Um dilema será posto hoje para Maeti e Ethan
Ethan olhava Kitsune com um certo medo. Não imaginava que tivesse este problema grave a resolver. O jovem, olhando para a raposa, diz:
— Kitsune, que história é essa?
— Ethan, por favor não tenha medo de nós...
— Não, Kitsune. No momento estou muito nervoso, isso sim.
— Eu nem sei o que dizer a você, Ethan - Disse Maeti, desviando o olhar.
— Porque não experimenta em dizer "me desculpe. Não vou fazer de novo"? Pode funcionar sabia?
E o raposa parecia um pouco constrangido com a situação, dizendo:
— Eu não queria que isso acontecesse, Ethan.
— Mas o fez, Maeti. Poderia estar morto agora, sabia?
— Ethan, eu e Maeti precisamos lhe contar o que está acontecendo... Talvez ao fim de tudo, você sairá do templo... - Disse Kitsune, olhando nos olhos do jovem.
— Vocês estão me assustando ainda mais agora. Acho melhor eu sair daqui...
Ethan estava nervoso. Temendo algo inesperado, saiu em disparada para fora do tatame. De nada adiantou Kitsune e Maeti o chamar, já que os dois agora eram motivo de apreensão por parte do jovem. Maeti, olhando para sua mãe, diz:
— Mãe, acho que devemos ir atrás de Ethan.
— Não... vá somente você. Não deixe os outros saberem o que houve. Será melhor assim...
— Tudo bem, mãe. Ele está temeroso com o que ocorreu agora a pouco.
— Eu sei, Maeti. Depois devemos conversar sobre isso também...
Sem perder tempo, o raposa foi até o jovem e não demora muito a encontrá-lo. Estava no jardim, sentado e cabisbaixo. Maeti se aproximou de Ethan, que se afastou quando percebe sua presença. O raposa diz:
— Ethan, acalme-se! Não lhe farei mal...
— Difícil, Maeti... Já não sei quem vocês são. Talvez façam parte dos planos de Piece 1 ainda e esconderam todo este tempo de mim e dos outros.
— Ethan, lhe prometo, do fundo da minha alma... Não fazemos parte de nada relaxcionado a Piece 1.
— COMO VOU SABER? Já estou cheio disso...
— De quê, Ethan?
— De tudo isso que acontece em minha vida. Já não tomo minhas próprias decisões. Minha vida é manipulada de tal forma que sempre estou perto da morte, até por meus "amigos"...
Maeti no mesmo instante sentiu o que Ethan quis dizer. Entre não poderia ficar calado:
— Eu entendo você... pena faltar-me palavras para expressar tamanha vergonha, então...
O jovem raposa, numa reação honesta, correu em direção de Ethan e o abraça, deixando o guano sem jeito, que diz:
— Maeti, por que esta fazendo isso?
— Nunca tive amigos. E quando chegaram a este templo, fiquei animado por ter a oportunidade de ter maior contato com humanos - Disse, o soltando - Ainda mais uma remanescente da família Rayka...
— Fala da kaede? Pelo jeito, gostou dela...
— Sim, gostei. Não esperava que fosse uma senhorita tão hábil com uma bokken. Bem, devem ser atributos de um membro da Família Rayka. Mas não é só ela...
— Como assim?
— Porque eu gosto de todos vocês.
— Maeti...
— Eu sinto muito por tudo que te aconteceu e você não entende... Mas por favor não desista da gente!
E nesse instante foi Ethan quem entendeu perfeitamente os sentimentos de Maeti. O humano então o abraça novamente, dizendo:
— Calma, Maeti. Eu só que que me diga o que está acontecendo. Só isso. Não penso em te fazer mal algum.
— Obigado de coração, Ethan. Venha, preciso lhe mostrar algo...
E ele pede para que o acompanhe até uma pequena sala, dentro do templo... Algo realmente importante. Já na sala, Maeti pede para que Ethan se sente e diz:
— Ethan, o que irei dizer agora não pode sair de dentro desta sala. Você ficará sabendo de tudo mas nunca, jamais poderá falar tal história a ninguém, entendeu?
— Tudo bem, mas o que me aconteceria se alguém vazasse isso?
Só em ouvir tais palavras, Maeti já mudou seu semblante, com um semblante mais fechado, embora calmo. Até mesmo suas pupilas estavam de uma outra forma, se assemelhando a de uma raposa. Ele então diz:
— Teria que... lhe matar.
— Maeti... - Disse, se assustando - Porque está me olhando assim?!
