Olá pessoas, é a primeira fic que chego a concluir... Então espero que gostem e comentem o que acharam, desde já agradeço
Eu não sei ao certo o dia, talvez sexta ou sábado? Não sei, mas imagino sempre como uma segunda feira... Fria, chuvosa e muito triste.
Penso que talvez não tivesse que ter nascido, sempre penso: com que objetivo nasci? Porque a minha vida parece tão preto e branco?
Ei? Eu queria muito colorir esse mundo, é eu queria várias cores...
Foi isso que escrevi em você diário nas suas últimas folhas, sentada no velho prédio abandonado da rua sete e enquanto vejo os carros passarem.
O dia está lindo, a primavera chegou com tudo e o céu está extremamente azul, tão azul que... Parece gritar por mim.
Que dia é hoje ? Segunda? Sei lá... Talvez nem devesse me importar
Nem faz sentido me importar, tudo acabará aqui e agora.
Você diário será a minha única testemunha, assim como foi minha vida inteira.
__________
Alguém lia as duas últimas páginas abertas, prestando atenção em cada linha, nas letras e formas.
Formas que denunciavam letras trêmulas, mas ainda sim muito caprichadas, parecia que queria deixar cada pensamento registrado.
Ela fechou então a capa e observou cada detalhe, um livro velho grosso continha uma fechadura, era marrom, as páginas pareciam tão velhas que já estavam em um tom amarelado e aquele livro parecia ter em torno de 100 a 150 páginas .
Voltou a primeira página, queira entender o que havia acontecido ou ao menos tentar entender o motivo.
___________
Consigo imaginar o desespero da minha mãe ao ver aquela criança em seus braços após um longo trabalho de parto, cercados por vários desconhecidos.
Tudo que havia planejamento a meses, parecia tão fora de si.
Não sei onde meu pai estava, no trabalho talvez? Com outra?
É.. eu realmente não sei, só sei que ela estava cercada de desconhecidos e talvez morrendo de medo, medo de ficar só, medo de ninguém se importar com ela ou ninguém ama-la o suficiente e por isso não haver nem um parente sequer alí.
Ah... Se ela soubesse que esses medos também acompanhariam a minha vida, nunca pensaria em me deixar.
E foi naquele ano infeliz que nasci, talvez o ano com mais suicídio da década.
Imagino como foi aqueles 2 meses e 25 dias que ela passou comigo, será que alguma vez ela me amou ?
Se me amasse talvez não tivesse me deixado...
_____________
?- Tenten? Ainda vendo isso? Você sabe, foi aquilo que aconteceu e pronto.
Sabe ler isso não vai mudar nada - ela olhou para o rapaz sabia que não adiantaria nada, mas algo lá no fundo pedia que lesse toda aquela história
Tenten: Eu sei Lee, mas não é justo não ter uma investigação descente ou ao menos lermos o que levou a fazer isso.
Posso levá-lo pra casa?- Ela apontou para o velho livro
Lee: Claro, o delegado já deu o caso por encerrado mesmo.
Amanhã não é a sua folga? - Ela balançou a cabeça afirmando que sim
Lee: Não acredito que irá desperdiçar a sua folga com isso, Ten você precisa viver- ela o olhou mais uma vez sabia que ele tinha razão, mas seu coração também tinha e não deixaria de ir mais a fundo naquele livro.
Ela levantou e olhou as horas, já havia dado seu horário.
Pegou sua bolsa e foi pra casa.
Logo em casa colocou o livro em cima da mesa, jantou, tomou um banho e foi direto pra cama a ler
_______
Dizem que parecia ser os meses mais infelizes da vida dela, parecia que havia ficado louca.
Dizem que ela dúvida de todos, que ouvia as pessoas falando mal dela e as pessoas que ela mais amava...parecia que passou a odiar e as afastar
Dizem que naquele dia, esse sim tenho certeza que era uma segunda feira fria, ela saiu comigo nos braços, desceu as escadas e chegando no final dela voltou novamente, pedindo para um parente cuidar da sua filha e assim foi embora, ninguém havia entendido nada naquele momento, mas depois sim.
Naquele dia ela não retornou pra casa e nem no dia seguinte, no dia posterior retornou uma mulher gelada e sem vida em um caixão ... Ela havia resolvido me deixar pra sempre, sem pensar duas vezes, somente me deixou sem aviso prévio, me deixou pra sempre.
Dizem que naquela segunda feira ela usava uma calça branca, foi a um hospital com um parente e chegando lá pediu que me segurasem que ela já voltaria, mas era tudo mentira... Ela não voltou e jamais voltará.
Dizem que a encontrão horas depois no banheiro, um corpo já sem vida com um calça branca amarada no pescoço e a calça estava ligada ao choveiro e foi assim que ela covardemente me deixou pra trás.
Me pergunto por quanto tempo ela arquitetou esse plano, me pergunto se algum momento pensou em me levar junto
Não parecia justo deixar uma criança tão pequena pra trás, não parecia nada justo.
Eu queria que o parente tivesse cumprido sua promessa de cuidar daquele bebê, talvez as coisas fossem totalmente diferente hoje... Só talvez o meu mundo tivesse cor, tivesse sentindo.
