Capítulo Vinte e Oito

Sabaku no Gaara 

Quando retornamos a Vila senti Lee ficar distante. Eu queria puxar sua mão e andar agarrado em seus braços, mas precisava preparar todos a minha volta. Kankuro trouxe uma carruagem que agradeci aos céus, não conseguiria andar por muito tempo ou cavalgar. Lee estava se mantendo atrás de mim e quando subi esperava que ele tivesse subido também, mas ele se deteve e se misturou a multidão. 

Aquilo me deixou desapontado com um vazio no peito, por um momento senti arrependimento da noite passada. Sim, meus pensamentos ainda estão emaranhados mais depois de ontem, depois de todas as coisas que ele me disse e me fez sentir, eu me sentia seguro ao seu lado. 

Depois que comecei a me entender com meus irmãos, eles passaram a decifrar cada expressão minha, mesmo que para os outros eu pareça inexpressivo, eles sabiam exatamente o que se passava comigo. 

--Aconteceu alguma coisa Gaara? - Perguntou Kankuro preocupado. 

--Nada. - Senti como se estivesse perdendo a voz. 

--O que aconteceu entre você e Rock Lee? 

Não queria falar sobre aquilo ainda, mas senti meus olhos arderem e só percebi que de fato de algo estranho comigo quando olhei meu irmão, ele estava espantado. 

--Gaara o que aconteceu entre vocês dois?! - Perguntou já furioso. 

--Kankuro, eu e o Lee passamos a noite juntos. 

--Isso eu sei, quero saber o que aconteceu entre vocês! 

--Eu e o Lee, passamos, a noite, juntos. Como amantes. - Falei devagar, pausadamente. 

Kankuro ficou chocado e olhou pela janela em silencio absoluto. Ele não me olhou em nenhum momento ou fez perguntas, não saber o que as passava na cabeça de meu irmão estava sendo assustador. Depois de uns quinze minutos ele pediu que parassem a carruagem. 

--Levem o Kazekage em segurança e não permitam que ninguém se aproxime dele até minha volta. 

Ele não me olhou e não conseguia definir a expressão do seu olhar, comecei a temer pela vida do Lee. 

Kankuro 

Gaara estava estranho quando subia na carruagem, ele parecia perdido, a última vez que vi aquela expressão em seu rosto foi quando nosso tio morreu e depois disso ele tinha se tornado o monstro que todos temiam. Rock Lee pode ser um idiota as vezes mais tenho certeza que ele jamais faria ou seria capaz de machucar meu caçula de alguma forma. 

--Aconteceu alguma coisa Gaara?  

--Nada. - Ele tentava se manter indiferente, mas sua resposta fraquejou. 

--O que aconteceu entre você e Rock Lee? 

Alguma coisa tinha que ter acontecido, da última vez que fomos aquele lugar ele não tinha ficado daquele jeito, Gaara demonstrou irritação de ir em um lugar desses. Eu sabia que em algum momento ele iria embora e logo iria embora também, mas quando descobri que Lee também tinha ido fiquei tranquilo, pelo menos meu irmão não estaria sozinho. 

Não iria enche-lo de perguntas mais seus olhos começaram a marejar e isso começou a me deixar mais preocupado e irritado. O que tinha acontecido afinal? 

--Gaara, o que aconteceu entre você dois?! - Não consegui esconder minha irritação. 

--Kankuro, eu e o Lee passamos a noite juntos. 

--Isso eu sei, quero saber o que aconteceu entre vocês! - Vociferei e não era minha intenção naquele momento começar uma briga com Gaara. 

--Eu e o Lee, passamos, a noite, juntos. Como amantes. 

O QUE?! Não sabia o que responder, o olhei por um momento e depois fiquei olhando para fora, tentando processar aquela informação. Como assim amantes? Isso não podia ser possível, era inaceitável! O que diabos Rock Lee fez para subjugar meu irmão para algo tão vergonhoso? 

Eles estavam bêbados? Não, já vi Lee bêbado e não era uma boa opção e Gaara bebe o mínimo possível, será que foi alguma droga? Eles foram drogados, tinha que ser isso, mas quando lembro da expressão de perda do meu irmão imagino que foi bem pior. Puta merda isso não poderia ter acontecido com ele! 

Pedi que parassem a carruagem e escoltassem Gaara de volta para a Vila com ordens claras de que ninguém poderia se aproximar dele. Rock Lee estava bem atrás de nós quando entramos na carruagem, então ele estaria perto. Iria matar aquele cabeça de tigela com minhas próprias mãos.