gente não te trouxesse para cá, felina trevosa?

    — Que me deixassem morrer, então. Melhor do que ser humilhada deste jeito.

    — Hahaha... tá... você até gosta de ser paparicada, não é? Toda felinona como você gosta de mimos.

    — EU VOU MATAR VOCÊ AGORA!

    E ela de fato tentou pular em Ryoga, caindi e se machucandi ainda mais. Mas mesmo sentindo dores, grilou:

    — EU NÃO QUERO FICAR ASSIM! MALDITOS SEJAM! ERAM PARA ESTAREM MORTOS AGORA! MALDITA RAPOSA! TENHO MINHA PRÓPRIA RAZÃO PARA VIVER, QUE É SERVIR A PIECE 1! TENHO QUE SAIR DAQUI DE QUALQUER JEITO!

    — Ei, sossega! Tá surtando porque? O final de The Last of Us parte 2 também não me agradou e tu tá me vendo ficar de choro?

    — Cale-se, humano!

    — Caraca... Até uma Anis surtada me manda calar a boca. Essa gente desse templo me ama, só pode...

    E Ryoga só a observava, até de uma certa forma, triste com o ocorrido. Mas a pantera não parava de falar:

    — NÃO É DIGNO FICAR NESTA SITUAÇÃO! TENHO QUE SAIR DAQUI! TENHO QUE SAIR DAQUI! Tenho que... sair... daqui...

    Ryoga percebeu que Gothic não estava bem. Não por causa de seus ferimentos, mas entendeu que talvez seu orgulho ferido estivesse lhe causando mais dor do que suas feridas. Ele, se abaixando próximo a pantera, diz:

    — Pantera, sei que não tá nem aí pra o que eu falo mas eu sinto muito por tudo.

    — Saia de perto de mim, humano. Não vê que agora posso acabar com você?

    — Não precisa fazer isso. Só quero ajudar.

    — NADA DE AJUDA! TOME ISSO!

    Ela então tentou atacá-lo com suas garras afiadas. Por sorte, só passou de raspão. Ryoga, porém, não desistiu e reparou em algo:

    — Gothic, sua cicatriz está sangrando!

    — DROGA! Veja o que fez, humano.

    Ele, preocupado, olhou para todos os lados, procurando algum utensílio para que estancasse o sangramento. E se aproximando novamente de Gothic, diz:

    — Bem, acabou as ataduras... peraí...

    Ele, sem perder tempo, tira sua camisa, com o intuito de estancar o sangramento. Mas Gothic não parece gostar da idéia.

    — Humano, saia de perto de mim! Afaste sua carcaça podre e asquerosa que todo humano representa!

    Mas até mesmo Ryoga tem um limite de paciência. Ele, nervoso com a atitude e palavras da pantera, diz:

    — NÃO! PARA DE FALAR M*RDA! Quer saber? Tente me matar então! Mas eu vou continuar indo em sua direção para estancar o sangue!

    — Não venha, seu...

    E o sangue aumenta de volume, atrapalhando sua visão, pois a ferida que estava sangrando era justamente sobre sua vista. Ryoga consegue se aproximar e coloca sua camisa sobre a ferida. Mas a pantera parecia ignorar o cuidado que Ryoga estava tendo com ela. 

    — Saia de perto de mim, humano! Tire este pano imundo de meu rosto! EU VOU TE MATAR!

    — ME MATE ENTÃO! TENTA! Mas enquanto você estiver tentando fazer m*rda, eu vou te ajudar! 

    E ela, mais uma vez não lhe dando ouvidos, levantou uma de suas patas visando o pescoço de Ryoga. Mas antes de fazer, ele diz:

    — Fico triste em saber que é uma pessoa movida pelo ódio. Fica um pouco estranho que... Tipo, a causa de sua ira está te ajudando agora. Essa causa sou eu, um humano que tá aqui tentando te ajudar. Como quer ter razão? Pra que fazer isso? O que vai ganhar com essa parada?

    — Você é...

    — Eu um dia serei médico. E eu vou continuar te ajudando porque um médico tem esse dever...

    — Dever?! De que fala?

    — De salvar vidas, seja quem for. Até você.

    E ela, sentindo mesmo o teor da determinação do jovem, abaixa suas garras. Olha-o de forma diferente, parecendo estar conformada com o fato. e Ryoga conseguiu estancar o sangue. Já de pé, ele ajudou a pantera a voltar para seu lugar, a ajeitando e caminhou em direção a saída. Gothic, com os olhos fechados, diz:

    — Humano, qual seu nome?

    — Ryoga. Porque? - Disse Ryoga, se virando.

    — Hm... Não faz sentido algum ajudar a um inimigo. Porque insiste em me ajudar?

    — Um médico não escolhe seus pacientes. Ele simplesmente se compromete em salvar vidas.

    — Eu tentei te matar...

    — Mas não o fez.

    — Eu deveria tê-lo matado...

    — Você não faria isso.

    — Como pode estar certo disso?

    — Sua luta não é contra mim, trevosinha. E devo te agradecer por ter lutado contra a coisa errada.

    — Do que está falando? 

    — Você lutou contra seu preconceito. E você venceu.

    Diante as palavras de Ryoga, Gothic ficou em silêncio. Ryoga derrubou a sala, com um sorriso no rosto, enquanto Gothic pensava:

    — *O que está acontecendo aqui? Eu tive várias oportunidades de cortar sua garganta e me deliciar com seu sangue, mas... Porque? Porque eu não consegui fazer isso?!*

    Enquanto isso, bem longe dali...

    Na cidade de Ethan

    Andando pelos telhados mais cedo, Anuon e Fhor, já em solo, correm em direção a casa de Ethan. A felina então diz:

    — Lupa poderá fazer qualquer coisa para conseguir o que quer. Agora pode ser que esteja até mais forte.

    — Sim e agora tem reforços. Spin deve ter planejado algo engenhoso, para variar... - Disse Fhor.

    — Bem, devemos nos abrigar no quarto de Ethan. É mais seguro.

    — Não me agrada ficarmos naquele lugar, mas... é um bom esconderijo.

    E quando chegam, se deparam com uma pessoa, que observava a casa de Ethan. Logo Fhor diz:

    — Anuon, Veja!

    — Por Riviera... 

    Continua.


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