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Um novo dia começa, seja em que dimensão for. E mais confusões e intrigas acontecem do mesmo jeito...
Continente Grande, horas atrás.
Um continente onde todos os biomas eram encontrados. Esse era o continente Grande, onde várias paisagens eram abundantes em toda sua extensão. Porém havia algo que não fora citado antes: a nobreza.
Sim, haviam nobres. Pessoas ligadas a proteção das relíquias mais valiosas de todo o Reino do Sol: as esmeraldas do Sol. Pedras com um poder descomunal, desejado por senhores de guerra e entidades malignas, bem parecido como conhecemos a história em Mobius. Blaze Gato, a poderosíssima princesa que caminhava pelas terras de seu reino (e de outras dimensões também) dedicou sua vida em prol da paz em seu reino e manutenção dessas pedras. Sua devoção inspirou a outras pessoas. E uma delas foi justamente a primogênita da família Ravenne d'Galax, Moonyest, ou como nós agora conhecemos apenas como Moon.
Sabendo desse detalhe, vamos agora a uma área próxima a Costa D’água, uma das inúmeras partes costeiras de continente Grande. E precisamente, como todos os nobres tinham, fomos levados a um lindo palacete. Era a residência da família Ravenne d'Galax, uma construção sólida e imponente, com sua fachada toda tomada por peças cristalinas, mas não eram cristais: eram ilusões de ótica, onde chamas tremulavam em seu interior simulando sua transparência. Porque isso? Bem, energias psíquicas emulavam a solidificação do material. E esse era a tônica do poder de Moon: de uma forma inédita ela nasceu com dois poderes distintos: sua pirotecnia e, como sabemos, seus poderes psíquicos.
Moon residia sozinha no palacete luxuoso de sua família, pois estavam em viagem de negócios. A linda duquesa mestiça (mistura de ouriço com uma felina) naquele dia recebeu uma visita as pressas de Blaze que, caminhando nos corredores do lugar, dizia:
— Duquesa Moonyest, você precisa me dar sua esmeralda do Sol – Disse, mostrando irritação em seu rosto.
— Hã? Mas...
— Não podemos perder tempo! Rápido!
— Princesa Blaze... eu não estou duvidando de sua palavra, mas... Eu gostaria de saber o que...
— MOON, POR FAVOR! ONDE ESTÁ A ESMERALDA?!
— Blaze, eu...
Mas não havia muito tempo para mais nada. Aquele mesmo vitral da fachada do palacete foi destruído com uma fortíssima explosão que, com a propagação do ar, empurrou ambas para contra uma parede ali próxima. E entrando pela abertura era Prisma Ouriço, que usava suas asas metálicas de morcego parte adentrar ao recinto. Caminhando com elegância e sendo acompanhada por soldados vestindo um uniforme todo preto utilizando elmos da mesma cor, com um símbolo indecifrável na testa, se aproximavam de Blaze e Moon, dizendo:
— A princesa do Reino do Sol... Blaze. E devo mesmo reconhecer que você é mesmo muito rápida.
— Eu sou muito mais do que só rápida! Grrr... – Disse, mostrando ainda mais irritação.
— Eu compreendo... Você também tem o poder de suas chamas... Isso é muito interessante.
— Dama espinhenta... Eu não a conheço, mas eu conheço seus interesses! Eu sei que você... – Tentou dizer Blaze, sendo interrompida por Prisma.
— Sim. Eu já consegui seis esmeraldas... e só falta uma...
— O que?! Não, só fazem seis horas que...
— Que o quê? Ah sim... Os outros nobres... Sabe, eles deram um pouco de trabalho, mas eu sou bem competente.
— Sua miserável... O QUE VOCÊ FEZ A ELES?
— Uma princesa como você não pode perder a calma. Mantenha sua serenidade.
— VOCÊ VERÁ MINHA SERENIDADE... COM MINHAS CHAMAS!
Sem perder tempo Blaze partiu para o ataque, arremessando contra Prisma bolas de fogo. Porém a ourico púrpura estava confiante e, usando sua mão direita, neutralizou totalmente seu ataque flamejante. E foi quem disso: absorveu-as. Com Blaze impressionada, olhando sem acreditar no que aconteceu, Prisma diz:
— É, pelo visto você percebeu... Conseguiu ver que não poderá comigo nessa luta.
— Mas como você conseguiu...
— Tudo relacionado a chamas me alimenta. E as suas são magníficas, pois são chamas provenientes de uma nobre... Um alimento apropriado para alguém como eu, se me permite dizer.
— Eu duvido que consiga absorver um soco!
Blaze então utilizou de sua velocidade supersônica, comparável a de Sonic, indo em direção a Prisma em segundos. Embora a ouriço púrpura não conseguisse enxergá-la a olho nu, começou a enganar poderes elétricos de seu braço esquerdo, dizendo:
— Armadilha de raios... CHARGE!
Todo o ambiente num raio de cinco metros ficou energizado com raios que iluminaram tudo o lugar e, surpreendendo Blaze, ela é atingida quando estava prestes a golpear Prisma. A princesa felina começou a gritar angustiada de dor, indo ao chão assim que Prisma anulou seus golpes. Com Blaze tentando se levantar, a ouriço então a segura pelo pescoço, dizendo:
— Você sabe o que irei fazer se não me der a esmeralda...
— Cale-se... Ah... Eu nunca a darei pra você...
— Eu não estou falando com você, Blaze... E sim com a duquesa.
— Hã? Mas...
Prisma então olhou para Moon que, assustada com tudo que estava acontecendo, diz:
— Eu não sei o que está acontecendo, mas é melhor que solte a Blaze agora!
— Ignorância... Para muitos é um presente valiosíssimo. Você vai sabe de nada, então só entregue a esmeralda do Sol pra mim e tudo será resolvido pra você.
— Solte a Blaze, agora!
— Farei isso, assim que você entregar a esmeralda.
