A batalha começou. Gothic continua feroz. E Heaven parece ter um poder oculto...
Ryoga e Kaede não conseguiam acreditar no que acabaram de testemunhar. Heaven absorveu umas das cópias de Gothic. Depois do ocorrido, Heaven desmaiou e, com Ryoga a segurando, diz:
— Kaede, acho que ela está bem, só desmaiou...
— Mas Ryoga, você viu aquilo?
— Eu vi e tô aqui surpreso com tudo isso. Você viu também, né?
— Claro, seu bobão! Eu estou te perguntando se você viu também, ora!
— Então eu também vi, ora essa!
— Pare de brincadeiras, que é sério!
— Eu sei... Que a gente vai fazer?
— Correr e sair daqui. Então, vamos!
Mas antes que saíssem em fuga, Ryoga, pensativo, com uma das mãos em seu queixo, diz:
— Hm... Mas... Será que...
— Será o que?
— Agora que botei meu processador i7 pra funcionar, percebi que...
— O que foi?
— Então só pode ser isso... Só pode ser isso!
As palavras vagas do jovem deixaram Kaede bastante assustada...
Voltando a batalha...
Kitsune, munida de sua espada, começou atacar Gothic, que consegue se esquivar do golpe desferido contra seu dorso, mas se desenquilibra e cai. Kitsune, se aproveitando, tenta acertá-la, mas Gothic é mais ágil do que se imaginava, praticamente sumindo a sua vista,
— Pensou que seria fácil... não foi, raposa?
— Cale-se! Gothic! não irá conseguir o que deseja!
— Não? A essa hora uma de minhas cópias já deve ter devorado os humanos...
— Não... Eles são fortes... Nunca sucumbiriam...
— Hm... Porque não? Gosto de fazer isso... Destroçar pra depois devorar...
— Você é um monstro!
— Agradeço o elogio. Porém você não é muito diferente disso...
— Se fez algo aos humanos, nunca a perdoarei!
— E a sua filosofia de "Nunca matar bla bla bla"? Não vai seguí-la?
Kitsune entendeu bem a mensagem debochada que Gothic falou e se deixa levar pelo momento. A pantera assassina, se aproveitando da desatenção da raposa, a atinge com suas garras, arranhando seu rosto, que começa a sangrar. Com Gothic prendendo suas garras sujas com o sangue de Kitsune, diz:
— Hum... Seu sangue é saboroso! Doce e fino... Nunca havia provado tamanha frescura!
— SUA INSOLENTE! MISERÁVEL! SUA MENTE DOENTIA SÓ VAI LEVÁ-LA A DESTRUIÇÃO! - Disse Kitsune, tentando limpar seu rosto, que estava coberto de sangue sobre seu supercílio.
— E será você a que fará isso? E o Maratsu-Kyoken? Irá jogá-lo para longe e me matar?
Maeti, ouvindo o que Gothic falou, diz:
— Nunca, sua criatura asquerosa! Minha mãe já sofreu o suficiente para cometer outro erro como este! E não será suas palavras que a fará perder tudo que já conseguiu conquistar!
E, mais uma vez, desconcentrando-o, a cópia o atinge, com suas garras, arranhando seu abdômem, rasgando seu kimono. Sangrando muito e colocando uma das mãos sobre o ferimento, diz:
— Sua miserável traiçoeira!
— Hehehe... Como vejo, minha cópia saboreou seu sangue também... e parece ter gostado!
— Sim, nossa matriz... É muito saboroso! - Disse uma das cópias da pantera
— MAETI, VOCÊ ESTÁ BEM? - Gritou Kitsune, se preocupando com seu filho.
— Si-sim... mãe! Só está doendo um pouco...
— GOTHIC, JÁ ESTÁ COMEÇANDO A SAIR DO LIMITE! VOCÊ NÃO PASSA DE UMA VÍBORA! ESTÁ NOS DESCONCENTRANDO PROPOSITAMENTE PARA NOS GOLPEAR! ISSO ACABA AGORA!
— Vejo que finalmente a raposa acordou! Pensei que fosse mais inteligente, sabia?
