ANUON 9999

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    Capítulo 41

    Mais problemas a vista

    Violência

    A conturbada batalha havia terminado, mas haviam coisas pendentes...

    Após a luta, com Gothic bastante fraca, a pantera havia dito algo bombástico. Quem era Son? Kitsune e Anuon pareciam saber de quem se tratava e ficaram surpresas com as declarações. Anuon, por sua vez, era a mais preocupada.

    — Diga Gothic! Como ele ainda vive?

    Mas a pantera, aí olhar para Anuon, fechou lentamente seus olhos,  desmaiando em seguida. Mas Ryoga, mostrando dúvida, cita algo:

    — Peraí! E essa parada das duas caudas da Kitsune? Só eu percebi que não sumiu?

    — Duas caudas? Que história é es... MINHA NOSSA! Kitsune tem duas caudas! - Se impressionou Ethan.

    — É mesmo, tu não tava aqui quando aconteceu...

    — O que aconteceu, Ryoga?

    — Kit tem duas caudas agora! Maior style e poder!

    Mas o rapaz, não satisfeito, corre até ela e observa suas caudas, dizendo:

    — Kit, tu se sente bem com elas? 

    — Agora que perguntou, me sinto muito bem. Sinto até que meus poderes estão mais maleáveis. Sim, agora parece que tenho um maior controle sobre eles.

    — Resumindo, tá poderosa agora!

    — Ryoga, acho que você não tem essa intimidade de falar assim com Kitsune. Tenha modos - Disse Kaede, chamando atenção de seu amigo.

    — Ah fica tranquila, minha filha, que sou da casa. Ela leva numa boa.

    E andando até sua mãe, Maeti diz:

    — Mãe, porque isso aconteceu?

    — Não sei, Maeti... Eu não tenho ideia. Mas eu a ouvi... Tikai me chamou e lutou ao meu lado.

    Anuon, andando em direção a Kitsune, tornou a dizer:

    — Talvez seja por causa das experiências. Aqueles patifes devem tê-la injetado algum composto que faça metamorfoses. Todos nós não sabemos o verdadeiro potencial de nossos poderes.

    — Isso é bem provável, ainda mais de seu nome ser Kitsune. Faz sentido... - Completou Kaede.

    — Então a Anuon pode deixar de ser baixinha e se tornar numa felina de verdade, tipo o Gato Guerreiro do He-man, hahaha!

    — Retire o que disse, humano miserável! - Disse Anuon, já mostrando suas garras.

    — É isso mesmo, Ryoga. Não fique falando bobagens - Completou Ethan.

    — Ei, galera... Calma. Foi só zuera, hehehe - Disfarçou Ryoga, ou tentou isso.

    — Pois guarde suas brincadeiras infames! Não me envolva em nenhuma de suas piadas sem graça! - Anuon estava mesmo irritada.

    — Desculpa tia.

    — Eu não sou sua tia!

    — Ops... Desculpa, gatinha!

    — Eu tenho nome!

    — Caraca... Tá difícil, hein...

    — Cale-se! Esqueça!

    Depois da conversa, todos estavam se recuperando. Se preparavam para entrar no templo para uma melhor avaliação de Maeti e, por incrível que pareça, do Ryoga. Este, porém, faz uma observação:

    — Putz... E a pantera sádica esquentadinha? Iremos cuidar dela ou lhe daremos aos morcegos?

    — Não brinque com isso, Ryoga! - Disse Maeti, irritado.

    — Caraca... deram pra pegar no meu pé agora? Sabe, não vou brincar mais hoje...

    — Você também escolhe os momentos mais inapropriados para isso. Fica calado, ora. Não fala besteira... - Disse Kaede, dando uma ideia para Ryoga.

    E Kitsune, se aproximando da pantera, diz:

    — Apesar de não merecer, cuidaremos dela. Eu a levarei, abram espaço.

    — Mãe, o que vai fazer? - Perguntou Maeti, curioso.

    — Maeti, eu sinto uma grande energia dentro de mim... e acho que sei como usá-la. É quase como se eu estivesse sendo guiada... *Eu sei que é você, Tikai...*

    E usando seus poderes, cria uma imensa mão negra, que levanta Gothic sem problemas. A demonstração de seu poder era espantosa, sendo vista por todos, que estavam impressionados. Ela então diz:

    — Vamos... Temos que nos cuidar.

    — Impressionante, mãe!

    — Nunca pensei que veria coisas desta natureza... Minha nossa! - Exclamou Kaede.

    — Acho que pode ir além disso... Não há um limite... É estupendo - Completou Anuon.

    — Se Piece 1 soubesse disso... - Indagou Ethan.

    — Vou ficar calado... ficar caladinho aqui na minha... - Desconversou Ryoga.

    Já no interior do templo, com todos sendo medicados por Maeti e Ryoga, Anuon lembra a todos o que Gothic havia dito.

    — Bem, estamos com sérios problemas agora.

    — Não me lembro de nenhum Anis chamado Son - Disse Kitsune, enquanto recebia ataduras por Ryoga.

