Hullo, I'm back~
E sim, dessa vez é pra ir terminando a fic mesmo. Dança Celeste é o meu xodó, mas também é a única coisa que ainda me prende ao fandom de Fairy Tail.
Agora chega de enrolar que eu sei que vocês tão a mais de ano esperando pelo capítulo!
Espero que gostem, boa leitura a todos!~
Reino Phyron, Campos Flamejantes
A adrenalina pulsava pelas veias do príncipe a partir do momento em que pisou nos campos flamejantes. Pela primeira vez em sua vida, Natsu sentia que podia encarar o mundo inteiro e sair vitorioso.
Lucy tinha um olhar determinado em seu rosto, como se estivesse prestes a pagar uma dívida que já vinha pendente a tempos. Apesar disso, Natsu conseguiu notar que por um breve momento Lucy pareceu reprovar suas ações, mesmo com ela tentando esconder isso.
— Eu fiz algo que tá te incomodando Lucy?
Ela olhou fixamente para ele e depois de um suspiro profundo, colocou as mãos na cintura e começou o sermão.
— Você só... entregou nossa posição para o exército do usurpador?! Sem falar que nossos “companheiros” do Império provavelmente ainda não chegaram!
— Achei que você ia gostar de um aquecimento antes da verdadeira batalha. — Ele comentou enquanto se alongava, já esperando os inimigos que se aproximavam.
Passos de soldados se aproximando ficavam cada vez mais altos e os dois já podiam ver as sombras deles.
A dupla esperou mais um pouco, na expectativa de conseguir ver e medir quantos inimigos se aproximavam. Uma coisa estava clara, pelo menos um batalhão estava ali.
Natsu sentiu a pressão mágica próxima a si aumentar e nem precisou olhar para saber que era resultado de Lucy concentrando poder suficiente para causar um estrago. Olhando fixamente para a legião que se aproximava, Lucy apenas sussurrava as palavras de uma poderosa magia que daria uma vantagem aos dois, permitindo que chegassem ao usurpador antes que ele percebesse o que os dois estavam fazendo.
Um discreto brilho dourado se formou ao redor dela e logo sumiu. Nesse exato momento, Lucy movimentou seu braço como se estivesse usando um chicote e ao redor dela a terra respondeu.
— Ruptura de Aldebaran!
A terra começou a se movimentar aos poucos e quando os soldados perceberam, uma grande fenda surgiu no meio da legião. Ao redor da fenda, pontos de solo mole tomavam conta do local, sugando quem pisasse neles que nem areia movediça e deixando-os presos.
Aproveitando a oportunidade criada por Lucy, Natsu apenas deu um sinal e os dois avançaram por entre os inimigos, usando soldados caídos inclusive como plataforma para evitarem o chão mole.
— Com licença, com licença, estamos passando! — Ele provocava enquanto atravessava no meio dos soldados — Opa! Me desculpe, mas nós temos outras coisas pra fazer e não podemos ficar pra brincar com vocês!
— Natsu! Pra que lado?
— Esquerda, Lucy!
Os dois continuavam seguindo na direção do ponto principal dos Campos Flamejantes, um vulcão conhecido como o Pingo de Estrela.
Era certo que o usurpador estaria indo rumo ao vulcão, afinal, a linhagem do fogo tinha se originado ali, então naquele local sagrado e antigo era onde os reis de Phyron ascendiam ao trono.
Os pobres soldados que tentavam enfrentar a dupla eram rapidamente neutralizados por Lucy com suas magias e Natsu com golpes precisos. E mesmo com pressa para chegarem a seu destino, os dois utilizavam força não letal contra os soldados.
Quem quer que visse as ações deles não entenderia o que se passava na cabeça da dupla. Era tolice gastar mais tempo usando força não letal contra os inimigos quando eles poderiam simplesmente sair pelos Campos Flamejantes deixando um rastro de sangue e magia atrás de si.
Lucy corria um pouco mais a frente, quando avistou uma série de colinas cheias de soldados que tentavam manter a calma. A Star Dancer sabia que sua aura de pressão mágica estava extremamente pesada e que os mais sensíveis dos soldados provavelmente estavam com o corpo inteiro tremendo, mal conseguindo ficar de pé.
