Capítulo Catorze

Rock Lee 

Já fazia um bom tempo que finalmente tinha admito meus sentimentos por um certo ruivo. No início isso me perturbava e muito. Continuei indo atrás das mulheres, eu queria arrancar esse sentimento e pensamentos indecentes da minha cabeça. Me casei, tive um filho e estava muito feliz, mas ao mesmo tempo sentia-me incompleto. 

Aquilo começou a ser angustiante para mim até por fim, encarar aquilo de que mais fugia. Eu estava apaixonado. Apaixonado por um homem. Quando por fim resolvi encara esse fato eu comecei a revisar todos os momentos que pude estar ao lado dele. Buscava entender o que me levou a essa paixão por um homem, o que ele tinha de tão especial que me fascinava? 

Eu já tinha visto muitos cabelos vermelhos, mas o tom de vermelho dele era o mais bonito aos meus olhos. Seus olhos turquesas, que um dia me olharam de forma assassina, me instigava a vê-los de outra forma. Era Gaara que ocupava minha mente, meu coração e meus sonhos perversos. 

Quando a realidade me atingiu em cheio comecei uma pesquisa sobre relações entre dois homens. O material era muito escasso e a maioria de minha pesquisa mostrava que era algo impuro, imundo e que o destino era o inferno. Isso me assustou no início, primeiro: não queria ir pro inferno, segundo: temia pela vida do meu filho, ele é muito jovem para entender o que estava acontecendo com seu pai. E muito jovem para conhecer o quanto o mundo pode ser cruel. 

Terceiro: estava inseguro sobre que atitude tomar. Não conhecia ninguém que fosse gay, ou que tivesse por essa mesma coisa, então minhas dúvidas e angustias só aumentaram. Uma vez pensei em tirar essa dúvida com o Kakashi-sensei, mas eu não soube me expressar e ganhei um livro de autoria do Grande Jiraiya Sennin: Livro Secreto, Jardim dos Amassos. 

Aquilo não ajudou em nada e claro, depois fiquei com mais vergonha de aprofundar o assunto, então, finalmente consegui falar com alguém que pensei que seria improvável entender a situação: Naruto Uzumaki. Ele estava escondido em sua pilha de papeis, se já possuíamos a maravilha dos computadores, porque brotavam tantos papeis na sala do grande Hokage? 

Mesmo ocupado, Naruto sempre dava a devida atenção a cada um que entrasse em sua sala. O vendo tão ocupado desiste de falar com ele, com o tempo Naruto melhorou seu desenvolvimento social e percebeu que eu precisava muito conversar com alguém.  

--Rock Lee, me encontre aqui mais tarde. Não sei se posso lhe ajudar, mas sei que posso ser um bom ombro amigo. 

--Não Naruto, você está atolado de trabalho. Eu que deveria lhe ajudar. 

--Lee, você precisa mais da minha ajuda do que eu da sua. Então, por favor, venha aqui ao anoitecer. 

Naruto realmente tinha mudado, e muito! Ainda arrependido concordei em vê-lo mais tarde. Nos encontramos em um pequeno parque, bem afastado do centro da cidade, lá é muito tranquilo e tem um mercado 24 horas. Distraído com meus pensamentos, fui surpreendido por ele. 

--Trouxe sorvete. - Me empurrou um pote pequeno e uma colher. - Não sei qual você gosta mais, então trouxe o que a maioria gosta: chocolate! 

Eu gosto de quase todos os sorvetes, todos que eu pude experimentar. Aceitei sua oferta e abri aquela pequena maravilha, ele sentou-se ao meu lado e ficamos em silencio por um tempo, depois de três colheradas finalmente comecei a falar: 

--Naruto, tenho uma pergunta muito estranha. 

--Faça. 

Respirei fundo buscando a mínima coragem que tinha. 

--O que você acha de dois caras saindo?