    — Porque ele havia morrido... ou não - Disse Anuon, sendo ajudada por Ethan - Piece 1 havia até feito seu enterro.

    — E como sabe disto? - Disse a raposa.

    — Eu estava lá.

    — Tudo bem Anuon, mas e sobre Son? O que sabe? - Perguntou Kaede.

    — Boa pergunta, humana. Son era, antes de... bem, falaria morrer, mas vejo que não é bem assim... Ele era o segundo no comando, junto de Piece 1.

    — Caraca... Muito Anis fica nessa "dança das cadeiras" pra ser o segundo no comando, não? Parece até time paulista... - Brincou Ryoga.

    — Cala a boca, Ryoga! - Disse Kaede, quase o agredindo.

    — Tá... Calei. Fuiz!

    E Ethan voltou a tomar a palavra:

    — Seus poderes eram como o dele?

    — Mais ou menos. Se por uma parte Piece 1 controlava tudo o que era psíquico, Son podia controlar chamas e qualquer coisa relacionada ao calor. Poderia até mesmo transformar seu corpo numa bola de fogo... Um poder devastador.

    — Pelo jeito, parece um adversário perigoso.

    — Sim... Mas sua convivência com Piece 1 sempre foi cheia de discussões.

    — Como assim? Não se entendiam? - Disse Kitsune.

    — Tinham a mesma filosofia, mas Son não aceitava o fato de Piece 1 liderar todos os Anis. Queria ter o poder de decidir o futuro de cada um de nós.

    — Mas o que fizeram então?

    — Ficou decidido por Piece 1 que separariam-se em dois grupos. Son ficou com a Tríade e Piece 1 com com os restantes, como eu, Fhor, Lupa, Spin, Gothic e alguns outros... 

    — Então há mais Anis no grupo de Piece 1? E ainda se separaram...

    E Ryoga, surpreendentemente, fez uma pergunta:

    — Gatin... Digo, Anuon, e essa tal Tríade que você falou? E como este Son morreu?

    — Bem, nunca foi descoberto os reais integrantes da Tríade, pois havia Anis que nunca vimos. E Son teria recebido uma descarga elétrica de uma antena distribuidora de energia.

    Mas Ethan estava desconfiando. Era um pouco estranho essa situação.

    — Está muito mal contada esta história. Você acreditou nisso, Anuon?

    — Piece 1 nos deu a palavra que havia morrido.

    — Sei... Ele havia também mentido sobre mim e outros humanos...

    — Sei disso, Ethan. Mas tudo está estranho agora. Piece 1 lhe humilhando, Gothic querendo nos destruir, Kitsune ganhando uma cauda... Não sabemos o que poderá vir a seguir. 

    — Mas... Acho que devemos deixar as coisas acontecerem, pois talvez se irmos ao encontro do inimigo, muitos aqui podem não voltar. Agora vimos do que Piece 1 é capaz. Gothic não mediu esforços para nos destruir - Disse Maeti, alisando sua própria cauda.

    — Tem razão em afirmar isso, Maeti. Depois de hoje, teremos que tomar cuidado. Seria prudente se todos aqui fizessem o mesmo. 

    — Concordo. A propósito, onde está Heaven? - Perguntou Ethan.

    — No quarto da Kit - Disse Ryoga, terminando de enfaixar Kitsune.

    — Você está tão íntimo de Kitsune para chama-la assim? - Disse Ethan, desconfiando.

    — Ih Tirulipa... Tá por fora. A raposa aí e eu somos fechamento...

    — Acreditem: eu não entendo nada do que esse humano diz... - Comentou Maeti, sacudindo sua cauda.

    Depois da longa conversa, Ethan havia ido ao quarto para ver como estava Heaven. Ryoga, porém, ficou cuidando, junto a Maeti, de Gothic, que foi levada até abaixo do templo em uma ala secreta. Enquanto Ryoga fazia curativos de imobilização, Maeti usava seus poderes para agilizar sua recuperação. No quarto de Kitsune, Ethan encontra Heaven deitada sobre a cama. Ao ouvir o som da porta se abrindo, a pequena tigresa olha e pula de alegria quando vê Ethan entrando.

    — ANJO! ANJO! Você voltou! Você voltou para me ver, não foi?

    — Sim... hehehe... Vc está bem?

    — Estou melhor agora que você apareceu. Uma coisa estranha aconteceu comigo, anjo.

    — Nossa... O que foi?

    — Uma das panteras foi puxada pelo meu corpo.

    — O QUE? VOCÊ ESTÁ BEM?

    — Sim, sim anjo! Não fique nervoso! Está tudo bem. Acho que é aquela coisa que aquele garoto falou.

    — Coisa que... Ah, se foi o Ryoga... Nanotec, não?

    — Acho que é.

    — Se sentir alguma coisa, qualquer coisa mesmo, me chame ou um dos outros, tudo bem?

    — Tá! Mas eu quero que você fique aqui comigo, anjo. 

    — Tudo bem.

    Ethan se sentou a cama e ficou conversando com Heaven. 

    Minutos depois...