Vendo que Natsu estava apenas a poucos passos atrás dela, ela deu um sinal e rapidamente, os dois colocaram um plano breve em ação.
— Pra cima Natsu! — Ela gritou, já preparando um apoio para que o príncipe saltasse e obtivesse a vantagem sobre os inimigos.
— Saiam do nosso caminho! — Esbravejou o príncipe no ar, pouco antes de atingir parte dos inimigos com um arco de chamas ao redor das espadas, em um movimento circular.
— Nossa batalha não é com vocês! Abram passagem! — Lucy completou, lançando uma onda de poder mágico que desestabilizou ainda mais os soldados.
Apavorados com a demonstração gratuita de diferença de nível e de poder, os soldados ficaram paralisados, sem conseguir fazer nada. Os poucos que ainda conseguiam se mover, tentavam fugir dali na direção oposta à que a dupla seguia, carregando consigo seus companheiros.
A Star Dancer e o príncipe avançavam rapidamente, adentrando cada vez mais o terreno pedregoso e aparentemente inóspito que eram os Campos. Os dois já não viam mais soldados e algo começou a incomodar Natsu. Como se algo estivesse muito errado ali.
O príncipe parou e fez um sinal para que Lucy parasse também. Tudo estava muito quieto, muito silencioso. Era quase possível ouvir o uivo suave do vento passando pela região.
Os instintos de Natsu gritavam que algo ESTAVA errado.
— Algo está errado Lucy.
— Então chegamos à mesma conclusão.
— Não é normal um campo de batalha ser tão silencioso assim. Se fosse na floresta, eu não diria que algo está tão errado, mas...
— Já tem um tempo que não vemos soldados. Ainda não encontramos nenhum líder de esquadrão ou algo do tipo. Você acha que é...?
— Sim. — Ele olhou fixamente para um local complicado que os dois ainda teriam que atravessar — Armadilha, com certeza.
Lucy analisou o terreno a frente com um olhar crítico. Se os dois continuassem da forma que vinham fazendo, era questão de tempo até serem pegos em uma armadilha. Mas se eles conseguissem passar sem ser notados...
Com um olhar travesso, ela se virou para Natsu.
— Ei Natsu, o que acha de andar furtivamente?
Um sorriso de canto se abriu no rosto do príncipe, expondo a ponta de seus caninos. Ah, isso sim seria divertido...
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O som de um grito de desafio ecoava pelos Campos Flamejantes. Sentado em sua base, Acnologia terminava da afiar sua espada, enquanto esperava o momento de começar a marcha rumo ao vulcão.
O governante havia espalhado tropas pelo território, esperando impedir qualquer incômodo que surgisse. Ao seu lado, Angel estava escondida em um canto coberto por sombras, sem dar uma palavra.
Acnologia sabia que havia a possibilidade de ele mesmo ter que entrar em combate, e não gostava que o desafio era dirigido diretamente a ele.
Mas quem quer que fosse o desafiante, de nada adiantaria se ele, o atual governante de Phyron, chegasse primeiro ao Pingo de Estrela e ali se tornasse o rei legítimo. Poderia até parecer um plano simples, mas Acnologia sabia muito bem que planos hiper elaborados tendem a dar errado nos detalhes.
— Líderes de esquadrão! Não me importa se vocês têm meia dúzia ou uma centena de soldados sob seu comando! Vocês têm uma, e apenas uma missão! Detenham qualquer intruso que adentre os Campos Flamejantes e serão grandemente recompensados! — Decretou Acnologia.
Os homens que ali estavam entraram em frenesi. A perspectiva de receber muitas recompensas era tentadora demais para a maioria dos líderes ali. Cada um pegou seus esquadrões e saiu em uma direção, em busca de glória e recompensas.
Apenas Angel viu o breve sorriso maligno que se abriu no rosto do monarca. A Star Dancer, então, fez uma prece silenciosa, pedindo piedade para as pobres almas iludidas que seguiam aquele homem por livre e espontânea vontade.
Assim que os líderes saíram, Acnologia começou a se mover na direção do vulcão. A hora que decidiria o futuro do trono de fogo se aproximava e a Star Dancer estaria lá para presenciar tudo.
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Passos leves e silenciosos, como um caçador enquanto persegue uma presa. Era assim que Lucy e Natsu andavam na região que seus instintos gritavam que havia uma armadilha.
