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E lá vamos nós para mais uma mini saga. Lilac e seu time terão um evento bastante emocionante.
Ala Norte – Go
Apartamento de Lenzin
Depois de uma noite bem atípica para a panda guardiã, ela entrou em sua casa as pressas. Já em sua sala, não demorou para acender um incenso e foi até a cozinha e tomou dois copos d’água. Era visível seu nervosismo. Logo tratou de pensar:
— *Eu devo me acalmar... Isso que aconteceu essa noite precisa mesmo ser um segredo... Ninguém viu além de mim e do stranger... Viktorius Ashem... Ah... O que você foi fazer?*
Olhando para a pequena mesa no centro da sala, viu que deixou a vasilha dada por Viktor, que continha sua sobremesa. Lenzin logo a abriu e pode ver o que o jovem cozinheiro havia feito:
— *Pêssego cozido caramelado com cobertura de mel... Ele pensou em tudo... Mas isso não pode estar tão bom quanto o jantar...*
E com um só pedaço comido pela panda foi possível saber o quão caprichado e saboroso estava a sobremesa:
— *Ah... Isso... Ah... Isso está estupendo! Eu sinto toda a minha boca se envolver com a docilidade suprema do pêssego com o mel... É praticamente um dueto inigualável e delicioso... Eu...*
Ao terminar de comer a saborosa sobremesa, Lenzin foi até o altar de meditação de seu apartamento, a fim de descansar. Mas ela não parecia muito a vontade.
— *Eu devo livrar minha mente... Equilíbrio... Mas... Eu sinto todo o meu corpo em simetria, todas as minhas energias estão revigoradas... E não foi por causa de meditação... A quem eu quero enganar? Foi ele... Viktorius Ashem me fez isso... Agora estou aqui com um bem estar que eu nunca senti na minha vida e... graças a ele.*
Lenzin estava mesmo em perfeita sintonia consigo mesma. Seu alto astral era visível em seu rosto, onde sua serenidade era admirável. A panda guardiã seguiu então para seu quarto, a fim de ir dormir.
Minutos depois, após se trocar, Lenzin estava vestida com uma camisola estilo chinês, deitada em sua cama. Ainda de olhos abertos, olhava para o teto, pensando:
— *Eu não consigo dormir... Mas eu ainda me sinto muito bem... Mas não esqueço daquele momento que... ele massageou minhas orelhas... A vontade de sacar minha espada e decepar sua cabeça me veio a mente no momento, mas... estava bom... E eu me sinto muito culpada em admitir isso... Ele me tocou as orelhas... acariciando-as gentilmente e com carinho...*
Lenzin virou-se para o lado, tentando uma melhor posição. Com um dos travesseiros entre suas pernas, Lenzin logo pensou:
— *Porque eu não consigo dormir? Eu estou bem comigo mesma de uma forma que nunca antes estive... Então porque eu não consigo dormir? E porque eu fico pensando nele o tempo todo?! Ah... Não... Não pode ser... Não isso... Não não não não não não não... Eu não posso ficar pensando nessa possibilidade de... NÃO! EU DEFINITIVAMENTE NÃO POSSO!*
Lenzin então pressionou seu tudo contra seu travesseiro e, se cobrindo com seu lençol de seda, descansou sua cabeça em seguida, ficando cada vez mais sonolenta. E quase adormecendo, pensou:
— *Eu definitivamente... não posso...*
E logo o sono a encontrou, passando a dormir tranquilamente.
No dia seguinte...
Ala Norte – Go
Apartamento de Asuka
— O QUE?! SERIÃO! SEM ZOA?! Tipo... TU TÁ FALANDO SÉRIO MESMO, LILAC?!
Mal havia começado o dia direito. Durante o café da manhã uma tal felina foi avisava que teria um tipo de torneio de artes marciais na Agência e... Bem, deixemos Lilac com a palavra:
— É, Carol. É verdade. Mas para de gritar, está bem?
— Bem?! Cara, isso tá melhor que “bem”... Isso tá hiper! Caraca, tava pensando que a gente ia ficar nisso de Big Brother style, mas não... Vamo lutar! E quem vai ser o feliz que vai desafiar euzinha aqui?
Lilac ficou mesmo preocupada em dizer depois da reação de sua amiga, mas como não tinha jeito:
— Serei eu...
— Hã? Tu o quê?
— Eu que vou lutar.
— Tá, tô ligada que eu vai lutar também. Eu queria saber quem é que vai ser o destemido a me desafiar.
— Serei eu.
— Ih Lilac... Tô sabendo já que tu vai lutar... Eu queria saber quem que...
— EU QUE VOU LUTAR CONTRA VOCÊ, BOLA DE PELO! – Gritou Lilac, irritada.
— Ah... Pera... Peraí... Deixa eu pegar ar antes... Calminha...
— Carol, por favor... Não grita...
— Tu acabou de gritar... Já me deu direito de fazer o mesmo... Sem chances... Deixa eu pegar ar... Calma...
— Carol, não faz isso...
— Tu me chamou de bola de pelo... Tu partiu pra ofensiva... Já era... Mimimimimi...
— Carol!
— Locutor, começa essa parte outra vez!
— Carol, mas o que é que... – Tentou dizer Lilac.
Ala Norte – Go
Apartamento de Asuka
— VAI CAPOTAR O CORSA, VAI TANKAR... A AGÊNCIA INTEIRA MANDOU AVISAR!
— Ah minha nossa, Carol... – Lilac precisou colocar uma de suas mãos ao rosto.
— Hahahahaha! É isso aí! Vamo tretar! Finalmente vou mostrar pra todo mundo que a mais forte sou eu!
— Vá sonhando, fracote! – Disse Lilac, com uma risada debochada.
— Como é? Tu me provocando? Quer morrer, Lilac? Eu vô te sapecar, tu vai ver!
— Nem em mil anos. Melhor desistir!
— Ih desde quando tu deu pra ser mil grau como euzinha aqui? – Disse Carol, um pouco irritada.
— Não sabia que era exclusividade sua. Carol não tem exclusivo! Nyah! :3 – Disse Lilac, fazendo cara de neko.
— Ah é? Vem cá! Vem, me diz isso na minha cara! – Disse Carol, abraçando a dragão, começando a ler fazer cócegas.
— Hahahahaha! Para, Carol! Você sabe que eu não resisto a... Hahahahaha! Para, por favor! Hahahahaha! Para! Para! – Tentou dizer Lilac, dominada por risadas.
E tudo isso que as duas amigas estavam fazendo eram vistas por Milla, Asuka e Arthemis. Todas estavam sentadas a mesa tendo café, com a IA dizendo:
— Milla Kawaii, elas são assim mesmo? Notei um aumento de temperatura da duas. Não deveria sugerir que tomarem um refrescante copo de suco de maracujá?
— Não precisa. Elas só estão brincando.
— Mas Lilac-sama está muito vermelha e Carol-chan está com um rosto que mais parece possuída. Está tudo bem mesmo?
— Está sim. Elas costumam brincar dessa forma.
— Se você diz... Asuka-chan, o que acha disso? Hã? Asuka-chan?! – Disse Arthemis, ao olhar para ela.
Mesmo sendo uma IA, Arthemis era bem emotiva, pois logo seu lindo rosto esboçou um pouco de estranheza. Não era pra menos, pois pôde ver Asuka com os olhos brilhando e com as mãos fechadas próximo a seu rosto. Arthemis, preocupada, diz:
— Asuka-chan! Você está com sua temperatura acima da média!
— Arthemis... Olha elas... Olha elas...
— Asuka-chan, você deveria se aclamar. Irei preparar um banho refrescante com aromatizantes naturais e...
— Arthemis, olha elas... Meu desu... Eu não tô bem... Tá muito perfeito... A Lilac fazendo cara de neko fofucha... A Carol fazendo cócegas nela e a Lilac rindo... – Disse Asuka, com seu rosto bastante vermelho.
— ASUKA-CHAN!
— MEU DESU! MEU DESU! KAWAII DEMAIS, GENTE! VONTADE DE ABRAÇAR ESSAS DUAS E NUNCA MAIS SOLTAR! ARTHEMIS, NÃO TÔ BEM... EU NUNCA VI TANTO MOE ASSIM ENCARNADO EM GENTE! Olha a Lilac... Olha... Ela está toda coradinha... A cor dela púrpura com vermelho... AH MEU KOKORO! ESCUTA, ARTHEMIS! A CAROL TÁ RONRONANDO! PERFECT NEKO KAWAII!
— ASUKA-CHAN, SUA PRESSÃO! ASUKA-CHAN! – Disse Arthemis, tentando acudir a felina.
Diante a situação de Asuka, Arthemis estava fazendo o possível para acalmá-la, com Lilac e Carol ainda brincando. Milla só observação enquanto tomava uma xícara de chocolate quente.
E assim foi a manhã no apartamento de Asuka, com as garotas continuando a confraternização.
Enquanto isso...
Alojamento, final da manhã.
