Doze Horas

  • Liekki
  • Capitulos 1
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

    12
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Sono Eterno

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Violência

    Essa história e seus devidos personagens me pertencem e não devem ser utilizados em outros lugares sem a minha autorização.

    Capa linda feita pela Khunnie. (AnimeSpirit)

    Doze Horas

    Sono Eterno

    De quantas horas você precisa para lembrar-se de mim?

    Verônica

    O som de meus passos ecoa pelas ruínas, as sombras dançando sobre as pedras, acompanhando-me, vigiando-me. Respiro fundo, abraçando meu corpo. Não quero me deixar dominar por meus temores. Não esta noite. Ergo meu olhar, fitando a bela lua cheia que, como uma eterna rainha, comanda esse mundo com suas silenciosas e brilhantes ordens.

    Volto a olhar para frente, sentindo meu coração se comprimir ante a visão do caixão esquecido, abraçado pelas lianas presentes em todo lugar. Continuo meu caminho, o vento envolvendo-me levemente, sussurrando ameaças em minha mente. Sei que não deveria estar aqui. Esse não é o meu mundo, pelo menos não mais. E ele não me quer aqui.

    Então, perdoe-me, mas eu tinha que vir. Eu precisava pisar nesse chão, vê-lo adormecido com meus próprios olhos para assim ter a certeza de que não passei os últimos anos sonhando. Doces sonhos, a um passo dos pesadelos, que trouxeram você até mim. Ou foi você que trouxe os sonhos a mim?

    Ajoelho-me ao lado do caixão, meus dedos tocando as mãos envolvidas pelas lianas, que se afastam, revelando a pele pálida, libertando-a para sentir meu toque. Cútis fria e macia, dedos longos segurando belas rosas vermelhas, que mantém a beleza do momento em que foram colhidas mesmo que isso tenha ocorrido séculos atrás. Ou talvez os séculos tenham se passado apenas para mim.

    Subo meu toque pelo peito imóvel, a respiração ausente, até alcançar a face jovem e bela. Lábios sem cor que costumavam ser tão vermelhos quanto às rosas que as mãos seguram. Olhos fechados, fazendo nascer em minha a curiosidade de saber se eles ainda permanecem tão azuis quanto outrora foram. Fios lisos, negros, contrastando com a pele pálida, emoldurando a face adormecida. Eternamente adormecida.

    Abaixo meu rosto, encostando-o ao peito gelado, uma parte de mim esperando pelo som dos batimentos cardíacos que jamais será ouvido. Com as pontas de meus dedos toco as pétalas vermelhas, sentindo a maciez e compartilhando do toque das sombras.

    Sinto uma lágrima escorrer por minha face ao mesmo tempo em que as lianas voltam a se aproximar, envolvendo a mim e a ele, prendendo-nos em um encontro tardio. Respiro fundo e fecho os olhos, aguardando o término das doze horas da morte eterna.


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