Com calma e procurando não chamar a atenção de ninguém, os dois aos poucos iam passando o obstáculo. Agora que não estavam mais no frenesi de correr e arrastar os inimigos para batalhas de bater e avançar, os dois conseguiam ouvir os burburinhos dos inimigos que aguardavam no local da emboscada.
Um grupo de tamanho razoável os aguardava na proximidade de um certo vale. Soldados comuns vestindo as cores padrão de Phyron, mas com um diferencial. Havia entre eles um homem com uma armadura mais ornamentada, indicando sua patente superior. Aquele era o primeiro líder de esquadrão que cruzava o caminho de Natsu e Lucy desde que haviam entrado nos Campos Flamejantes.
Natsu sinalizou a presença do capitão entre os muitos soldados e Lucy assentiu, já indicando o que pretendia fazer.
A luminosidade do local começou a aumentar repentinamente, chamando a atenção das tropas ali estacionadas. E em meros segundos, uma explosão de luz e chamas liberou um brilho tão intenso que cegou a todos que olhavam naquela direção.
Atordoados, os soldados não perceberam um vulto veloz indo diretamente na direção do capitão. O impacto das lâminas mágicas com a armadura provocou um estrondo que pode ser ouvido à quilômetros de distância.
O capitão do grupo de emboscada se viu em uma situação sem precedentes. Primeiro um clarão, depois um impacto e logo em seguida a sensação de ser arrastado pela capa presa a sua armadura antes de ser jogado no chão que nem um saco de batatas. Ele mal teve tempo de perceber a garota brilhando e o garoto com as espadas antes de tomar um golpe na parte de trás da cabeça e cair desmaiado de vez no chão.
Natsu e Lucy olharam a confusão que haviam provocado nas tropas a alguns metros de onde estavam.
— Não achei que isso fosse escalar tão rápido.
— Acho que você quebrou eles, Lucy.
— Oe, por que tá agindo como se fosse tudo minha culpa?! — Ela se virou indignada, apenas para dar de cara com o sorriso travesso do príncipe — Ora seu...
— Vamos logo, não temos tempo para ficar assistindo à confusão! — Natsu saiu na frente, indo na direção do Pingo de Estrela.
Lucy foi logo atrás e juntos, os dois viam a figura imponente do vulcão se aproximando cada vez mais.
A ansiedade fez um nó na garganta de Natsu e Lucy mexeu nos braceletes para se acalmar. Na frente deles, o destino final se mostrava em toda a sua glória. O momento havia chegado. Finalmente era hora da batalha que decidiria tudo.
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Acnologia olhou os dois vultos que se aproximavam do vulcão. Suas armas estavam em perfeito estado e ele esperava ansiosamente para acabar com os tolos que tantas vezes haviam sido um empecilho para seus planos.
Um sorriso macabro se abriu no rosto do usurpador e ele resolveu que não esperaria seus inimigos chegarem para enfrenta-los. Ele levaria a luta até eles.
Tomando impulso, Acnologia disparou na direção de onde vinham os dois vultos, à toda velocidade.
E quando chegou a poucos metros da dupla, o usurpador puxou a espada pesada que costumava usar em combate e desferiu um golpe de cima para baixo com toda a sua força por trás dele.
Lucy mal teve tempo de reagir ao vulto que surgiu em sua frente.
— Cuidado!
Com o grito de aviso, Natsu apenas conseguiu defender de forma precária a espada grande e pesada que desceu sobre os dois. O príncipe ficou face a face com o usurpador por meros segundos antes que as espadas se separassem.
— Ora ora, quem diria que alguém que deveria estar morto seria o meu maior empecilho todo esse tempo.
— Como se um traidor como você tivesse moral pra falar algo.
— E você... — Acnologia olhou Lucy de baixo para cima, observando cada detalhe da aparência da garota — Não se preocupe, vou só me livrar do estorvo ali e depois podemos discutir com calma o futuro.
— Até parece que vou morrer tão fácil! — Natsu respondeu enquanto se reposicionava, pronto para enfrentar Acnologia num duelo de espadas.
Lucy deu um pulo para trás e se posicionou ao lado de Natsu, que segurava o par de espadas da linhagem do fogo. Acnologia ergueu a espada com uma mão só e a deixou descansar em seu ombro, só para logo em seguida fazer uma provocação.
