Vislumbrando a Alma, Aya a Renegada da Luz...?

- O que é isso? ? ele disse olhando para mim.

- Ele não é meigo? ? Sora dissera dando um leve soco em Usui, que caiu no chão e gemeu. ? Essa é a Aya-chan, Ito.

- Acertou meu nome... Agora posso morrer em paz... ? ele gemeu, e pude jurar que vi a alma dele saindo e voltando do corpo.

- Ignore que ele para. ? ela disse. ? Aya, nós estamos indo ao campo de renegados.

- Campo de renegados? ? perguntei.

- Alguns renegados que conseguiram escapar fundaram um esconderijo, para que os magos celestiais nãos os encontrassem, e até hoje vários renegados vão para lá. ? Ela sorriu, e com aquilo pude perceber que aquele lugar, deveria ser o lar dela.

- Opa, essa é nova? ? Duas mãos seguraram minha cintura por traz, e quando percebi, já estava fora da nuvem. ? Quem é você? ? uma voz de garoto falava.

- Lincon, deixa de ser tarado e larga ela... ? Light disse devagar.

- Bom você que sabe... Se eu largar ela vai cair no chão e morrer. ? ele falou com simplicidade. ? Parece divertido né? ? ele perguntou olhando para mim.

Claro, supermágico, cair no chão e morrer, meu sonho de infância. Sussurrei para que ele continuasse me segurando. Ele sorriu, e vi que tinha cabelos negros bem lisos, e olhos azuis. Sua expressão era calma, e agora fitava Sora. Que também o olhava, eles ficaram se fitando por quinze segundos até Ito perder a paciência.

- Que saco... Se declare logo para ela... Esse negocio de ficar se encarando é tão chato... ? Ele disse.

- Não me faça enterrar sua cara no chão... De novo. ? Sora disse para ele, mas, vi que ela estava levemente corada, assim como Lincon.

- De qualquer forma, vamos logo. ? Lincon disse, ??pousando?? no chão. ? Ali, já da para ver o campo!

Era verdade. A uns dez metros à frente, dava para ver uma casa enorme, de três andares, na verdade, parecia mais um castelo. Havia crianças de 9 a 14 anos do lado de fora, alguns acenavam, outros apontavam, e aqueles realmente legais batiam na bunda e saiam correndo. Os portões eram de madeira, mas, num tom branco e brilhante. As paredes eram cinza, como as de um castelo, e se encaixavam harmoniosamente com aquele branco, tornando o lugar bonito.

- Yosuke-kun! Eles voltaram com um... Um polvo! É azul, e, e... Ha é um polvo mesmo! ? Ouvi alguém gritar entrando no castelo.

Polvo? Já me sinto em casa, mal acabo de chegar e já ganho um lindo apelido, só falta me tacarem balões de água que fica perfeito.

- Eu avisei que eles estavam vindo... Por que essa surpresa toda...? E não é um polvo, eu acho. ? Yosuke disse, e quando olhei, ele estava em cima de uma árvore a alguns metros de nós. ? Bom, de qualquer forma, levem-na para ela, e vamos ver o que tem escondido por trás dessa sua cara de inocente. ? ele disse olhando diretamente para mim, e vi o esboço de um sorriso em seu rosto.

- Sim, obviamente eu sei quem é ??ela??, alias, lindo nome esse, né? ? eu disse.

- ??Ela??, na verdade se chama Chiharu. É uma criança que mora aqui, que é capaz de enxergar a alma das pessoas. Então, se você for... Um coelho psicopata assassino devorador de carneiros ela vai saber. ? Explicou Raito.

- ??Coelho psicopata assassino devorador de carneiros??? ? Perguntei.

- Hã... Fingir que eu não disse nada seria bom.

- Disse o que?

- Obrigada.

- Você quer mesmo ficar discutindo as idiotices que ele fala? Porque, eu tenho experiência e, isso vai demorar. Sério. ? Sora provocou.

Fomos andando até entrarmos no ??castelo??, passamos por algumas portas e corredores até chegarmos numa porta onde havia uma nuvem pintada, com o número 12. Lincon bateu na porta.

- Haru-chan? ? ele chamou. ? Precisamos falar com você.

- Qual é a senha? ? Uma voz de criança falou.

-Bibinha?

- Podem entrar. ?Ela disse entre risos.

Lincon abriu a porta. Uma garotinha aproximadamente da minha altura estava deitada numa cama de casal. Ela usava uma blusa branca e folgada nela, que mais lhe parecia um vestido. Seus cabelos eram longos e castanhos, bem escuros, da cor do chocolate. Já seus olhos eram castanho claro, e seus lábios, já tinham um tom natural de rosa, assim como suas bochechas. Sua pele era clara e meio pálida, mas, sua cara era travessa e alegre, como se já esperasse por nós há algum tempo. Caramba... Me enxerguei nessa menina.

- Querem que eu olhe a alma dela? ? Chiharu perguntara sorrindo.

- Me dê a sua mão. ? ela disse para mim, enquanto delicadamente me derrubava no chão, segurado minha mão, claro.

Por alguns segundos ela simplesmente ficou de olhos fechados, segurando minha mão firmemente. Foi meio sinistro, mas, vá lá.

-Entendo. ? Ela disse por fim, abrindo os olhos e soltando a minha mão. ? Você, não teve um passado muito agradável. Acontece, que pelo que eu entendi você abandonou alguém. Eu sei qual é a sua maldição. Kinoshita Aya, renegada da luz. ? Ela disse.

Renegada da luz? No mesmo momento em que ouvi aquelas palavras, meu coração ficou acelerado, e eu desmaiei, ouvindo uma única voz em minha cabeça, calma e gentil. ?? Não se preocupe comigo Aya, eu... Eu vou ficar... Bem...??.