Eu me sentia tão perdida, sempre tão perdida que não me encaixava em nada
na escola, em casa, na igreja e não importava a data era sempre do mesmo jeito que me sentia.
É como um buraco no peito, que parece que nem mesmo o bom Deus é capaz de preenchê-lo, as vezes dói tanto que tenho vontade de arrancar fora, mas tudo que sai é lágrimas e são tantas...
Não lembro que idade tinha, mas meu pai voltou a se casar novamente e mudamos para o interior para uma cidadezinha pacata.
Minha madrasta tinha uma filha, um ano mais que eu.
Eu... Não me lembro muito, mas me lembro o suficiente pra não confiar nela e nem em sua mãe.
Por diversas vezes ela se trancava no quarto com sua filha e me deixava só, não importa quanto eu chorasse ou implorasse pra não me deixar só, ela sempre me deixava, não importa quanto eu batesse na porta... Ela nunca era aberta, tudo que eu queria era que ela me amasse como ela amava sua filha.
Mas ela me ensinou que eu nunca seria, me mostrou todas as diferenças entre sua filha e eu, de diversas formas.
Quando achei que tudo era ruim, ficou pior com a chegada de um novo membro na família, minha irmã caçula veio com tudo e roubou o pingo de amor que ainda recebia do meu pai.
Tudo passou a ser ela, tudo pra ela... Cada dia parecia que o buraco aumentava mais e mais e eu já não conseguia segurar as lágrimas.
Lembro por quantas vezes não tive opção de escolha, lembro quando não pude escolher meu caderno, meus brinquedos, meu penteado
Ah... Lembro que por várias vezes não havia ninguém nas minhas reuniões escolares, lembro que não havia ninguém pra assinar minhas provas.
Lembro cada dia das mães que ela não estava lá, que a minha mãe não estava, que todos felizes comemoravam e faziam e davam presentes... E eu?
Não tinha ninguém, não tinha ninguém pra ir, meus familiares nunca se importaram e eram pouquíssimas ligações que faziam pra saber de mim.
Isso me matava cada vez mais e mais.
Eu só precisava sentir um pouquinho de amor, não importava o lado que iria vir
Lembro que era um final de ano quando a professora pediu que fizéssemos cartas para o papai noel, pediu que fizéssemos um pedido a ele e eu lembro daquelas palavras escritas por mim:
"Olá papai Noel, tudo bem? Acho que sabe quem sou e eu não vim te pedir nada de material o que eu queria que trouxesse a minha mãe, sabe a minha mãe de verdade, aquela que vai me amar muitão"
Inocentemente apaguei as palavras e pensei que talvez não merecesse, talvez não fosse digna e simplesmente pedi um patins
Hoje olhando pra trás ... Talvez eu não mereça, naquela época eu também não merecia, mas se a gente para pra pensar, parece que ninguém é digno o suficiente pra ter uma mãe.
No fundo só queria que todos que tem esse privilégio aproveitassem, aproveitassem muito porque ela não é eterna e cada momento e precioso
Talvez se alguém pedisse para que eu comentassem hoje sobre, eu diria: viva o hoje intensamente,o amanhã não nùs pertence... As mães não são eternas, as valorizem!
Lembro de cada sacrifício que fazia pra ser notada pela minha madrasta, esperava que um dia ela me amasse nem que se fosse um pouco.
Eu sempre fiz de tudo, limpava passava, tirava o lixo, deixava de brincar pra deixar as coisas organizadas pra ela chegar do trabalho e vê-la sorrir...
Mas nada disso acontecia, ela sempre chegava aborrecida, sempre gritava e nada que eu fizesse estava bom e eu ?
Ia para o banheiro e chorava, tudo que eu queria era o seu amor a sua simpatia e era isso o mais improvável de conseguir.
Lembro que por diversas vezes ouvia dela, ouvia das minhas irmãs: "não peça nada pra ela, ela é a minha mãe e não sua " aquilo aumentava cada vez mais a minha dor.
Parando agora pra pensar eu era sempre isolada, na escola, em casa e até mesmo já igreja e lá eu ouvia as pessoas dizerem que o que havia levado minha mãe era um demônio e que pessoas assim nunca iriam pro céu e isso também me rasgava por dentro, eu achava que talvez aquele era o único lugar para que eu pudesse vê-la, para que eu recebesse seu amor.
Lembro da escola sempre zoada e isolada, a esquisita que ninguém queira fazer trabalho, enquanto a filha da minha madrasta parecia o sol, tão acolhedora e brilhante.
Todos os insultos e tristezas eu acabava descontando na comida que era meu único refúgio, a minha única felicidade e infelizmente era momentânea.
Isso fazia ganhar muito peso e ser zoada cada vez mais e consequentemente me isolar cada vez mais, tudo que eu queria era um lugar ...
Talvez um amor e foi nessa comecei a entrar em sites de relacionamentos e lá conheci Naruto, ele parecia o sol e mesmo sem nunca ter visto me trazia uma felicidade enorme.
