ANUON 9999

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    Capítulos:

    Capítulo 26

    A Herança - Parte 3

    Violência

    A saga continua.

    Durante todo o drama que passavam, Kitsune cai em prantos. Teima em não acreditar no que ouviu de Tikai.

    — NÃO, VOCÊ NÃO PODE MORRER! VOCÊ É FORTE!

    — Kitsune... eu... sinto muito... - Disse Tikai, estando bem fraca.

    — NÃO, EU VOU TRAZER AJUDA!

    — Não adianta... é tarde demais... para mim...

    — Você não entende que é tudo que eu tenho mas minha vida?

    — Kitsune... eu lutei muito... nesta minha vida... Eu sinto por não ter mais forças...

    — MAS TIKAI...

    — Fico triste em ver que... tudo acaba aqui... minha vida... meu templo... minha doutrina... As pessoas desta cidade nunca aprenderão o verdadeiro significado do... Maratsu-Kyoken...

    — TIKAI!

    — Kitsune... é melhor assim... Ao menos, o templo ainda existe... Mas temo que será somente destroços que a floresta vai esconder... Minha doutrina não terá descendentes... Meu único lamento...

    Kitsune não aceitava o fato. Se deitou ao lado de sua amiga, para aproveitar os últimos momentos juntas. Mas a raposa púrpura logo ficou pensativa, olhando para o templo, estatica. E, em seguida, olha para Tikai... Lágrimas já não escorrem de seus olhos e agora reestabelecida a lucidez, diz a Tikai:

    — Tikai... Eu nunca pude lhe dar nada. E fico envergonaha por isso. Então acho que devo lhe dar um presente...

    — Não precisa... eu amo você...

    — Eu também. E por isso eu lhe darei uma coisa... a única coisa que está a meu alcance agora.

    — Kitsune... o que... vai fazer?

    — Agora sei que você valoriza sua doutrina... Tantas lutas, desafios, provações... Você deve ser eternizada... Isso não pode acabar assm!

    — Kitsune...

    — Nós temos só uma chance nessa vida... Só temos uma...

    — Sim...

    — Mas eu não aceito o fato de você morrer sem conseguir seus objetivos. Eu quero que você...

    — O que fará... Kitsune... - Disse Tikai, já fechando seus olhos.

    Kitsune começa a manifestar um outro poder: Seu corpo é logo envolvido por uma intensa energia, que passou a iluminar o lugar. Segundos depois Kitsune era somente uma fonte de energia, que tinha sua silhueta de raposa como a única turma que podíamos identificá-la. Seja então corre em direção contrária a Tikai e salta para o céu, como uma estrela cadente, indo para bem alto, chamando a atenção de quem estava nas ruas naquela madrugada. Apesar da altura, conseguiu observar e ouvir Tikai. Era como se estivesse dando adeus.

    Então ela despenca em direção a Tikai, que diz:

    — Adeus... Amiga... Eu amo você... Seja forte...

    Kitsune, aos prantos naquele momento, diz:

    — VAMOS VIVER JUNTAS ENTÃO! LEVAREI SUA DOUTRINA AONDE SEMPRE QUIS! O MARATSU-KYOKEN, DA FAMÍLIA RAYKA PERMANECERÁ VIVENDO NESTA CIDADE! VOCÊ E EU, JUNTAS, IREMOS CONTINUAR NOSSO RITO!

    E cai sobre Tikai, causando uma pequena explosão de energia. Nada podia-se ver, pois a luz brilhava ofuscante. Naquele momento, a floresta foi envolvida por uma imensa luz. Passado os minutos, pequenos feixes de energia ainda circulavam pelo ar, iluminando onde passava. Um passou junto ao corpo de Tikai, mas algo havia mudado. Já com a energia dissipada, uma escuridão voltou ao templo, com um vulto se levantando entre os destroços do lugar. E logo uma voz diz:

    — Este é o meu presente para você, Tikai.

    Kitsune havia tomado o corpo de Tikai, se tornando uma raposa antropomórfica. E além disso, ela herdou todos os ensinamentos que Tikai havia adquirido durante toda sua vida. Suas memórias estavam intactas na mente de Kitsune, mas sua personalidade predominava neste novo ser que se tornou naquele instante. Olhando para o céu, ela diz:

    — Reconstruirei este templo. Em sua memória, Tikai, eu juro levar os seus ensinamentos a diante. Esta é minha palavra.

