Eu despertei e minha mente estava em branco. Tudo a minha volta estava calmo, tinha a sensação de estar em completa paz. Meus olhos pesavam e protestavam para ficar na cama o dia todo, mas uma necessidade maior clamava minha atenção. Precisava urinar. Girei o corpo para um lado, coloquei os pés no chão e me levantei, quando dei o primeiro passo senti uma dor excruciante nas costas e fui direto para o chão, gritando de dor.
Lee se moveu rápido e me levantou, sentou-me na cama e examinou com cuidado meu corpo. De repente o evento da noite passada surgiu em minha mente e ficou claro o motivo da minha dor, foi inevitável não corar. Depois de terminar seu exame ele me olhou bem e também ruborizou.
--Está doendo muito? - Perguntou olhando para meus pés.
--Sim.
--Me desculpe, eu não...
Segurei seu rosto e o fiz me olhar.
--Jamais peça desculpas por isso. Foi minha escolha e apesar de ter sido um pouco doloroso, foi muito bom.
Nossa, eu já amava aquele sorriso bobo daquele idiota.
--Você pode me ajudar?
--Será um enorme prazer. - Lee beijou minhas mãos e me colocou em seus braços.
Graças aos céus que tinha um ofurô, Lee me apoiou até um pequeno aposento onde havia o vaso sanitário. Ainda sentindo dor consegui me manter de pé e tentei urinar, foi um pouco difícil fazer meu cérebro obedecer a uma ordem tão simples. Saí do pequeno recinto, me rastejando na verdade até onde estaria meu banho.
Rock Lee veio ao meu encontro, novamente me colocando em seus braços. Aquilo deveria me deixar incomodado, mas o carinho e o óbvio cuidado que ele tinha em relação a mim, me deixava cada vez mais encantado. Talvez eu não fosse realmente gay, ou outra coisa, eu não sei explicar nunca tinha ficado atraído nem por outro homem ou por uma mulher. Nunca tinha sentindo essa sensação avassaladora de querer estar nos braços de alguém, naquele momento a diante eu só quero estar com ele.
Infelizmente nosso ofurô era pequeno e com todo cuidado, como se manejasse o cristal mais fino do mundo, ele me colocou ali dentro. Não conseguia tirar meus olhos dele, estava completamente fascinado e queria que cada pequeno momento ficasse muito bem gravado na minha mente. Lee pegou uma pequena bacia com produtos de higiene e aos poucos ele começou a me dar banho.
Prestei mais atenção a toda a situação atual, me lembrava da noite passada, da sua expressão quando me olhava, da forma que seus olhos passeavam pelo meu corpo, do prazer que me foi proporcionado. Nunca imaginei que alguém poderia ser tão delicado e carinhoso, e ao mesmo tempo um pouco selvagem, com esse pensamento eu o puxei para mais perto e o beijei.
Ele ficou surpreso no início e depois retribuiu o ato. O beijo que começou casto começou a ficar intenso, entrelacei meus dedos em seu cabelo e o puxava cada vez mais para dentro de nosso pequeno ofurô. Lee interrompeu o beijo contra vontade.
--Agora, realmente temos que ir com calma.
Fiz uma expressão que nem eu sabia que podia fazer, um beicinho irritado. Ele riu disso.
--Gaara, você primeiro tem que se recuperar da noite passada. Com certeza foi muito doloroso para você. Prometo que na próxima vou mais devagar.
--Se tivesse sido tão doloroso eu não estaria afim de mais.
Seu olhar estava em conflito diante meu protesto.
--Sim, mas temos que voltar para a Vila. Seu irmão não sabe que saímos e você ainda é o Kazegake. Logo terá um batalhão à sua procura.
Era verdade, esqueci totalmente da minha posição e a real situação ao qual me encontrava. Uma hora dessas meu irmão e os demais membros do conselho estariam doidos me procurando. Comecei a pensar no que diria a eles e como explicaria meu atual relacionamento com Rock Lee.
--Lee, estamos namorando? - Perguntei inseguro.
--Claro!
--Como vamos dizer isso aos outros?
Lee me encarou e ficou preocupado, ele também não tinha pensando nisso e por fim disse:
--Eu não sei, só conseguia imaginar você me desprezando e achando esquisito um homem gostar de outro homem.
Queria ri de sua resposta, mas ele também não estava errado. Ainda não sei explicar meu interesse repentino em Rock Lee, talvez isso pudesse realmente ter acontecido. Mas agora eu quero pensar no futuro. Respirei fundo e terminei meu banho, teria de voltar o quanto antes para casa, com um pouco de dificuldade me levantei, a dor tinha amenizado mais uma leve tontura agora me atormentava. Será que me sentiria assim todas as vezes que transássemos?
Lee não deixava de me amparar a todo instante, me ajudou a vestir, a caminhar e comer, de repente me sentia como uma criança, se bem que não tive esse tipo de atenção na minha infância. Lee segurou em minha mão e fomos embora da pousada.
Realmente, eu de fato era o Kazekage. Estávamos apenas oito metros da pousada quando reconheci os ninjas da Vila da Areia, Kankuro me viu de longe e correu em minha direção.
--Onde você estava? Por que não avisou que estava indo embora? Fiquei preocupado e jurei nunca mais atender seus pedidos malucos e sem nexo!
Ele gritava e eu suspirava de tão cansando. Meu irmão mais velho realmente sabia ser um irmão, acho que ele vai surtar quando descobrir sobre mim e Lee.
--Kankuro! Está me sufocando! - Dei um soco com minha areia nele. Ainda assim ele não me largava. - Estava muito tarde, então Rock Lee sugeriu passarmos a noite em uma pousada.
Apenas quando mencionei meu namorado, sim, meu namorado. Namorado. Kankuro enxergou sua presença, abriu um sorriso e deu um grande abraço de urso nele.
--Ufa! Ainda bem que estava com um ninja formidável!
Dei outro soco nele. Ele acha que tenho cinco anos e não sei me defender? Até ele me temia.
--Sei me defender! E por que trouxe tantos ninjas? A Vila vai ficar desfalcada desse jeito!
--Não se preocupe tanto. Graças as muitas mudanças depois da Quarta Grande Guerra Ninja, nossos moradores sabem se defender. E a maioria se voluntariaram para ir em sua busca.
Eu estava feliz que tantos ninjas confiava em seu Kazekage, que gostavam de mim, mas teriam que ser punidos. Todos eles sabem que A Vila é prioridade. Dei um suspiro longo, meu dia estava longe de ser tranquilo e finalmente chegar ao seu fim.