Como ela sabia disso?
Saber que o seu amado passaria por ali bem naquela noite, naquele instante em que ela se aproximava daquele local que era muito familiar aos dois. Ela o via com uma mochila nas costas, decidido a partir sem deixar nenhum rastro. Ela estava lá para impedi-lo. Mas será que iria funcionar? Ele nunca havia escutado nada do que ela dizia, era até como se ela fosse... Nada... Para ele.
Caminhando devagar, com as mãos nos bolsos da bermuda e pensando no que conquistaria, e não no que deixaria para trás, ele vê a garota a sua frente, para e pergunta o que ela estava fazendo ali numa hora daquelas. Por que ele havia a encontrado? Aquela era a hora perfeita para sair.
Presumindo, ela diz que para ele deixar a vila precisava passar por ali. Ele deve ter ficado surpreso, pois era impossível que alguém soubesse que ele abandonaria tudo naquela noite, naquela hora, naquele instante... Mas ao ouvir as palavras da garota, disfarça e diz que ela deveria ir para casa e dormir, então ele passa por ela e sai andando. Ela começa a chorar, dizendo que ele sempre a odiou, e pergunta se ele se lembra da ultima vez em que se encontraram naquele lugar, quando ele disse "aquilo" para ela. Ele simplesmente diz que não.
A partir daí a garota utiliza de todos os recursos verbais e emocionais de que dispõe, e finalmente se declara, em voz alta e chorando. Pede incessantemente para que ele fique, pois tinha certeza de que ela poderia fazê-lo feliz. E o mais surpreendente ela guardava para o final: "Se não puder ficar, me leve com você".
"Ela está louca? Sabe pra onde eu vou?". Essespoderiam ser os pensamentos dele quando ela disse isso. De uma certa forma a paciência do garoto estava esgotada e ele precisava partir. Ele se vira para olhar para ela e dizer que "ela realmente continua sendo irritante", vira as costas novamente para ela e sai andando novamente. Como ele disse que não se lembrava "daquilo"?
Desesperada, ela ameaça gritar se ele for embora, e num movimento incrivelmente rápido, aparece atrás da garota. Com uma voz muito suave, diferente de todas as outras vezes na qual se dirigia a ela, solta uma frase um tanto quanto inesperada:
-Sakura... obrigado.
"Obrigado? Por quê? Por que está me agradecendo?". Esses pederiam ser os pensamentos dela quando ele disse isso. Talvez tivesse alguma consideração por ela, sei lá, mas essas seriam palavras que ela jamais esqueceria e que perseguiriam ela pelo resto da vida. Ele tenta acertá-la com um golpe para fazê-la desmaiar (provavelmente o golpe nem iria doer), mas ela se vira para ele e o abraça muito forte, pedindo mais uma vez que a levasse junto com ele. Dessa vez ele se altera, a segura pelos braços e diz:
-Você é louca? O que ganharia em ser uma desertora?
- ...... - ela o olha fixamente, com os olhos cheios de lágrimas.
-Vamos, responda?
- ...realmente, eu não ganharia nada... mas, não me importa se eu vou ganhar ou perder! Eu não quero ficar sozinha e quero deixar você ir sozinho.
-......