Sonic The Hedgehog: Outside N'Counter

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 26

    Engrenagens Culposas - Parte 2: o peso das escolhas

    Violência

    O que uma escolha pode fazer?

    Nova Mobotrópolis, noite.

    Coliseu da cidade

    Forget Me Knots in Concert estrelando Mina Mangusto e Orquestra de Nova Mobotrópolis

    Música: “Royals” (paródia da musica by Lorde)

    Com os habitantes da cidade de Nova Mobotrópolis acompanhando o show incrível que estavam tendo a honra de assistir, o palco estava escuro. Praticamente era impossível ver alguma coisa. A demora deixava a todos apreensivos, pensando se algo havia acontecido.

    E havia mesmo.

    Logo batidas graves são ouvidas, dando início a mais uma música. E ouvimos a melodiosa voz de Mina, que começou a cantar ao acompanhamento da percussão, que passou também a ter estalares de dedos:

    —  Eu nunca vi um diamante de tão perto...

    Eu experimento anéis de casamento nos filmes... 

    E não me orgulho do que fez onde eu moro...

    Em Knothole destruída!

    Isso não é algo que cause inveja

    As luzes logo iluminam de leve o palco, com Milla de pé e estalando seus dedos enquanto um coral bem afiado cantava:

    —Mas todas as músicas só falam de dentes de ouro e jóias...

    Usar coisas erradas...

    Manchas de sangue, vestidos finos e destruir sonhos...

    A gente não se importa.

    Dirigimos Cadillacs nos nossos sonhos 

    E o coral, inspirado, continuou:

    —  Mas todos como você só querem riquezas, carrões...

    Diamantes em seus relógios.

    Jatinhos, ilhas, bastante ouro guardado...

    A gente não se importa.

    Não fazemos parte dos seus planos de domínio 

    E Mina, esbanjando talento e aumentando sua voz, cantou para todos ouvirem seu clamor, enquanto a orquestra começava seus primeiros acordes, encorpando a melodia:

    —  E nós nunca seremos nobres (Nobres)

    Isso não corre no nosso sangue!

    Esse tipo de luxo não é para nós.

    Buscamos outro tipo de ambição.

    Me deixa ser aquela que dita as regras (As regras)

    Você pode me chamar de Abelha-Rainha

    E, baby, eu ordeno... (eu ordeno, eu ordeno!)

    Não me faça viver em sua fantasia

    Embora a platéia estivesse em silêncio, estava longe de não gostarem: todos estampavam um sorriso de satisfação e estavam emocionados. Nicole inclusive estava com lágrimas nos olhos, pois ela entendeu pra quem foi a mensagem. Sally deu a dica:

    — Ela está destruindo o Naugus! É isso aí!

    A apresentação ainda não terminou. Milla, olhando para todos e segurando seu microfone, continuou:

    —  Meus amigos e eu não seguimos as regras...

    Contamos um com outro no trem, à caminho da festa.

    E todos que nos conhecem sabem...

    Que estamos bem com isso.

    Não somos guiados pelo dinheiro

    Caminhando para a extremidade do palco, ela fez companhia ao coral com sua voz:

    —  Mas todas as músicas só falam de dentes de ouro e jóias...

    Usar coisas erradas...

    Manchas de sangue, vestidos finos e destruir sonhos...

    A gente não se importa

    Dirigimos Cadillacs nos nossos sonhos

    Nesse instante, deixando o som mais elétrico e encorpado, Vicent apareceu soltando arpejos junto com a melodia da Orquestra de Nova Mobotrópolis. E Mina continuou a cantar:

    —Mas todos como você só querem riquezas, carrões

    Diamantes em seus relógios

    Jatinhos, ilhas, bastante ouro guardado...

    A gente não se importa

    Não fazemos parte dos seus planos de domínio 

    Com as arquibancadas lotadas do coliseu batendo palmas no ritmo das batidas, a cantora mangusto retribuiu com um sorriso e cantando bem alto o refrão:

    — E nós nunca seremos nobres (Nobres)

    Isso não corre no nosso sangue

    Esse tipo de luxo não é para nós

    Buscamos outro tipo de ambição

    Me deixa ser aquela que dita as regras (as regras)

    Você pode me chamar de Abelha-Rainha

    E, baby, eu ordeno (eu ordeno, eu ordeno)

    Não me faça viver em sua fantasia 

    A orquestra silenciou, assim como a guitarra do overlander, ficando somente os estalares de dedos, que ditavam o ritmo enquanto Mina cantava:

    —  Ooh, ooh, ooh...

    Somos maiores do que já sonhamos

    E eu estou amando ser a rainha

    Ooh, ooh, ooh...

    A vida é um jogo sem importância

    Não fazemos parte dos seus planos de domínio 

    E com toda a potência musical voltando, a orquestra e a guitarra soaram harmoniosamente, com Mina Mangusto detonando no vocal:

    —  E nós nunca seremos nobres (Nobres)

    Isso não corre no nosso sangue

    Esse tipo de luxo não é para nós

    Buscamos outro tipo de ambição

    Me deixa ser aquela que dita as regras (as regras)

    Você pode me chamar de Abelha-Rainha

    E, baby, eu ordeno (eu ordeno, eu ordeno)

    Não me faça viver em sua fantasia!

    Mina terminou a música apontando para a platéia, demonstrando que estava dando um recado a Naugus, numa clara provocação ao antigo rei. Nem é preciso dizer que todos alí presentes estavam estasiados com a apresentação impactante da mangusto.

    O show continuava e os eventos em Mobius também.

    Enquanto isso...

    Continente de Soumerca

    Vale das Raízes Negras

    Como vimos no capítulo anterior, dois membros da Legião Sombria remanescentes liderados por Lien-Da, a grã mestra nomeada por Eggman, estavam a serviço do doutor a fim de encontrarem algo de acordo com leituras extraídas por seus sensores da área. De acordo com o que a equidna desconfiou, encontraram uma base secreta abaixo do vale lamacento e unido da região. Como estava escuro, seus equipamentos conseguiram ajudá-los a entrar no lugar. Porém, ao ver um ideograma familiar, Lien-Da ordenou para que saíssem do ligar imediatamente. O motivo? O clã Nocturnes. Desconfiando de sua presença, ela resolveu sair em fuga mas, para sua surpresa e a de seus comandados, uma pessoa vestida com um uniforme que lhe cobria tudo o corpo e um elmo que continha o mesmo ideograma do clã apareceu e os impediu de sair. Ela se intitulou a Alta Comandante do Império equidna Nocturnes e se chamava Shade. Não satisfeita, ainda os provocou, dizendo que iriam ser seus aliados, mesmo contra sua vontade.