— Venham provar que eu estou errado então, seus tolos!
Natsu tomou uma posição de ataque e avançou pela direita, enquanto Lucy terminava de preparar um ataque antes de avançar pela esquerda.
Aproximando-se de Acnologia, Natsu fez um arco com a espada em sua mão direita enquanto abaixava a espada na mão esquerda. Mas Acnologia era um veterano no combate e conhecia muito bem aquele tipo de movimento.
Acnologia desferiu um corte horizontal, forçando Natsu a mudar repentinamente seu movimento para defender o ataque. Nesse exato momento, Lucy surgiu com o que parecia um chicote luminoso, desferindo um golpe que fez Acnologia tirar a pressão que exercia com sua espada e dar um salto para trás, colocando distância entre ele e a dupla.
Lucy aproveitou o momento e desferiu uma magia de tremor, na tentativa de desestabilizar o usurpador e abrir uma brecha para que Natsu acertasse com suas espadas.
Acnologia sentiu o primeiro tremor, perdendo brevemente o equilíbrio, mas não por tempo suficiente para que a investida de Natsu fosse eficaz. O príncipe deu um salto para trás na tentativa de se reagrupar antes de tentar atacar novamente.
— Droga, a defesa dele é muito sólida.
— Sim, mas nós somos dois, temos a vantagem numérica. Tem que ter um jeito de vencermos.
— Até quando vocês vão ficar discutindo estratégia aí? Estamos no meio de um combate, vocês não têm tempo pra isso! — Acnologia interrompeu ao avançar sobre os dois com um movimento em arco diagonal, de baixo para cima.
Natsu logo se moveu para bloquear o ataque, segurando por muito pouco a lâmina pesada. As espadas mágicas brilhavam, como se tentassem lembra-lo de algo importante.
Acnologia estava focado em pressionar o príncipe, esquecendo por um momento da Star Dancer bem ali junto a eles. Até que sentiu um impacto carregado de magia queimando na lateral de seu corpo.
Com um sibilo de dor, Acnologia se afastou dos dois e olhou o local atingido. Havia um início de sinal de queimadura se formando ali, e a dor vinha em pontadas, mas aquilo não seria o suficiente para detê-lo.
Com um olhar carregado de ódio, ele encarou a Star Dancer.
— Então é assim que vai ser? Eu pretendia matar o moleque e te deixar sem nenhum arranhão se possível, mas já que recusou minha benevolência eu não terei mais piedade.
Foi como se uma aura maligna anteriormente reprimida fosse liberta de uma só vez. A pressão que vinha de Acnologia não era algo normal. Também não era uma pressão mágica como a que Lucy liberava ao carregar muita magia de uma vez.
Era pura malícia.
A dupla engoliu em seco. Seus corpos tinham dificuldade em se mover frente à demonstração de Acnologia e seus instintos gritavam para que eles não enfrentassem o homem.
Com dentes rangendo e suor pingando de sua testa, Natsu deu um passo trêmulo à frente. Ele tinha consciência que se não derrotassem Acnologia ali, não seria apenas Phyron que estaria nas mãos do tirano. Eles estariam condenando todo o mundo a um destino horrível.
Determinado a continuar lutando, mesmo avançando devagar e com muita dificuldade, Natsu fez as lâminas das suas espadas se encontrarem, provocando uma pequena faísca.
Foi quando ele sentiu uma energia calorosa o cercando, lhe dando forças e coragem para continuar. Ao olhar para trás, ele viu que era ninguém menos que Lucy, focando em dar suporte com sua magia de Star Dancer.
— Acabe com ele Natsu. Se juntarmos as nossas forças, vai dar tudo certo.
— Entendido Lucy. Acnologia! Sua tirania acaba aqui, Phyron nunca foi e nunca vai ser seu! — Ele declarou apontando uma espada na direção de Acnologia.
— Palavras vazias! Você não é capaz de me derrotar, príncipe! E esses campos serão o seu túmulo!
Espadas se chocaram novamente. E novamente. Parecia que pela primeira vez desde o início do confronto os dois estavam em pé de igualdade.