Curiosamente, Viktor e Noah estavam juntos sentados a mesa, tomando café. O jovem cozinheiro havia preparado um bolo de cenoura com cobertura de chocolate e, como bebida, suco de frutas. E justamente sobre o que aconteceu ontem que Viktor dizia:
— Então a Lenzin te esperou até não poder mais. O que aconteceu que você demorou tanto?
— Resolvi alguns assuntos... Nada que eu já não tenha resolvido.
— Entendi...
— Ela me esperou das oito da noite até às nove e meia? Viktor, o que vocês ficaram fazendo aqui?
— Conversando e depois jantamos.
— A Lenzin? Conversando? Improvável...
— Ah foi legal. Eu não sabia que ela entendia de comida. A gente conversou até sobre artes marciais...
— Isso é sim impressionante... – Disse, enquanto tomava um copo de suco.
— Então... E esse assunto que você teve?
— Coisas do treinamento. Nada demais...
— Ah é? Você está bem animado pra hoje? Finalmente vamos lutar.
— Não só animado como preparado.
— Esse é o espírito! Vou comer mais um pedaço de bolo por causa disso.
Embora Noah mostrasse animação para a luta, em seus pensamentos a conversa de ontem com Sheng ainda o incomodava:
— *Aquela conversa... Sheng estava mesmo perdido e muito triste... e cheio de ódio por mim. Mas ele não é uma má pessoa. Ele pensou bem no que estava fazendo... Ele mesmo tomou seu próprio julgamento. Só alguém honrado como ele faria isso, senão... E porque ele disse que hoje eu seria destruído? E quem faria isso? A única pessoa que irá lutar contra mim é o Viktor... e ele nunca faria mal algum a alguém... Essa história está muito mal contada...*
E havia outras incógnitas acerca dessa conversa, mas Noah só tinha preocupações para a luta contra Viktor. O dia seria bem cheio e com todo mundo tendo suas atenções a exibição de artes marciais.
E sabendo disso...
Lilac, Carol e Milla, ainda no apartamento de Asuka, se preparavam para a grande exibição que aconteceria no ginásio. O evento Fighting Challenger teria seu início de manhã, mas os demais membros convidados para o evento só iriam lutar de tarde. Logo após o almoço as garotas seguiram para o ginásio, assim como Viktor e Noah.
E preciso avisar: ninguém estava pensando em outra coisa. Todos os membros do Team Avalice só se importavam com o evento. Então pulemos o almoço... e let's fight!
Horas depois...
Ginásio da Agência – octógono central
Sim, o ginásio tinha sua própria arena, com pequenas arquibancadas, onde haviam assentos para todos os alojados na base secreta. E eram bem luxuosos, assim como todo o complexo. Porém havia algo de tradicional no lugar: o solo era de terra, embora bem tratado. E não haviam monitores nem telas para mostrar mais detalhes, sequer microfones para ouvirem os lutadores enquanto batalham. E em quatro cantos haviam bandeiras com o brasão de cada família da família Omna: Aoi, Ki Aoi, Soul, Zaphira e Daiyomondo.
Com o quinteto todos juntos na arquibancada, Lilac, deslumbrada com a estrutura do lugar, diz:
— Nossa! Eles não economizaram nesse lugar. Poderia dizer que está no mesmo nível que a Shang Mu Arena.
— Tu quer dizer “dona Asuka otome” que não economizou, né? Cara, é muito maneiro! – Disse Carol, abraçando Lilac.
— Eu não imaginaria menos da Asuka. É muito bonito! – Disse Milla, se sentando.
E logo atrás delas estavam Noah e Viktor, onde o jovem humano diz:
— O pessoal desse mundo realmente ama artes marciais. Estou no lugar certo...
— Hm... Acho que uma certa alguém ama isso, Viktor – Disse o jovem albino, se sentando.
— Hã? Mas do que é que você está falando? – Disse, se sentando ao lado de Noah.
— Deixa quieto, Viktor... Veja, já temos uma luta começando.
E de fato estava mesmo. Tayce e Liane já estavam no centro do octógono, com Carol dizendo:
— Ih... O Noah tá certo! Olha... É a Tayce Axel, minha deusa nórdica divalinda, nyah! – Disse, se sentando.
— Hã?! Então essa é a Tayce que você tanto disse na noite parada? – Disse Lilac, curiosa.
— Ela mesma. E aquela outra sei lá quem é...
E Viktor, um pouco incomodado, diz a Carol:
— Liane Saber... É o nome dela.
— Hã? Mas como que tu sabe, piá?
— Foi ela que me atacou ontem... Lilac, eu já aviso que eu não tive mais contato com ela, ok? Não quero problemas e...
— Fique tranquilo, Viktor. Eu sei que você não vai arrumar briga com ela – Disse Lilac, olhando para o jovem com um sorriso.
— Caraca, gente... Prestem atenção! A luta delas vai começar!
E no centro, junto a Tayce e Liane, estava Arthemis. A dragonesa estava vestindo uma bermuda de luta estilo boxe de cor preta, usando também um top de mesma cor que lhe cobria seu busto, estando descalça. O mesmo vestia a dente de sabre, com bermuda azul e top cinza. Na verdade a IA felina estava alí como a árbitra de todos os combates. Ela então diz:
— Sejam tidos bem vindos, senhoras e senhores, agentes e não agentes, para o octogésimo sétimo Fighting Challenger da Agência!
Logo todos que estavam nas arquibancadas foram a loucura, com uma platéia mostrando muita animação. Parecia que o evento mexia com o brio de todos, com a alegria estampada no rosto de todos os agentes. E Arthemis continuou:
— As regras são:
É uma luta de exibição. Ou seja, não haverá um vencedor. Porém seu desafiante e você saberão do resultado podem decidir entre vocês quem venceu. É uma celebração, pessoal. Então não vamos levar a sério, hehe
A luta tem duração de dois minutos. Então aproveitem: são dois minutos de pura luta e rivalidade.
É terminantemente proibido a utilização de qualquer habilidade especial. As únicas permitidas são as de uso passivo, ou seja, as que não dependem de Chi. Mas peguem leve mas força bruta, pessoal. É uma luta, não uma demolição, hehehe.
O lutador pode desistir a qualquer momento. Ninguém é obrigado a lutar a não ser que queira. E também não é obrigado a continuar na luta. Mas creio que ninguém vai fazer isso, não é mesmo?
Utilizem de todas as suas habilidades em combate. Aproveitem ao máximo para mostrar seus golpes. Mostre valentia. Tenha coragem. Faça Estratégia... Tudo isso é arte marcial! VAMOS COM TUDO!
Explicada as regras, Tayce e Liane se posicionaram ao cento e Arthemis diz:
— LUTEM!
A luta começou feroz, com a dente de sabre partindo para o ataque, desferindo vários socos potentes contra Tayce, que usava suas mãos para aparar os furos golpes. Enquanto executava seus socos, Liane diz:
— Você está mais rápida, Tayce...
— E você mais forte, Saber...
— Hm... Então hoje eu vou te quebrar... Como sempre quis.
— Gostei de ouvir isso. Então hoje eu vou te quebrar também.
Tayce, ao conseguir se defender, dessa vez foi ao ataque, desferindo um fortíssimo chute, sendo defendido por Liane. A força do golpe era tanta que foi possível ouvir o chute poderoso da dragonesa atingir a defesa da dente de sabre, com Lilac dizendo:
— Minha nossa! Esse chute... Ela poderia me destruir só com um desses...
— Ah essa é minha deusa nórdica marcando o ponto. Chora não, Lilac. Um dia tu ganha sustância e fica assim, tão diva quanto! – Provocou Carol.
— O que? Eu estou bem como estou. E eu poderia vencê-la numa luta.
— Se tu tá dizendo... Só quero ver se essa sua marra vai continuar depois da nossa luta...
— Você vai ver... Vou te fazer calar essa sua boca grande. Sua bola de pêlos!
— Vamo ver, escamosa púrpura! Nyah!
Embora Lilac e Carol se provocassem, as duas tinham um elo de amizade indiscutível. Por estarem juntas a tanto tempo, elas sabiam exatamente como mexer com a amiga sem nenhum tipo de maldade ou mal estar. Talvez os eventos passados desde o embate contra Brevon tenha aumentado ainda mais esse vínculo.
E enquanto todos assistiam a luta, coisas aconteceram ao entorno, com vários agentes conversando e trocando idéias. Pela vida da agência ser bastante exigente no que diz respeito ao serviço de proteção de toda Shang Mu, nada mais justo que um momento de lazer, e esse era o sentimento.
Porém um evento mudaria um pouco as coisas.
Com a luta chegando a seu momento final, todos olhavam o embate nervoso. Lilac e tudo seu time acompanhavam cada movimento das duas. Mas dentro do octógono, Liane, medindo forças com Tayce segurando seus suas mãos, olhou fixamente para Viktor, que percebeu a intimidação.
— *Hã?! Mas... Ela está me... Essa maluca está me encarando... Estou vendo que ela não desistiu de mim...*
E nos pensamentos de Liane, pelo visto Viktor fez uma boa leitura:
— *Vamos, stranger... Você está me vendo lutar. Me desafie... Eu sei que você quer. Não vejo a hora de te diminuir a um mísero grão de areia...*
Viktor estava mesmo incomodado com a encarada. Tanto que se levantou, com Milla dizendo:
— Viktorius, onde você vai?
