Um Novo Membro.

Era de tarde... o dia ainda estava claro, pois numa confeitaria estava uma exorcista, com o clássico uniforme preto e branco, num estilo de um, sobretudo, que deixava apenas um pouco das pernas de fora. Sua pele era morena e seus cabelos pretos, envoltos por reflexos loiros e presos num clássico penteado Lolita. Nas costas estava pendurada uma imensa lança japonesa. Estava sentada no balcão, enquanto saboreava um belo e imenso pedaço de brigadeirão.

- Diga-me, minha jovem, você é uma exorcista não é? - perguntou o atendente.

- Pode se dizer que sim! - Stephanie levara um pedaço do doce a boca.

- Muitos exorcistas aparecem por Paris, mas quase nenhum deles param aqui.

Stephanie Ryman... era esse o nome na qual se chamava a exorcista.. A garota olha de canto do olho, vendo uma pessoa entrar... nada estava estranho até agora. Mas Stephanie estava com a impressão de que tinha alguma coisa errada, olhando em volta do local procurando algo suspeito. Uma coisa rápida avançara em sua direção, pretendendo atacar-lhe pelas costas. Num rápido movimento, a morena saltou pra trás, desviando do ataque de um cara que estava com um bastão e que se revelara um akuma.

- Inocence... Ativar... Sparta.

A ponta da lança Sparta curvou e aumentou de tamanho. Stephanie avançou pra cima do akuma o cortando em dois, que não agüentou e se explodiu. Mesmo a garota tendo cuidado daquele akuma, todas as pessoas daquele lugar, fora o atendente, se transformaram em akumas, cercando a jovem.

- Eita. - Stephanie se preparou pra lutar.

Os akumas avançaram pra cima de Stephanie, que desviou pro lado evitando os ataques deles. A garota defendeu-se com a lança, empurrando um dos akumas para trás, chutando-lhe a mesa. Depois o atacou cortando-lhe em pedaços. Um deles tentou pegá-la com a guarda baixa, mas a morena deu um impulso com a sua lança, o cortando, desviando dos ataques e os destruindo com Spear Bloody. O atendente, que estava escondido atrás do balcão, levantou-se aos poucos quando percebera que não havia mais sinais de batalha, mas o lugar estava todo destruído.

-Valeu pela comida. - a lança de Stephanie volta ao normal. - O dinheiro aí também deve pagar pelo estrago.

A garota coloca o dinheiro em cima do balcão e vai-se embora.

- Espere! - pediu o atendente.

- Sim?

O rapaz joga um pedaço grande e belo de bolo embrulhado em papel alumínio para a garota.

- Apenas um pequeno agradecimento por ter me salvado daquele akuma! - sorriu o homem. - Agora, aonde pretende ir senhorita?

- Eu apenas preciso relatar essa missão... Tchau...

Um mês antes... (Flashback on)

Yu Kanda estava sentado numa sala, e sozinho como sempre, com seu clássico cabelo preso num rabo de cavalo alto. Usava uma camisa cóton azul, mostrando seu peito definido e uma calça preta. O rapaz estava meditando... ou pelo menos tentando.

- Kanda! - Reever o chamou. - Kanda... KANDA TÁ SURDO???

- Só desse ouvido. - Kanda coçou o ouvido. - O que você quer?

- Eu não, mas sim o Komui, ele quer falar com você.

Kanda se levantou e pôs seu sobretudo, enquanto se dirigia até a sala do Komui, que como sempre o pegaram dormindo.

- Supervisor. - Reever o balançava. - Supervisor... A Lenalee está se casando.

- LENALEEEEEEEEE...

- Tsc... tinha que ser o Komui. - Kanda coçou o outro ouvido. - Agora sim que eu não ouço mais nada.

Não era apenas Kanda que estava ali, mas Lenalee, uma garota de cabelos curtos, verdes, que usava roupas brancas chinesas. Também juntamente com Allen Walker, um garoto com traços britânicos, que usava um terno e possuia cabelos brancos; e Lavi, um ruivo que usava uma bandana, um tapa olho e roupas comuns, como uma camisa azul e calça bege; e Miranda Lotto, uma mulher alemã de cabelos presos num baixo rabo de cavalo e vestido longo preto. Para chamarem os cinco deveria ser algo muito sério.

- Onde está meu irmão Reever? - perguntou Lenalee.

