ANUON 9999

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    Capítulo 33

    Heaven: um projeto do governo

    Violência

    O que está acontecendo com Heaven?

    O momento era de espanto para Ethan. O jovem ficou alí, imóvel, segurando a pequena tigresa siberiana. Heaven logo desperta nervosa:

    — O QUE FOI, ANJO???

    — Sua ferida... Heaven, o que está acontecendo com vc?!

    — NÃO! Anjo, eu tentei esconder... Não queria que visse...

    — Mas Heaven, o que está acontecendo? Porque você escondeu isso do Maeti?

    — Eu não sei...

    Com a gritaria, Anuon acorda, os olhando. E Heaven, com medo, se afastou de Ethan que tentou se aproximar em seguida, dizendo:

    — Heaven , não precisa ter medo!

    — Não, anjo! Eu sou uma ameaça a você! Sei que tem medo de mim agora... Fique longe, estará seguro assim, eu sei...

    — Mas Heaven, eu quero ajudar. Não tenho medo de você.

    — Não, anjo... Fique aí! Eu sou uma coisa horrível para você...

    — Não diga isso, Heaven. Só quero ajudar. É normal as pessoas ficarem espantadas com coisas que elas não conhecem...

    — Melhor não. Não quero que fique perto de mim...

    — Ethan, o que está havendo? - Disse Anuon, preocupada.

    — Uma coisa estranha com Heaven.

    — Que coisa estranha?

    — Havia uma ferida abaixo de sua pata dianteira direita e estava saindo faíscas.

    — MAS COMO? Maeti teria visto...

    — Não sei e agora ela ficou assim, acuada.

    E logo todos, por causa da gritaria, batem a porta do quarto de Ethan, preocupados. Logo Kitsune, do lado de fora do quarto, diz:

    — Ethan, o que está havendo? Podemos entrar?

    — Sim, entrem por favor, mas devagar...

    — Caraca... Que que tu aprontou? - Disse Ryoga, abrindo a porta.

    — Entrem devagar...

    E se deparam com os três, Ethan e Anuon olhando para Heaven.

    — O que está havendo aqui? Porque a tigresa está deste jeito - Disse Kitsune.

    — Há algo de errado com ela e não quer que nós aproximemos - Disse Anuon, ainda mais preocupada.

    — Tinha uma ferida em sua pata que... - Tentou dizer Ethan, sendo interrompido.

    — Como ferida? Eu a curei totalmente! - Indagou Maeti, surpreso

    — Você estava cansado quando a curou, Maeti? - Perguntou Kitsune.

    — Não! Estava muito bem!

    — Gente, deixemos a conversa de lado e vamos ajudá-la, pois se está ferida deve estar sofrendo... - Disse Kaede, usando a razão.

    Mas Heaven não parecia estar disposta a se abrir com todos Drive o que de fato estava acontecendo, dizendo:

    — Não, não está doendo...

    — Pois bem, Heaven! Nos deixe ajudá-la - Insistiu Ethan.

    — Não, fiquem aí...

    Ryoga, olhando a situação, logo se colocou na frente de todos, dizendo:

    — Peraí, galera. Deixa comigo...

    — Ryoga, não é hora de brincadeira - Ethan não entendeu nada.

    — Sim! E nem momento! - Disse Kaede, irritada.

    — Galera, calma. Eu sei do que tô fazendo - Continuou Ryoga, se aproximando de Heaven.

    — Humano não... não chegue perto de mim... - Disse Heaven, com um pouco de medo.

    — Calma, Heaven. Só quero te examinar.

    Praticamente toda a sala repetiu a mesma frase ao mesmo tempo: 

    — EXAMINAR?

    — Ah essa gente chata... Meu tio é médico e me ensinou uns lances de medicina. Vai ser molezinha...

    — Ryoga, você fala sério? - Perguntou Kaede, incrédula.

    — Claro! Vou brincar com um troço desse?

    E finalmente consegue chegar perto de Heaven. Verifica o ferimento e fica surpreso com algo.

    — Galera... tem algo estranho mesmo!

    — O que? - Disse Ethan.

    — Bem, não quero bancar o doutor Dolittle mas...

    — Mas o que, humano? Diga logo... - Anuon estava impaciente.

    — Ela não está sangrando.

    — Tá, e o que mais? - Preocupou-se Ethan.

    — Digo, com toda certeza, de que...

    — Pare de fazer tanto suspense, Ryoga! - Kaede estava mais irritada.

    — ...ela não está sentindo dor.

    — Isso ela já nos disse, Ryoga - Maeti também não parecia satisfeito.

    — Disse?

    — Sim. Nem faz muito tempo.

    — Nem me lembro...

    — Ryoga, falou mesmo sério que entende de ferimentos? - Disse Ethan, já ficando irritado.

    — Claro, cara! Tô brincando não!