    E continuando o trato, Lien-Da diz:

    — Você só pode estar brincando... Saia.

    — Creio que não tenha entendido. Sou eu quem dou as ordens aqui agora... pra todos vocês.

    — Hahahaha! Patética. Legião Sombria, atirem!

    A equidna aguardou por lasers iluminando corredor escuro da instalação secreta posta terem encontro da sua inimiga, mas foi frustrada. Com os seus aliados imóveis, ela diz:

    — O que houve? Porque não atiram?

    E Shade, caminhando para próximo de Lien-Da, diz:

    — Me pergunto porque você não fez parte de nosso grupo ainda... Sabe, estou impressionada.

    — O que está acontecendo aqui? Porque vocês não atiraram?

    E Shade, olhando para Lien-Da, diz:

    — Cara grã mestra... Sua ignorância me fascina. 

    — O que significa isso?

    — Esse seu mundo... NOSSO MUNDO, o dos Nocturnes, iremos trazer definitivamente a ordem e a paz que a tanto tempo essa terra merece.

    — Do que está falando?

    — Ignorância... Ela é um dilema pra você... Lhe pergunto porque guerreamos quando podíamos juntar nossas forças e fazer um mundo melhor... Já pensou nisso?

    — Se você diz que faz parte dos Nocturnes, então a única ignorante aqui... É VOCÊ!

    — Hm... Então acho que você faz parte de que guerrear é a única resposta. Pois bem... Agora pude ver o lugar de onde esses soldados saíram e quem foi a patética pessoa que os liderava... Pelo visto lhe sobravam dois.

    — O que?! A Legião Sombria... Meus aliados e meu povo... O QUE VOCÊ FEZ A TODOS ELES?

    — Bom saber que você tem fibra. Porém sua intromissão acaba aqui. Atirem.

    — O que?!

    E os outros dois membros da Legião Sombria que acompanhavam Lien-Da abriram fogo contra ela, que se desesperou. Porém, sob seu olhar angustiante, um clarão de energia surgiu entre Lien-Da e a saraivada de raios lasers que a iriam atingir. E durante esse tempo, o qual dutos certa de milionésimos de centésimos de segundos, uma voz grossa é ouvida:

    — CONTROLE...

    Instantaneamente Lien-Da desapareceu na frente de todos, com Shade olhando para o vazio. Ela, surpresa, diz:

    — O que foi isso?

    E em um lugar afastado da base secreta, a mesma voz termina de dizer:

    — ... DO CAOS!

    A tal frase icônica, dita dessa forma, só poderia ter vindo de uma única pessoa: Shadow Ouriço. Envoltos com uma luz verde, os dois conseguiram sair da base sem maiores problemas. Mas não significa que tudo estava bem. Lien-Da, ao perceber que seu suposto salvador era Shadow, começou a manifestar seus poderes elétricos. Com vários raios saindo de seu corpo e com seus olhos iluminados, ela diz:

    — SHADOW! O que você fez?

    — Hunf... Isso é um pouco óbvio, não?

    — Seu miserável! Como ousa se meter em meus assuntos? – Disse, com raios circundando o ambiente.

    — Hm... Interessante ouvir isso de você. Demonstra então o que Rouge já suspeitava...

    — O que?

    — Madame, melhor liberar seus poderes. Caso continue com sua atitude ofensiva terei de entrar em combate contra você... e isso não é uma boa ideia.

    — Me dê um bom motivo para que eu lhe dê ouvidos antes que o dizime!

    — Muito bem... Eu estava atrás de Knuckles, mas junto com meu time e suporte da GUN eu me perguntava: onde estão os outros equidnas? Aí a achei aqui em Soumerca... Creio que vocês dois tem algo a ver com o que está acontecendo. Por sorte, achei você primeiro... pois eu não gosto daquele equidna insolente.

    — Procurando o guardião?! Mas...

    — E então... Irá liberar seus poderes e iremos tratar do assunto ou entraremos em combate? Escolha sabiamente... embora não tenhamos muito tempo.

    Contrariando seus desejos de atacar o ouriço dominador do controle do caos, a grã mestra equidna cessou seus poderes, dizendo:

    — Muito bem... Você despertou minha curiosidade.

    — Hm... Eu sabia que você tinha noção das coisas...

    — Agora me diga: o que está acontecendo? Porque me tirou de lá? Eu estava com a situação sobre controle.

    — Não... Você não estava.

    — Como pode saber? Eu e meus soldados... Eles...

    — São soldados fiéis aos Nocturnes agora. Assim como toda Legião Sombria. Eu ouvi tudo, Lien-Da. Mas isso me trouxe uma dúvida...

    — O que?

    — Hm... Por algum motivo eles mudaram de lado, Lien-Da... Eu estive investigando este lugar faz algumas horas. Muitos soldados de Eggman estão envolvidos. Forças além de sua Legião Sombria.

    — Mas como assim? Está me dizendo que isso já...

    — Sim. Exato. Esse clã ao qual você se referiu, os Nocturnes, estão começando aos poucos a dominar vários de seus aliados para servi-los. O motivo? Desconhecido. Nenhum deles utiliza apetrecho algum pra isso... o que torna as coisas mais complicadas.

    Mas Lien-Da, pensando por alguns segundos, logo diz:

    — Há um motivo.

    — Hm?

    — Você deve saber do que eu disse lá dentro... Deve ter ouvido... Eu sei que ouviu.

    — De fato. Eu estava a espreita somente observando os seus passos. Aquela que se chama Shade, a com o elmo que lhe cobre o rosto... Ela está por trás disso tudo...

    — Sim... E não é uma simples inimiga. Se ela pudesse já teria me destruído e a meus soldados.

    — E o motivo ao qual sabe?

