Capítulo Trinta e Um

Depois me resolveria com Kankuro, cheguei a Vila me sentindo cansado. Mesmo naquela situação fui direto para a enfermaria e depositei Rock Lee com cuidado na cama. Alguns ninjas que estavam no prédio me viram e foram saber do que precisava. 

--Traga-me o doutor agora é uma emergência! E você! - Apontei para outro ninja. - Não permita que ninguém além da ala medica entre aqui! 

Os dois partiram de imediato, eu fiquei ali segurando a mão do Lee, beijando suas mãos e tentando tirar aquela roupa, parecia tão mais fácil na noite passada. Logico que era mais fácil, eu não precisava mover um corpão daquele para despi-lo, a ação era mutua. 

Mesmo naquele estado lamentável ele ainda assim conseguia emanar sensualidade. Alto, forte, musculoso e todo machucado me fez querer ser seu enfermeiro particular, e se ele concordasse com certeza eu seria. 

O médico logo entrou acompanhado de outro e uma enfermeira, pediu que me afastasse, que aguardasse lá fora mais protestei. 

--Vou ficar aqui, acompanhando tudo até ter certeza de que ele vai ficar bem. 

Estava irritado e eles não questionaram. Os vi levantar Lee, tirar sua roupa e começar a limpar todo aquele sangue, eu sabia que todo aquele processo era necessário e fazia parte da medicina, mas dentro de mim, bem lá no fundo não queria que o tocassem. Principalmente a enfermeira e com essa ideia perturbadora de possessão na minha cabeça me inclui no processo. 

--Eu quero ajudar, me diga o que fazer! 

Aquele medico não estava nem louco de me dispensar. 

--O senhor pegue esses panos, molha e limpa o sangue. Quando a água tiver vermelha a jogue fora e pegue uma limpa naquela torneira. 

Assenti e fiz todo o processo meticulosamente, não desejava mais machucados naquele corpo maravilhoso do meu namorado. Já limpo o médico pode analisar melhor as áreas afetadas e começou o processo de tratamento. Mais ataduras do que os que já possuía e muitos medicamentos e a extrema recomendação de repouso constante. 

Já era noite e nada de Lee despertar, meu irmão tentou falar comigo diversas vezes e dei ordens claras de que Neji e TenTen não sejam importunados, eles aproveitarão a situação e decidiram voltar para Konoha. Achei que eles eram amigos do Lee, por que foram embora e o deixaram aqui? Não importa, eu estou aqui e vou ficar até ele despertar. 

Rock Lee 

Despertei meio letárgico, meus olhos insistiam para permanecer fechados mais minha mente tinha a necessidade de despertar. Lembro a última vez que apanhei desse jeito, quando Gai-sensei me ensinava um novo golpe, depois disse nunca mais tinha levado uma surra dessa, mas também foi culpa minha, fiquei parado feito idiota e apanhando de graça. 

Olhei a minha volta e por um momento achei que estaria em uma cela escura, mas ali era confortável, iluminado e tinha um cheiro de flor de laranjeira. Aquilo me lembrava Gaara e de como teria que concertar as coisas entre nós, virei minha cabeça para o lado esquerdo a fim de enxergar se tinha algum médico próximo e fiquei emocionado com aquela cabeleira ruiva dormindo desajeitado na cadeira segurando minha mão. 

Minha nossa, ele ficou cuidando de mim. Gaara poderia estar em casa tentando entender seus sentimentos e ali estava ele com a mesma roupa de quando fomos para aquela maldita casa de banho. Consegui tirar minha mão de seu leve aperto e acariciei sua cabeça, eu estava enganado de novo, quero tanto aquele ruivo, quero tanto, tanto, mais tanto ficar ao seu lado. 

Dizer todos os dias que o amo, cuidar de seu filho como se fosse meu e que ele pudesse ter o mesmo sentimento por Metal. Decidi voltar a dormir, e assim que estivesse bem melhor teríamos uma conversa muito séria sobre nosso futuro.