— Vou ao toalete, Milla. Volto logo.
E Carol não pôde deixar por menos:
— Aí, piá... Nada de querer bancar o Red Mask outra vez, tá? Tamo ligado nos esquema... Tu tá com dorzinha de barriga?
Só que Viktor olhou para Carol de uma forma que até mesmo a felina estranhou, com o jovem dizendo:
— Só vou molhar o meu rosto. Preciso relaxar...
— Piá, olha... Foi zuera, tá?
— Tudo bem, Carol. Eu entendo... Com licença.
O jovem então se retirou, causando estranhamento em todos, inclusive na própria Carol, que diz:
— Tá... Será que eu brinquei de uma forma que ele não gostou? Putz...
— Ah... Carol, eu acho que não. Dessa vez acho que não foi você – Disse Lilac, preocupada – Olhem, eu vou atrás dele e...
Mas logo a dragão foi impedida por Noah, que diz:
— Não, Lilac... Deixe-o.
— O que?
— Vai por mim... O Viktor só está tentando relaxar. Eu sei o porquê.
— Então, o que houve?
— É a Liane Saber. Foi ela quem arrumou briga com ele e o encarou agora. Ele não se sentiu confortável e saiu.
— Agora que você disse... Creio que seja isso mesmo. Ah Viktor... Você quer manter sua promessa... E eu aqui preocupada. Obrigada, Noah.
— Ele sabe o que faz... *E ele faz o certo. Eu percebi também a encarada e... essa mulher quer mesmo encrenca.*
E como hoje é um evento todo especial, Noah logo percebeu que alguém se sentou ao seu lado. Ele lentamente se virou e constatou que era Asuka, que diz:
— Está sendo uma boa luta, não?
— Você?!
— Sim. Tudo bem?
— Hunf... – Resmungou o híbrido, se levantando.
Mas Asuka fez questão de segurar em uma das mãos de Noah, dizendo:
— Não... Fique. Não estou aqui pra fazer guerra.
— *Ela está segurando minha mão? É sério?* O que você quer?
— Conversar com você... Eu posso?
Noah olhou para a felina, que insistia em segurar sua mão. Ela mostrava calma e serenidade em seu olhar, o que chamou mesmo atenção de Noah:
— *Esse olhar... Ela está despreocupada... Como se estivesse dizendo mesmo a verdade. Sheng disse aquelas coisas pra mim e... Ela seria mesmo capaz de me destruir? Está estranho... Bem, vejamos no que vai dar, mas com cuidado...*
Ele então voltou a se sentar, sob os olhares de Lilac. A dragão, embora mostrasse preocupação, se colocou neutra, voltando a observar a luta entre Liane Saber e Tayce Axel. E durante isso, Asuka diz:
— Agradeço por ter atendido ao meu pedido.
— Hm... O que quer conversar?
— Quero pedir desculpas a você, sabe?
— De-desculpas?
— Sim. Desde nossa primeira conversa eu fui um pouco preconceituosa com você.
— Ah... Aquela conversa de “ero-albino” me incomodou de verdade.
— Jura? Gomen nasai! Eu estava muito irritada por saber que um garoto tinha me visto de roupa de baixo e...
— Olha, não precisa falar dos detalhes. Eu não sinto a vontade falando disso...
— GOMEN! – Disse Asuka, escondendo o rosto com suas mãos – É que nunca aconteceu comigo! Gomen! Gomen!
— Ei... Tudo bem. Não precisa ficar envergonhada... Eu fiquei mais até. E te devo desculpas por isso.
— Não, não... Eu que fui baka em te acusar... E também tem aquela vez que fui muito estúpida com você depois de ter colocado os uniformes casuais da Agência... Eu estava levando a sério demais meu trabalho e...
— Asuka, está tudo bem. Você não precisa justificar essas coisas pra mim, eu entendo. Quando a gente está mesmo empenhado nas nossas tarefas ficamos um pouco sem noção das coisas... Acontece.
— Sério mesmo que você não está magoado comigo?
— Não. Fique tranquila. O que me deixa feliz é saber que você veio até mim se desculpar e explicar as coisas.
— Claro! Eu tenho que me preocupar com todos vocês!
Lilac, por ter ouvido isso, não poderia deixar de dizer:
— Nossa... Isso é muito legal da sua parte, Asuka!
— Ah obrigada, minha dragão púrpura lindona totally sugoi!
— Até eu me surpreendi, Lilac. Foi mesmo uma atitude inesperada, mas nobre de sua parte – Disse Noah, esboçando um sorriso.
— Ah é sério?! Gostei de saber, nyah! – Disse Asuka, abraçando o braço direito do albino.
— Ah... Bem... Isso é... Isso também dou inesperado.
— Nani?
— Eu não esperava que você iria mesmo mudar e me tratar bem... *Será mesmo? Asuka mão parece estar escondendo algo... Será que Sheng está errado a respeito dela? Todas a garotas gostam dela também...*
Enquanto isso, Tayce e Liane estavam lutando com toda a garra possível, com as duas medindo forças, travando uma disputa de “braço de ferro”. Com as duas rangendo os dentes olhando uma para a outra, a dente de sabre diz:
— Grr... Você é uma oponente formidável, Tayce...
— O mesmo digo de você, Liane...
— E como vamos terminar isso? Já está acabando o tempo...
— Vamos deixar esses caras impressionados... Que tal aquilo?
— Sua... Haha! Eu gostei da ideia.
E por mais alguns segundos medindo forças, eis que Arthemis anuncia:
— Time over! Fim da luta!
Foi quase como automático. Ao anúncio do fim da exibição, Liane Saber e Tayce Axel fizeram uma pose juntas, deixando a mostra seus dotes físicos definidos, mostrando que seus preparos físicos eram invejáveis. As duas esbaldaram poder só em olhar pra elas, com quase todos da Agência mostrando temeridade. E os comentários na pequena arquibancada logo sugiram entre os agentes:
— Cara, eu que nunca vou desafiar nenhuma dessas aí pra lutar!
— A Liane deixou um cara hospitalizado por quase um mês, você sabia?
— Estou sabendo. A Tayce é até tranquila, mas ela poderia facilmente quebrar qualquer um aqui. Mas com a Liane não tem conversa: ou você evita o contato ou já pode fazer o testamento.
— E essas duas ainda se gabam... Eu que não vou cair nessa provocação... Tenho amor a minha saúde e vida.
E enquanto as duas apertavam a mão, Liane logo olhou para a arquibancada, percebendo que Viktor já não estava lá, causando irritação a ela no mesmo instante, chamando a atenção de Tayce, que diz:
— Que foi, Liane? Porque está com essa cara?
— Aquele stranger miserável... Cadê ele?
— Hã? Stranger?
— Ele tem que me desafiar... Pensei que ele estaria me vendo, aquele covarde...
— Ah sim... Então é aquele stranger que você tanto disse. Não esquenta. Se ele é essa pessoa que você disse, em breve ele vai te desafiar.
— Para o bem dele é melhor que sim... Aquele covarde...
— Hahahahaha! É isso aí, Liane! Nada de deixar pra resolver os problemas depois. É aqui e agora!
— Arsenal número um da Agência... Me agrada tê-la como minha rival... A única capaz de suportar meus punhos.
— Obrigada, mas...
— Mas o que?
— O stranger também aguentou seus punhos. Então...
Serrando seu punho, Liane então golpeou a palma de sua outra mão, dizendo a Tayce:
— Por enquanto... Mas eu irei fazer valer minha linhagem do clã Daiyomondo...
— Bem, tivemos uma boa luta. Mas um dia quero mesmo lutar pra valer com você – Disse a dragonesa, caminhando junto a Liane para fora do octógono.
— Será divertido... Não vejo a hora de você tentar... *Viktor, eu sei que você me viu lutar. Vamos... Me desafie. Eu sei que você quer...*
Pelo visto Liane Saber não vai esquecer a última luta que teve com o Viktor.
E falando dele...
Vestiário do octógono da Agência.
O lugar era bem confortável. Havia uma parte destinada a preparativos de vestimentas e onde os agentes se trocavam para lutar, com váriaa cabines e toaletes. Andando em frente a entrada do lugar estava Lenzin, que novamente estava pensando:
— *Eu preciso mesmo achar alguma distração pra evitar esses pensamentos... Eu como a guardiã preciso me manter focada em seguir com os planos... Mas... Eu... Eu não... NÃO! Eu devo me concentrar em minha missão! Hoje será um dia só para eu... Ah... “Relaxar”...*
Mas como era mesmo um dia de eventos, eis que avistou Viktor entrando no vestiário, com ela dizendo:
— Viktorius Ashem?! Ah... Não pode ser... Porque ele está aqui? Isso soa suspeito...