Mas Moon ignorou completamente o grau de perigo que todos estavam correndo, caminhando em direção a Prisma, dizendo:
— Está é a residência da família Ravenne d’Galax... Você destruiu o vitral que minha querida mãe forjou junto com meu excelentíssimo pai... e invadiu nossos domínios...
— Só foi uma leve redecoração, hehehe. Garota, eu não me importo com nada disso que...
— CALE-SE, SUA INSOLENTE! – Disse, enquanto seus olhos se iluminavam, com uma aura branca a envolvendo.
E levantando sua mão pra gente, ela empurrou Prisma e os soldados para longe, conseguindo livrar Blaze de maiores danos. Moon não perdeu tempo e, usando de sua poderes psíquicos, levantou Blaze e seguiu com ela para o interior de sua moradia.
Ao fundo do salão, se levantando, Prisma, ainda um pouco tonta, diz:
— Essa nobre estúpida... Ela tem poderes psíquicos. Porém eu sei que ela ainda não os controla plenamente, pois senão teria me aniquilado. Muito bem... Soldados, vamos! Elas não irão conseguir sair daqui e...
Mas só foi Prisma tentar completar seu raciocínio e pôde ver Moon carregando Blaze com seu poder, flutuando para longe e, como esperado, com a esmeralda do Sol cor de jade. Até mesmo a princesa felina não estava acreditando no que estava acontecendo:
— Moon... Você tem poderes psíquicos?
— Meu pai pediu para que eu nunca mostrasse, pois eu não sei controlá-lo...
— Mas isso é...
— Não se mexa muito, Blaze. Eu precisei no passado ter uma perda considerável pra saber até onde ir... E não foi agradável...
— Nós temos que sair daqui... Seguir para o norte... Lá eu poderei usar o...
— Blaze, eun só poderei nos levar até Paraíso Azul... E eles virão atrás de nós...
— Temos que conseguir chegar ao norte, Moon... Mas...
Moon ainda era uma aprendiz de seu poder psíquico e Blaze estava seriamente ferida e fraca. Uma crise está por vir.
Voltando ao presente...
Rodovia Solazer, manhã.
Com todos dentro de seu carro, V estava bem mais tranquilo e complacente. Notou-se então no capítulo anterior que ele conhecia Blaze, ou próximo disso. Dirigindo, ele diz:
— Então essa gente louca tá de olho nessa pedra marota aí e a quer pra fazer besteira?
— Exatamente. Prisma é uma emissária sem escrúpulos de uma irmandade maligna chamada Nocturnes.
— Tá, dona. Mas como é que você sabe dessas paradas aí? Tipo, eu nunca ouvi falar dela por essas bandas... E olha que o Eggman Nega já tretou contigo e eu tô sabendo...
— Quanto a isso eu não sei, mas...
— Mas?
Blaze então parou por um tempo de falar, com Moon completando:
— Plebeu, caso não tenha percebido a Blaze está muito fraca.
— Ah lá vem tu encher o saco com ele lance de plebeu... Aí, me chama de V, falou? Completa aí o assunto, mina.
— Insolente... Não temos a mínima ideia do que querem fazer. Mas se estão atrás dessa esmeralda, com certeza não é pra fazer coisa boa.
— Oh... Aí, foi difícil falar civilizadamente com um “plebeu”?
— Eu nunca tive dificuldade de me comunicar com acéfalos. E fico feliz por você ter entendido tudo, mesmo com suas limitações intelectuais.
— Mina, se não fosse pela Blaze eu não ia me sujeitar a dar trela pra uma nobre estúpida como você. Tô de saco cheio com esse papo, falou? Então tranca e joga a chave bem longe!
— Idiota...
— Ridícula!
— O que foi que você me chamou?
— Ridícula. É muito ridícula!
— Eu deveria te fazer virar pô com minhas chamas por causa desse desaforo!
— Melhor fazer agora senão vou achar que tu é frouxa pra fazer isso! Só gogó mesmo... – Disse, dando um leve tapa no próprio pescoço.
Mas alguém se esquentou com a discussão. Blaze estava transbordando de irritação, até que explodiu:
— SERÁ QUE VOCÊS DOIS NÃO CONSEGUEM FICAR DOIS MINUTOS SEM QUERER UM IRRITAR O OUTRO? Estamos a beira de uma iminente catástrofe aqui em Grande sem sequer saber do que se trata... PAREM DE AGIR FEITO CRIANÇAS!
— Princesa Blaze, eu... – Disse Moon, bastante envergonhada.
— Foi mal aí, Blaze.... Cara, que climão... – Disse V, um pouco constrangido.
E Blaze continuou:
— V, eu não quero envolvê-lo mais do que já está nessa confusão toda. Mas lhe peço cooperação até que cheguemos em Vila Alvorada. Assim que chegarmos iremos deixá-lo.
— Tá de boa, Blaze. Mas tipo, o que você vai fazer depois?
— Você não precisa saber. Aliás, você sabendo menos o ajuda a se envolver menos...
— Tô ligado. Então a carona é até a próxima cidade. Fechou então...
Mas Moon não pôde deixar de dizer:
— V... Porque você estava no meio do deserto?
— Ah lá vem...
— Foi uma pergunta simples, tudo bem? Que tal uma resposta simples?
— Ok, dona nobre: não é da sua conta.
— Tentei abrir assunto sério, mas estou vendo que...
— Tá faltando usar óculos pra ver melhor, mina.
— Você é um energúmeno!
— Opa, palavra nova. Vou anotar pra mais tarde procurar no dicionário...
— Dicionário só tem utilidade pra quem sabe ler!
— Hahaha! Tu acha que tá falando com quem, mina locona?
E mais uma vez alguém estava “em chamas”: Blaze voltou a explodir de raiva, já manifestando seus poderes em suas mãos.
— PAREM DE BRIGAR! EU NÃO AGUENTO MAIS TANTA DISCUSSÃO INFANTIL! BASTA! Será que é muito difícil vocês simplesmente fecharem a boca e AGIREM COMO ADULTOS? Ah eu esqueci... IDADE NÃO TEM NADA A VER COM MATURIDADE! EU JURO QUE SE VOCÊS VOLTAREM A DISCUTIR ASSIM EU MESMA VOU PULVETIZAR VOCÊS DOIS! Então... FIQUEM QUIETOS!
