The Last A: O Último Anis

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    Capítulo 5

    "Prazer em conhecer" não é uma opção

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Jason não irá gostar de quem vai conhecer hoje.

    Jason estava mesmo disposto a golpear o canino, que nada fazia a não ser observar seu movimento ofensivo. Ele, então, indaga:

    — Muito bom, você não teme a morte. Você é tolo, mas não é um covarde... Sua morte é iminente, mas não a encontrará hoje...

    E um imenso clarão emana do canino, iluminando todo o quarto, cegando totalmente Jason que, surpreso, protege seus olhos:

    — Mas o que está acontecendo? Essa luz...

    E de forma inesperada, Jason acorda em sua cama, com um grito:

    — O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

    Imediatamente sua tia e prima aparecem em seu quarto, todas assustadas. Iamiko diz:

    — Tá maluco, seu demente? O que houve?

    Jason olhava atônito, tentando raciocinar o que de fato havia ocorrido. Com uma das mãos tapando sua boca, pensa:

    — *Então... foi um pesadelo... ou não. Se eu insistir que não foi um pesadelo na certa vão falar que estou com algum problema e irão se preocupar e com certeza terei de voltar ao hospital... Bem, então vamos...*

    Ele, tentando disfarçar, diz:

    — Eh... Bem... tive um pesadelo horrível. Pensei que meu quarto estava sendo atacado por raios e tal... Mas agora estou bem, não se preocupem. E desculpem por isso.

    Sua tia, já mais aliviada, diz:

    — Ufa. Ainda bem. As vezes acontece mesmo...

    — Mas mãe, esse demente tá agindo estranho. Melhor levar ele ao médico.

    — Calma, Iamiko. Esse tipo de coisa costuma acontecer. Jason está se adaptando ainda...

    Com Jason sentado a cama, as duas deixam seu quarto. O jovem, reflexivo, pensa:

    — *Fato... Aquilo não foi um pesadelo...*

    Mais tarde...

    Colégio de Aplicação de Yutsuka – 12:00 am

    Durante o intervalo, Jason caminhava em direção ao ginásio. Estava ocorrendo um jogo amistoso entre a equipe de basquete de Yutsuka contra a equipe de uma cidade vizinha. Logo o jovem encontra Kazu, que estava sentado em uma das cadeiras da arquibancada no ginásio. Ele se aproxima e se senta ao lado do rapaz.

    — Olá Kazu.

    — E aí, tudo bem?

    — Mais ou menos...

    — O que houve?

    — Kazu, a quanto tempo você se mudou para esta cidade?

    — Hum... Fazem uns três anos, porque?

    — Tenho algumas perguntas a fazer.

    — E quais seriam?

    — Soube que aconteceu certas coisas na floresta. O que sabe sobre?

    — Bem, dizem que houve um tipo de virose por lá... mas faz tempo.

    — Isso tem a ver com o que aconteceu a Hakiro?

    — Não... bem, soube somente que ele sofreu um acidente. Ele estava machucado quando o encontraram.

    — Então ele lutou.

    — Hã? Como disse?

    — Esqueça. Ele sofreu algum ferimento que chamou a atenção?

    — Hã? Como assim?

    — Algum ferimento gerado por raios, luz, sei lá...

    — Não sei de nada disso, mas porque você está me perguntando isso?

    — Por nada... Estou somente investigando.

    — Investigando o que?

    — Desconfio que Hakiro foi atacado por alguém... ou alguma coisa.

    — O que? Mas... como assim? E porque pensa isso? Já investigaram até, não houve nada disso. Pelo que soube, a polícia investigou por mais de um mês.

    — Podem estar errados...

    — Pega leve com nisso, Jason. Seu amigo está bem.

    — Eu não aceito a condição dele. Ele merecia mais, muito mais nessa vida. Eu vou investigar. Tem coisas muitos estranhas acontecendo por aqui.