Ela então seguiu até onde o jovem havia entrado. Lá dentro, com agentes entrando e saindo do ambiente, Viktor estava molhando seu rosto frente a um espelho. Ele, olhando pra si mesmo, pensou:
— *Cara, que mulher louca. Eu prometi pra Lilac que não iria me envolver em confusões. Agora que eu lembrei: eu devo promessa agora pra senhorita Neera Li e pra Lilac! Nossa... Será que o problema está mesmo em mim? De qualquer forma, eu vou evitar ao máximo...*
E assim que o jovem enxugou seu rosto com uma toalha, olhou para a frente e se deparou com Lenzin. Ela, um pouco sem graça, diz:
— Vi-viktor?! Quero dizer... Viktorius Ashem, o que faz aqui?
— Senhorita Lenzin, eu vou lutar com o Noah... Sabe, nessa luta de exibição que organizaram.
— Hm... Isso não me parece um bom sinal...
— Mas o que a senhorita está fazendo aqui? Não sabia que gostava de lutas.
— Eu... Bem, eu precisava de um pouco de entretenimento.
— Como é? Eu ouvi isso mesmo? Você veio até aqui pra...
— Algum problema com o fato de eu querer um pouco de distração, Viktorius Ashem? – Disse a panda guardiã, mostrando irritação em seu rosto.
— Não, que isso... Eu gostei de saber.
— Hm... Suspeito...
— Ih começou...
— Está me repreendendo? – Disse, ficando ainda mais irritada.
— Não não... É que... Bem... Eu respeito seu trabalho, ok? Só que eu estou feliz por saber que você procura relaxar de vez em quando...
Por um breve momento Lenzin ficou calada, olhando para Viktor. Ela, então, pensou:
— *Esse idiota... Como ele se atreve a dizer essas coisas? Hunf... Estou cansada de ficar aturando suas intromissões a mim...*
Ela então, o olhando nos olhos, diz:
— Você é um irresponsável, Viktorius Ashem!
— Hã? Mas eu não fiz absolutamente nada! Porque está dizendo isso?
— Arrumou confusões pela Agência contra Liane Saber! Não há espaço para atitudes como essa aqui em Shang Mu! Eu fui nem clara? – Disse, apontando seu dedo para o jovem.
— Ah agora entendi. Não se preocupe, só foi um mal entendido. Eu prometo a você que não vou me meter em encrencas, tudo bem? *Cara, o que eu estou fazendo? Já é a terceira promessa!*
Mas antes que Lenzin abaixasse seu dedo, gentilmente Viktor segurou em sua mão, o que lhe causou logo uma reação:
— *ESSE STRANGER SEGUROU MINHA MÃO?! Ele... Ele... Como pôde?! Eu... Eu devo arrancar sua cabeça e...*
E o jovem, ainda sendo bastante gentil, diz:
— E o doce de pêssego caramelado que eu te preparei estava bom? Hehe...
— Ah... Be-bem... Eu... Ah... Viktorius Ashem... Eu... – Tentou dizer, ficando levemente corada.
— Bem, eu quero saber porque... Espera, porque a senhorita está com seu rosto vermelho? – Disse, curioso.
— Vi-viktorius Ash-ashem... Eu... Você... *A mão dele é macia e quente... Suave como cravos a primavera, florescidas no orvalho mais... O QUE É QUE EU ESTOU PENSANDO?! ESSE STRANGER É MUITO ABUSADO!*
— O que foi? Mas o que...
— SOLTE JÁ A MINHA MÃO, VIKTORIUS ASHEM! É UMA ORDEM DIRETA! – Exclamou a panda guardiã, surpreendendo o rapaz.
E todos os agentes olharam ao ouvir o grito de Lenzin, com Viktor dizendo:
— Mil per-perdões, senhorita Lenzin. Eu não...
— Cale-se! Você não deve pegar nas mãos das pessoas sem pedir! Hunf!
— Desculpa. É que o Sheng pegou na minha mão lá na Shang Mu Arena, então eu pensei que era um costume gentil daqui da cidade...
— O que? Viktorius Ashem, você precisa saber que...
Mas antes que Lenzin continuasse, uma voz é ouvida no sistema de som do lugar, que dizia:
— Próxima exibição começará. Participantes Sash Lilac e Carol Tea, apresentem-se ao octógono.
Com os agentes se apressando para ver a luta, Viktor diz:
— Nossa! Vai começar! Vamos, Lenzin!
— Hã? Nã-não, Viktorius Ashem... Eu irei ver mas gostaria de fazer isso sozinha.
— Porque? Está todo mundo lá na arquibancada e...
— Eu não lhe devo satisfações do que faço. Se quer ir, vá.
— Ah... Tudo bem, então. Desculpe novamente.
— Pare de pedir desculpas pra tudo. Você não tem ideia de como isso é desagradável...
— Tudo bem... Eu entendi... – Disse Viktor, caminhando até a porta.
Mas antes que o jovem saísse de vez, virou para Lenzin e perguntou:
— Lenzin, mas e a sobremesa que eu fiz?
— Viktorius Ashem, o que você quer saber?
— Você gostou ou não?
A bela panda ficou muda por alguns instantes, evitando o olhar de Viktor, que esperava por sua resposta. Ela, mais uma vez, voltou a pensar:
— *Esse stranger... Sempre quer saber o que eu achei da comida dele... Isso é desagradável, mas... Eu não posso mentir... Estava ótimo. O melhor que eu já comi na minha vida... E ele fica me olhando dessa forma... Ai... Estou pensando demais outra vez... E ele não para de me olhar...*
E Viktor, mostrando um pouco de desânimo em seu olhar, voltou a caminhar, dizendo:
— Desculpe se fui novamente intrometido, senhorita Lenzin. Eu estou indo embora...
— Ah... Vi-viktorius Ash-ashem... Espere... – Disse a panda, estendendo sua mão, como se o estivesse chamando.
— Hã? O que foi?
— Eu... Bem... É... Estava bom.
— O pêssego caramelado? É isso?
— Sim. Era o que eu queria dizer.
— Obrigado. Que bom que gostou! Hehe! – Disse o jovem, esboçando um sorriso em seguida.
Lenzin, ao olhar para Viktor, novamente evitou os olhares do jovem, dizendo:
— Vá logo, Viktorius Ashem!
— Ah sim! Até, Len! Divirta-se!
O jovem em seguida correu para a arquibancada, para ficar junto aos outros. Mas alí na porta do vestiário ficou Lenzin, estática, com um olhar fixo. E logo pensou:
— *Ele... Esse stranger me chamou de Len? ELE ME CHAMOU DE LEN?! Eu deveria matá-lo por isso... Esse stranger abusado...* – Pensou, enquanto tomava seu caminho para as arquibancadas.
Pelo visto a panda guardiã do Reino de Shang Mu está mesmo abalada com tanta gentileza e espontaneidade do jovem cozinheiro.
E como anunciado antes, eis que Lilac e Carol finalmente iriam lutar. Somos levados então para as dependências do octógono, com as duas amigas se aquecendo. A dragão estava se alongando, assim como a felina verde. Mas assim que Carol se levantou, disse:
— Sabe, Lilac... Desde o torneio eu tenho me sentido full energy...
— Boba... Você sempre está elétrica, fala besteira o tempo todo...
— Não, tô falando que... Bem, eu me sinto com mais energia. Tipo, eu nunca lutei tanto num curto período. Cara, eu te levei na costas enquanto lutava contra o Mury Low... E antes tinha lutado diretão contra o Team Lantz... Pô, eu lutei depois contra a Cammy paraguaia do Team Red e até caí na treta contra o Dyona...
— Agora que você disse isso... Eu também me sinto assim. Eu pensei que era por causa da missão, mas...
— Mas o que?
— Não sei... E também: eu notei que meus cabelos estão mais fortes e sedosos. Percebi aoe pentear hoje... E eu também notei que seus pêlos estão assim também.
— Ih qual é? Tu que curte esses lances de creme Monange aí... Eu tô fora!
— Não, sua bobona! Eu sei que você não tem essa vaidade. Seu pêlo está mais bonito naturalmente!
— Hã? Tipo... Eu... Eu tô me sentindo bem com isso. E fico melhor sem aquele uniforme de patricinha... Adoro minha roupa “ladin ninja” style, nyah!
— Eu gosto do uniforme da Agência. Você que é cheia de frescura...
— Oh a Lilac ama ser colegial de anime! Oh eu sou uma badgirl espoleta malvada... – Disse Carol, fazendo um discurso debochado.
— Sua bobona!
— Nyah! :3
E como de praxe, Arthemis, que estava no centro do octógono, apresenta as duas:
— E agora, com muito prazer, veremos a flecha cintilante de Avalice... SASH LILAC!
A platéia foi a loucura, pois muitos não sabiam da presença da dragão na Agência. Ver a heroína de Avalice alí foi mesmo especial. Lilac entrou no octógono acenando para todos, esboçando seu lindo sorriso. E Arthemis continuou:
— E também, da mesma forma que nossa heroína, veremos a badgirl número um de toda Avalice... CAROL TEA!
A reação foi a mesma, com todos ovacionando a entrada de Carol que, sinalizando pra todos, dizia:
— Wow! E aí... E aí... E aí, galera! Wow! Tô na área! Haha! Vamo nessa, brow! Carolzinha chegou pra abalar!