    — A muito tempo atrás meu avô me disse sobre eles. Seu objetivo, na época que Dimitri era jovem e com seu corpo inteiro, era desenvolver uma tecnologia de auto sugestão. Eles tinham ideias que...

    — ... tentavam evitar guerras. Sim, eu sei. Mas onde quer chegar?

    — Seja lá como ou por onde... eles estão de volta pra continuarem o seu objetivo: acabar com as guerras pra sempre. Usando de suas tecnologia... Shadow, acredite: se forem mesmo os Nocturnes que meu avô disse, nós...

    — Hm... Não gostei de ouvir isso. Acabar com as guerras... Falando assim não é uma coisa ruim. E creio que se não fizer algo pra impedi-los toda Mobius pode sofrer as consequências...

    — Escravidão, Shadow... Como Eggman faz e continua fazendo... Se ele ficar sabendo disso...

    — ... na certa irá se aliar aos Nocturnes. E se isso acontecer...

    — ... Não haverá nada nem ninguém que poderá para-los!

    Shadow, depois de caminhar até próximo de uma árvore, refletiu um pouco sobre tudo. Após isso, voltou para Lien-Da, dizendo:

    — Você vai avisar a Eggman o que viu aqui?

    — Porque quer saber disso?

    — Teoricamente somos inimigos mortais. Numa situação diferente estaríamos lutando... O que te fez pensar mais? Porque esse lampejo de sabedoria?

    — Por acaso você é algum tipo de adivinho?

    — Eu pressinto muitas coisas... Coisas ruins... Não creio que você só está preocupada com os Nocturnes. E a propósito: Lien-Da, tem algo a mais nessa história...

    — Grr... Você está se metendo demais nos meus assuntos. Não há mais nada a te dizer. Estamos entendidos?

    — Não estamos, mas não irei lhe forçar a dizer. Mas eu sei que há mais coisas nessa história... Entretanto, acho que teremos que nos unir... por enquanto.

    — Hã? No que está pensando?

    — Você não irá avisar a Eggman e é a única com tecnologia adaptada a esse lugar. Eu tenho ideias que poderão nos trazer respostas e conseguir alguma vantagem... Neste caso, uma união momentânea nos é útil. É vantajoso para ambos os lados.

    — *O que será que ele está tramando? Hm... Shadow não é de fazer isso... Mas... É claro! Eu posso usar isso a meu favor e resolver meus problemas de uma só vez!* Tenho condições para aceitar essa “parceria”.

    — Hm? Condições?

    — Você pensa que unirei forças com você sem algo em troca? Está enganado. Tenho muito a perder. E então, o que me diz?

    — Muito bem. Aceitarei, mas vamos andando. Temos que nos apressar.

    — Como eu disse, há condições...

    — Eu sei do que se trata. Só estou ganhando tempo... Você poderá me dizer o que deseja durante o caminho... 

    — Hehe... Você vai odiar.

    — Isso não importa. Se forem condições justas eu irei compreender...

    Shadow e Lien-Da juntos? A situação só se torna mais caótica. Não é pra menos: Lien-Da pouco sabe dos Nocturnes, lhe restando só as histórias que seu avô lhe contou, e Shadow pressentiu um mal ainda maior, mesmo com a parceria.

    Enquanto isso...

    Arredores de Rusty Ruins.

    Como vimos no capítulo anterior, Espio teve seu caminho livre pelos Chaotix para que conseguisse seguir Drago, lobo legionarizado do império de Eggman, que sequestrou Knuckles. O camaleão se esgueirava por entre as árvores usando de suas habilidades do clã Shinobi para procurar pelo lobo. Ele, enquanto seguia ao encalço de Drago, pensou:

    — *Essa situação... Me incomoda não saber contra o que estamos lutando. Nocturnes... Esse nome... Eu nunca o ouvi desde que investigava Knuckles desde o início... Isso não está me cheirando bem... Teria Eggman ligação com o assunto? Drago é praticamente um peão e... como conseguiu coordenar um ataque tão efetivo assim? Não, tem coisa a mais nessa história... e eu vou descobrir!*

    Espio era mesmo um ninja bem competente no que fazia. Seus métodos de rastreamento eram impressionantes, com o camaleão seguindo perfeitamente os passos por onde Drago passou. Rastros pelo caminho só tornaram a perseguição um roteiro bastante previsivel.

    Tanto que ao irmos até onde Drago estava, o lobo logo foi interrompido de sua fuga por uma kunai aí chão, mostrando que Espio havia o encontrado. Com o camaleão se colocando febre ao lobo legionarizado, diz:

    — Chega disso, Drago. Entregue Knuckles... e talvez a gente te deixe inteiro.

    — Hahaha! Nós Nocturnes não temos o que temer!

    — Então me diga: o que quer com Knuckles?

    — Eu não lhe devo nenhuma explicação. Saia da frente!

    — Resposta errada! – Disse, lhe arremessando cinco kunais.

    Mas antes que elas atingissem, um vulto escuro aparou cara um dos projéteis ninja de Espio. Era Shadow que, aterrissando, diz:

    — Hm... Acho que cheguei no momento certo.

    — Shadow?! – Se surpreendeu Espio – Porque está aqui?

    — Somente investigando... E você está atrapalhando.

    — O que?

    Por sorte Espio é bastante habilidoso, pois só sim para perceber os raios que iluminaram o lugar indo em sua direção. Era Lien-Da, que diz:

    — Afaste-se, verme! – Disse, se colocando a frente de Drago.

    — Lien-Da?! Mas o que...

    — Está sem palavras, não? Drago, saia daqui.

    Lien-Da e Shadow estavam defendendo Drago. Essa foi a visão de Espio. Uma surpresa totalmente inesperada e que mudança toda sua estratégia. Ele, olhando para os três, diz:

    — É... Agora eu estou mesmo irritado.

    Enquanto isso...

    Vilarejo abandonado de Rusty Ruins

    Os Chaotix, depois de uma intensa e desgastante batalha, conseguiram enfim destruir toda a armada de badniks que os atacaram. Com os destroços dos robôs por todos os lados, Might, que estava sendo acompanhado só por Vector, diz:

    — Temos que ir atrás do Knuckles! Agora!

    — Peraí, champs... – Disse Vector, pensativo.

    — O que?! Esperar? Vector, o Espio deve estar...