Faíscas pulavam do contato entre as três lâminas. As espadas mágicas de Natsu pareciam tirar força do suporte que lhe era oferecido por Lucy, mas isso de nada servia frente a um Acnologia que atacava freneticamente, com golpes poderosos e que não parecia possuir brechas em sua defesa.
Um milésimo de segundo. Um ataque mal defendido, com postura precária. Bastou isso para que Acnologia fizesse um giro poderoso e lançasse Natsu para longe.
Atordoado, Natsu segurava as espadas com dificuldade. Seus braços estavam cansados, seu corpo estava cheio de cortes, a maioria deles superficiais. Sangue manchava seu rosto, escorrendo de um corte acima do olho esquerdo e o garoto ofegava de cansaço. Não era possível que Acnologia ainda estivesse do mesmo jeito que quando o combate havia se iniciado.
Mas lá estava o usurpador, inteiro e... aquela era Lucy sendo segurada?
Natsu piscou uma, duas vezes. Tentou limpar o sangue que atrapalhava a visão sem sucesso. Lucy realmente estava sendo mantida como refém nas mãos de Acnologia.
— Me solte, seu maldito!
— Agora garoto, se você se mexer, diga adeus à sua amiguinha. — Acnologia gargalhou após as palavras, enquanto segurava Lucy e olhava o príncipe com completo desprezo.
Badum. Badum. O som de batidas ressoava nos ouvidos de Natsu.
Badum. Badum. Um novo calor, semelhante ao da magia de Lucy, mas ao mesmo tempo diferente, começou a surgir no ombro direito do príncipe.
— Não vá achando que eu sou uma dama indefesa, seu traste! — Lucy se debatia, tentando se livrar de Acnologia.
— Resistir é inútil!
— Nós não vamos desistir agora. — Lucy também escutava as batidas ressoantes e sentiu que era hora — Você vai cair, aqui e agora, PELAS NOSSAS MÃOS! Eu sou aquela cujos pés trilham o caminho revelado pelas estrelas. Passo a passo, na dança astral. Ouça a minha voz e venha! Eu o convoco, Draco!
O círculo mágico se formou sob os pés de Lucy, pegando Acnologia de surpresa. O enorme dragão estelar deu um rugido estrondoso e as marcas que ele havia dado à dupla reluziam com poder.
O usurpador soltou Lucy, e por um momento, esteve distraído tendo que lidar com as garras de Draco. A Star Dancer viu a chance e a aproveitou.
— Star Dress: Draco Form!
Uma armadura de puro poder estelar surgiu, junto com um par de garras de combate. Lucy estava coberta de magia estelar, mas não era a única. Um pouco mais afastado de Acnologia, a marca de Draco ressoava no corpo e na mente de Natsu.
Uma armadura de escamas vermelhas. Olhos e dentes dracônicos. As espadas da linhagem reconheceram o poder ali presente e responderam de acordo.
Um guerreiro com espadas flamejantes e aura de dragão se ergueu. A Star Dancer com o poder dracônico equipado encontrou os olhos do guerreiro.
Um ataque veloz e preciso. Acnologia tentou se defender com a grade e pesada espada, mas Lucy segurou a lâmina com suas mãos. Um olhar fulminante e pela primeira vez em anos Acnologia se lembrou do sentimento chamado medo.
Crack. Cra-a-ck. Lucy apertava a lâmina, formando rachaduras no metal. Com um aperto mais forte, o metal se quebrou, estilhaçando e deixando Acnologia com uma arma inútil em suas mãos.
Era a oportunidade que tanto haviam buscado. Sem a espada para ajuda-lo a se defender, a brecha na defesa de Acnologia estava bem na frente deles.
Enquanto Acnologia se preocupava com Lucy e a nova força que ela apresentava, Natsu se aproximava com ambas as espadas desembainhadas.
No horizonte, os primeiros raios do sol anunciando um novo dia começavam a surgir. A aurora se aproximava da batalha aos pés do Pingo de Estrela.
Mais rápido. Mais forte. Mais preciso. Três pensamentos que se repetiam incansavelmente na mente de Natsu enquanto ele se concentrava em seu objetivo.
O príncipe fechou os olhos por uma fração de segundo, antes de reabri-los com a determinação queimando lá dentro. Ele acelerou até seu limite e deixou que a magia da linhagem fluísse. As runas das espadas começaram a brilhar e se acenderam em uma chama ofuscante.