A animação das duas era perceptível em seus semblantes. Lilac e Carol, já no centro do octógono, se colocam em base de luta, com Arthemis dizendo:
— Vocês sabem das regras. Então hora da luta!
Sem perder tempo, Lilac correu na direção de Carol, que diz:
— Já veio pro fight, dragão? Mostra pra mim o que tu sabe fazer, púrpura!
— Grr... Você fala muito, bola de pêlos!
Lilac começou a desferir uma incrível sequência de chutes e socos, com Carol conseguindo se esquivar. Mas algo anormal ocorrida na perspectiva das duas. A dragão púrpura foi a primeira pensar a respeito:
— *Meus golpes... Eu sinto maior força e velocidade... Mas não é só isso. Eu me sinto bem... Me sinto melhor que antes...*
Carol, aproveitando uma oportunidade, executou um chute visando a barriga de Lilac, com a dragão conseguindo aparar seu golpe. Mas, como percebido antes, a felina pensou:
— *Cara, eu dei esse chute por puro instinto... e ele saiu com muita força. Eu tô me sentindo leve, bem soft... O que será isso? E eu consegui esquivar dos golpes da Lilac mais fácil que de costume...*
— *Carol não pegou leve nesse chute, mas eu não senti nada. Eu me defendi e... eu me sinto muito bem. Eu não sei explicar, mas... eu me sinto como um cometa, forte e rápido...*
Com a platéia mas arquibancadas vibrando a cada momento das duas lutando. Asuka, que ainda abraçava um dos braços de Noah, diz:
— Elas estão se divertindo.
— Hã? Mas o que... – Tentou dizer Noah.
— Lilac e Carol... Elas entenderam o motivo desse evento.
Como demonstrado antes, Viktor havia voltado a se sentar junto a seus amigos, justamente ao lado de Milla e Noah. O jovem estava impressionado com a luta das duas.
— *Isso que eu estou vendo é real? Eles estão lutando desse jeito e sem usar as habilidades especiais delas?! Eu... Eu não sei o que dizer, pois... elas estão lutando com muito mais agilidade e força que no T.O.R.M.E.N.T.A!*
E voltando a luta, com Carol e Lilac olhando uma para outra em base de luta, a dragão diz:
— Então é isso... Você está mais rápida.
— É, minha diva púrpura... E você tá bem mais forte.
— Eu não sei o que está acontecendo, mas estou adorando tudo isso.
— Tamo junto, Lilac... e se prepara.
— Ah então estava pensando leve, peludinha verde? Hehe... Eu vou com toda a minha velocidade! Ahhh! – Exclamou Lilac, correndo em direção a Carol mais uma vez.
— Vamo batê lata, Lay! VEM TRANQUILO! – Provocou Carol.
Lilac vs Carol
Music: “Houki Boshi – ending” By Younha
A velocidade normal de Lilac já era acima da média da maioria dos lutadores de Avalice. Ela sem usar de seus poderes já era uma oponente formidável. A única que conseguia acompanhar seus movimentos era Carol que, por ser sua melhor amiga, também era sua maior rival. A felina, usando de suas habilidades inatas de sua raça, havia adquirido a capacidade de saber cada movimento de sua amiga e, para sua vantagem, Carol tinha uma super força fora do comum para felinos e garras extremamente afiadas. As duas eram a combinando perfeita de velocidade força: não havia melhor dupla.
As duas então brindaram a todos com um show de artes marciais, com Lilac executando várias combinações de golpes, com soco e chutes potentes, sendo defendidos por Carol, que contra atacou em seguida com chutes poderosos. Mas Lilac pra defendia com as mãos, mostrando que de fato era forte.
“Eu olhei para o céu de noite
E pude ver um cometa
E pensei... Queria te ver
Mas eu não posso voar através dos céus, agora...”
Com uma imensa alegria e satisfação de estarem lutando para simplesmente se divertirem. O sorriso estava estampada em seus rostos, mostrando que de fato a luta era amistosa. Mas mesmo nesse cenário amigável elas não diminuam o ímpeto de seus golpes, com Lilac e Carol entregando uma exibição estupenda.
“E será... será...
Se eu tivesse a chance de ser um cometa...
Eu iria brilhar e cortar céu.... eu iria, sim...
Sem dúvida, eu iria te alcançar nesse momento...
Nos juntar e nos sentar... E ver o brilho nesse céu da noite"
A cada golpe deferido...
A cada golpe defendido...
A cada finta de corpo, esquivas, saltos, deslocamentos...
Elas ficavam ainda mais animadas. Era quase como uma terapia, com as duas aproveitando cada segundo que restava da luta. E com o fim se aproximando, com Lilac e Carol medindo forças, a dragão diz:
— Carol...
— Lilac...
— Obrigado por ser minha amiga.
— Ah miguxa lindona... Eu também!
— Está acabando a luta. Queria lutar mais.
— É, mas alegria de pobre dura pouco...
— Sua boba!
— Nyah! :3
Lilac e Carol saltam cada uma para trás, voltando a correr uma contra a outra em seguida. As duas tinham o interesse de desferir um último golpe. Então não paravam e nem hesitavam, correndo com tudo que tinham. E logo o choque de punhos acontece, com um estrondo sendo ouvido por todos...
“Se eu tivesse a chance de ser um cometa...
Pode ter certeza... Que eu ficaria ao seu lado...
Para todo sempre.”
E olhando as duas, que alí continuaram a se fitarem nos olhos, Arthemis diz:
— Time over!
A arquibancada foi ao delírio com o último golpe das duas, começando a aplaudí-las. Lilac e Carol começaram a reverenciar o público, voltando a caminhar para próximo das dependências do octógono. E para selarem de vez sua amizade, uma tocou o punho da outra, concretizando a exibição.
E nos bastidores...
Com as duas abraçadas, Carol diz:
— Lindona, o que foi aquilo que a gente fez lá no octógono?! Cara, foi irado demais!
— Hehehe... Pode crer. Mas eu ainda estou pensando naquilo que eu senti...
— O que?
— Carol, eu estava diferente. É como se meu corpo estivesse mais... Como eu poderia dizer... Mais forte?
— Tô ligada... É, eu tava me sentindo mais leve, mais rápida...
— Mas que foi muito bom, foi! Queria ter continuado a lutar com você.
— Wow! Eu também! Acho que depois de hoje o nosso treino nunca mais será como antes, falei? Tô muito happy, Lilac! Cara, que sensação boa, cê loco...
E surpreendendo as duas, uma voz conhecida por Carol é ouvida:
— Ora ora... Então a minha nova amiga felina sabe lutar? Que boa surpresa, hehe...
— Tayce?! Minha deusa nórdica... O que tá fazendo aqui? – Disse Carol, olhando para a dragonesa.
— Hehe... Estava me trocando, mas eu vi sua luta. Vocês duas são incríveis.
— Ah carara... Tu é muito diva mesmo! Ah essa aí é a Tayce, Lilac. Ela que me ajudou lá no pavilhão.
Lilac então se aproximou da dragonesa, que estava vestindo seu traje de trabalho.
— Prazer, Tayce. Carol falou muito de você.
— Hm... Digo o mesmo, dragão. De certa forma somos parentes distantes, hehehe.
— Isso vindo de uma dragonesa é um grande elogio.
— Hehe... Gostei disso.
E só corredor próximo onde estavam, uma outra coisa é ouvida.
— Tayce, vamos. Eu te devo aquele lanche.
Era Liane, que estava vestindo o uniforme casual da Agência. Porém, para espanto de Carol, ela estava usando calças, assim como o blazer e gravata que vestia, exatamente como o que Viktor e Noah usavam. Sob o olhar de Carol, Tayce diz:
— Já estou indo. Bem, até a próxima vocês duas. Cuidem-se.
Por alguns instantes, ao Liane entrar no recinto, Lilac a olhou nos olhos, vida essa retribuída pela dentes de sabre. A dragão com isso queria dar um recado a ela, o que foi exatamente o que pensou:
— *Liane Saber... Então foi você quem agrediu o Viktor. Eu estou de olho em você agora. Não vai fazer mal algum a ele...*
Depois da despedida, Carol ainda estava imóvel, quase surtando. Lilac, estranhando, diz:
— O que foi, Carol?
— Lilac, aquela outra lá...
— Era a Liane, a que arrumou encrenca com o Viktor...
— Tô sabendo, mas... Tu percebeu o que eu percebi e o que o locutor fez questão de destacar pra me deixar mais revoltada? *maldito...*
— Lá vem você com essas suas maluquices... O que foi agora?
— O que foi?! Cara, aquela maromba lá tava usando um uniforme irado!
— Hã? Mas é o mesmo que os garotos vestem.
— E daí? Tu viu como ela ficou badass vestida daquela forma?!
— Carol, o que você quer di...
— Eu vou pedir pra Asuka pra me dar um uniforme desse! Esse sim foi feito pra mim!
— Mas você ficou linda com o seu. Porque você...