— Acalme-se humano! Não irei lhe fazer nenhum mal, a não ser que não cumpra com o trato.
— Eu sei e já havia dito que tudo bem.
— Muito bem... - Disse pegando um documento - Essas aqui são as escrituras da família Rayka. São os mandamendos da doutrina Maratsu-kyoken. Existem a mais de 200 anos.
— Maeti, poderia mudar seu olhar? - Disse, incomodado com o olhar do raposa.
— Ethan, no momento eu estou em um estado de meditação... de um demônio.
— O QUE? MAETI?!
— Fique calmo... Faço isso toda vez que terninho de treinar para sublimar meus instintos.
— Seja o que for não exagere!
— Veja... O primeiro era o código de honra Rayka: nunca matar. O segundo: nunca tripudiar seu adversário. Se for mais forte, seu inimigo deverá ter alguma vantagem. O terceito: sempre valorizará a vida. O quarto: nunca sentirá ódio por seus inimigos. O quinto: todos os anteriores, sem exceção.
— Sim, mas... porque está me contando isso?
— Porque há também uma escritura mais antiga, que Tikai a usava, inclusive.
— E o que é?
— São os excessos.
— Excessos?
—Existem mais três mandamentos: se seu inimigo for um aluno, não mostrará que é fraco. Em outras palavras, seu mestre irá lutar bom seriedade. Se seu aluno se recusar a lutar, não poderá parar de atacá-lo até que caia incapacitado.
— O QUE? Maeti... Isso que está me dizendo...
— E se seu aluno desmerecer seu treinamento, menospresar seu tutor e impor sua opinião ao que lhe é ensinado... Ethan...
— Maeti, diga! O que é?
— O seu destino é a morte.
Ethan havia ficado atônito naquele momento. Seu semblante era de tensão, demonstrando que estava com temor. Estava pálido e nem conseguia falar. Não olhava para Maeti, que diz:
— Por isso, a arte pura da família Rayka está depositada em Kaede e a todos os jovens que não tiveram conhecimento destes três mandamentos. Eu e minha mãe, quando estávamos arrumando o templo, achamos esta sala. Lemos as escrituras e isso mudou nossas vidas... - Disse, ficando de costas e virando-se a Ethan, ao fim de sua fala.
E ele concluiu:
— E quando lutamos contra alunos que não querem luat, nos transformamos em demônios. Um mal que nos atinge e não conseguimos controlar.
Ethan coloca as mãos no rosto, dizendo:
— Mas o que justifica a morte do aluno? PORQUE FAZER ALGO TÃO HORRÍVEL?
— Disciplina é tudo, Ethan. Por isso os anciãos fizeram-lo. O mundo era outro a 200 anos atrás. Uma época que vive precisava ser forte e em nenhum momento poderia demonstrar fraqueza. Então irei lhe dizer só mais uma coisa...
— O que?
— Uma vez dentro do templo Rayka, não se pode sair até completar o treinamento. Caso tente fugir...
— Maeti, então você estaria mesmo disposto a me matar caso eu não termine o treinamento? Mas e desde o início, quando Kitsune me machucou e
— Acidentes... aquilo seria um acidente. Você ainda estava no início. Mas isso não se aplica a agora.
— Porque não?
— Você é nosso convidado. Hóspedes não tem o dever de seguir estes mandamentos. Nós não o consideramos aluno do templo.
— E se eu quisesse ser visto como aluno?
— Prefiro não dizer...
— Não, esse não é você! Eu não acredito nisso.
— Sinto muito, Ethan...
Ethan então saiu de dentro da sala mais preocupado do que antes. Mas vira-se a Maeti e diz:
— Maeti, eu vim até aqui porque estava cansado dessa guerra que Piece 1 quer fazer... Mas isso que você disse...
— Entendo. Pode ir se quiser...
— Pelo contrário! Eu quero ficar e treinar, mas como um aluno!
— Ficou louco? Não lembra o que disse a pouco?
— Por isso mesmo. Agora entendo o porque de tanta disciplina. Sou um aluno do templo Rayka agora! E nada me fará mudar de idéia! Vou até o fim!
E o semblante de Maeti muda, voltando aquele que Ethan está habituado a ver. Mais decidido e aliviado, o raposa diz:
— Fico muito feliz por ouvir isso! Bem Ethan, voltemos ao treino. E tem algo que devo fazer...
— E o que, Maeti?
— Te pedir desculpas por assustá-lo daquela forma.
— Tudo bem! Vamos! Chegou a hora de aumentar o nível... e de ser menos molenga.
E partem para mais um duro treinamento...
Continua.