Altas aventuras em Tóquio

  • Bergovi
  • Capitulos 24
  • Gêneros Aventura

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 24

    O baile de gala

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Ola, pessoal!

    Quanto tempo!!!

    Vamos terminar essa fic longa? Pois é, tá na hora de retomar.

    Boa leitura!

    As primeiras nuances do anoitecer pairavam sobre o céu. Jenny olhava pela grande janela do quarto em que se encontrava e se preparava mentalmente para aquela noite. Seus pensamentos estavam concentrados em várias imagens de tudo que tinha passado nesses últimos 3 dias em Tóquio. No entanto, as únicas que se firmavam e permaneciam eram de um certo japonês de poucos amigos.

    A todo custo tentava controlar a respiração enquanto se lembrava de como ele a segurou pela cintura quando ensaiavam uma dança. Andava de um lado para o outro, ajeitando o corpo e relaxando os ombros se lembrando daqueles olhos penetrantes quando davam uma ordem ou mesmo de quando se deslizava para se sentar sem fazer o mínimo de barulho.

    Já fazia uma hora que praticava o jeito de andar. Também praticou um jeito para se sentar tentando parecer o mais natural possível. Treinava também a mania de querer falar toda hora. Reconhecia que era falante. Mas para hoje, ela queria alcançar um objetivo.

    Queria ser a dama de companhia ao nível de Kuchiki Byakuya. Sabia o quanto ele era exigente, por isso, não media esforços em se concentrar. Queria acima de tudo tirar algum aprendizado de tudo que viveu ao lado dele naqueles dias. Mas em seu coração brilhava uma chama muito mais profunda e particular: ultrapassar aquela armadura e chegar ao coração de Kuchiki. Não importava se era apenas uma ilusão. Jenny era sonhadora de carteirinha e não estava sendo nenhum pouco infantil em sonhar que poderia conseguir tal avanço.

    — Tum, Tum — Ouviu o barulho da porta, trazendo Jenny de seus pensamentos.

    — Hai. — A garota autorizou a entrada.

    Duas mulheres entraram no quarto silenciosamente. A de frente trazia uma bandeja com diversos vidros, que desconfiou ser algum tipo de óleo para o corpo, e algumas joias, pelo que pode notar. Já a segunda, um tanto mais jovem, estava a segurar um lindo vestido de seda na cor azul marinho. Era longo e rodado, com uma meia pele frontal, e uma linda abertura nas costas.

    A brasileira apenas sorriu e permitiu que suas damas de companhia fizessem o trabalho. Notou que depois de alguns dias ao lado de Byakuya seria difícil se desacostumar com a cortesia que havia recebido.

    ������

    Em um elegante traje black tie, Byakuya caminhava pelos corredores da grande mansão Kuchiki. Se direcionava para o salão principal com passos largos e lentos. Era mesmo um cavalheiro nobre.

    O relógio anunciava a chegava das 19:00. O badalo fez com que Byakuya se virasse e assim seus olhos quase o fez perder o controle. Apertou forte os dedos em sua mão fechada e tentou disfarçar a respiração que acelerou. Ela estava linda. Era inútil por mais que tivesse controle sobre seu corpo.

    Jenny descia a escala principal com bastante delicadeza. Era como se pisasse em nuvens pois seus pés desfilavam a cada degrau que tocava.  Seus cabelos, semi presos por um coque, compunham a beleza mais graciosa, usando uma linda presilha com a flor de cerejeira. A maquiagem, nada forte, evidenciava toda a beleza natural que ela poderia mostrar. Jenny estava orgulhosa de si mesma.

    Assim que chegou a um metro de distância do Kuchiki, lentamente o reverenciou com uma discreta vênia. Apenas para concluir o que suspeitava, Byakuya não falou nada. Porém, Jenny se segurava em não corar depois da encarada que ele lhe deu.

    — Kuchiki-sama. — Um dos empregados se apresentou. — Já estamos prontos.