— Tu não se toca, né? Eu sou uma badgirl. Eu não digo tendências! Eu as faço! Eu visto o que eu quero e o que faz me sentir bem! E eu vestindo agente uniforme vou ficar badass! É isso!
— Tudo bem, eu entendi. Mas eu ainda acho que você de saia fica muito linda...
— Você fica linda de saias. Eu fico fora de mim. Falei tá falado!
— Boba!
— Nyah! :3
Em seguida, Lilac e Carol se dirigiram para o toalete, para tomarem um banho e se trocarem, passando a usarem os uniformes casuais da Agência (com a Carol ainda usando saias!).
Minutos depois...
Com Milla, Viktor e Noah, com Asuka ainda lhe fazendo companhia abraçando um de seus braços, todos vêem a dragão púrpura e a felina verde se aproximando, com a pequena canina correndo até elas, dizendo:
— LILAC! CAROL! Vocês foram incríveis! – Disse, sorrindo.
— Hehehe. A luta foi excelente mesmo – Disse Lilac, também sorrindo.
— Pode crer, kawaiizinha. O que é o torneio shounin perto da nossa luta... – Disse Carol, lustrando suas garras.
— Hã? Mas do que... – Tentou perguntar Milla.
— Liga não, Milla. Piada interna.
— Começou, Carol? Essas duas maluquices... – Comentou Lilac.
Assim como Milla, Viktor e Noah também se levantaram, com Asuka em seguida. O jovem humano diz:
— Vocês são espetaculares! Eu nunca tinha visto vocês lutarem dessa forma... *O nível das pessoas desse lugar é algo inimaginável. Elas duas... Eu não teria chances de vencer nenhuma delas...*
— O-obrigada, Viktor. Me sinto lisonjeada em ouvir isso de você – Disse a dragão, ainda sorrindo.
— Ah... É... Bem... Eu...
E Carol não perdeu tempo (vocês devem saber o porquê):
— Vai, piá... Beija ela! Hihihi! :3
Só isso já foi o suficiente para fazer com que os dois olhassem para a felina de uma forma bem diferente. O jovem logo disse:
— O QUE?! Ca-carol... Que papo é esse?!
— Não ligue pra ela, Viktor. Essa aí só está fazendo isso pra te provocar e te deixar envergonhado... Como eu também... – Disse Lilac, um pouco sem jeito.
— Isso não se faz, Carol! – Disse Viktor, irritado.
— Ah vai... Vocês fazem um casalzinho bunito...
Mas Asuka, para por mais terror, logo disse:
— Felina verde badgil...
— Hã? Sou eu sim!
— Não mente pra gente e não tenha esconder que você é gamadona no Viktor-kun que eu sei! Não negue isso!
A reação foi imediata por parte de Carol.
— COMOÉMEUPADINCÍCERO? PO-PO-PODE TIRAR O CAMINHÃO DO FAUSTÃO DA CHUVA DE ÁCIDO! – Carol estava estupidamente vermelha.
Todos caíram na gargalhada com a manifestação de Carol, que pulava e se mexia para os todos os lados tentando se esquivar. Isso evidenciava que o astral de todos estava o melhor possível. A felicidade parecia ter voltado, com até mesmo Asuka se dando bem com Noah, não soltando seu braço em nenhum momento. E o jovem albino parecia estar feliz com esse detalhe, pois seu rosto mostrava mesmo que estava bem mais a vontade na Agência.
E logo Arthemis anuncia:
— Viktorius Ashem e Noah Hibiki... Se preparem pois a próxima luta será a de vocês.
Nem é preciso dizer que os dois fizeram após o anúncio, não?
Mais tarde...
Dependências do octógono.
Com Viktor terminando de vestir seu kimono, o jovem calmamente seguiu para o saguão principal do octógono, amarrando sua faixa preta. Mas assim que o fez, ouviu uma voz lhe chamando:
— VIKTOR!
— She-sheng?!
Mais uma vez o felino alaranjado pulou contra o jovem humano, lhe abraçando com força. Ele, sorrindo, diz:
— Nossa, cara... Você vai lutar! Isso é muito irado!
— Si-sim... Eu estou bem animado e...
— Eu também estou animado com isso! Cara, eu vou te ver lutar outra vez! Estou muito animado! – Disse, ainda abraçando Viktor.
— Hehehe... Que bom, Sheng... Mas...
— Que foi, Vik? Hehehe!
— Você tem um abraço muito forte... Poderia me soltar? – Disse Viktor, quase sem ar.
— Opa, desculpa! Foi mal aí, cara! – Disse, o soltando.
— Não, tudo bem... O Noah está demorando um pouco.
— Ah sim... O Noah... – Disse Sheng, mostrando indiferença em sua voz.
— Que foi?
— Nada. Está tudo bem... Queria ser eu em lutar com você, só isso...
— Ah relaxa. Um dia desses a gente treina, tudo bem?
— Jura?! Cara, isso seria o máximo!
— Claro. Bem, vou para o octógono. Em breve o Noah está lá. Estranho que ainda não saiu do vestiário...
— Ok. Até e boa luta!
— Valeu!
E falando do Noah...
Vestiário do octógono.
Estava vazio. Com um ar levemente úmido e quente, um vapor era sentido no lugar. E aí fundo de um salão com azulejos e pisos brancos, lá estava Noah, somente vestido com uma toalha. Ele estava ajoelhado, com os olhos fechados. Mas o que ele estava fazendo? Bem, deixemos que será pensamentos digam:
— *Aquele último livro que eu li... e os ensinamentos passados pelo meu querido pai... O meu Feng Shui está aflorando aos poucos com essa minha nova arte marcial... Porém eu ainda não tive abertura do meu Chi. Eu sei, virá com o tempo, mas... Eu não quero perder para o Viktor. Ele tem um físico mais desenvolvido que o meu e essa luta eu sequer poderei usar qualquer habilidade especial... Mas isso não faz diferença agora, pois meu Chi não aflorou... E eu não tenho noção alguma de como fazer isso... Mas absolutamente eu não vou perder para o Viktor...*
Em contraponto com esse pensamento do albino, indo até o centro do octógono, onde Viktor se alongava e se aquecia, ele pensou:
— *Essa sensação... Essa gente toda me vendo aqui... Não... Não é como no torneio... É diferente. Eu não me sinto pressionado... É como uma aula... Hehe... Eu senti isso a muito tempo atrás, quando tinha meus oito anos... Dez anos depois e ainda sinto isso? Hehehe... Nostálgico... É uma sensação boa... Voltar a ser criança... Minha avó ainda era viva e... faziam só três anos que eu estava no karatê... Voltar a ser criança, viver na inocência da vida... É uma sensação boa... muito boa... Eu sei que não se volta atrás, mas eu sinto... É bom...*
Voltando ao vestiário...
Com Noah terminando sua meditação, eis que pressente alguém no lugar. Logo uma voz é ouvida por ele:
— Você definitivamente não deveria estar aqui, Noah. Não levou a sério meu aviso, não é?
Noah então se vira e vê Sheng o olhando, continuando a dizer:
— Eu no momento estou sentindo muita inveja, Noah Hibiki.
— Sheng, nós não temos nada pra conversar. Você já me disse o que queria. O que foi agora?
— Primeiro, que você acabe logo com isso. Vá logo para aquele octógono...
— Você veio até aqui para me apressar?
— Quanto mais rápido você terminar com isso, melhor. Já que quer mesmo ser destruído...
— Porque está falando isso?
— Porque você não tem noção do perigo e que Viktor é importante demais pra mim.
— Hm... Eu gostaria muito de perguntar o porquê, mas sei que nunca diria a mim...
— Você é um gênio, como o Viktor disse. Agora sei que não é só conversa...
— E a segunda coisa?
— Eu vou assistir você cair para o Viktor. E irei adorar vê-lo no chão...
— Já terminou com o choro? Ótimo... Você sabe onde fica a saída, Sheng.
— Irresponsável... Eu ainda te avisei o que teria hoje aqui e mesmo assim você teve a petulância de aparecer...
— Já havíamos conversado antes, Sheng. Você expôs sua raiva por mim e eu aceitei seus termos. Alongar essa conversa só vai te fazer ficar mais irritado com minha existência e, o pior, não vai ajudar a Ingris.
— Você é muito babaca, Noah! Eu tentei ser legal com você em consideração ao Viktor... Faça o que quiser então, seu idiota!
— Adeus, Sheng. Feche a porta quando sair.
— Dane-se, Noah Hibiki! Hoje você vai cair!
O felino alaranjado estava muito mais irritado que antes. Mesmo após a conversa, muito do seu sentimento negativo ainda circundam sua mente. Como Ingris, os acontecimentos do torneio T.O.R.M.E.N.T.A ainda perduram entre os membros ativos do Team Omna. Noah, olhando frente a um espero, diz:
— Ingris... Eu... Droga. Minha meditação de nada serviu...
E enquanto isso, mas arquibancadas...
Com Lilac e os outros olhando Viktor terminar seu aquecimento, a dragão logo disse:
— Hm... Cadê o Noah? Ele está demorando muito.
— Ih, Lilac... Será que o espírito do Red Mask incorporou o felpudin? – Disse Carol.