E agora, irritada, Kitsune ataca Gothic com todas as forças. A pantera negra, porém consegue se esquivar novamente dos golpes e diz, se ainda desviando:
— Você é muito lenta. Estou vendo que sua junção com a humana podre a deixou vagarosa... Triste, muito triste...
— Não... nunca... NUNCA FALE ALGO SOBRE TIKAI!
E mais uma vez, desconcentrada novamente, Kitsune sofre outro golpe, desta vez pelas costas. Gothic havia se movido de tal forma que conseguiu tê-lo feito. Kitsune grita de dor, pois o ferimeto foi doloroso. Mas mantínha-se em base de luta, embora expressando dor em seu rosto. Gothic diz:
— Se soubesse que fosse tão fácil enganá-la, já a tinha atacado antes. Patético.
— MÃE! VOCÊ ESTÁ... - Tentou dizer Maeti, preocupado com sua mãe.
— Fique ai, Maeti... Não se preocupe comigo e se concentre na luta. Ela quer nos desestruturar psicologicamente.
— E estou conseguindo. Você está sangrando e logo sua visão ficará turva com a hemorragia. E neste momento, eu cortarei sua garganta e beberei seu sangue, antes de devorar sua carcaça! Será ótimo... Não vejo a hora! - Disse Gothic, olhando para Kitsune.
Bem distante dali, Anuon travava uma intensa batalha com umas das cópias. Já havia conseguido atingí-la várias vezes e lhe causando um dano considerável. Tanto que já estava mais lenta. Anuon riria aplicar o último golpe, mas se lembrou de algo.
— Não posso sujar este solo com morte. Devo respeitar o desejo de Kitsune.
E neste momento de consideração para com a raposa, a cópia de Gothic a atinge, fazendo que seja arremessada para longe, ferida com um grave arranhão em seu dorso. Se levantou em seguida, sentindo dores pelo corpo.
— Ai... Ah... Maldita seja!
— Hehehe... Nossa matriz deseja matar todos vocês! Será que isso não a incomoda?
— CLARO, SUA TRAIÇOEIRA!
E novamente, em um momento de vacilo de Anuon, a cópia aplica-lhe mais um golpe, acertando seu rosto. Havia arranhado acima de seus olhos e, com o sangue escorrendo, atrapalhava sua visão.
— SUA MALDITA! NUNCA HAVIA ENFRENTADO OPONENTE TÃO INDIGNO!
— E este seu oponente está prestes a devorá-la!
As coisas não estavam nada boas para Anuon, Kitsune e Maeti. Já haviam sido feridos e sangravam muito...
Dentro do abrigo, Ethan ainda estava conversando com a imagem refletida de Maeti, que diz:
— Ethan, no momento que estiver com problemas, quando os seus fantasmas estiverem lhe pertubando e não conseguir ajuda, lembre-se do que viu aqui. Com toda certeza terá êxito em sua busca.
— Sim, obrigado "clone" do Maeti. Hehehe...
E se retira do recinto.
No templo...
Kaede estava a polvorosa com Ryoga, que demorou em dizer o que de fato estava acontecendo.
— Ryoga, não é momento para suspense! Diga logo!
— Pois Bem, Kaede. Parece que Heaven tem o poder de absorver.
—Tá, isso já sei e é nojento...
— Sei e está aí o fato legal da coisa.
— Como assim?
— Lembra quando vimos que ela tem em seu organismo nanotecnologia?
— Sim, mas...
— Então, se nanorobôs podem agir como glóbulos brancos e ainda servir de células, então estes mesmos robôs podem ter suas funções de alimentação: a osmose.
— E daÍ? Virou aula de biologia agora...
— Daí, cabelinho bom, que Heaven, ou melhor, seu organismo, pode absorver qualquer ser que contiver nanotec.
— Então a cópia...
— Sim, era feita de nanotec. Ou seja, ela e Heaven são constituídas pelos menos namoricos. E agora temos uma arma pra acabar com aquele gato superdesenvolvido que está lá fora: as armaduras. Elas tem um reagente a nanotec!
— Então é isso! Vamos, então. Temos que ajudar nessa luta!
— Vamos depressa! Hora de dar um tapa na pantera!