Uau... As mensagens dele salvavam os meu dias e talvez tinham ganhado até uma cor a mais.
Eu tinha meu 14 anos e ele queria muito me ver e como morava em outra cidade não poderia nùs entrarmos por conta do período de aulas, mas a pedido dele abri um Facebook postei uma a duas fotos e o adicionei e depois daquele dia nunca mais nùs falamos, ele simplesmente terminou dizendo que não daria certo entre nós.
Lembro que fiquei desesperada porque a única pessoa que achei que poderia me amar, ela estava me deixando e eu nem sabia o que tinha feito de errado.
Doeu muito, doeu tanto que fui me envolver com alguém quando completei 18 e lá foi mais uma decepção.
Mas confesso que nem tudo foi tristeza, logo adotei um cachorrinho ele era puro amor e eu finalmente sentia um pouco de felicidade... Apesar da minha madrasta o ódia-lo, foram os 4 meses mais felizes da minha vida.
Eu nunca havia imaginado como era boa a sensação de chegar em casa e se sentir um pouquinho amado, mas logo ele também me deixou, como todos ao meu redor que se vão.
2 dois anos depois conheci alguém que pareceu me arrebatar, onde parecia me amar do jeito que eu era e que parecia ter olhos somente pra mim.
Parecia tudo tão perfeito e eu estava tão feliz, achei que dessa vez taparia esse buraco... É eu achei que estava preenchendo aos poucos.
Hoje, um ano depois vejo como fui tola e iludida, alguém como ele nunca olharia pra alguém como eu... Tão esquisita e gorda, é realmente ele nunca olharia.
Sasuke era perfeito, tudo que alguém como eu pediu e ele havia me levado pra conhecer até mesmo sua mãe.
Ah... Eu achei que era ele e pronto, um mês depois me entreguei de corpo e alma pra ele e descobri que ele só queria mesmo o meu corpo.
Eu nunca me senti tão lixo como me senti naquele momento, assim que havia acabado o ato ele olhou nos meus olhos e disse que não tinha certeza de nós, que nosso relacionamento não era o que ele pensava, que não era o que ele desejava pra ele e então terminou bem ali.
Foi o dia mais humilhante da minha vida, eu confiei a ele o que havia guardado a anos pra alguém especial e acabei entregando a qualquer um e naquele dia eu desacreditei de todas formas de amor, eu já não queria amar ninguém e tinha certeza que nunca fui amada.
E desde desse dia tudo foi de mal a pior, eu havia saído de casa e já fazia 1 ano, eu tinha um trabalho fixo a mais de 1 ano e do nada tudo virou ruina, fui dispensada, não achava nem bico pra fazer e as contas acumulando e já não tenho dinheiro para o aluguel.
Sabe eu tentei de tudo nessa vida, tentei achar minha felicidade em todas as formas pra preencher esse vazio... É esse aqui que está no meu peito e nada.
Eu realmente tentei de tudo, mas tem gente que não nasce para o amor , que não nasce pra ser feliz
Meu peito dói muito, mas ele nunca mais vai doer, eu não suporto mais essa dor e é nessas horas que imagino o dia do meu nascimento que eu não sei ao certo o dia, talvez sexta ou sábado?
Não sei, mas imagino sempre como uma segunda feira... Fria, chuvosa e muito triste.
Penso que talvez não tivesse que ter nascido, sempre penso: com que objetivo nasci? Porque a minha vida parece tão preto e branco?
Ei? Eu queria muito colorir esse mundo, é eu queria várias cores...
Foi isso que escrevi em você diário nas suas últimas folhas, sentada no velho prédio abandonado da rua sete e enquanto vejo os carros passarem.
O dia está lindo, a primavera chegou com tudo e o céu está extremamente azul, tão azul que... Parece gritar por mim.
Que dia é hoje ? Segunda? Sei lá... Talvez nem devesse me importar
Nem faz sentido me importar, tudo acabará aqui e agora.
Você diário será a minha única testemunha, assim como foi minha vida inteira.
Porque você é o diário de uma órfã, o único presente que ela me deixou.
________________
-E esse foi o diário de uma órfã - Tenten comentou fechando o livro, aquele era o diário original.
Após ler o diário e ver que o que havia sido investigado estava certo e não poderia fazer nada por ela, Tenten resolver publicar o diário da órfã e todos os exemplares vendidos o dinheiro seria doado para ongs e intuições que cuidam da saúde mental.
Claro que ela precisou de autorização da família, que concordou logo que não puderam fazer nada em vida ao menos poderia ajudar outras pessoas com o diário da jovem morta.
Tenten saiu daquela coletiva abalada, não adiantava... Parece que sempre seria assim e doía demais saber que dezenas de jovens morriam diariamente por conta da depressão.
Ela olhou para o céu azul, era primavera, uma segunda feira e o céu estava lindo.
Tenten: Espero que esteja tudo bem aí em cima Hinata - sorriu para o céu e saiu.
A história de Hinata seria conhecida e ajudaria muitas pessoas, era uma pena que ela não estivesse ali pra ver pessoalmente, Tenten sabia que de algum lugar Hinata os via.