— Sua boba! Não é nada disso! Ele deve estar se preparando...
— Mas os dois foram juntos. Já deveriam estar lutando, não? – Comentou Milla.
— Verdade. O que será que está acontecendo?
— Bem, eu irei lá ver – Disse Asuka, se levantando – Isso pode atrasar as outras lutas...
— Ah boa, Asuka! Vai lá! – Disse Lilac, sinalizando positivo.
A felina grã mestra da Agência logo correu em direção ao vestiário do octógono. Como estava mesmo com pressa, logo chegou ao local, batendo a porta e dizendo:
— Aí, Noah... Está tudo bem aí?
Porém não obteve resposta. Pressentindo que algo poderia estar acontecendo, decidiu então entrar. Como o vapor ainda estava alto, era difícil visualizar em seu interior. Asuka então começou a ficar ainda mais preocupada, procurando por Noah com mais apreensão. Porém ela viu uma silhueta entre a fumaça úmida, dizendo?
— Noah? Nossa... Ainda bem. Já estava ficando preocupada e...
Sua pausa foi ocasionada por um detalhe bem considerável: Noah só vestia sua calça, estando com todo seu abdômen definido a mostra, o que fez com que a felina tivesse um pequeno sangramento no nariz e:
— AHHHHHHHHHHHH!
E no octógono, de forma automática, Arthemis diz:
— ASUKA-CHAN?! EU JÁ ESTOU INDO!
Imediatamente Arthemis se materializou dentro do vestiário, vendo sua amiga dizer a Noah:
— AHHH! Coloca... COLOCA SUA BLUSA LOGO, VAI... COLOCA!
E vai explicar o que aconteceu a Arthemis antes dela se armar com todos os canhões de plasma de seus braços? Ela, apontando e pronta a atirar, diz:
— EU VOU TE DESTRUIR, NOAH HIBIKI! HENTAI! EU VOU DEFENDER MINHA ASUKA-CHAN DE SUAS ATITUDES PERVERTIDAS!
— NÃO, ARTHEMIS! – Disse Asuka, abaixando os canhões de sua amiga – Não é nada disso!
— Asuka-chan, esse ero-albino estava despido e...
— Não... Dessa vez eu que fui a culpada.
— Hã?
— Eu que dei uma de “ero-grã mestra”, sabe? U///U”
— Eu... Eu não entendo... Dados inconclusivos. Asuka-chan, não é seu comportamento normal agir dessa forma.
— É, eu sei... É que eu fiquei preocupada com a demora dele e aí... Eu dei uma de “curious neko”. Gomen, hehe... UwO”
Com Noah retornando já vestido, ele diz:
— Olha, eu entendi tudo. Só foi um mal entendido. Eu devo ter demorado mais que deveria. Me desculpem.
— Nã-não... Eu que devo desculpas pra você! Gomen nasai! – Disse Asuka, abaixando sua cabeça.
— Não precisa fazer nada disso, Asuka. Está tudo bem. Acho melhor eu ir para o octógono...
— Tá... Vai... *Meu kami-sama... O que que eu vi aqui?! Esse albino aí... Ui!*
Com Arthemis levando Asuka para o lado de fora, enquanto Noah seguia para o centro do octógono, ela diz:
— Asuka-chan... Você está mesmo bem? Sua temperatura está alta demais. Recomendo um refrescante chá gelado de camomila.
— Não, Arthemis... Eu estou bem, mas obrigada.
— Asuka-chan!
— Vá... Precisa começar a luta deles.
— Entendido. Asuka-chan, tome algo refrescante enquanto observa a luta.
— Pode deixar.
Depois do conturbado atrasado, finalmente Noah se colocou a frente de Viktor, vestido com seu kimono, e Noah, usando seu traje de cor preta com uma linha branca em sua blusa. Com os dois em base de luta, Arthemis diz:
— Próxima exibição começará agora! Viktor e Noah... LUTEM!
Os dois, mesmo após o início da luta, não esboçaram iniciativa nas ações. Pareciam se respeitar, mas o sentimento dos dois não era muito claro. Noah estava em sua base do estilo Joon-sowen, com suas mãos abertas para baixo em casa lado de seu corpo, colocando-se de lado, e Viktor estava em sua base tradicional de karatê, com um dos punhos sobre seu dorso e o outro a frente de seu rosto, também estando de lado.
A resposta das arquibancadas foi imediata: começaram a reclamar da falta de combate. E isso foi sentido por Carol que, junta as garotas, diz:
— Ih... Qualé a desses dois? Isso aqui é uma luta e não um concurso de estátua. AÍ, CADÊ A LUTA?
— Carol! Tenha modos! É o Viktor e o Noah que estão lá! – Disse Lilac, irritada.
— Ah Lilac... Fala sério. Eles tão com medo de quê? De quebrar a unha? Que saco...
— O Viktorius e o Noah parecem estar com medo... Será? – Disse Milla, preocupada.
E nessa conversa Asuka somente se preservou, ficando calada e pensando:
— *Hm... Noah... Mostre algum serviço pelo menos... Ter medo de um stranger sem valor...*
Era uma impressão muito ruim que estavam tendo dos garotos. Vaias já estavam sendo ouvidas, mesmo que de forma tímida. Diante esse cenário, Noah pensou:
— *Isso não está certo... Porque eu estou esperando? Ele... O Viktor... Entre não é daqui, não entende nada de Feng Shui e poder de Chi... Eu tenho todas as vantagens aqui! Então...*
Numa mudança brusca de comportamento, Noah correu contra Viktor, que aguardou o ataque. Com um fortíssimo chute Noah tentou atingir o rosto do jovem humano, que conseguiu se defender com dificuldades. Viktor logo pensou:
— *Ele é muito rápido e forte! Como é que ele tinha dúvidas no próprio potencial?! Eu consegui defender mas já estou sentindo dor num único golpe...*
Viktor então tenta atingir Noah com um soco, mas a agilidade de Noah era muito maior, se esquivando facilmente. Aproveitando a brecha, o albino híbrido acertou dois chutes no rosto de Viktor, que acusou o golpe, cambaleando para o lado. A platéia vibrou, evidenciando a empolgação com os golpes do jovem. Noah estava com uma imensa vantagem sobre Viktor e ele sabia disso.
— *Eu sou muito mais rápido que o Viktor. Os golpes dele tem uma potência muito maior que a minha, mas ele não tem velocidade pra me atingir. Mas... Seria essa uma luta justa?*
Noah então recuou, enquanto Viktor tentava se recuperar. Olhando para o carateca, o albino diz:
— Você pode ser um mestre, Viktor. E eu respeito e recomeço muito isso. Você tem um conhecimento bem vasto de artes marciais, mas eu tenho total controle da situação.
Viktor, se voltando a Noah, diz:
— Você está certo. Sua velocidade é um problema pra mim... *Eu estou adorando essa sensação... Me lembro do primeiro dia que eu lutei... Foi assim mesmo...* Então, não tem outra alternativa. Hora de voltar às origens...
— O que?
Viktor então mudou de base, passando então a saltitar se colocando quase como a base de Noah, mas com suas mãos suspensas. Ele então diz:
— Estilo tradicional do karatê: Shotokan.
Shotokan é o estilo criado pelo “Pai do Karatê”, Gichin Funakoshi. Caracteriza-se por bases fortes e golpes no corpo inteiro. Os giros sobre o calcanhar em posição baixa dão fluidez ao deslocamento e todo o movimento começa com uma defesa. Quando a técnica de um soco é completamente dominada por quem pratica esta técnica de karatê, o seu poder é incrivelmente poderoso chegando a ser sobre-humano. O significado de Shotokan: “Shoto” era como Funakoshi assinava seus poemas, significando “pinheiros ondulados ao vento” e “kan” significa escola. Em outras palavras, este estilo de karatê é o mais importante porque é nele onde o jovem desenvolve todas as suas potencialidades dessa arte marcial. Tanto que sua técnica é usada em torneios por ser adaptável a qualquer casualidade.
Viktor em seguida foi a encontro de Noah, mas não o atacando. Se colocou a sua frente, saltitando. Noah, por seu poder de processamento de espaço ser de alto nível, logo analisou a situação:
— *Ele veio até mim, mas não me atacou... O que está querendo fazer? Hm...*
E Viktor logo adiantou como estava concentrado, dizendo uma palavra que já foi ouvida desde o torneio:
— DEAI!