Os dois não precisaram nem mesmo trocar palavras. Eles já sabiam o que o outro faria.
Lucy desviou de um ataque, saindo pela esquerda e deixando Acnologia completamente exposto.
Com um salto, Natsu vinha aterrissando na exata posição para dar o golpe final.
Um único raio do sol que nascia iluminou a cena, para logo as lâminas do príncipe atingirem seu alvo.
A cabeça cortada caiu no chão ao mesmo tempo que o príncipe tocou o solo. Não houve uma gota de sangue sequer.
E ali de frente ao Pingo de Estrela, o príncipe e a Star Dancer finalmente se deram conta do que tinham acabado de fazer.
Acnologia estava morto.
Um rugido de triunfo deixou os lábios de Natsu, enquanto o dia terminava de amanhecer nos Campos Flamejantes.
E aos poucos uma plateia composta por soldados do império e do reino iam se aproximando do local, para verificar o que ali acontecia. Soldados que largavam suas armas ao ver que Acnologia estava morto.
Muitos não sabiam quem eram os dois jovens que se sustentavam ali. Até que uma voz puxou o grito.
— Acnologia está morto! Vida longa ao rei no trono de lava!
— Vida longa ao rei! — Respondeu a multidão.
Natsu estava perplexo por um momento, mas Lucy tratou de encorajá-lo.
— Não era isso que era pra ser seu? Vá em frente!
Engolindo em seco, Natsu deu um passo a frente e respondeu com convicção aos gritos da multidão.
Nas sombras, observando tudo, um sorriso se abriu no rosto de Sorano. Phyron estava de volta nas mãos do rei legítimo. Agora só lhe restava buscar sua irmã e retornarem para casa.
Com esse pensamento, Sorano virou as costas para a celebração e seguiu seu caminho. Sua missão estava cumprida.
E no meio da multidão que ali estava, Natsu foi aclamado rei.
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De volta à capital, a coroação foi marcada e grande alegria se espalhou por Phyron e por toda Fiore.
Natsu estava tomando um pouco de ar nos jardins do castelo. Cansado com as preparações para a coroação, Natsu finalmente conseguiu um pouco de tempo para si.
Cabelos loiros e brilhantes chamaram a sua atenção quando olhou ao redor. No ponto central, Lucy parecia estar alheia a tudo que ocorria ao redor.
Ele se aproximou e ela parou o que fazia para recebe-lo.
— É bem rude deixar uma dama esperando, sabe?
— Não me lembro de ter combinado algo. — Ele franziu o rosto — Mas onde você esteve nos últimos dias?
— Por aí. Resolvendo as minhas pendências pessoais. — Ela virou de costas enquanto respondia.
— Então... você não vai ficar, não é?
— Eu não posso. Minha família deve estar preocupada, eu já deveria ter voltado pra casa a muito tempo.
— Nem mesmo para a coroação?
— Natsu. — Ela se virou e o olhou nos olhos — Hoje mesmo estou voltando para as Cidades Independentes.
— Ei Lucy. — Ele abriu um sorriso genuíno — Obrigado por tudo.
— Você... não vai me pedir para ficar?
— Você tomou a sua decisão, não foi? — Ele olhou o céu azul — Só... me diga que vamos nos encontrar de novo...
— Nós vamos. Eu prometo.
E com um abraço sincero, o príncipe e a Star Dancer se despediram ali, cada um seguindo seu caminho.
Lucy retornou para sua casa, nas Cidades Independentes, e explicou tudo para seu pai, que a recebeu com alegria e o rosto coberto de lágrimas de alívio.
Mais tarde naquela mesma semana, Natsu foi coroado o novo rei das chamas. Igneel retornou da Floresta dos Fragmentos Perdidos, mas se recusou a assumir o trono. Com a bênção do último monarca legítimo, Natsu finalmente aceitou que ele era o único rei para Phyron.
Com a derrota daquele que perturbava a harmonia, pouco a pouco Fiore retornou ao equilíbrio. De ponta a ponta no continente, as pessoas sentiam que as estrelas estavam felizes e celebravam.
E mesmo estando separados por quilômetros, o rei e a Star Dancer ainda estavam conectados pelo mesmo céu.