O comentário de Blaze fez com que os dois ficassem quietos no mesmo instante, com Moon virando o rosto, evitando contato visual com V. O ouriço então ligou o sim de seu carro para ouvir música, pois seria uma boa hora para relaxar. Mas algo foi dito no rádio que lhe chamou a atenção:
— ... E então vamos para a próxima música nessa manhã em continente Grande e... Opa, peraí gente... Acabei de ouvir aqui que o Darius Ouriço está chegando no Festival Horizonte... Então, se você tá na estrada fica ligado porque se tu der mole ele passa por cima, mano! Esse é o Horizonte, fica ligado!
E mal deu tempo para V se manifestar ante a notícia. Um Última cortou ao lado de seu carro, lhe chamando a atenção. Ele então diz:
— Caraca, mano... É ele!
— Hã? Mas do que você...
— Coloquem o cinto, gente! – Disse, engatando a terceira marcha.
Um forte tranco é sentido por Blaze e Moon, que diz:
— Seu maluco! O que pensa que...
— Tá vendo aquele carro? O Darius tá nele!
— O que tem?
— O que tem? Eu tô aqui pra vencer aquele cara! Ele vai cair nesse festival... pela N!
E com isso V arrancou com seu carro, com destino a Vila Alvorada e, como ele mesmo disse, derrotar Darius Ouriço.
Enquanto isso, em uma outra dimensão...
Mobius
Nova Mobotrópolis, manhã.
Havia sido uma manhã bem tranquila na cidade. Os raios de sol entrando pelas janelas, enunciava o início de mais um lindo dia. Um aroma suave de chocolate quente era sentido entre as casas, assim como o cheiro agradável de bolo de baunilha que causava salivação a quem sentia. Nas ruas, o bravo povo de Nova Mobotrópolis seguida com seus afazeres, rumando para o centro da cidade, que já se animava.
E em uma das TVs da cidade, o noticiário dizia:
— Aqui é a Cassie Gato na News 11, seu canal de notícias de Nova Mobotrópolis.
O rei Elias Acorn fará uma reunião com o Conselho para aumentarem ainda mais a segurança de nossa querida cidade. Em breve ele fará um comunicado a toda a nação.
Recebemos a boa notícia de que as pessoas que se feriram com o ataque dos robôs na cidade estão todas bem e deixaram o hospital nessa manhã. Força, pessoal. Estamos de pé e mais fortes!
Atenção... Atenção... Notícia de última hora! Acabamos de receber um comunicado da produção da cantora Mina Mangusto que o show que fora cancelado foi confirmado para hoje! Não sabemos os detalhes, mas fiquem ligados na frente!
Pelo visto a manhã começou só com boas notícias na cidade. E isso é muito bom. Porém, como Sally disse anteriormente, iriam fazer uma pequena reunião no quartel general dos Lutadores da Liberdade. Já com todos no lugar, inclusive Vicent, a princesa e seus aliados estavam sentados em volta da mesa do salão principal. Com Tails tomando uma caneca de chocolate quente, Rotor abriu a reunião.
— Muito bem, Sally... Já estamos todos aqui.
— Sim. E obrigado a todos por virem.
— Beleza, Sal. Agora tu pode dizer porque dessa reunião? Ontem nós aproveitamos muito bem a nossa, hehehe... – Disse Sonic, com um sorriso no rosto.
— Sonic! Tenha modos! – Disse Sally, corada.
— Tá, vai. O cabeludo alí também tá cheio de sono...
E Sonic disse isso porque notou que Vicent estava bocejando. O jovem humano então diz:
— Uahhh... Eu ia falar que você já está me provocando, mas de fato eu não dormi muito bem... Ontem foi um dia bem cheio.
— Tá vendo, Sally? Isso é ser um marquês. Assim fica fácil... – Disse o ouriço, provocando o jovem.
— Sonic, deixa ele! – Disse Sally, olhando para o humano – Vicent, você se lembra de quando estávamos na inquisição, não? (Capítulo “A inquisição: Conselho vs Heróis”)
— Sim. Não tem como esquecer... – Disse Vicent, coçando seu olho.
— Você disse que veio da Terra, não é?
— Sim. Mas o que tem?
Todos então olham uns para os outros, com Rotor dizendo:
— Cara, o que vamos te dizer agora talvez te deixe meio impressionado.
— Que foi, gente? Já estou ficando preocupado.
Tails então vai até o computador, com Nicole fazendo aparecer um tablet em sua mão:
— Simples, Vicent: Mobius é a Terra.
Vicent no mesmo instante se levantou, quase surtando:
— O QUE? Mas... Gente, como isso é possível?! Não tem pessoas como você onde...
— Sabemos disso... – Disse Tails, mostrando várias imagens em seu computador – Veja isso, Vicent.
Vicent então olha para o monitor do computador, onde via praticamente todos os habitantes Mobius se unindo para lutar. E nos céus de Mobius na imagem surgiram aliens parecidos com lulas gigantes, com Sally dizendo:
— Esses aí são os Xordes (Sonic HQ #124). Uma raça alienígena que veio a nosso planeta pra terminar o que eles começaram a muito tempo atrás...
— Vicent, eu acho melhor você se sentar... – Disse Sonic, em um tom sério.
— Sonic, você está me assustando... – Vicent estava mesmo apreensivo.
— Olha, melhor falarem logo o que houve. Esse mistério todo está mexendo com o emocional dele. Eu estou sentindo... – Disse Amy, indo até Vicent.
Sally havia entendido do mesmo jeito que Amy, e decidiu falar de uma vez por todas o que de fato aconteceu:
— A muito temos atrás, essa raça veio a esse planeta, que se chamava Terra...
— Sally, o que aconteceu?
