Capítulo Trinta e Cinco

Rock Lee 

Despertei e Gaara ainda estava ali do meu lado, não merecia aquele anjo, iria chama-lo quando ouvi a porta abrindo. Fechei os olhos e relaxei, logo uma voz jovem se pronunciou. 

--Pai? 

Era Shinki, seu único filho. Gaara não se mexeu, o menino se aproximou mais. 

--Pai? 

Gaara deu um gemido em protesto. 

--Pai! - Por fim ele despertou. Se cumprimentaram e o ruivinho foi ao banheiro. 

Era esquisito fingir que estava dormindo, parecia que estava espiando. O garoto bufou e sentou-se. 

--Parece que é verdade. Meu pai, o Kazekage gosta de outro homem. De um homem esquisito. 

Queria revidar, mas preferi continuar da mesma forma. 

--Seu nome é Rock Lee, é um nome bacana. Olha não sei se você tá dormindo, mas se tiver me disseram que mesmo assim as pessoas podem escutar as outras. - Ele fez uma pausa, se aproximou mais da cama e continuou. - Acho que meu pai é uma pessoa muito sensível, só nunca permitiu demonstrar isso, então, por favor, que isso não seja algum tipo de brincadeira idiota. Não vou perdoar se magoar ele. Quero que ele seja feliz, cuida dele tá? 

Ele voltou para onde estava antes. Ouvi-lo acalmou mais meu coração, de todas as pessoas as únicas e principais que não quero causar estrago é nossos filhos. Gaara logo saiu do banheiro e conversou com o seu pequeno, ouvi-lo dizer que gosta de mim e quer ficar comigo, nossa, ganhei mais determinação e confiança. Nem que tivesse que lutar com Kankuro novamente, eu não cairia tão fácil agora. 

Assim que Shinki saiu me permite olhar aqueles olhos turquesas pelo qual estava apaixonado, ele suspirou cansado e por fim me viu. Seu semblante se iluminou e ganhei um abraço. Foi um pouco dolorido, mas por aquele abraço eu aguentaria. 

--Pensei que iria dormir para sempre. 

--Se tivesse me dado um beijo, tenho certeza que tinha despertado. 

Ele riu da minha piada e ficou me olhando. 

--Você está muito machucado. 

--Talvez eu mereça. 

--Não merece e a culpa é minha. Fiquei abatido quando me vi sozinho, sem você lá. E Kankuro é muito observador, eu não expliquei nada a ele e acabou tirando a pior conclusão. 

Peguei sua mão e a levei ao meu rosto, queria sentir seu cheiro mais de perto, sorri e lhe dei um beijo em sua palma. 

--O erro foi meu. Estava muito feliz por ter me aceitado, mas quando saímos daquela pousada e vi todos aqueles ninjas a sua procura me senti inseguro. Percebi a gravidade das minhas escolhas e o como existi barreiras entre nós. Me senti pequeno diante a sua grandeza. 

--Eu também pensei em nossos obstáculos, mas se trabalharmos juntos sei que vai dá certo.  

Gaara, será que ainda estou sonhando?