- Ele está terminando um projeto dele, pediu para aguardarem.

- Vindo do Komui é melhor corrermos e salvarmos nossas vidas. - resmungou Lavi.

- Eu escutei tudo, senhor Lavi. - disse Komui, saindo do que parecia ser uma passagem secreta.

- Desde quando tem isso aí? - perguntou Reever, assustado.

- Todo gênio precisa de um espaço livre. - respondeu Komui.

- Einstein tinha um espaço livre, e veja o que aconteceu... Lavi, a idéia de dar no pé ainda está disponível.

- Engraçadinho você... Eu chamei vocês aqui para verem minha nova criação. Finalmente consegui, durante anos de...

- Anos porra nenhuma. - resmungou Kanda. - Só passou um mês, sabe matemática não?

- Isso explica aquela prova zuada de cálculos. - falou Allen. -Tirei zero.

- Por que você é burro, Moyashi.

- Bakanda...

- Chega, agora façam o favor de prestarem atenção...

Fumaça sai da sala secreta e a trilha sonora de jornada nas estrelas começa a tocar.

- Precisa tudo isso? - Kanda falou, entediado.

- Cheirinho de queimado...

- Meu café tá queimando lá dentro!

Komui correu pra dentro da sala secreta, o som que tocava a "trilha" de jornada nas estrelas foi desligado... Empurrada para fora da passagem secreta, surgiu Stephanie, que se segurou para não cair, apesar do empurrão forte do Komui.

- O que significa isso? - perguntou Reever, desconfiado.

- A minha última criação. - Komui saiu da sala. - Komurex 25, uma exorcista perfeita, que sincronizou com a inocence que Lenalee e Allen acharam em Viena, e tendo como arma uma lança produzida especialmente para ela, pelo nosso ferreiro Zhu-chan...

- Foi pra isso que você quis a inocence irmão? - suspirou Lenalee. - Não vejo necessidades de usar essa... Esse.... errr...

- Robô? - comentou Reever.

- Isso. E aposto que todos aqui concordarão com o que eu falo. O que você diz disso Lavi?

- S-STRIKE.

- Vejo que o Lavi concordou. - riu Allen. - Acho que não custa nada tentar, ela tem cara de ser boa em combate.

- Tsc... já é a vigésima quinta experiência do Komui. - Interveio Kanda. - Quem sabe os defeitos que essa aí pode ter? E isso pode nos prejudicar nas missões.

- Ah, acho que não custa nada tentar. - disse Miranda. - Espera Reever, deixa que eu te ajudo com essas caixas...

Miranda pegou uma caixa tentando ajudar Reever a descarregar os papeis da sala de Komui. O assunto ali estava encerrado... Mas a robô seria usada numa missão ou seria desativada?... Miranda, desastrada como sempre, tropeçou derrubando a caixa, e os papéis foram lançados pro alto. Num rápido movimento, a robô segurou a alemã. Antes de se estabacar no chão, chutou a caixa em que estavam os papéis, a segurou com a outra mão, conseguindo colocar todos os papéis de volta na caixa antes deles cairem.

- Uou. - Lavi arregalou os olhos.

- B-Brigada. - disse Miranda, aliviada.

- Sua criação não deu certo mesmo Kanda? - Komui debochava.

- Tsc.

- Devemos dar uma chance a ela. - disse Lavi. - Com a velocidade, é fácil para ela derrotar os akumas... Ela come, Komui? Ou bebe?

- Chocolate... Pode comer qualquer doce desde que envolva chocolate.

- Se vai usar essa lata velha, pelo menos mude o nome. - disse Lenalee, aborrecida, e cruzando os braços.

-Vai pra puta que pariu. - disse a robô, dando dedo pra Lenalee.

- Que abusada!

- Precisamos de um nome pra ela. - Allen tentava pensar. - Ayumi? Sakura...? Yumiko...

- Sakura é um nome muito comum. - disse Lavi. - O que você acha de Yu?

- Tsc.

- Não, esse nome não ficaria bom nela.

- Ninguém merece, eu não ouvi isso. - resmungou Kanda. - Se querem mesmo uma opnião, tente nomes que não sejam japônes.

- Íris? Shaniqua.

- Shaniqua? Nem pensar. - disse Miranda, assustada.

- Stephanie.

- O que disse Kanda?