— Eles enviaram um mensageiro. Um membro deles incumbido de fazer um primeiro contato com overlanders... Humanos, como eles diziam.
— Eu não estou gostando dessa história...
— Os humanos o capturaram, extraíram todas as informações dele... e o dessecaram.
— Minha nossa... Isso não vai acabar bem, já estou vendo... Mas esperem: vocês disseram que eles voltaram pra terminar o que começaram... Quanto tempo foi isso?
Rotor então tomou a palavra, se levantando e indo até Vicent:
— Não temos ideia, mas eles citaram a Terra. Então deve ser de onde você veio...
— Resumindo, Vicent... – Tails logo completou – ... Você veio do passado. O futuro da Terra é Mobius. Você foi meio que jogado aqui por algum motivo.
— Mas... E o que aconteceu no passado, pra esses alienígenas aí terem voltado?
E Nicole, se aproximando de Vicent, segurou sua mão e disse:
— Eles invadiram a Terra...
— Invadiram?! E o que eles fizeram?
Um grande silêncio enunciou a notícia fatídica, que Nicole teve todo o cuidado de dizer:
— Uma bomba de genes foi arremessada contra a Terra por eles e...
— Nicole, não me diga que...
— Eles preservaram a integridade do planeta, porém todos os seres vivos...
Vicent agora tomou para si o mesmo silêncio, com Nicole completando:
— Eles... dizimaram a sua raça.
Uma revelação bombástica, que fez com que Vicent praticamente ficasse mudo. Tudo o que tinha, todas as pessoas que conhecia... Tiveram seu fim. Era o que vinha a sua cabeça naquele instante. Ele se levantou, soltando gentilmente sua mão da de Nicole, com Amy o olhando, passando a cobrir o seu próprio rosto com sua mão. Sally olhou para Vicent no mesmo instante, com o jovem indo até um banco ali proximo, refletindo um pouco. Mas logo Sonic disse:
— Camarada, tenho total noção do que tu tá imaginando e sentindo...
— Sonic... Então eu vim do passado...
— Olha, tudo isso é bem louco mas é bem normal acontecer essas paradas de viagem no tempo por aqui...
— Então eu o tempo todo estava na Terra...
— É, bem por aí...
— Sério, Sonic... Eu não sei o que pensar... Eu estou vivo, então eu sou um sobrevivente da minha era...
— Tu tá certo... Cara, tu quer um momento só? Se quiser eu dou um tempo e...
— Não, estou de boa... Eu só estou tentando ligar os pontos.
— Hã? Como assim?
— Não estou fingindo que não estou triste, mas tem coisas que não fazem sentido.
— O que está imaginando, Vicent? – Disse Nicole.
— Eu estou aqui e o que aconteceu no passado influenciou o futuro... Mobius, onde eu estou agora.
— Sim. Cronologicamente os eventos passados trouxe o que Mobius é hoje. É bem possível que essa bomba de genes tenha mesclado o DNA de todos os seres...
— Muito bem. Escutem todos: se meu passado resultou onde eu estou hoje, como é que eu consegui aparecer aqui? Minha era deveria estar destruída, já que esses alienígenas supostamente existiam no passado, mas...
— O que quer dizer? – Perguntou Rotor, curioso.
— Na minha era não tivemos contato com aliens. Nem próximo disso, nada.
— Mas o seu governante pode ter escondido isso do povo, para não causar histeria... – Disse Sally, usando a razão.
— Eu saberia. Meu pai é um militar. Eu o conheço. Na certa ele me protegeria mesmo que não me contasse a verdade. Esta estranho isso... Eu estou mais confuso e curioso que triste. Eu não consigo sentir que eu perdi tudo que eu tinha de importante... Eu quero descobrir a verdade. *Meu pai... Então é isso? Eu te perdi pra sempre? Não... Isso não faz sentido...*
— Vicent... – Disse Nicole, voltando a segurar sua mão – Nós não temos muitos meios pra te ajudar, mas vive pode ter certeza que não vamos poupar nenhum esforço pra te ajudar a achar a verdade.
— Obrigado, anjo. Muito obrigado a todos vocês! E eu tenho um pedido a fazer...
— O que seria, camarada? Pessoal da entrega de comida ainda tá dormindo, hehehe – Disse Sonic, brincando.
E Vicent, se levantando, diz:
— Eu quero treinar... Eu quero ficar mais forte... Vocês poderiam me ensinar a lutar?
Um sorriso franco e honesto ficou estampado no rosto de cada um dos membros dos Lutadores da Liberdade que alí estavam. Todos sabiam entendido muito bem o que o jovem cabeludo quis dizer: ele não estava triste nem cabisbaixo. Ele encontrou forças para seguir em frente para descobrir toda a verdade, mas estava disposto a fazer parte de tudo agora. Sally, a mais entusiasmada, diz:
— Eu havia lhe dado uma ideia durante a luta contra Naugus (Capítulo “Residência Maldita – Parte 3”) sobre em você ser um membro dos Lutadores da Liberdade. Isso é um sim?
— Não... Ainda não.
— Ah... Mas... Bem, porque não oficializa isso agora? Iremos te ajudar de qualquer forma.
— Princesa Sally, com todo o respeito: me juntar aos Lutadores da Liberdade não envolve só eu me juntar a sua causa. Eu preciso conhecê-los antes. E eu quero ficar mais forte antes de me envolver com coisas mais complexas.
— É, você está certo. Bem, poder ter certeza que iremos te ajudar a te treinar. E quando quiser entrar para nosso time é só pedir. Você tem um lugar garantido com a gente.
— Haha! Então o marquês quer fazer parte? Só te dou uma dica, newba: pra entrar no time tem que ter muita garra, tá? – Disse Sonic, olhando para Vicent.
— Garra? Hm... Então estou bem acima da média, hahaha!
— Falou! Esse é o espírito! Fechou, cabeludo!
A mudança repentina de atitude chamou a atenção de todos, principalmente Sally. Em nada Vicent parecia a mesma pessoa que a desafiou. Nicole, ao olhar para a princesa, percebeu esse entendimento no mesmo instante.