    — Might, tô ligado que o fenomenal lá pode tá precisando da gente... Mas o carinha é diferenciado. Sabe se cuidar. O que eu tô encucado é com esse breguete aqui... – Disse, ao pegar um pedaço de ferro com o ideograma dos Nocturnes.

    — Hã? O que é isso?

    — Isso.... Essa parada é uma sinal, bro. Em cada um dessas coisas tem esse símbolo. Só tamo no começo, Might... E tô com um pressentimento que vai rolar uma treta bem cabulosa em breve...

    — Então... o que faremos? Não podemos demorar aqui e...

    — Pra Drago ter levado o Knux, deve ter o dedo do Eggman no assunto... Porém...

    — Porém o que?

    — Drago tem a inteligência de uma porta, o pulguento tem baixa auto estima... Como poderia liderar um ataque assim? Essa parada que não entra na minha cachola, Might...

    — Espere... Você está dizendo que o Eggman pode não ter nada com isso?

    — É uma possibilidade. Tô com isso na mente, mas também não posso deixar de dizer...

    — Dizer o que?

    — Que esses “Nocturnes” tão agindo sozinhos...  

    — O QUE?! Mas... O Drago, Vector... Ele faz parte do exército do Eggman! Como ele poderia estar agindo com os Nocturnes?

    — É essa peça que não encaixa... Tá sinistro, bro.

    — Tenso... E estou preocupado com o Ray e com o Charmy... Estão demorando...

    — Fica sussa. Os cara logo tão de volta e... Olha o Ray de volta lá! – Disse, apontando para o alto.

    O esquilo voador, olhando para seus amigos, pousou dizendo:

    — Na-nada... Não vi na-nada. Es-estava tentando mas... Eu nã-não achei o Espio.

    — Ray, mas... Cadê o Charmy?

    — Nós nos se-separanos pra pro-procurarmos me-melhor. Eu não achei na-nada...

    — Ah entendi.

    E surpreendendo a todos, voando a tua velocidade, Charmy apareceu desesperado. Might, Ray e Vector ficaram preocupados, com o crocodilo detetive dizendo:

    — Ei, Charmy! Calma aí, bro!

    — RÁPIDO! RÁPIDO! A GENTE TEM QUE IR!

    — Hã? Ir pra onde?!

    — O ESPIO! PROBLEMAS! O DRAGO! LUTA!

    — Calma! O que você tá dizendo? Fala devagar!

    — NÃO TEMOS TEMPO! VENHAM COMIGO! TODO MUNDO! RÁPIDO!

    Enquanto isso...

    Nova Mobotrópolis

    Coliseu da cidade.

    Depois de uma espetacular sequência de oito canções apoteóticas de Mina Mangusto, é chegado intervalo, onde todos os alí presentes aproveitaram para se recomporem, pois a agitação foi muita, indo até às lojinhas de souvenires e de comidas, inclusive um em especial que Sonic mesmo disse:

    — CHILLI DOGS! Agora sim! 

    Os Lutadores da Liberdade estavam sentados em uma das lanchonetes do coliseu, descansando e fazendo um lanche, como o ouriço já explicou. E acompanhando a eles, estava Vicent, que estava sando autógrafos para algumas pessoas. Sally, olhando para Sonic, diz:

    — Olha só... O Vicent está ficando famoso.

    — É, tô vendo. Todo melhor segundo lugar tem seus momentos de fama.

    — Para, hein. Deixa ele.

    — Ih Sal... Fica fria.

    E Nicole, que estava sentada ao lado de Vicent, diz:

    — Vicent, me diga... Como é que você foi parar no show da Mina?

    — Ah... Bem, tem uma história por trás disso...

    E Vicent começou a contar. Mas para ilustrarmos melhor, voltemos um pouco no tempo, exatamente no momento da Ada Andorinha terminar seu programa de entrevistas.

    Logo após o final da transmissão, Vicent agradeceu a todos pelo convite, se dirigindo a saída em seguida. Porém, depois de pensar brevemente, retornou aos corredores do estúdio e se dirigiu aos bastidores. Com vários funcionários mobianos arrumando o lugar, o jovem humano não teve dificuldades de encontrar o camarim de Mina Mangusto, até porque a porta tinha seu nome e um grande logotipo de sua assinatura. Sem perder tempo Vicent bateu na porta, onde foi prontamente atendido por um outro mangusto, que vestia tênis pretos, calças cargo cinza e uma camisa azul por baixo de um blusão branco. Tinha pelugem característica de sua espécie (amarelada), com piercings em sua orelha direita e tinha cabelos pretos. Ao atender a porta, ele diz,:

    — Ah... Hã? Você é o overlander... Vicent, não é? 

    — Sim. A Mina está?

    — Sim. Está. É só isso? Beleza... Passar bem – Disse, já fechando a porta.

    — Ei, ei! – Disse Vicent, forçando a porta, impedindo que ele a fechasse, – Porque está fazendo isso?

    — Qual é, cara? Você perguntou se a Mina estava aqui. Eu disse que sim. O que você quer mais? 

    — Eu quero falar com ela.

    — Sem chance!

    — Como assim? Cara, eu só quero falar uma coisa com ela.

    — Ah é mesmo? Beleza então. Pode falar comigo.

    — Hã? E quem é você?

    — Sou Ash Mangusto. Sou o agente da Mina e a pessoa que fica sabendo de tudo antes de...

    — Sério? Vou te dar uma notícia então: cara, eu não vou com a cara de nenhum agente.

    — Deve ser porque você não sabe quando precisa ir embora.

    — Não. Atitudes como a sua é que me fazem ter antipatia por agentes. Cara, eu só quero falar uma coisa com a Mina e ir embora. Só isso. Pode ser?

    — Não! Não pode! Agora vaza daqui!

    — Como é? Qual seu problema, cara?

    — Eu que digo isso! Vai, cai fora!

    — Não sem antes falar com a Mina!

    — Ora vejam...SAIA DAQUI! Ou eu vou chamar os seguranças!

    Os gritos raivosos de Ash logo chamaram atenção de todos, inclusive de alguém bem especial: a própria Mina. Ela, caminhando até a porta, avistou Vicent, dizendo:

    — Ash... Oh Oi Vicent.

    — Hã? Oi, Mina...