    Byakuya, antes mesmo de responder, estendeu a sua mão, não tirando os olhos vidrados na jovem a sua frente. Jenny, com muita confiança, lhe deu a mão, e assim, saíram pela porta principal em direção ao veículo que os aguardava.

    Era a primeira vez que andava ao lado dele, como uma dama. Não sabia explicar como se sentia, mas era a sensação mais prazerosa que uma dama poderia desejar. Byakuya estava lindo como um príncipe. O tecido de sua vestimenta era tão escuro e desenhava bem o charme e elegância para um aristocrata.

    A noite, que logo apareceu sobre sua cabeça, estava espetacular e desenhada por estrelas brilhantes. Seria ironia dizer que poderia ficar melhor.

    Jenny teve o privilégio de entrar primeiro no veículo clássico e sofisticado. Logo após, Byakuya também entrou e se sentou, claro, deixando um livre espaço entre eles. Apenas voltou a sua atenção para a janela ao seu lado já que entendia perfeitamente como aquele jovem senhor funcionava.

    O percurso foi em um silêncio arrebatador. Não era audível a respiração de ambos. Cada um com seus pensamentos em cada lado.

    A estrada que se formava era íngreme e sinuosa. Um caminho totalmente perigoso pela inclinação da via.

    Enquanto isso, Jenny executava seus treinos de autocontrole, mas Byakuya parecia aborrecido, por isso voltou sua atenção para a paisagem que se apresentava lá fora. Uma paisagem que lhe trazia as mais amargas recordações. Porém o relembrava o porquê de estar ali, naquele lugar, indo para aquela noite de gala.

    Ah! Era difícil. Não impossível!

    Era difícil de aceitar que já se passaram dois anos do acontecimento trágico. Mas desde que tudo aconteceu não teve um dia de descanso. Não conseguia dormir tranquilamente e nem descansar. Sua mente trabalhava a todo instante. Estava em movimento a todo momento. Temia o futuro da família Kuchiki e a partir de então tomou como responsabilidade o legado de seus ancestrais. E mais: uma vingança. Sim!

    Hoje era o dia em que faria justiça. Hoje os culpados responderiam pelos seus crimes. Hoje seria o dia em que poderia dormir e sentir o gosto de vitória nas suas mãos e vingaria a morte de seus pais.

    Tinha orgulho de si mesmo porque descobriu o grande esquema em que seus pais acabaram pagando com suas próprias vidas. E o dia em que ela simplesmente desapareceu da sua vida.

    Hisana. Sua noiva. A mulher que se apaixonou só por olhá-la. A única em que realmente entregou o seu melhor. E levou o seu coração...

    Não era do seu feitio, mas não pensou que tal mulher o pudesse desafiar. Mas essa o fez. O deixou louco de amor e lotado de ciúmes. Era uma jovem por fora, cheia de energia para aventuras e fantasias, por mais que dissesse que estava com uma doença grave. No entanto, por dentro, era misteriosa e astuta. Era algo que o atraía cegamente sem grande esforço e que o fez cair. Sua perdição.

    Nunca imaginou que sua amada pudesse ir longe, o bastante para o transformar em uma pessoa sem emoções. Ele não teve escolha: o baque foi grande e injusto. Não pode e não agiria diferente. Não perdoaria uma traição. Ele que deu tudo dele não poderia aceitar algo assim. Não aceitou perdoar uma traição com alguém que ele já nem gostava tanto assim. Seu tio, pai de seu ex melhor amigo Shuji.

    Seu primo, que não tinha nada a ver com a traição de Hisana, não teve mais a sua amizade como antes. Foi forte e orgulhoso o suficiente para esquecer essa afronta dentro de sua própria família sem deixar explicações.  

    Ela se foi e deixou um vazio que ele inutilmente tentou preencher. Mulheres e mais mulheres ele teve ao longo desses anos. O seu plano de vingança fazia com que atraísse coisas do tipo a sua vida.

    Ao olhar para o penhasco ao lado da estrada, via que parte de sua vida se foi com aquele “acidente” que matou seus pais. Não foi bem assim.