— *É, Sally... Ele mudou. A força que ele conseguiu foi graças ao pai dele. Curioso como os laços familiares, mesmo distantes e diferentes, conseguem ir além. Vicent estava com medo, confuso e irritado com tudo... Mas agora é uma pessoa tranquila, corajosa e amigável. Eu gostei de ver seu crescimento, Vicent... E eu sei que vai ficar mais forte... Eu quero ver. Em breve você será um Lutador da Liberdade, eu sei...*
E durante a reunião, Amy logo levantou uma dúvida:
— Ei, pessoal... E aquela mensagem que o Dimitri nos deu? Knunkles está aguardando o resultado...
— Ah sim, Amy. Eu já estou sabendo disso e já passei a Who Coruja... – Disse Nicole, sorrindo.
— Bem lembrando, Amy! Ele já respondeu, Nicole? – Perguntou Sally, já tendo conhecimento de todo o assunto.
— Como eu te disse no castelo, se existe alguém que pode fazer isso...
Enquanto isso...
Castelo Acorn – Departamento de segurança e inteligência.
“... esse sim é o Who Coruja!”
E por dentro do castelo, onde até então não passava de uma masmorra abandonada e escura, estávamos em um lugar repleto de o que tinha de mais tecnológico em Nova Mobotrópolis, com vários computadores e monitores só longo de tudo o salão. Eram três pavilhões: o primeiro andar era a área de reuniões e relatórios, o segundo era responsável pelo desenvolvimento e o terceiro tinha como foco a pesquisa e estratégia. Situado no primeiro andar, Who Coruja, junto a alguns guardas escolhidos por ele para trabalhar nesse novo setor da República Acorn, ele estava olhando para um monitor, justamente a mesma mensagem a qual Amy se referiu anteriormente.
Sentando pensativo, tentava decifrar a mensagem, mas sem sucesso.
— Isso está deveras complicado... Já tentei usar de tudo... Até mesmo meus conhecimentos de codificação secreta não me ajudou a decifrar.
Logo um dos membros do setor vai até Who com vários papéis, dizendo:
— Senhor, encontramos escrituras antigas desde quando o rei Max era ainda rei. Talvez o ajude...
— Por céus, podem mesmo!
Mas Deus de um longo tempo de leitura e assimilação, a resposta foi negativa. Mesmo dedicando um bom tempo, tou em vão. A dificuldade era muito grande.
— Droga! De fato essa mensagem tem mesmo um teor bem sério para ser quase indecifrável... A única coisa que consegui descriptografar foi “... outro lugar que...”. Isso não é nada...
— Se-senhor, se me permite dizer...
— Claro, diga!
— Poderíamos pedir ajuda a Geoffrey. Ele tem um carro conhecimento de...
— Isso não é uma boa ideia...
— Mas senhor, entre de longe é o agente...
— Ex agente.
— Por isso... Ele é o ex agente dos serviços especiais do Reino Acorn que estava a menos tempo em serviço. Talvez ele consiga decifrar...
— Hm... É muito arriscado.
— Porque, senhor? Ele é um de nós e...
— Melhor não exagerar. Sim, Geoffrey é um de nós, mas ele inspira cuidados. Eu não sei, agente... Eu não sei mesmo se deveria dar-lhe essa liberdade de se envolver em assuntos mais delicados.
— Mas senhor, se recebemos isso de Knunkles, então...
— Estou sabendo, agente. Mas não. Deixemos Geoffrey de fora disso por enquanto. Tentarei de uma outra forma.
— Tudo bem, senhor. Irei retornar ao castelo.
— Afirmativo.
Mas foi somente o agente sair do salão para que Who pegasse um tablet, começando a caminhar em seguida até um dos elevadores do setor. Durante o trajeto, ele pensou:
— *Ser secreto no serviço secreto não é fácil... Aquele agente deu-me uma boa dica e... Bem, não poderia deixar que soubesse que faria exatamente o que pediu. Quanto menos pessoas souberem melhor...*
Who está indo mesmo falar com Geoffrey? Será?
E em um outro continente de Mobius...
Solmerca, tarde.
Contrastando com a área verde do continente de Solmerca, fomos levados a uma região remota, onde antigas civilizações contemplaram o mundo de Mobius com incríveis construções. Instalações imponentes e solidas, que venceram o tempo que seus criadores, evidentemente, não puderam ver até onde sua magnificência técnica rústica poderia durar. Diante uma arquitetura que arremetia a Inca de nosso mundo, podíamos ver todos os Chaotix caminhando pelas pequenas vias de uma vila desabitada, onde raízes e vinhas tomaram para si. Vector e Charmy olhavam em casas, Spio e Ray observavam por cima, com o esquilo voador planando, e Might e Knunkles realizando reconhecimento da área.
Porém o guardião da esmeralda mestra se via em lembranças. Tenho em sua mente o fato que no momento era o único de sua espécie (ele não sabia o paradeiro de Lien-da e os dois membros remanescentes da Legião Sombria), logo se entregava em pensamentos que lhe tiravam a atenção:
— *Estamos a horas procurando por pistas... Meus amigos devem estar cansados, mas eles parecem ter entendido como eu me sinto...*
Indo com Might até um grande salão mal iluminado, se viu obrigado a usar um bastão luminoso para dar luz ao local. E continuou a pensar:
— *Tudo está desmoronando a nossa volta... Toda Mobius... Seja na Angel Island ou Solmerca, e até mesmo em Nova Mobotrópolis... Toda minha espécie sumiu, Naugus é rei, o domínio de Eggman só cresce e... Sonic... Sally foi transformada em um robô assassino (Knunkles ainda não foi informado o que aconteceu em Nova Mobotrópolis)... Estamos numa crise, ouriço... E o pior é que... Hm... Julie-Su... Dou a última vez que te vi... Naquele dia...*
E anteriormente em Sonic The Hedgehog Archie Comics #232...