    Maeti, depois de ajudar Ryoga com o tratamento a Gothic, se dirigiu a um dos andares superiores. Andava pelos corredores tranqulamente. Mas, de forma adrupta, começou a cambalear, não conseguindo manter o equilíbrio do corpo. Começou então a andar com dificuldade, se apoiando nas paredes. Estava escuro, pois chegara a noite. Ninguém o ouvia...

    Mas, coincidentemente, Kaede havia subido antes dele. Estava admirando o céu e a paisagem noturna, pois onde estava conseguia ver as luzes da cidade. Ouve, porém, um barulho estranho. Vai examinar e encontra Maeti com dificuldades de se manter em pé. Ela então correu para ajudá-lo.

    — Maeti, espere... O que está acontecendo? Calma, eu te ajudo!

    — Kaede, você caiu do céu...

    — Se apoie em mim, vamos - Disse Kaede, apoiando um dos braços do jovem raposa em seu ombro.

    — Obrigado!

    E ajudando-lhe a andar, pergunta:

    — O que houve?

    — Não sei... estava caminhando tranquilamente e me senti tonto...

    — Será que foi por causa dos ferimentos? 

    — Bem, eu perdi sangue... Pode ser meu organismo avisando que ainda não está bem.

    — É melhor você ir para seu quarto, então.

    — Não posso! Prometi a minha mãe que ligaria o sinalizador do templo.

    — Sinalizador?

    — Sim! Aviões e helicópteros costumam passar perto do templo e pode ver que é quase no cume desta montanha.

    — Ah, sim... entendi...

    E ela o ajuda a subir.

    Lá em cima, já restabelecido, Maeti acende uma das luminárias, que faz com que todas acendam simultâneamente. E Maeti chama Kaede para ver uma coisa:

    — Veja, Kaede.

    O jovem apontou para o longe, onde se podia ver um belo lago, que tinha o reflexo da lua em sua superfície, em um visual deslumbrante. Ela, impressionada, diz:

    — Puxa! É o lago onde treinei com minha tia. Nossa... Esse lugar ficou lindo... Adorei!

    — Se minha mãe ficar sabendo o que aconteceu...

    — O que?

    —Minha tonteira. Ela odeia quando escondo coisas.

    — Se você não contar, eu não conto.

    — Mesmo?

    — Sim. Será nosso segredo, hehehe.

    — Obridado.

    — Por nada, Maeti.

    — Sabe, nunca esperava que fosse conhecer pessoas como Ryoga, Ethan... e você.

    — Hehehe... Aonde a vida nos leva, não é? 

    — Sim. Mas fiquei feliz por conhecê-los. Principalmente você.

    — Porque?

    — Sabe, orgulha-me saber que estou falando com uma verdadeiro Rayka.

    — Não gosto de ser chamada assim, Maeti... - Disse a jovem, virando-se e abaixando sua cabeça.

    — Oh, desculpe... Não era a minha intenção...

    — Não... não é por você e sim o que aconteceu nesta cidade a anos.

    — Eu sei, mas isso não é motivo para que fique se machucando sempre que lembra de seu pai.

    — Mas dói em saber disso, Maeti. Não é fácil viver com esse fardo.

    — Não foi culpa sua. Ficar se torturando pelo que os outros fazem para nos deixar cabisbaixos só nos trará mais revolta.

    — Maeti...

    — Muitos dessa cidade ainda crucificam o Sr Rayka, mas eu faço o possível para que voltem a respeitar esta família novamente. Não aceito o fato de quase terem expulsado Tikai daqui.

    — Minha tia era uma verdadeira Rayka.

    — E você também é. Mais do que eu e minha mãe juntos.

    — Maeti...

    —Kaede, você foi uma pessoa muito especial a Tikai. Minha mãe não se cansa em dizer isso a mim. Todos esses anos esperei por algo desta magnitude acontecer.

    — Maeti, eu... eu... nem sei o qie dizer agora... Você simplesmente me impressionou... Suas palavras soam tão puras...

    E o jovem raposa, segurando as mãos de Kaede, continuou:

    — Eu sei. Também sinto o mesmo em suas palavras. Peço-lhe que nunca, em nenhum momento, deixe de acreditar que pode conseguir o que quiser, contanto que não desista de sonhar e lutar pelos seus objetivos.

    — Maeti... eu... - Tentou dizer Kaede, olhando nos olhos de Maeti.

    — Kaede, eu agradeço você por ter sido parte da vida de Tikai. Agora vejo que ela pôde passar seus ensinamentos a alguém que merece cada elogio. Seu caráter já diz tudo, Kaede. Eu a admiro. Só não se torture mais, pois seu rosto perde toda a beleza quando está triste.

    — Maeti... eu... Você... 

    E sob a bela noite, com um luar como iluminação, era o cenário perfeito para a proliferação do amor. Kaede, encantada pela gentileza e beleza andrógina do jovem raposa, não se atreveu a perder a oportunidade: aproxima-se do rosto de Maeti e, segurando em seu rosto, o beija na boca.

    Continua.


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