    — Mina, eu já estou resolvendo esse assunto – Disse Ash, olhando pra mangusto.

    — Ash, deixa ele entrar. É meu amigo.

    — Mina?! Como é que...

    — Deixa de ser ciumento, Ash! Vem, Vicent. Pode entrar...

    Já bem acomodados, com todos sentados nas poltronas confortáveis do camarim luxuoso da mangusto cantora, ela enfim pergunta:

    — Muito bem, Vicent. O que quer me falar?

    — Bem, eu fiquei triste pelo seu guitarrista ter se machucado durante o ataque dos robôs do Naugus. Sabe, eu fiz de tudo pra ajudar a salvar todo mundo e...

    Mas Ash estava mesmo incomodado com a presença de Vicent, dizendo:

    — Pelo visto não fez o suficiente...

    — ASH! ISSO FOI HORRÍVEL! – Disse Mina, irritada – Trate de pedir desculpas ao Vicent!

    — Ah Mina... Que saco...

    — ASH!

    — Tá, ok... Desculpa aí, overlander. Peguei pesado e fui um babaca... Foi mal.

    — Assim está melhor. Não ligue, Vicent... O Ash não sabe separar sua vida de agente e de ser meu namorado. Aí fica assim, emburrado e falando besteiras.

    — Precisava falar isso pra ele, Mina?

    — Sim, pra você largar de ser chato e ciumento! Mas me diga, Vicent... Você veio aqui pra desejar melhoras para o Max Macaco, não?

    — Também. Espero que ele se recupere o mais rápido possível e que esteja bem. Mas na verdade eu tenho uma ideia.

    — Hã? Ideia?

    — Sim. O show que você ia realizar amanhã... Bem, ele precisa acontecer!

    — O que?

    E Ash, já mais calmo, diz:

    — Vicent, com todo respeito... Eu sou a pessoa que mais queria que isso acontecesse, mas sem nosso guitarrista não tem como.

    — Vocês precisam de um guitarrista, não?

    — Sim, mas...

    — Eu sei tocar guitarra!

    — Hahahahaha! Já entendi... Você quer substituir o Max... Mas cara... Hahahaha!

    — Porque está rindo?

    — Haha... Não me leve a mal. Só que isso aqui não é lugar pra amadores, overlander. A gente conhece o potencial do Max e ele é um dos melhores guitarristas de toda Mobius. Você acha mesmo que a gente vai apostar assim em um anônimo?

    E Mina, olhando de forma séria para Vicent, diz: 

    — Vicent, eu agradeço de coração pela sua oferta de ajuda, mas o Ash está certo.

    — E porque dizem isso? – Perguntou o jovem humano.

    — Não é um show pequeno. O Ash ficou um bom tempo agenciando com a Orquestra de Nova Mobotrópolis pra esse show...

    — Orquestra? Vocês irão usar uma orquestra inteira no show de vocês, é isso?

    — Sim. É uma Jam festival. O Ash achou que dessa vez, pra fazer a galera da cidade ficar maluca de verdade, a gente tinha que ser bem audaciosos e botar pra quebrar de uma forma inimaginável. Vai ser um show grandioso, com muito som e variedade de instrumentos.

    — Hm... Entendi. Então eu preciso mesmo fazer parte disso. Eu quero dar pra essa gente o mesmo presente que elas me deram!

    — Vicent, como assim? Eu já disse, não tem como...

    Ele então correu até o fundo do camarote, onde haviam instrumentos e logo pegou uma guitarra, a de Max Macaco inclusive. E sem perder tempo ligou o amplificador e colocou em prática altos arpejos complexos, com viradas arrojadas e tons bem pesados. Ash e Mina ficaram impressionados com a desenvoltura do jovem overlander, que diz:

    — E aí, eu levo jeito?

    — Ash... Ele... – Tentou dizer Mina, encantada com o que acabou de ver e ouvir – ELE DETONOU PRA VALER!

    — Si-sim... Eu não estou nem acreditando no que ele fez... – Disse, indo até o telefone – TEMOS QUE REAGENDAR TUDO! VOLTAR COM O CRONOGRAMA E AVISAR A IMPRENSA! HAHA! Amanhã de manhã as pessoas ficarão sabendo e vai ter casa cheia!

    — Então vai ter show?! – Disse Vicent, com um sorriso.

    — Se vai! Está contratado, Vicent. Pelo menos como substituto, hehe. Vamos detonar pra geral pular até cansar, falei? Isso vai ser demais!

    E com isso Vicent mostrou uma de suas particularidades.

    Voltando a lanchonete do coliseu, ele continua com a história:

    — ... e eu, por ter feito curso de música desde que eu era criança, aprendi a tocar guitarra. Eu sempre treinava ouvindo Steve Vai, Joe Satriani, John Petrucci...

    — E blablabla... Tudo tiozin de seu mundo, não é? – Debochou Sonic, sorrindo.

    — Para com isso, Sonic! – Disse Sally, irritada.

    — Eu tô de zuera com o cara, Sal.

    — Ai... Dá-me paciência...

    A conversa durou por alguns instantes, já que do sistema de áudio do colisy veio a informação de que o show começaria em poucos minutos. Sabendo disso, Vicent se despediu e logo foi para os bastidores se preparar.

    Com os Lutadores da Liberdade retornando aos seus lugares, Nicole diz:

    — Quem poderia imaginar que o Vicent iria novamente “salvar” a cidade. Gente, eu nunca vi um show da Mina dessa forma. Estou muito nervosa... Muito!

    — É, pode crer. Dessa vez o Ash caprichou na produção. O cara tem talento... – Disse Rotor, terminando seu sanduíche.

    — Galera, vai começar o segundo ato! – Disse Tails, colocando uma camisa temática do show.

    E sendo assim, começa o segundo ato do show. Todos estavam ansiosos para as próximas músicas.

    Enquanto isso, no continente de Soumerca...

    Arredores de Rusty Ruins

    De um lado os Chaotix, com Espio, Vector, Might, Charmy e Ray. Do outro a grã mestra da Legião Sombria de Eggman, Lien-Da, a forma de vida suprema (como ele se intitula) Shadow e o líder do domínio de Eggman no continente de Soumerca, Drago Lobo. Nunca situação atípica, ambos se olhavam. E cansado de esperar, Espio diz:

    — Mas o que diabos está acontecendo aqui? Shadow, porque está defendendo Drago? E porque Lien-Da está ao seu lado?