— *Deai?! Foi a mesma coisa que ele disse antes de vencer o Sheng... Ele mudou... Está mais agressivo, mas... Eu ainda estou na vantagem...*
Noah então chutou contra Viktor em seu rosto, mas o jovem, num movimento arrojado e rápido, mesmo para seus padrões, saltou para um dos lados, e acertou um soco no rosto de Noah que, surpreso, recuou. Mas havia algo de diferente no golpe:
— *Ele me acertou... com um golpe rápido?! Não... Viktor não seria capaz de igualar velocidade comigo... Ele não tem Feng Shui... E ele me acertou mas... o golpe não teve poder algum, só encostou meu rosto e... ele nem continuou com uma sequência...*
E novamente Viktor se aproximou de Noah, e colocado a saltitar novamente ante o albino, causou ainda mais estranheza a ele:
— *Hm... Porque isso? Eu nunca o vi lutar assim. É como se sente estivesse se divertindo... Ele está bem solto, a vontade... Eu o coloquei contra a parede mas ele não parece ter se importado com isso...*
Noah então foi para o ataque novamente, colocando tudo de si no golpe: um chute poderoso, mirando uma das pernas de Viktor, que é atingido, o desequilibrando. Foi a oportunidade do jovem albino se aproximar e executar um forte soco em seu rosto. Mas, mesmo diante a situação, Viktor saltou para um dos lados, evitando o contato de Noah, executando um movimento com sua perna: um chute rápido atinge o rosto do albino híbrido, deslocando-o de leve. Imediatamente Noah recuou, se colocando em base de luta em seguida. E, mais uma vez, Viktor se colocou a saltitar a sua frente. Como as arquibancadas animadas com a exibição do jovem carateca, o que logo causou uma reação imediata de Noah:
— Viktor, o que está fazendo?
— Lutando, ora.
— Lutando?! Você em nenhum momento esteve perto de me ferir!
— Eu não quero te ferir.
— Estamos numa luta! Eu não vou levar para o pessoal, mas você lutando assim dá a impressão que não está levando a sério!
— Não, Noah... Estou levando muito a sério. Tanto que eu estou tentando chamar você...
— Me chamar? Como assim?
— Você está muito tenso com tudo isso. Relaxa, cara... Brinca também. Você não entendeu ainda?
— Entender o que?
— Volte as origens. Brinca comigo!
— O que? Mas do que você...
Noah precisou interromper suas palavras, pois uma voz falou em sua mente. Uma voz baixa e familiar...
— Vá brincar, Noah...
— Íris?! Mas...
— Não se lembra como treinávamos? Nós começamos devagar... Era mais uma brincadeira... E tivemos muitas...
— Sim, eu lembro...
— Ele está te chamando, Noah... Vá brincar... Como nos velhos tempos...
Foram somente alguns segundos, mas o suficiente para que Noah entendesse o que Viktor estava sentindo.
— *Ele desde o início estava lutando contra o tempo. A gente cresce e até esquece que num passado não muito distante tínhamos medo de tudo, não sabíamos de muita coisa e... Esse stranger chamado Viktor... Ele tem mesmo o direito de ser chamado de mestre...*
E Noah, se voltando novamente em base de luta, esboçou um sorriso franco em seu rosto, dizendo em seguida:
— Hehe... Vamos, Viktor!
— É isso aí!
Viktor vs Noah
Music: “Hello Hello Hello – ending” by Good Morning América
O tom da luta mudou. Mesmo no dia anterior o astral era diferente, o que mudou depois de Noah se colocar numa zona de conflitos internos. Mas no fim, como ele mesmo pôde perceber na atitude de Viktor, era que:
— *... nunca precisaria me preocupar. Viktor só queria lutar contra mim para fazer me sentir bem, em paz... Ele, com isso, só queria...*
Os pensamentos do jovem precisaram ser pausados por um instante, pois Viktor foi para cima dessa vez, com Noah defendendo seu soco. Imediatamente o albino respondeu o golpe com um chute no rosto de Viktor, mas só o encostando. Viktor então recuou mas, com um sorriso, percebeu que:
— *... ele entendeu. Hehe... Foi um ótimo golpe, Noah.*
“Eu vejo crianças a andar por aí...
Com mochilas nas costas com cores sem fim.
Se eu virasse criança de novo...
Que cor eu escolheria, para onde eu iria...”
A batalha comemos de vez, mas não no mal sentido. Os dois, que a alguns dias não se conheciam e pouco se consideravam, agora pareciam mais estreitos num laço que começou conforme o torneio T.O.R.M.E.N.T.A transcorreu. A luta seguiu a polvorosa, com Viktor e Noah trocando golpes habilidosos e arrojados. Viktor lutava com uma velocidade acima do que apresentara até então, surpreendendo Lilac, Carol, Milla... e até mesmo Lenzin, que acompanhava a luta a lateral do octógono.
— *Viktorius Ashem... Você é cheio de surpresas...*
E Sheng, que estava nas arquibancadas, também pensou:
— *Noah Hibiki... Você é um desgraçado sortudo... Grr...*
A platéia da arquibancada estava vislumbrada com a vivacidade da luta, pois os dois não paravam de demonstrar golpes estupendos, nunca exibição de gala. Era uma demonstração de chutes e socos certeiros e mortais, mais em nenhum momento parecia algo violento. Durante os poucos segundos que restavam de luta, o que se via era o poder da juventude mostrando a definição única das artes marciais: auto controle. Os dois estavam mostrando o exemplo a ser seguido por qualquer lutador.
“HELLO... Hello, hello...
Se quer saber quem sou, só o futuro me dirá!
HELLO... Hello, hello...
Se eu olhar pra trás será que posso me orgulhar?”
E nos pensamentos de Noah, ele completou sei raciocínio interrompido com o ataque de Viktor:
— *... ele queria me chamar de... amigo.*
A troca de ataques junto com movimentos de esquiva e defesa marcaram os últimos momentos da luta. Viktor e Noah, da forma que lutavam, conseguiram passar a emoção da peleja. Isso ficou ilustrado nas lágrimas de Lilac, que saíram de um de seus olhos. Ela, orgulhosa, pensou:
— *Eu vi esses dois crescerem enquanto a gente estava junto... Agora vejo mais do que nunca que estava certa: eles são especiais. E eu fiz parte disso tudo... Vocês são demais, garotos.*
Viktor e Noah, distantes um do outro, se fitaram e, correndo para um último golpe, mostravam determinação em seus olhares: era o último golpe. Enfim, ambos executaram uma voadora visando o dorso um do outro, mas era um movimento onde ambos não tinham intenção de atingir.
“Ao errar eu vou crescendo...
E mais forte eu vou ficar!
Pois o tempo vai passando...
Ouça a canção...
Eu tô aqui onde é o meu lugar!”
Com seus golpes formando uma cruz ao alto, terminaram a exibição em base de luta, com Arthemis dizendo:
— Time over!
Nem é preciso dizer que os agentes estavam mais do que satisfeitos com o que viram. Uma exibição que justificava o porquê de todos estarem alí e o motivo de existir o Fighting Challenger. Ao fim da luta, Noah foi até Viktor, dizendo:
— Cara, eu não tenho palavras pra expressar meus sentimentos a você...
— Relaxa, Noah. Cara, foi uma baita luta!
Lilac, Carol e Milla quebraram totalmente o protocolo indo junto aos dois, os abraçando. Na arquibancada, já com Arthemis lhe fazendo companhia, Asuka só observava o momento. Ela então diz:
— Hm... Isso é bonito de ver, Arthemis.
— Sim, Asuka-chan.
— Bem, let’s Go... It’s show time!
As duas então se retiraram da arquibancada, caminhando até a saída.
Enquanto isso...
Octógono.
Tomados ainda pela animação da luta, Lilac disse:
— Garotos, preciso dizer isso: VOCÊS FORAM MARAVILHOSOS!
— Pode crer! Na boa, tô até arrepiada! Que luta, cê loco... – Disse Carol, abraçando Viktor.
— Mas como foi boa essa luta! Queria também poder lutar... – Disse Milla, sorrindo.
E Noah, tomando a palavra, diz:
— Fazia tempo que eu não me sentia assim. É uma sensação muito boa... Devo muito a todos vocês.
— Não, Noah. Não nos deve nada. Todos nós somos amigos. Então vamos nos tornar mais fortes juntos – Disse Viktor, olhando para Noah.
Embora estivessem mesmo aproveitando o momento alegre e despojado, logo uma voz é ouvida pelo sistema de som da pequena porém tecnológica arena.
— E agora, em caráter excepcional... O desafio da Agência!
Todos os agentes, que já estavam de saída das arquibancadas, voltaram para será lugares. E a urgência disso foi visível pois muitos estavam usando seus tablets e comunicadores para comentar sobre o que estava acontecendo. Essa comoção contagiou Sheng:
— Hã? Desafio da Agência? Mas o que...
E até mesmo Lenzin!
— O que significa isso? Essa não seria a última luta?
Viktor percebeu a presença da bela panda guardiã. Ele, caminhando até ela, diz:
— Senhorita Lenzin, o que é isso?
— Eu desconheço esse anúncio, Viktorius Ashem. Também causou-me estranheza.
— Hã? Mas...
E eis que, do portal do vestiário que dava acesso ao octógono, estava Asuka. Ela, vestindo o traje casual da Agência, caminhou em direção a Lilac e os outros, dizendo ao microfone:
— Eu, a grã mestra da Agência, quero dar os parabéns a todos os que lutaram hoje. Artes marciais são importantes para o fortalecimento dia nossos corpos e nossa mente. Isso dignifica a todos, tornando-nos potencialmente “stronger”!
Ela, ao lado de Noah, diz:
— E eu, Asuka, a grã mestra, darei a honra a Noah Hibiki para que lute contra mim.