Capítulo Quatro

Aturdido desci para o desjejum, esperava não o encontrar logo no café, era uma coisa nova que tentava assimilar e entender. Algum Deus ouviu minhas preces e como de costume estava apenas Kankuro e Shinki.

--Pai, os ninjas da folha saíram cedo.

--Eles já partiram? – Perguntei a meu irmão.

--Não, Lee disse que queria aproveitar o tempo que vão ficar e treinar pela Vila.

--E até quando eles vão ficar?

--Eles vão ajudar a escoltar nossos alunos para o Exame Chunin.

--Pai, o senhor não se lembra disso?

--Não se preocupe Shinki, é muita coisa para uma pessoa só tomar de conta.

--Exatamente filho, por isso que seu tio é meu braço direito.

Me senti um pouco aliviado, Lee e seus amigos passariam o dia ocupados, então eu não corria o risco de esbarrar com ele por aí. Meu dia passou tranquilo e todas as reuniões e analises disso e daquilo me distraíram muito bem do meu novo problema, quando finalmente cheguei em casa tomei um banho longo e relaxante e orava mais uma vez para não ter sonhos lascivos com um homem. Um certo homem em questão.

Quando sai do banho me assustei com o visitante surpresa e minha areia já o tinha o suspendido no teto. Pelos céus! Estou passando por alguma provação? Por que tinha que ser exatamente ele?!

--Oi! Desculpe, pensei que ainda estava no escritório.

Lee estava de cabeça pra baixo com aquele sorriso, nossa como isso me irritava! Sem querer apertei mais a areia em volta da sua perna.

--Olha, sei que já tivemos um passado sombrio, mas acho que quebrar minha perna não vai resolver os problemas.

--Sinto muito! – O coloquei com cuidado sobre a cama. – Fui pego de surpresa e isso me irritou um pouco. Pensei que tinha trancado a porta.

--Eu peço desculpas mais uma vez. – Ele sentou-se e parecia bem confortável, também tive vontade de ficar mais confortável.

--Então, o que você quer? – Por favor, que não seja me beijar!

Ele me olhou por alguns minutos, parecendo encontrar as palavras certas, aquilo estava me deixando bem desconfortável.

--Lee? – O chamei e imediatamente ele se levantou, ficou de costas pra mim e deu um longo suspiro.

--Eu estive andando pela sua Vila. É bem diferente de Konoha, porem é muito charmosa.

Aquilo foi estranho mais ele continuou:

--Eu vi uma loja de roupas e não sabia se você tinha um desses. – Ele estendeu uma sacola grande preta. Peguei o embrulho dentro feito com papel vermelho e um laço dourado, sentei na cama e o abri.

Era uma yukata vermelha com flores douradas desenhadas e seu kaku obi era de um rosa ou um vermelho mais claro. Bem melhor do que um macacão...

--Antes dos Exames Chunins vai ter um festival, é bem comum as pessoas usarem essa vestimenta. – Fiquei observando, ele parecia nervoso. – Não sei se você gosta desse tipo de coisa, mas gostaria que usasse isso durante o festival.

Rock Lee estava me chamando para um encontro? Ele olhava para baixo, suas mãos estavam entrelaçadas e parecia pensar em algo mais.

--Você pode me ajudar a vestir isso? – Sinceramente não sei o que passava na minha cabeça, era óbvio que ele me atraía e muito, e aquele comportamento dele me deixava atiçado a descobrir até onde poderia ir. Qual era o meu limite?

Por mais que na minha mente racional martela-se que aquilo era errado, que dois homens não podem ter esse tipo de relação, eu queria saber exatamente até onde poderia ir nessa nova descoberta. Era só com Rock Lee que sentia essa atração, ou poderia ser que o tipo físico dele é que me excitava? Será que eu realmente gostava de homens e era atraído por aquele tipo de homem?

Lee me olhou espantado, mas veio devagar em minha direção, tirei meu roupão enquanto o olhava, ele estava rubro! Desviava o olhar e pediu que ficasse de costas para ele, pegou a yukata e pediu que estendesse os braços para trás, deslizou o tecido devagar pelos meus braços e seus dedos encostou de leve em meus ombros. Aquilo me deixou quente.

Virei de frente e continuei o olhando descaradamente, ele estava muito nervoso, suas mãos tremiam.

--Está tudo bem?

Ele me olhou, seu rosto estava vermelho. Levantou uma mão que foi em direção a minha cabeça, queria tocar meus cabelos, ele se retesou, abriu a boca pronto pra dizer algo e de repente foi embora. Sem dizer nada, sem olhar pra trás e eu fiquei ali, duro novamente.