    Kitsune e Tikai agora compartilhavam um mesmo ser. Estavam juntas para sempre, reerguendo o templo Rayka e nutrindo ainda mais a esperança de novos tempos...

    Voltando ao presente...

    Ao fim da história contada por Kitsune, todos choravam naquele momento. Kaede não sabia o que dizer. Olhava para Kitsune a todo instante, sem acreditar que de fato Kitsune era sua tia.

    — Eu agora percebi o olhar de minha tia em você... Eu só a vi na minha infância, mas o olhar dela eu nunca esqueci...

    — Eu sinto muito, Kaede. Sua tia representa muito para mim... Foi minha redenção, minha cura... Eu preciso fazer o que fiz para que seu esforço não fosse em vão.

    — Me... Me desculpe pelo que fiz a você! Me perdôe! Você é maravilhosa em fazer isso tudo por minha tia... Eu nunca poderei retribuir um gesto tão nobre... Disse Kaede correndo em direção a raposa, abraçando-a.

    — Agora vejo que você é o que Tikai sempre dizia... Bendita seja sua vida, Kaede!. Você foi abençoada por pessoas que se importam mesmo. Sei como é sentir isso agora.

    Ethan somente olhava o momento. E diz a Anuon, ainda chorando:

    — Anuon, vamos deixá-las a sós. Pelo visto, devem ter muito do que conversarem.

    — Sim, Ethan...

    E ao deixarem o quarto, Ethan levanta Ryoga que, apesar de estar chorando, ainda mostrava uma certa confusão:

    — É muito triste isso, cara... Mas porque isso ocorre?

    — Vamos, Ryoga! Eu lhe contarei..

    — Cara, essa noite tá bem louca...

    Já no lado de fora da casa, no Jardim, Ethan, Maeti, Anuon e Ryoga estava conversando sobre todos os acontecimentos. Ethan então tomou a palavra.

    — Ryoga, agora que acabou se envolvendo nisso, temos que lhe contar tudo que está acontecendo.

    — É melhor mesmo, cara. Aquilo lá dentro  é coisa de anime bem zuado. E tirando essa parada, o assunto lá da raposa me tocou de verdade.

    — Estranho, humano... Você se assustou com Kitsune, mas quando apareci em sua frente, não se impressionou. Porque? - Disse Anuon, confusa.

    — Depois de ver uma raposa falar, acha mesmo que iria me importar com isso?

    — É, tem razão...

    — Bem, Ryoga... Nós estamos no meio de uma guerra entre animais com poderes especiais.

    — Mas hein? Guerra? Como assim, newba?

    — E tem mais...

    E Ethan naquela noite Ethan colocou  Ryoga a par de tudo que aconteceu até hoje, com o jovem se impressionando em seguida.

    — CARA, QUE PARADA LOUCA! Então quer dizer que esse tal Piece 1 quer acabar com a gente?

    — Sim, e pode estar matando pessoas neste momento - Disse Anuon, olhando para Ryoga.

    — E o que viemos fazer aqui?

    — Viemos para eu ser treinado pela tia de Kaede... Bem era o que eu imaginava. Agora não sei mesmo no que vai dar... 

    — Então isso explica aquele seu comportamento na escola. Me desculpa, cara!

    — Tudo bem, Ryoga. Eu tendo ao máximo te deixar longe disso tudo...

    — Mas algo ainda me deixa bolado.

    — O que foi agora?

    — Se Kitsune é mãe de Maeti, como ele pode ter 17 anos, como Kaede frisou?

    Maeti, até então quieto, disse:

    — Eu explico a vocês essa parte.

    — Por favor, Maeti - Disse Ethan, olhando para o jovem.

    — Eu nasci como um humano. Porém meu desenvolvimento foi acelerado pois meu metabolismo é de um Anis: depois de um ano e meio tomei forma de um humano de 17 anos.

    — SINISTRAÇO! Mas vc em nada lembra sua mãe, cara... - Disse Ryoga, surpreso.

    — Bem, acho que vive está um pouco enganado, Ryoga...