    — ENTÃO DEIXA DE SER LERDO E FAZ O DIAGNÓSTICO LOGO! - Gritou Kaede, quase batendo no jovem.

    — Calma, tia... Bate não...

    E verifica cuidadosamente desta vez. E constata algo que realmente é interessante. Pediu então para que todos ficarem quietos.

    — Por favor, atenção total em mim... 

    — Se for mais uma de suas palhaçadas... - Disse Ethan, ressabiado.

    — Calma, Ethan. Agora é sério.

    — Diga então, humano - Anuon estava também impaciente.

    — Se for mais uma das suas, eu prometo que te ensinarei o Maratsu-Kyoken da pior forma possível... - Kaede logo jogou a real.

    — Ih... Falando sério agora, descobri uma coisa muito sinistra...

    — Sinistra? Então eu sou uma coisa horrível! Fique longe de mim! - Heaven ainda estava insegura.

    — Peraí, Heaven. É modo de dizer.

    — Pois é bom escolher melhor suas palavras. Não vê que ela está muito assustada? - Ethan e preocupou novamente.

    — Sim, eu sei... me desculpe, Heaven... Bem, amigos... Antes de mais nada, aviso a vocês que Heaven não é nenhum tipo andróide nem nada. Ela é tão orgânica quanto nós.

    — Então como explica aquelas faíscas?

    — Bem, você notou que, além das faíscas, havia perto dela estas armaduras antigas?

    — E o que tem a ver as armaduras com Heaven? - Kitsune não entendia nada.

    — Simples: as armaduras não estavam deixando a ferida dela fechar.

    — O que?! Cara, explica melhor esta incoerência sua - Ethan estava ainda mais confuso.

    — tem certeza de que não está brincando, Ryoga? - Kaede ainda não levava fé.

    — Gente, a coisa é séria. O que está acontecendo com Heaven é algo ainda fora da compreensão de muitas pessoas.

    — Parece que sabe de algo que nós não sabemos... Estou certo? - Disse Maeti, já suspeitando.

    — Bem, Maeti, você deve saber que eu tenho os meus segredos, mais isso é coisa recente e duvido que faça idéia.

    As últimas palavras de Ryoga chamaram a atenção de Ethan que, confuso, diz:

    — De que estão falando?

    — Coisa de adultos, filho. Liga não.

    — Hã? Mas o que...

    — Deixa pra lá... Bem, já ouviram falar em nanotecnologia?

    — O que é isso, humano? - Perguntou Anuon.

    —Bem, foi uma revolução desenvolvida por engenheiros e pesquisadores de várias áreas e de todas as partes do mundo. Uma porrada de empresas investem milhões para seu pleno funcionamento.

    — Mas que... - Tentou indagar Ethan.

    — Ainda não terminei, Ethan. É meio matemático: a escala desta joça é atômica, fazendo-a ser quase imperceptível a olho nú. Para se ter uma idéia, um nanômetro equivale a um bilionésimo de metro. Ouçam só: no diâmetro de um fio de cabelo cabem, vejam só, cem mil desses nanômetros.

    — Mas o que tudo que disse tem a ver com Heaven? - Disse Kaede.

    — Escuta... com essas propriedades, a nanotecnologia pode fazer com que seja possível reorganizar as moléculas como quem faz uma casa. Acabam fazendo funções para elas determinadas.

    — E o que isso significa? - Ethan estava ainda mais confuso.

    — Significa que nossa amiguinha aqui é quase imortal.

    Todo o quarto veio abaixo depois do que o jovem disse:

    — MAS COMO?

    — Hehehe... desta vez eu arrebentei, não foi?

    — Deixe de ser convencido e fale logo o que há com Heaven de fato! - Kaede estava quase batendo em Ryoga.

    — Deixa eu curtir o momento. Bem, depois que Ethan me contou aquela história toda, tudo fez sentido. O governo que modificou Anuon e até Kitsune deve ter implantado em Heaven nano-robos, que agora fazem parte do organismo dela. Resumindo, Heaven deve estar protegida por qualquer tipo de doença. E até fraturas e queimaduras graves, pois estes nano-robos podem reconstituir novamente qualquer estrutura do corpo dela. Coisa fina este troço, sabia?

    — Mas então fizeram isso em Heaven? - Perguntou Ethan.

    — Sim... é o que parece.

    — Como sabe dessas coisas, Ryoga? - Disse Maeti, surpreso.

    — Meu tio me mostrou vídeos que ele recebeu de um congresso de medicina que ele foi. Meu tio fez pós graduação engenharia médica e desenvolve próteses mecânicas e ossos sintéticos para ajudar pessoas que perderam membros. No vídeo dizia que isso era um projeto do governo e era guardado a sete chaves. Só que no vídeo não dizia que tinham feito testes em animais. Só estou ligando isso ao que Ethan e Kaede me disseram sobre tudo.