    Um esquema muito bem planejado pela máfia de Tóquio o fez mergulhar em um mundo cheio de violência, tráfico, propinas e corrupção. Sua família não estava envolvida (seu pai e mãe), seu tio era sujo e invejoso, mas não conseguiu provas que o ligasse a morte de seus pais. Apenas um nome final que fechava todo o esquema: Kamata Yamakusa.

    O homem era o cabeça dessa máfia, contudo não deixava rastros. Byakuya não pensou duas vezes em se infiltrar nesse submundo para encontrá-lo. Pagava o preço que for.

    Esse homem orquestrou um acidente de carro que automaticamente capotou não deixando sobreviventes. Foi dado pela polícia como um acidente.

    Olhou para o lado, e percebeu a jovem estrangeira e companhia. Ela estava muito linda mesmo, porém não podia deixar se envolver, não agora. Ela era a peça chave para concluir seu plano. Dessa vez ele resolveu que ela deveria participar disso. Já que quando ele a conheceu, naquela noite em que estava preparado para tirar a vida de Kamata, ela apareceu bem na sua frente. Quase ele conseguiu.

    Dessa vez, hoje, ele vai conseguir e não haveria nenhum empecilho.

    Chegava a hora 19:30. E a grande mansão, onde ocorria o baile de gala, contaria com a presença da alta sociedade de Tóquio e um ilustre chefe da organização criminosa Yakuza, o alvo.

    Jenny voltou sua atenção para Byakuya e viu quando ele saiu do veículo e o próprio foi cortês em a receber com a mão aberta. Ela saiu do veículo e viu como as pessoas que entravam estavam trajadas. Homens estavam praticamente com a mesma roupa enquanto as mulheres brilhavam com diversas cores de vestidos.

    Caminhou lentamente, subindo as escadas da recepção e logo notou o grande salão lá embaixo. Era imenso e requintado. Seus lustres de cristais adornavam uma luz mais sóbria e séria. Até os garçons estavam bem vestidos, andavam com uma bandeja entre as pessoas que tomavam champagnes e outras bebidas. Via-se também várias rodinhas de homens que conversavam, talvez sobre negócios.

    Ela estava ali apenas por Byakuya e para ele. Reparou que também era o casal mais notado. Muitos homens abaixavam a cabeça para eles e mulheres olhavam seriamente para ela. Mas ela não se incomodou e com um singelo sorriso, de orgulho de si mesma, a fez continuar a explorar o ambiente.

    Músicas clássicas eram audíveis a cada vez que se aproximava mais do grande centro do salão. Havia uma pequena quantidade de músicos, todos bem trajados também, que tocavam diversas músicas sem parar. A festa se resumia a encontros de pessoas importantes, muitos de negócios, acompanhados de mulheres que disputavam olhares entre si.

    De repente, Jenny reconheceu um olhar no meio daquelas pessoas para seu desagrado. Segurou firme nos braços de Byakuya, denunciando seu total desconforto e aflição.

    DK se aproximou dos dois, lentamente e bem infiltrado, alcançando-lhes com um olhar malicioso.

    — Boa noite, Kuchiki Byakuya. — Levantou uma sobrancelha em sinal de falsa surpresa, bebericando uma taça de champagne. — Que noite mais agradável! Creio que ainda temos negócios a tratar. — De soslaio, encarou seriamente Jenny, a fazendo se sentir apavorada.

    Byakuya permaneceu serenamente sério e não demonstrou, em momento algum, qualquer intimidação. Pelo contrário, pegou uma taça e degustou a bebida, menosprezando a intenção de Takashi.

    — Não tenho nada a tratar com você. Apenas com seu tio Yamakuza Kamata. — DK não gostou nada do que ouviu e evidenciou estar diminuído pelo afrontamento. Byakuya estava indo direto ao ponto com seu plano. — Quanto a você, Yamakuza Takashi, aproveite enquanto pode. — Kuchiki conduziu Jenny para longe daquele ser petulante enquanto assistia o olhar feroz os seguindo.