    — Ninja do clã Shinobi... Você não terá respostas a nenhuma dessas perguntas. A única coisa que irei lhe dizer, e que também serve para todos vocês, é que sumam daqui e não voltem.

    Vector, tomando a frente, diz:

    — Mano trevoso, isso não vai rolar. Esse pulguento aí tá com o Knux e já era uma treta... Agora tamo no meio de uma treta ainda maior pelo visto... e essa parada não me surpreende.

    — Eu não me importo com o que vocês pensam. Saiam daqui imediatamente e esqueçam o que viram.

    E dessa vez foi a vez de Might dizer:

    — Será que você não tem noção do quão absurdo é te ver aqui com nossos inimigos? Cara, você está trabalhando para o Eggman outra vez? Será que você não vê que ele...

    — Cale-se. Já ouvi besteiras demais. Vocês todos, saiam já daqui. Minha paciência está se esgotando...

    A situação estava ficando ainda mais tensa. Todo o grupo Chaotix começaram a encarar Shadow, meio que dando um aviso de que a conversa não iria acabar bem. E Lien-Da, assistindo a tudo aquilo, diz:

    — Vocês ouviram. Melhor caírem fora daqui como bons meninos. Vocês não tem autoridade nenhuma e...

    — Cale-se, Lien-Da – Disse Espio, a olhando com os braços cruzados.

    — Como é? Você se atreve a dizer isso?

    — Você é uma pessoa odiosa e com certeza tem algo a ver com tudo que está acontecendo.

    — O que? Hahaha! Agora eu sei como Shade se sente...

    — Hã? Shade?

    Lien-Da percebeu naquele instante que havia falado demais e Shadow percebeu isso. Porém não impediu que Vector dissesse:

    — Madame... Pode abrir o bico e dizer quem é essa tal de Shade. Já tô maquinando muita treta por causa disso... Vai logo. Desembucha!

    Nesse cenário cabuloso, até mesmo Drago, olhando a todos, diz se referindo a Shadow e Lien-Da. 

    — Então vocês já entenderam que nós Nocturnes somos os donos de toda a verdade... Eu gostei disso. Sabem jogar no time certo.

    — Hm... Pode se dizer que sim... *Mesmo estando com os Nocturnes o idiota continua um idiota. Foi muito fácil... Shadow estava certo*. Vamos te dar cobertura. Fuja!

    — Exatamente! Isso sim é uma atitude sensata! Nós Nocturnes vamos...

    — VÁ LOGO, DRAGO! – Gritou Lien-Da, irritada.

    O lobo legionarizado logo correu para entre a folhagem densa da floresta, levando em seu ombro Knuckles. Nem é preciso dizer que os Chaotix não iriam deixar que Drago escapasse, se posicionando para atacarem o lobo. Entretanto Shadow e Lien-Da logo se colocaram a frente, com o ouriço escuro dizendo:

    — Será que eu terei mesmo que dizer outra vez? Saiam daqui e esqueçam o que viram.

    — Você está louco, Shadow? Ele está levando nosso amigo! – Disse Might, serrando seus punhos.

    — Isso não é um problema de vocês. Somente saiam e...

    — NÓS NUNCA IREMOS METER O PÉ! NA VERDADE SE TU CONTINUAR IMPEDINDO A GENTE, NÓS QUE VAMOS METER O PÉ MA SUA CARA!

    — Hm... Isso me parece uma ameaça. Então estariam dispostos a lutar contra mim?

    Espio logo deu o tom da intimidação:

    — Você já traiu a Mobius uma vez... Já lutou contra Sonic... Já até mesmo ameaçou nossa existência... E agora está nos impedindo de salvar Knuckles... Mais uma vez, Shadow? O que quer com isso? Saia da nossa frente!

    — Nenhum de vocês terão respostas. Recuem.

    E até mesmo Ray já estava cansado da situação:

    — Sha-shadow... Será que vo-você não entende o que a gen-gente quer fazer? O KNUCKLES FOI SEQUES-SEQUESTRADO! NÓS NÃO VA-VAMOS ABAN-ABANDONAR NOSSO AMIGO! O QUE DEU EM VO-VOCÊ?

    — Cale-se, garoto...

    Vector era de longe o mais irritado com o que Shadow estava fazendo. O crocodilo, revoltado, diz:

    — Tá beleza então... Então vamo varrer o chão com vocês e ir atrás do Knux – Disse, mostrando os dentes.

    — Tolos...

    — Ninguém quer realmente lutar, Shadow. Mas diante sua insistência... vamos te derrotar e ir salvar Knuckles – Disse Espio, já com kunais em suas mãos.

    — Eu pensei que vocês teriam algum momento de lucidez em suas escolhas... Pois bem, eu já havia feito a minha.

    — Se prepara, Shadow. Vamos te detonar de vez! – Disse Might, com seus punhos a gente – Ray e Charmy... Protejam-se.

    — Se é uma luta que procuram então a terão.

    Lien-Da, que estava ao lado do ouriço com um sorriso no rosto, diz:

    — Espero que não tenha se esquecido do que tratamos.

    — É claro... E espero que você também não tenha esquecido o que eu lhe exigi.

    — Sim. De acordo.

    Essa conversa paralela só trouxe mais dúvidas para Espio, que pensou:

    — *O que significa isso que eles disseram? Nada faz sentido aqui. Shadow nunca faria parceria com o império de Eggman novamente, não depois de tudo que aconteceu no passado... Ele jamais faria isso. Tem algo... Algo muito greve por trás disso...*

    Com Shadow se colocando a frente, o ouriço olhou para os Chaotix dizendo:

    — Isso é uma grande perda de tempo.

    E Vector, liderando Might e Espio, diz:

    — Chaotix... Ataquem!