Logo após Naugus ser levantado como rei de Nova Mobotrópolis, Sonic seguiu até o quartel general dos Lutadores da Liberdade. Nicole nesse período ainda estava exilada no computador central e estava tão triste que se limitou a dizer o básico a Sonic, evitando maiores conversas. Porém o ouriço lhe vez um pedido: ativar um anel warp ligando diretamente com Angel Island.
Logo o ouriço foi prontamente enviado e, ao chegar, encontrou Knunkles e, junto a ele, Julie-Su. Sonic pediu então um anel warp para que o levasse até Death Egg 2.0 para resgatar Sally, que nesse período tinha acabado de se sacrificar destruindo o robotizador mundial e, com isso, foi transformada em um robô assassino. Sonic insistiu tanto nesse plano que fez com que Knunkles também contra argumentasse, dizendo
— Primeiro: Você tem que saber EXATAMENTE onde usá-lo. Segundo: se ele escondeu uma Death Egg daquele tamanho de você... Quem sabe o que ele está escondendo lá? E terceiro: se você vacilar, Eggman pode usar o anel warp contra nós!
Depois de uma longa discussão acerca do empréstimo, Julie-Su colocou Sonic diante dos dilemas de utilização de um anel warp:
— Nós já tentamos usar um anel warp para achar a Legião Sombria (Sonic HQ #183)... Mas mesmo sabendo onde nós deveríamos ir, ele não nos teletransportava... “Foi o Dr Finitevus que as fez” nós diziamos (arqui inimigo do Knunkles)... Então deve ter um meio especial de utilizar os anéis warp entre as zonas... Então, mesmo se tivesse funcionado, nós não saberíamos o que nos aguardaria no outro lado. Esse foi o meu argumento antes. Continua sendo meu argumento agora.
Frustrado, Sonic retornou para o anel warp reserva que havia usado. Knunkles então colocou toda a ilha flutuante em guarda máxima naquele dia.
E foi a última vez que Julie-Su foi vista por ele.
Retornando...
Com todos os Chaotix reunidos num pátio antigo, todos olhavam enquanto Knunkles se aproximava, com Vector dizendo:
— Beleza, mano... Tamo a muito tempo aqui. Não achamos nada. E agora, qual o galho? – Disse, perguntando a Knunkles.
— Vamos continuar procurando.
— Mas não há absolutamente nada nesse lugar. Olhamos tudo... Mas tudo mesmo! – Disse Might, sentado em uma pedra.
— Vamos continuar procurando... – Insistiu Knunkles, voltando a caminhar em direção a vila.
Mas Espio se colocou a sua frente e, o olhando nos olhos, diz:
— Me diga... A quanto tempo você não deu um tempo pra descansar?
— Eu não tenho tempo para descanso... – Disse, insistindo na passagem, com Espio ainda o impedindo.
— Você está cansado, guardião. Isso não está lhe fazendo bem...
— Espio, poderia sair da frente, por favor?
— Não... Até você começar a conversar comigo.
— Eu não tenho tempo para conversar...
— Knunkles, pare. Você está perdendo...
— EU NÃO TENHO QUE FAZER O QUE EU NÃO QUERO!
O equidna sabia mesmo perdido a cabeça, como Espio estava ser adiantando a dizer. Com todos olhando, Knunkles percebeu que passou do ponto e foi grosseiro com seu amigo. Ele, diante o camaleão ninja do clã Shinobi, diz:
— Olhe, Espio... Desculpe por ter gritado com você...
— Desculpas aceitas, Knunkles. Mas isso não esconde que você está cansado. Sei nível de estresse está muito alto...
— Está tudo errado... Tudo... Eu sei que você está certo, mas não posso perder tempo. Eu tenho certeza que Thrash está por aqui... Eu sei...
Mas Ray foi até Knunkles, dizendo:
— Vo-você só te-tem uma men-mensagem e uma lo-localização que o Dimitri te deu... Se ti-tivéssemos pelo me-menos o que a men-mensagem dizia, nós te-teríamos mais precisão.
— É! O Ray tá certo. Knux, meu chapa... Tu tá cansado, mano. Precisa tirar uma pesta pra esfriar a cabeça, saca? – Disse Vector, indo até próximo a Knunkles.
Diante o insistente pedido de seus amigos, o equidna atendeu, sinalizando com sua cabeça, concordando. Porém, as pressas, Charmy voou até seus amigos. E a abelha parecia mesmo desesperado.
— PESSOAL! EI, PESSOAL!
— Hã? O que foi, Charmy? Do jeito que você está tão desesperado é porque um perigomuito grande está pra... – Tentou completar Might.
— É ISSO MESMO! OLHA! – Gritou, apontando para o longe.
E de fato algo ou alguém estava mesmo vindo, pois passos eram ouvidos e não parecia boa coisa.
E aterrissando próximo a todos, era um lobo com pelugem branca e braços metálicos, que vestia uma calça preta. Ele, rosnando e mostrando seus dentes, diz:
— Grrr... Knunkles... Knunkles...
— Drago?! Mas... – Disse o equidna, surpreso.
— Eu estou aqui para levá-lo... vivo. Mas eu posso levá-lo morto também.
— Você e qual exército? Sozinho você não tem capacidade nem pra se defender!
— Grrr... Sabendo disso... Eu tenho sim... Um exército...
E logo dezenas de robôs circundaram todo o local onde os Chaotix estavam, impedindo qualquer fuga. Eram robôs com lataria preta e com um visor vermelho. Logo Knunkles diz:
— Chaotix... preparem-se... Isso não parece uma visita...
— Knux, tu não precisa dizer... – Disse Vector, já mostrando seus dentes.
Espio, por seus conhecimentos das forças de Eggman, percebeu logo algo anormal nesse ataque.
— *Hm... Drago nunca foi de agir assim... e esses badniks estão diferentes, tanto no formado de suas latarias e, o mais importante, não tem o símbolo do Eggman...*
Might, já pronto para uma imimente luta, diz a Ray:
— Ray, fica perto de mim o tempo todo!