    — Mas porquê quer tanto investigar? E que coisas são essas?

    — Hakiro é um cara forte. Nós não treinávamos só basquete. Também éramos bons alunos de karatê. E ele lutava melhor do que eu. Eu sei que ele tinha parado de treinar, porque se empenhou mais no basquete, mas...

    — Mas?

    — O que não encaixa é porque ele foi encontrado na floresta. E como ele perdeu a memória? Como uma virose poderia causar isso?

    — Eu não sei. Mas acho melhor você pegar leve, cara. Investigaram sobre tudo e pouco descobriram.

    — Ainda assim, eu vou investigar.

    — Bem, mudando de assunto... Lembra da Shizuka?

    — Quem?

    — Aquela garota que você esbarrou na cant...

    — Ah sim, Sei. O que tem?

    — O irmão dela ficou sabendo o que aconteceu.

    — E daí?

    Kazu, mudando completamente seu semblante, diz:

    — Fique longe dele.

    — Porque?

    — Para evitar problemas.

    — Você acha que eu sou de fugir de problemas? Não me conhece direito, Kazu.

    — Falo sério. Não se meta com ele. Peça novamente desculpas e o esqueça.

    — E porque eu deveria pedir desculpas novamente? Eu me desculpei com a irmã dele, então já fiz minha parte.

    — Você não entende. Somente peça desculpas e tudo vai ficar bem.

    — Tô pouco me importando com isso. Nem conheço o mané e já acho ele um "péla saco"...

    E surpeendendo Kazu, duas mãos aparecem sobre os ombros de Jason, que fica sem ação. Jason se vira rapidamente a fim de olhar quem era. Com um sorriso suspeito no rosto, era um jovem com cabelo longos de cor azul, com olhos da mesma cor e com estatura alta, trajando o uniforme escolar como os demais. Jason de forma violenta, retira as mãos de sobre seus ombros e diz:

    — Tu deve estar me estranhando, né cara? Não pertenço a essa turma, tá sabendo? Nada contra, mas comigo você não vai conseguir nada.

    O rapaz, ainda com as mãos suspensas, diz:

    — Então você é o Jason. Esperava alguém mais educado.

    — Vá a m*rda com isso! Tu vir assim do nada é ser educado? E como me conhece?

    Kazu ainda estava atônito, fora de si. Observava a conversa dos dois daquela mesma forma. O rapaz de cabelos azuis diz:

    — Muito bem Kazu... Diga a ele quem sou, e eu sei que você quer fazer isso.

    Jason, ficando ainda mais irritado, diz:

    — Deixa o Kazu fora disso. O lance aqui é entre eu e você!

    Kazu, com o semblante mais baixo, segura no braço de Jason e diz:

    — Jason, ele é Kuon. Ele é o irmão de Shizuka. E pare de agir assim, por favor.

    — Ah então esse é aquele que você disse que era problema, é?

    Kuon, olhando para Kazu, diz:

    — Problema? Kazu e sua mania de querer ajudar a todos. Pelo visto Jason não vai te dar ouvidos, Infelizmente.

    Jason estava ainda mais irritado. Era possível ver isso em seus olhos.

    — Qual é a sua, cara? Já estou de saco cheio desse seu jeito de falar, sabia?

    — Prazer em conhecê-lo. Me chamo Kuon.

    — Mas pode ter certeza que eu não digo o mesmo. 

    Kazu, mostrando estar irritado com as palavras de Jason, diz:

    — JASON, PARE DE AGIR ASSIM!

    Kuon, mostrando a mesma calma de antes, diz:

    — Quer que eu conte como seu amigo ficou daquela forma?

    Jason se surpreende ao ouvir o que Kuon disse.

    — Como é, cara? Você sabe?

    — Sei sim...

    — Beleza, então. Tem minha atenção agora. Fale.

    Kuon, demonstrando ironia em seu rosto e na forma de falar, diz:

    — Ele não passava de um curioso que não soube se segurar. Nós avisamos para que não entrasse naquela floresta, mas ele sempre foi cabeça dura.