- Stephanie ficaria bom nela. - suspirou Kanda. - Não é um nome feio, e acaba de vez com essa palhaçada.

- Taí, gostei. - disse Lavi. - Stephanie... Komui, quando a Stephanie poderá sair na missão?

- Resolvi deixar ela ir para a próxima missão sozinha. - respondeu Komui. - Se ela demonstar confiança, a próxima eu deixo ela acompanhar vocês.

- Fique longe de mim ouviu?

Stephanie pegou o pulso de Lenalee e a jogou no chão, lançando um olhar frio de cima.

- Não faço nem questão. - disse Stephanie.

- Me lembre de dar um jeito no mecanismo de força dela. - disse Komui, levantando Lenalee. - Força assim pode ser perigosa.

- Você acha irmão?

Flashback off.

Voltando a Stephanie....

O golem da garota estava conectado ao telefone e informando a Ordem sobre a batalha contra os akumas...

- Sem o Allen é difícil saber quem são os akumas. - lamentou Stephanie.

- Os akumas aumentaram muito nesse lugar! - comentou Komui. - Mandamos o Kanda para te ajudar nessa missão. O objetivo dele é o mesmo que o seu...

- Encontrar o sinal de inocence que foi localizado nessa área, sei.

- Fique atenta, não faça nada precipitado, espere o Kanda para seguirem juntos essa missão.

- Está bem, logo estarei lá. - a garota desliga o telefone, desconectando seu golem. - Mas o Komui não disse nada se surgir um akuma eu arrebentar ele de porrada.

Stephanie passou a noite em uma pousada, estaria certa de que Kanda chegaria no dia seguinte.

- Temos um quarto disponível. - disse a recepcionista. - Está com sorte, as pousadas andam lotadas por causa do desfile de moda de toda coleção de inverno...

A garota se preparou pra jantar, mas não se esperava muita coisa na refeição, apenas um mingau de chocolate e algumas bolachas.

- Desculpe não poder fazer muito! - a recepcionista abaixou a cabeça. - Estou trabalhando sozinha, e não temos muita coisa. Perdão, eu não me apresentei, meu nome é Diana.

- Está tudo bem. - Stephanie levou uma colherada do mingau a boca. - Sobre esse desfile de inverno... como é isso? É a primeira vez que verei um.

Diana coloca um jornal em cima da mesa, com a foto de uma mulher de cabelos loiros caindo-lhes por debaixo de um chapéu preto, e que combinava com a roupa vermelha. Em cima da foto estava escrito ?Madame Chautebriand lança a mais nova coleção de inverno.?

- Pessoas importantes de todo o mundo se reúnem para ver a coleção de Madame Chautebriand... Dizem que quando outros estilistas vêem os modelos de suas coleções, nunca mais voltam a criar.

- Sério? Isso é ridículo.

- Dizem que não podem se comparar a grandeza, pelo menos é isso que dizem em entrevistas.

Depois do jantar, a morena estava em seu quarto, deitada e pensativa, enquanto olhava pro teto. A Sparta estava ao lado, e seu uniforme da ordem dobrado em cima da cama.

- Por que? - sussurrou Stephanie. - Por que sinto que tem alguma coisa errada? - a garota olhou para o lado. - Desfile de inverno, hein? Onde será que está Kanda?

Enquanto que no trem, Kanda estava sentado esperando por sua chegada a Paris, apenas olhando pela janela a paisagem iluminada pela luz da lua.

- Paris hum? - resmungou Kanda. - Só mesmo a Stephanie.

Um vulto passou pela janela do quarto de Stephanie, que acordou rapidamente. Teve a impressão de ouvir um barulho, os pêlos de seu braço estavam arrepiados.

- O que foi isso? - Stephanie abriu a janela.

A garota pôs seu uniforme e pulou a janela, já armada com Sparta a morena seguia a pessoa cautelosamente, tomando cuidado para não ser vista ou ouvida. A pessoa se dirigiu ao que parecia ser um bar; as luzes estavam acesas, então devia estar aberto... A tal pessoa olhou para os lados vendo se tinha alguém lhe observando. Mas, Stephanie conseguiu ver o rosto.

- Diana? - resmungou a morena, assustada.

Esperando Diana entrar no bar, Stephanie saiu do esconderijo em caminho ao local, para tentar desvendar o que estava acontecendo.

Continua...