    Os três correram contra shadow, que os esperava imóvel. Logo Vector tentou lhe acertar um soco, com o auxílio de Espio, arremessando suas kunais em seguida. Shadow não só se esquivou dos socos potentes do crocodilo como escapou dos projéteis, executando um salto para trás. Porém, o surpreendendo pelas coisas ainda no ar, Might estava logo alí, desferindo um violento soco no ouriço. Shadow, durante sua queda, recebeu um destruidor uppercut de Vector, o fazendo retornar para o alto. Nesse mesmo tempo, Espio segurou Shadow, o girando e executando uma chave de braço, a fim de por em queda o ouriço com ele: Shadow chega ao chão com o camaleão ninja sobre seu corpo, abrindo uma cratera no chão. Tudo não passava de um ataque coordenado as pressas por Vector. Com Lien-Da olhando incrédula para o ocorrido, o crocodilo diz:

    — Taí, trevoso. Tomou? A gente manda a conta depois. Aí, ô da roupa de couro... – Disse Vector, apontando para Lien-Da – Tu mesmo, madame... Vai entrar na porrada também se ficar de cara feia, tá?

    Mas Lien-Da, ao olhar pra trás de onde os Chaotix estavam, diz:

    — Pobres garotos... Não acabou ainda.

    — Hã? O que... – Tentou dizer Might, olhando para trás.

    E igual ao tatu, Vector e Espio também olharam: era Shadow, que se limpava da areia úmida do lugar. O ourico, calmo e extremamente consciente, olhava para os três de forma penetrante, dizendo:

    — Por um momento eu esqueci que vocês eram mesmo fortes. Não é a toa que Eggman sempre teve problemas com vocês.

    — Cara, para de ser insistente! O que está acontecendo pra você mudar de lado? – Disse Might, irritado.

    — Eu já disse... Mas vou dizer outra vez... Pela última vez: saiam daqui e esqueçam o que viram. Sigam com duas vidas felizes e ignorem os eventos que presenciaram.

    — Você sabe que não iremos recuar, Shadow. Nós juntos somos muito mais fortes que você. Se quer continuar essa luta, então já sabe que iremos te colocar no chão outra vez!

    Shadow respirou fundo ao ouvir as palavras dos Chaotix, que estavam bastante confiantes r determinados a salvar Knuckles. Mas o ouriço, continuando a olha-los, diz:

    — Vocês são aliados formidáveis, eu devo reconhecer. E essa união de vocês é louvável... Porém, isso é um empecilho pra mim no momento... E acho que me cabe tentar nivelar as coisas...

    Shadow levou duas duas mais para frente em seguida. Ainda os olhando, diz:

    — Vou fazer um esforço pra não exagerar... – Disse, fazendo com que os inibidores de seus braços de rompessem – ... pois a minha maior dificuldade será tentar não ferí-los gravemente.

    Rusty Ruins Dark Forest – VS Battle: 

    Shadow vs Chaotix

    Música: “Guilty” by Since October

    Sem poderem tempo, os três Chaotix correram a tia velocidade contra Shadow, ficando imóvel novamente. Vector novamente foi o primeiro a tentar golpea-lo, lá quase encostando seu punho no rosto do ouriço.

    "Boa sorte" não significa nada para mim

    Então o que isto deveria significar para mim... agora?

    Eu tenho desistido de quase tudo

    Minhas cicatrizes são fáceis de ver

    Lembretes assombrando de fato

    E eles continuam a sangrar...

    Pela primeira vez, eu estou de joelhos”

    Mas a poucos centímetros de ser acertado, Shadow desapareceu, reaparecendo sobre o punho do crocodilo, que o olhou surpreso. Shadow executou um estrondoso chute no rosto de Vector sem misericórdia, fazendo com que o detetive líder dos Chaotix disse jogado para longe, quebrando a formação. Might, por ter sua força maior, pulou contra Shadow dizendo:

    — SEU DESGRAÇADO! AHHH! – Gritou, resferindo um soco.

    O ouriço escuro novamente usou de seus poderes para se esquivar facilmente do poderoso soco de Might, o pegando pelo braço e reunindo energia caótica com sua outra mão, formando uma esfera. Logo ele a aproxima do dorso do tatu, o atingindo com toda a força, sem se importar com as consequências. Might é violentamente golpeado, indo ao chão em queda livre.

    “Lastimando, implorando agora

    Interceda por favor

    Mostre-me como”

    Espio observou seus companheiros serem brutalmente atingidos por Shadow. Ele naquele instante percebeu que o ouriço estava mesmo lutando a sério, talvez até um nível acima. Sem tempo para raciocinar e bolar um plano de ataque, seguiu contra Shadow dizendo:

    — Você perdeu a noção... VOCÊ NÃO PODE FICAR IMPUNE DEPOIS DISSO! – Disse, desferindo um chute.

    — Eu sei... e nem vocês irão.

    Shadow ignorou o chute do ninja do clã Shinobi, recebendo o golpe em cheio. Espio, surpreso, diz:

    — Mas como?!

    — A realidade machuca... você sabe – Disse, segurando Espio pelo pescoço em seguida.

    Shadow voltou a reunir energia em sua mão, sendo observado por Espio. O camaleão, assustado, diz:

    — Você não seria capaz...

    — Seria sim...

    Shadow esticou seu braço energizado para trás sem sequer olhar: mas verdade seu alvo era Vector, que havia executado um salto para golpear o ouriço pelas costas. O clocodilo, sem chances de defesa, é atingido pela energia caótica de Shadow totalmente.

    “SE EU PUDESSE SOBREVIVER

    Se eu fosse inocente, você assumiria a culpa por mim?

    SE EU PUDESSE SOBREVIVER

    Se eu fosse inocente, você assumiria a culpa por mim?”

    Shadow era implacável, era o que todos puderam ver. Charmy e Ray, horrorizados, olhavam para o combate brutal que seus amigos estavam travando. O terror em seus rostos mostrava que uma vitória era algo quase impossível. No outro extremo do lugar, Lien-Da observava a tudo de braços cruzados. Enquanto Might tentava se levantar, ela pensou:

    — *Esse ouriço... Ele realmente está levando tudo muito a sério... Hehehe... Isso é ótimo... Melhor do que eu imaginava! Eu comecei meu plano com poucos recursos e muitas dúvidas, mas aos poucos consegui que pessoas capacitadas me fossem úteis... Hahahaha! Posso ter perdido meus soldados para aquela miserável, mas... MAS AGORA EU TENHO O SHADOW A MEU LADO! E ELE VAI CUMPRIR O ACORDO! HAHAHAHA!*

    A luta seguida terrível, com Shadow promovendo uma verdadeira surra sem dó nem piedade nos Chaotix. E durante esse combate, as lembranças do acordo com Lien-Da ecoavam na mente do ouriço.