E deixam Heaven novamete no quarto de Kitsune. Na volta, levam três armaduras e Ryoga faz um comentário:
— Engraçado esta idéia, não é?
— Porque?
— Armaduras servem para defender e nós a usaremos pra atacar. Hahaha!
—Hahaha! Essa teve graça! Parabéns, Ryoga!
— Putz, até que enfim lasquei um sorriso de um de vocês! Já esta ficando preocupado. Boechat, morra de inveja!
E na batalha...
A luta estava sendo travada em um ritmo alucinante, apesar do estado de Anuon, Kitsune e Maeti. Kitsune, já bastante cansada e segurando a espada com certa dificuldade, diz:
— Nunca passei por tamanha dificuldade. Subestimei Gothic e pago pelo meu erro Anuon e Maeti estão sofrendo por minha causa... Como pude ser tão imprudente?
— Quer se render, raposa? Será menos doloroso assim. A matarei rapidamente, em homenagem aos bons tempos.
— NUNCA FAREI ISSO! PREPARE-SE!
E corre em direção a Gothic. Enquanto corria, via os outros sendo golpeados e caindo em dor. Kitsune, naquele momento, até havia derramado tímidas lágrimas, logo esquecidas por seu empenho em derrotar Gothic. Em sua mente, se lembrou dos principais motivos de estarem perdendo: sua prepotência a cegou de tal forma que deixou as defesas do templo expostas. Como não pôde pensar que Anis poderiam aparecer? Ela lamentava muito por isso.
A aura de Kitsune havia sido apagada nesta luta, o que influenciou o espírito de luta de seus aliados. Anuon e Maeti sentiram o mesmo golpe em seus brios quando foram atingidos. Gothic tinha usado seu jeito sujo para intimida-los e assim usufluir de seus temores. A pantera estava vencendo e Kitsune sabia disso.
E logo Ryoga e Kaede chegam, desesperados. Como o jovem mesmo tratou de pensar, arremessam as armaduras que adornavam o templo em direção a Gothic e suas cópias, mas por algum motivo nada acontece. Ryoga e Kaede ficam surpresos com o ocorrido, com ele dizendo:
— Mas o que foi que aconteceu? Porque a gatinha aí não está se retorcendo feito lagartixa com prisão de ventre?
— Chumbo, não é? - Disse Gothic, percebendo as intensões dos humanos.
— Sim... Mas você nada sofreu!
— Hehehe... Humano... Eu tenho nanotec em meu organismo, mas elas estão agrupadas de uma forma que não há exposição externa.
— Meu Deus... Meu Buda... Meu Gzuis! Tamo ferrado!
Kitsune, preocupada com eles, diz:
— Fujam daqui! Ela irá devorálos...
E Gothic aplica um golpe poderosíssimo em Kitsune, que cai quase desarcodada. A intensidade do golpe fez com que cuspisse sangue, este já manchando o chão do jardim. Havia visto Gothic 6 indo em direção aos humanos, com alguma dificuldade em enchergar, pois a hemorragia já estava fazendo efeito. Também observou Anuon ser atingida mais uma vez e seu filho ser torturado por umas das cópias: o estava mordendo no braço e ele não conseguia se soltar. Gritava de dor, também observando os humanos.
Kitsune não acreditava no que via. Seus amigos, todos eles, sofrendo por sua causa. Se desenquilibrou emocionalmente e pôs a perder tudo aquilo que conquistou. Se levantou, com dificuldade, e diz a sí mesma:
— Eu não... posso deixar que tudo... Anuon... Kaede... Ethan... Ryoga... Maeti... Eu... NÃO, NÃO VAI ACABAR ASSIM!
E seu olhos ficam negros! Sua feição muda e se revolta com a situação.
— GOTHIC, SUA MISERÁVEL!!
E corre em direção a ela. Sua velocidade é surpreendente. Mas algo acontece em seu momento de fúria. Salvando seu filho da morte certa, o jovem raposa percebeu que havia algo de diferente em sua mãe. Sua aura se intensivou em seguida, evidenciando um detalhe inimaginável para Maeti:
Havia aparecido uma segunda cauda.
Continua.