    — COMO É QUE TU FALA ASSIM DO HAKIRO NA MINHA CARA DESSA FORMA, SEU DESGRAÇADO?

    — Só estou falando a verdade. Ele surtou, deixou a quadra, o time, seus amigos e do nada foi para aquela floresta de noite. Ninguém aqui sabe o que aconteceu por lá, mas seu amigo foi um idiota em ter feito isso.

    — CALA A BOCA, P**RA!

    Jason, ao ouvir as palavras de Kuon, estava quase explodindo de tanta raiva que sentia. Ele iria partir para cima de Kuon, mas Kazu o impede e o segura. Jason diz:

    — Kazu, me largue. Eu vou esfolar esse desgraçado!

    — Pare com isso, Jason. Não faça nada que vá ser arrepender depois.

    — Ele que vai ser arrepender por ter falado assim do Hakiro!

    Kuon continuava dizendo:

    — Seu amigo foi o principal culpado. Nós avisamos... Ele foi naquela floresta sozinho e... simplesmente surtou. Ficou batendo a cabeça contra uma árvore e depois se jogou em um buraco.

    Jason estava transtornado. Kazu mal conseguia segurá-lo:

    — Jason, controle-se! Todos estão olhando pra nós!

    — MENTIRA! HAKIRO NUNCA FARIA ISSO! ALGUNS COISA ACONTECEU ALÉM DISSO!

    Kuon termina seu relato:

    — Eu estava lá. Eu vi seu amigo surtar, do nada. A polícia investigou. Seu amigo foi mais uma vítima da Virose Maldita. Aquela área estava isolada de noite e ele a invadiu, mesmo sabendo disso. Seu amigo foi imprudente e pagou caro por isso. Aceite esse fato.

    Jason, refletindo com o pouco de consciência que tinha no momento, pergunta a Kazu:

    — É verdade, Kazu?

    — Sim. Queria poupá-lo disso.

    — Deveria ter me contado.

    — Isso não importa mais. Mas mesmo assim peço desculpas.

    Kazu, percebendo que Jason estava mais calmo, o solta. Kuon, se aproximando do rapaz, diz:

    — Sinto muito pelo seu amigo.

    — Eu não quero falar com você...

    — Mas eu quero... Eu ainda não terminei.

    — Não me importo.

    — Não se importa... Hum... Sua educação é um exemplo, sabia?

    — Vá a m*rda!

    Kuon se aproxima lentamente de Jason e, fitando-o nos olhos, diz, com uma voz ameaçadora:

    — Seu comportamento não poderia ser mais insuportável,  mas irei relevar pela minha irmã. Ela me disse o que você fez e eu vim agradecê-lo pelo que fez. Mas creio que não deva fazer isso, principalmente depois desse seu comportamento. Você é um problema, e eu odeio problemas...

    Kuon fitava Jason de forma ameaçadora. Tanto que até mesmo Kazu temia, pensando pelo pior.

    — *Droga... Primeiro a Shizuka e agora Kuon... Essa situação não é adequada, preciso mesmo fazer alguma coisa pra evitar o pior.*

    Jason, naquele momento, sentia-se como daquela última vez com a irmã de Kuon.

    — *Essa sensação outra vez... Ele está falando sério... Eu... Eu não sei o que dizer... Eu não... Essa sensação... Me incomoda...*

    Kuon continuava, já com um semblante ainda mais ameaçador que sua voz:

    — Quero que fique longe dela. Para sempre.

    Kazu, mostrando desespero em seu olhar, só observava os dois. E Kuon, mostrando ainda mais seriedade em suas palavras, conclui:

    — E fique longe dos meus amigos. Melhor, quero que fique longe de tudo que me envolva. Caso desobedeça, você vai lamentar muito com o que vai acontecer com você, humano...

    Continua.


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