    Kamata Yamakuza se encontrava bem à frente de Kuchiki e este último não perdeu a oportunidade em abordá-lo. Sua presença imponente era uma vantagem.

    Assim que se aproximou, com Jenny ao seu lado, foi notado pelo grande alvo.

    — Kuchiki-sama, é um prazer conhecê-lo pessoalmente. —  Kamata o recebeu com o respeito demonstrado pela longa inclinação e por se tratar de Kuchiki pertencer a uma das famílias tradicionais de Tóquio. — E é admirável a companhia que escolheu para essa noite. Tão adorável essa jovem ao seu lado. — O velho ousou a beijar a mão de Jenny em sinal de um galanteio.

    Jenny deu um leve sorriso para demonstrar que estava confortável e Byakuya retribuiu a gentileza.

    — Yamakuza-sama, o mesmo respeito tenho para com vossa casa. Agradeço o convite em nome da casa Kuchiki. — Byakuya o reverenciou se mantendo firme em seu objetivo. Precisava chamar atenção do alvo a sua frente.

    — É sempre uma honra receber um Kuchiki, ainda mais o Líder de sua casa. — Kamata deu um breve sorriso falso, que não passou despercebido por Byakuya. — Conheci seus pais e lamento muito o que aconteceu. — Byakuya permanecia indecifrável, mas seu sangue estava quase fervendo após ouvir essa provocação. — Meu caro jovem Kuchiki, aprecio que seja o momento para discutirmos sobre negócios e o legado dos interesses entre nossas casas. Queira me acompanhar para um lugar mais reservado. — Kamata os conduziu para outro ambiente.

    Byakuya acenou com a cabeça em concordância. Seu plano estava saindo perfeitamente como o arquitetado. Com um ponto de escuta em seu paletó, toda a conversa entre ele e Kamata podia ser ouvida pela polícia que estava infiltrada na festa.

    ������

    — Perfeito! Kuchiki conseguiu privacidade. — Relatava Shuji para o capitão da operação Gotei.

    — Ótimo. Dessa vez chegamos bem mais próximo do alvo. Precisamos manter o disfarce. — Capitão Ukitake persistiu com o plano. — Quero todas as saídas bloqueadas. Não vamos permitir que Kamata fuja.

    — Certo, capitão.

    Shuji averiguou todas as câmeras do ambiente e percebeu que Byakuya estava indo para uma sala onde não havia nenhuma.

    — Kuchiki! O que você está fazendo? — Shuji tentou comunicação pelo ponto, mas desconfiou que Byakuya tinha seu próprio plano.

    — O que se passa, tenente Shuji? — Ukitake ouviu a hesitação.

    — Temos um problema!

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    Assim que chegou ao lugar afastado, Byakuya notou como Kamata estava sempre preparado. A sala tinha uma outra saída. O ambiente também estava vigiado por homens de confiança da Yakuza.

    — Me acompanha em uma bebida, jovem Kuchiki? — Yamakuza despejava a bebida em dois copos, demonstrando que não aceitaria um não como resposta.

    Byakuya acenou a cabeça, pegando o copo com a bebida em suas mãos.

    — Acredito que o Kuchiki não se sentiria ofendido se a dama pudesse nos dar privacidade já que negócios e mulheres não combinam. — O velho se sentava a frente de Byakuya e um de seus homens já estava a posto para acompanhar Jenny a outro ambiente.

    — A dama é estrangeira e não entende o que falamos, por isso desejo que nosso assunto também seja em particular.

    Byakuya olhou para Jenny e ela percebeu que algo de muito grave poderia acontecer naquela sala. Muito relutante ela saiu, acompanhada por homens de Kamata.

    — Pois bem, jovem Kuchiki. Desejava o conhecer pessoalmente, afinal eu conheço a sua família e tive muito contato com seu tio Kouga. — Byakuya provou a bebida e surpreendeu Kamata ao tomar a palavra.

    — Caro Kamata, chega de rodeios. Vamos direto ao assunto. — Ele olhou fixamente para o senhor a sua frente. — Quem deu a ordem para matar meus pais?

    Continua...


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