    “Irei me unir a sua causa, mas a condições são muitas pra isso. Eu quero ter vantagens... mais que as suas... A primeira: deve me proteger de qualquer coisa que me impedir. Não espere o mesmo de mim”

    “Você não está pedindo nada de mim

    Basta dizer adeus e eu estarei livre

    É tão fácil, eu não entendo

    Mas eu quero mais que tudo

    Parece que não pode começar a se libertar

    Esta consciência culpada pela paz

    É tão difícil, até que eu estou de volta aqui

    Estou de volta e de joelhos”

    Seus antigos aliados, os Chaotix, sentiram na pele o que era lutar contra Shadow usando 50% de seu poder total. Mesmo sendo golpeados, os três levantavam, incansáveis a fim de ajudar Knuckles. Mas a luta era desigual, mesmo que ignorassem esse detalhe.

    “Segundo: seus amigos se tornarão seus inimigos caso não os convença de evitar conflitos. Sou ou não sou benevolente? Hehe... Nenhum deles deverão saber o que iremos fazer, em nenhuma hipótese!”

    “Lastimando, implorando agora

    Interceda por favor

    Mostre-me como”

    Com Vector já não suportando ficar de pé, Might correu até Shadow tentando proteger seu amigo. Em vão, pois o ouriço golpeou os dois com uma lança fornada por energia caótica.

    “Terceiro: meus soldados são minha prioridade. Nós dois iremos salva-los, cada um. Porém se precisar lutar contra algum lacaio de Eggman, tem minha carta branca. Isso até nos ajudará a manter as aparências, hahaha!”

    “SE EU PUDESSE SOBREVIVER

    Se eu fosse inocente, você assumiria a culpa por mim?

    SE EU PUDESSE SOBREVIVER

    Se eu fosse inocente, você assumiria a culpa por mim?”

    A blitz a qual Shadow estava impondo aos Chaotix estava acabando com qualquer chance de vitória. Vector já estava desacordado, com Might de joelhos bastante ferido. Espio estava a frente de seu amigo tatu segurando uma kunai, dizendo:

    — Traidor... Sua atitude aqui é abominável...

    “A culpa levou o melhor de mim...

    Eu estou me segurando em quase nada...

    Me perguntando se a inocência...

    Poderia levar ao meu perdão!”

    “Quarta e última: Shade, aquela desgraçada... ELA É MINHA! Eu quero ter o prazer de destruí-la com minhas próprias mãos. Então não pense sequer de lutar contra ela! Eu irei salvar meus soldados... e depois meu povo. Você aceita esses termos?”

    “SE EU PUDESSE SOBREVIVER

    Se eu fosse inocente, você assumiria a culpa por mim?

    SE EU PUDESSE SOBREVIVER

    Se eu fosse inocente, você assumiria a culpa por mim?”

    Shadow manifestou novamente sua energia caótica em uma das mãos, arremessando contra Espio e Might. A bola de energia os atinge, os jogando para longe, próximo a Vector. Shadow, ao vê-los imóveis depois de seu último ataque, ouviu novamente sua voz responder a Lien-Da em sua mente:

    “Sim... pela minha causa.”

    “SOU CULPADO!

    Você levaria a culpa por mim? CULPADO! (3x)

    Você levaria a culpa por mim?”

    O combate havia terminado. Poucos minutos depois de seu início, Vector, Might e Espio haviam sido derrotados facilmente por Shadow. Charmy e Ray, aos prantos, correram em socorro a seus amigos, que estavam muito feridos e desacordados. O ouriço não pegou leve...

    Shadow voltou para o lado de Lien-Da e, caminhando, diz:

    — Vamos embora... Terminou.

    Mas antes que os dois sumissem entre as folhagens densas da escura floresta, Ray, batente emocionado e revoltado, diz:

    — O QUE VO-VOCÊ FEZ? SEU DES-DESGRAÇADO! NÓS SO-SOMOS SEUS AMIGOS! CO-COMO VOCÊ PO-PODE FAZER ISSO?! PORQUE VOCÊ NÃO NOS AJUDA?! DES-DESGRAÇADO! MONSTRO!

    Ao ouvir o desabafo do esquilo, Shadow fechou seus olhos e seguiu floresta adentro com Lien-Da, que estava satisfeita com tudo que havia acontecido. 

    Um acordo.

    Uma escolha.

    Uma só palavra: dor.

    A dor de seguir com o ele almejava, custe o que custar. A segurança de Mobius... ao preço de perder seus amigos. Era uma balança que Shadow parecia saber usar bem...

    Porém o preço era alto: os Chaotix foram derrotados.

    A noite escura em Rusty Ruins se tornou um antro de dor por parte de Ray e Charmy, que acudiam seus amigos como podiam.

    Sozinhos... e juntos.

    Enquanto isso...

    Cidade de Nova Mobotrópolis

    Hospital Memorial Tommy Tartaruga

    Adentrando ao hospital, os corredores estavam calmos, com algumas enfermeiras caminhando em direção aos quartos de seus pacientes. Embora no outro extremo da cidade estivesse havendo um show grandioso, o silêncio imperava dentro do hospital.

    E no último andar do prédio estava Antoine internado. Ao seu lado, sentada a uma cadeira, lhe acompanhava sua esposa, Bunnie. A coelha lutadora da liberdade cochilava apoiada a cama, num raro momento de quietude em sua vida. Ela, ainda um pouco sonolenta, acorda. Se levantando, vai até o bebedouro e pega um copo para beber água. Bunnie caminhou então até a janela, contemplando as estrelas e observando ao horizonte a iluminação do coliseu. Ela, sorrindo, diz:

    — Os meu amigo... Devem tá se divertindo muito lá... É uma sensação boa... Saber que tá todo mundo bem...

    Porém um evento iria mudar tudo naquele instante. O monitor cardíaco de Antoine começou a mostrar movimento, com ruídos indicando aumento de frequência. Bunnie, aí ver, gritou:

    — TUANE?! MINHA NOSSA! SOCORRO!

    Continua.


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