— Po-pode de-deixar... Mas isso es-está muito estranho...
— Estranho ou não, tome cuidado...
E também sobrou para Charmy que, próximo a Vector, diz:
— Vector, já reparou que esses robôs são mais mal encarados que de costume? Que medo...
— Carinha, fica sussa. Basta eles virem pra dentro que a bagaça vai esquentar e eu já tô ligado...
Drago, olhando para o equidna, começou a dizer:
— Grrr... Entregue-se, Knunkles!
— Ah sei... Eu me entrego e você deixa meus amigos irem sem problemas, não?
— Não espere por isso, mas seria mais rápido sua queda e a morte de todos eles.
— Não... Prefiro pagar pra ver. E quebrar você e sua exército de brinquedo juntos...
— Então vamos brincar... Armada Nocturnes, ataquem!
No mesmo instante que Knunkles ouviu a ordem de Drago, ele imediatamente pensou:
— *Nocturnes?! Eu... Eu já ouvi esse nome... Meu pai já me disse algo... Mas o que está acontecendo aqui?*
E uma luta épica estava prestes a começar, com a tarde caindo em toda Solmerca.
Enquanto isso...
Downunda, sudeste de Mobius.
Vila Blackout, meio da tarde.
Caminhando nas ruas acidentadas e cheio de areia da pequena vila no meio de uma imensa faixa de areia víamos Kaji Tenreque com um papel em sua mão. Procurando por algum lugar em específico, ele pensava:
— *Cara, eu tô mesmo preso aqui. Caraca, eu tô em Mobius! MOBIUS! Eu não estou sonhando... É real! O Eletro e a Scarlet não vai acreditar nisso quando eu contar a eles... Bem, vamos voltar ao dever. O velho Blastion disse pra que eu levasse pra eles essas coisas da lista na casa de um cara aí... Uma casa com um emblema. Espera... Tá alí!*
E o jovem tenreque havia mesmo encontrado o tal lugar. Adentrando ao recinto, notou que era um tipo de armazém, bem extenso por sinal, com um mobianos usando um manto que lhe cobria todo o corpo e parcialmente seu rosto. Sem saber identificar sua espécie, Kaji se aproximou e disse:
— Olá, moço...
Mas foi praticamente ignorado, com o senhor continuando sua afazeres. Mas Kaji continuou:
— Aí, tô te chamando!
E nada aconteceu, virando de costas a Kaji inclusive. Mas o jovem tenreque marrom insistiu:
— Tu é surdo, cara? Pera, se ele for surdo mesmo não vai responder de qualquer forma...
Mas para sua surpresa, o tal senhor resolveu falar, dizendo:
— O estou ouvindo bem, não sou surdo. Mas vou lhe dizer o que você é.
— Hã? Como assim?
— Você é muito mal educado.
— Caraca, tô te chamando faz meia hora e...
— Hm... Logo se nota que além de mal educado também não é daqui. Não vai viver muito tempo assim, jovem estrangeiro...
— Tu tá de saca comigo? Cara, vamos começar de novo, tu topa?
— Muito bem, garoto. Vou lhe dar uma chance...
— Tá ok... Boa noite, senhor. Me chamo Lucky Kaji, mas eu gostaria que me chamasse só de Kaji.
— Melhorou... Prazer, Kaji. Me chamo Sleugh. O que lhe traz a meu humilde armazém?
— Ah... Bem... Eu estou aqui a mando de Blastion e...
De forma inesperada, Sleugh foi em direção a Kaji, o segurando por trás e tapando sua boca. Com o tenreque tentando se soltar, o senhor diz:
— Não se mexa e não grite... Não vou te machucar... – Disse, baixo em seu ouvido.
— Ah... Cara, tu quer me matar do coração?! O que tá pegando?
— Venha... Não é seguro conversamos aqui fora.
— Aqui fora? Tu deve tá com problema, champs... Estamos dentro e...
E, usando um interruptor escondido, Sleuth faz aparecrr uma passagem secreta por baixo de seu balcão. Logo ele diz:
— Venha... Aqui poderemos conversar...
— Cara, isso tá sinistro...
E entrando na passagem, Kaji chegou a até um enorme galpão que se escondia por baixo de tudo aquele solo arenoso do lado de fora. Vários tanques de água, combustível e de grãos eram vistos ao redor, com lamparinas iluminando o lugar, que cheirava a mofo e querosene. Indo até o centro, havia uma mesa e, sobre, uma garrafa de água e alguns copos. Servindo a Kaji, Sleuth retirou seu manto: era um canino pardo bastante forte. Ele, se sentando, diz:
— Jovem, você disse que Blastion o mandou?
— Sim... Cara, me diz o que tá...
— Teria como provar que ele o enviou até aqui?
— Claro. Ele me deu essa lista – Disse, entregando o papel.
— Deixe me ver... – Disse, pegando o papel em seguida.
Sleugh não demorou muito para perceber que era de fato a letra de Blastion, dizendo:
— Hm... Fazia muito tempo que eu não tinha notícias dele...
— Tá, belezinha... Agora poderia explicar porque isso tudo?
— Blastion é o último tasmaniano vivo. Ele dificilmente aparece em público e...
— Cara, corta essa. O velho é gente boa e tá me ajudando. Agora o que ele faz da vida dele é problema dele.
— Sabe, eu iria chamar vive de mal educado outra vez, mas... Você está certo. Eu não tenho nada que falar da vida dele. Mas me diga uma coisa...
— O que?
— Tem mais pessoas com ele? Mais aliados?
Kaji podia ser um estrangeiro e estar muito confuso com tudo que estava acontecendo, mas ele não era idiota. Muitas perguntas de um estranho para um estranho não era algo normal.
— *Esse cara tá fazendo muitas perguntas... E ele me trouxe até esse lugar... Tá estranho... Tá muito estranho pro meu gosto... Vou meter o pé daqui logo e voltar...* Aí, tiozin... Tô com um pouco de pressa. Podia me dar logo essas paradas aí que o velho me pediu, pode ser?