    — Isso explica tudo. Realmente havia instalações naquele centro onde não se sabia o que era feito - Disse Anuon.

    — Ela teve muita sorte... - Indagou Kitsune.

    — Agora sei que aqueles miseráveis estavam dispostos a descobrir tudo as custas de vocês... - Disse Ethan, irritado.

    — Espere Ryoga... E as armaduras? - Perguntou Kitsune.

    — Ah, sim... Os nano-robos, assim como a moléculas trabalhadas na nanotecnologia, ficam instáveis quanto tocadas por moléculas de chumbo. De alguma forma, elas manifestaram alguma reação ao organismo de Heaven, que não pôde fechar a ferida. É melhor tirarem ela daqui. Nanos-robos são voláteis, então esse deve ser o único ponto fraco da Heaven.

    — Então venha, Heaven! Você não pode ficar aqui! - Disse Kaede, ajudando a tigresa.

    — Levem-la a meu quarto, pois lá não há armaduras! - Disse Kitsune, sugerindo.

    — Pode deixar, mãe. Eu a levo - Maeti ser prontificou.

    Logo após providenciarem meus acomodações parte a pequena tigresa, a calma voltou a todos. Foi uma noite um pouco conturbada e cheia de surpresas, principalmente por Ryoga. Desde quando Ryoga entendia tanto assim de medicina e ciência? Maeti ficou um pouco preocupado com esse detalhe, assim como sua mãe. Como já estava tarde, Kitsune diz:

    — Bem, acho que deveríamos dormir... E Ethan, não se preocupe com Heaven. Cuidarei bem dela.

    — Faça isso, Kitsune. Eu lhe agradeço muito.

    — Muito bem. Agora, todos para cama.

    E quando todos saem do quarto de Ethan, ele chama Ryoga, dizendo:

    — Ryoga, antes de ir tenho algo para te dizer...

    — Fala cara...

    —Obrigado  Você realmente me impressionou com seu conhecimeto.

    — Bolou, né? Hehehe... Cara, de nada 

    — Mas como sabe disso tudo?

    — Meu pai me influenciou  E eu gostei tanto que decidi saber mais  Lembra quando eu demorava pra sair da escola as vezes? por isso  Ia a biblioteca e.. 

    — Você é um CDF mesmo, haha!

    — Que isso, cara?! Sou um cara culto, ora essa.

    — Tá... hehehe... Acredito...

    E Ryoga se despede e segue para seu quarto em seguida, seguindo para o seu. Andando pelo lado contrário, com Maeti e Heaven, Kitsune diz:

    — Jovem notável o tal de Ryoga, não?

    — Sim. Não esperava tamanho conhecimento vindo dele. Será que...

    — Não... Isso é algo inato dele. Não tem a ver com o santuário...

    — Se a senhora diz...

    — Heaven, pode ficar nesta cama. Acho que não haverá problemas...

    — Obrigada, anjo! - Disse a tigresa, Dev forma gentil.

    — Anjo?

    — Desculpa.

    — Não precisase desculpar... Mas porque me chama de anjo?

    — Tanta atenção que me dá me deixa confusa... Seu nome é Kitsune, não é?

    — Sim... Mas porque me chamou de anjo?

    — Anjos são bondosos e... Você é bondosa.

    — Entendo. Mas eu seria gentil com você de qualquer forma.

    — Obrigada, Kitsune!

    E depois de se aprontarem, todos agora dormem. A noite seguiu tranquila.

    De manhã...

     Antes do café da manhã Ethan, junto a Anuon, já estavam prontos para ir embora, surpreendendo Kitsune. A raposa, que não estava entendendo o comportamento de seus visitantes, diz:

    — Mas o que significa isso? 

    — Infelizmente eu estou indo, Kitsune. Lembra que eu desisti do treinamento? Então não vou mais incomodar você, pois sigo as regras...

    — Acha mesmo que iria deixá-lo ir embora deste jeito? Não, Ethan. Você provou para mim algo além de ter participado do teste inicial. Há em sua pessoa um caráter incomum entre os seres. Você escolheu um bem maior que foi ajudar Heaven. Provou a mim que a vida ao próximo tem um valor maior que um simples treinamento. Você está aprovado.

    — Então isso quer dizer que...

    — Sim. Você será treinado por mim.

    — OBRIGADO, KITSUNE! DAREI EU MÁXIMO! Disse Ethan, pulando de alegria e dando um beijo no rosto de Kitsune.

    — Tudo bem, mas não precisava fazer isso... - Disse a raposa, envergonhada.

    — É o que digo a ele sempre quando é comigo... - Completou Anuon.

    — E prepare-se. Hoje mesmo começa a sessão de treinamento.

    — Sério?

    — Sim. É hora de lhe ensinar...

    Continua.


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