— Muito bem... Vou providenciar... Mas eu posso fazer uma última pergunta?
— Manda.
— Você veio caminhando, não?
— Sim. Porque?
— Nada... Só uma observação. Tome cuidado com a noite nas areias de Blackout.
— E porque tá me dizendo isso?
— Não confie em ninguém e em nada... E não fique sem ver a luz da lua. Ela será sua única guia caso haja uma tempestade de areia...
— Hm... Valeu pela dica... *Ora, o cara me deu uma dica marota. Será que eu tô sendo injusto com o cara?* Bem, tá tudo pronto?
— Está sim. Aqui está... E boa viagem de volta.
— Valeu, tiozin. Até.
Logo Sleuth levou Kaji até a saída, acompanhando o tenreque marrom até fora de sua renda. E o olhando cruzar uma esquina no meio de outras tendas e construções deterioradas, já vestido com seu manto ele pegou um tipo de comunicador e diz:
— Sleuth para Saga Chacal, câmbio.
E logo em seguida a confirmação:
— Saga ouvindo, câmbio.
— Tenho notícias do assunto que falamos hoje cedo, câmbio.
— Ouvindo...
— O manto velho que citou...
— Onde?
— Um viajante estrangeiro... ele está indo até o manto velho nesse exato momento...
— Direção?
— Oeste, possivelmente em direção as dunas próximo a...
— Aguarde contato.
— Hã? Mas e meu pagamento? Vocês do...
— CALE A BOCA! Não ouse duvidar de minha palavra. Isso me irrita... Aguarde contato.
Ao terminar a ligação, Sleuth entrou novamente em sua renda, se sentando. E falando consigo mesmo, diz:
— Hm... Eu não tenho do que reclamar. Minha vida melhorou muito depois que abandonei os fracassados dos Destrutix... Eu vou esperar... Eu vou... E quando esse Chacal conseguir o que quer, eu terei grana o suficiente para voltar para onde as coisas fazem barulho... Hehehe...
Sleuth era um membro do grupo de mercenários chamado Destrutix. Ele saiu definitivamente do grupo depois de um longo tempo de cooperação, deixando seu grupo sob nova direção (Sonic Universe HQ #15) a Fiona Fox (mas isso é assunto para uma outra ocasião). Abrigado no deserto de Blackout, agora é um mercante bem sucedido e, pelo visto, um informante competente.
Seguimos agora com Kaji, que seguia usando sua velocidade pelas dunas de areia do deserto. Ele, durante seu retorno, pensou:
— *Cara, eu preciso mesmo voltar logo. Se eu fosse caminhando ia chegar lá só amanhã e... Putz, tá escurecendo já!*
Mas definitivamente tudo mudaria depois desse dia para Kaji. Saltando a sua frente, saindo das areias, um grupo de pelo menos dez chacais com pelugem preta e usando espadas sugiram, o rodeando e impedindo que continuasse seu caminho. O tenreque, confuso, diz:
— Que isso? Tão querendo doce, crianças?
— Não... Você serve.
— Ah... Então eu sou o alvo? Tá... Porque?
— Você vem com a gente, garoto.
— E se eu não não quiser? Nota: eu não vou querer.
Mas não era um simples ataque clichê: por baixo de Kaji raios começaram a aparecer, o eletrocutando. Lentamente o jovem tenreque vai ao chão e, quase desacordado, diz:
— Não... Não... Eu dei mole... Esses desgraçados...
Minutos depois...
Em algum lugar do deserto de Downunda, ao entardecer.
Em um acampamento improvisado no meio do deserto, dentro de uma tenda estava Kaji. Preso a uma cadeira, recebe então um balde de água gelada em seu rosto, o fazendo despertar. Ele, abrindo lentamente seus olhos, pôde ver que a sua frente havia um chacal com pelugem bege e olhos azuis jade, com cabelos azuis sentado, o olhando. E sem perder tempo esse chacal diz:
— Prazer em conhecê-lo, tenreque. Sou Saga Chacal e estou com muita pressa.
— O que você quer de mim?
— Seu nome... Se apresente.
— Dane-se!
— Hm... Você deve pensar que só porque eu pareço um vilão eu não tenha classe. Ledo engano...
— Dane-se! Me solta agora!
— Já que minhas tentativas de ser agradável foram frustradas, então serei bem desagradável...
Ele se levantou e, munido de uma faca, foi até Kaji e, se aproximando, diz:
— Sabia que as garotas gostam de cicatrizes? Bem, elas só não sabem que para se conseguir uma é com muita dor...
— Cara, que papo louco é esse? Saia de perto de mim!
— Como gostaria? Uma que cortasse seu rosto ou uma que cortasse sobre um de seus olhos? Escolha... Vai ser bem desagradável...
Mas antes que pudesse fazer alguma maldade, um de seus aliados chacais o chamou, dizendo:
— Senhor, temos algo estranho acontecendo!
— Hm... Algo estranho, é? Vamos ver... E você, meu amigo tenreque anônimo... Logo voltarei pra gente continuar com seu novo visual.
Ele então se retira para ver o que estava acontecendo. E para surpresa de Kaji, um vombate amarelo de olhos azuis e usando um chapéu entrou na tenda, abrindo uma passagem por trás, já o desamarrando.
— Cara, quem é você?
— Me chamo Stu Vombate. Não fala nada agora...
— Tudo bem...
E logo eles escapam, fugindo pela passagem feita por Stu. Não demora muito e Saga retorna e, sem se impressionar, diz:
— HAHAHAHA! Eu já imaginava...
E um de seus aliados também entrou a tenha, dizendo:
— Amadores, senhor?
— Sim. Possivelmente isso foi obra dos Lutadores da Liberdade de Downunda. Hehehe... Foi exatamente o que eu imaginava.
— Senhor, já podemos rastreá-lo – Disse, utilizando um tablet – Estão seguindo para o norte.
— Muito bem... Eles logo nos levarão até nosso alvo. Seja Thrash ou Blastion, é questão de tempo...
Continua.