    Maeti então, lentamente, retira algo que prendia alguma coisa em seu kimono de kendo e em seguida teria também o lenço que cobria sua cabeça. E todos conseguem ver depois disso orelhas e cauda de raposa no jovem. Maeti era um híbrido de raposa e humano. Todos se surpreendem, com Ethan dizendo:

    — Maeti... Nossa... Mas... você esconde isso de todos?

    — Um híbrido de humano e Anis. Eu nunca imaginaria que veria isso acontecer... - Anuon estava tão surpresa quando Ethan.

    — SINISTRAÇO... mas style! - Completou Ryoga.

    — Como a adolescência de uma raposa começa aos 2 anos, minha mãe determinou minha idade - Terminou de explicar Maeti, exibindo seu visual.

    — Então o sangue da família Rayka corre em você também - Disse Ethan, entendendo a história.

    — E você, desta forma, é o primo de Kaede. Puxa, ela vai ficar uma fera com isso! - Disse Ryoga, com um sorriso no rosto.

    — Porque? - Perguntou o jovem híbrido.

    — Ela tava afim de você. Pelo jeito, gamou na primeira vista.

    — RYOGA, COMO VC PÔDE DIZER ISSO? - Esbravejou Ethan, irritado.

    — Tô falando mentira? Tô nada!

    Mas as risadas de Maeti logo são ouvidas, com o jovem dizendo:

    — Você é uma pessoa muito divertida, Ryoga. Hahaha!

    — Valeu, cara! Sabia que tinha senso de humor, diferente de certas pessoas...

    — Tá, cara... Chega disso... - Disse Ethan, desconversando.

    E saindo do templo estavam Kaede  e Kitsune, que já conversavam quase como se fossem parentes. Ela apresentava o templo mais uma vez a Kaede, pois muitas coisas haviam mudado desde então. Andavam de mãos dadas e sorriam quando trocavam olhares.

    — Hehehe... É como se minha tia estivesse aqui...

    — E se estivesse, ficaria feliz com a linda jovem que ela criou...

    — Obrigada. Você também é bela, Kitsune.

    — Hehehe... Obrigada. Tentei manter todo o esplendor do carisma de Tikai, preservação suas vestimentas e costumes.

    E chegam até o jardim principal, onde lá estavam todos. E logo Anuon diz:

    Bem, agora que já nos entendemos, devemos traçar o nosso objetivo.

    Kitsune então toma a frente da conversa, pois estava mesmo curiosa em saber.

    — O que vieram fazer aqui?

    — Tia Kitsune, nós viemos aqui para que... Bem, agora... você treine mais uma vez a mim e a Ethan - Disse Kaede.

    — Porque Ethan se interessou pelo Maratsu-Kyoken?

    — Porque ele coincide com meu estilo de vida. 

    — Em poucas palavras, ele quer deixar de ser um fraco e covarde e saber se defender - Disse Ryoga, de forma fria e debochada.

    — Humano, não sabe ficar de boca calada? - Disse Anuon, irritada.

    — Ih Agora até gato quer mandar em mim... 

    — Você é muito incoveniente!

    —Faço o que posso, gatinha.

    Ethan então comentou com a Raíssa púrpura o que havia acontecido em sua cidade com ele.

    — Kitsune, eu fui atacado diretamente. Conhece Spin?

    — Sim... Eu nunca esqueceria dela. Éramos companheiras antes de me deitar e vir para Kyoto...

    — Pois ela me atacou a mando de Piece 1, que quis me desmotivar, humilhando-me.

    — Piece 1 seria mesmo capaz disso. Bem, pelo jeito você o incomodou... 

    — Sim e é por isso que estou aqui. Na próxima vez que encontrar um de seus capangas, não quero ficar dependendo de Anuon e de qualquer outro.

    — QUAQUER OUTRO?! ORA, QUE MAL AGRADECIDO! DEPOIS DE TE DEFENDER NAQUELE DIA... - Disse Kardec, já com sua Boken em mãos.

    Esse comentário de Kaede chamou a atenção de Anuon, que diz:

    — Espere... A humana lhe defendeu?

    — É... Bem.. Mais ou menos... - Disse Ethan, coçando a cabeça.

    — Mas é muito mentiroso! Ethan, eu te mato um dia! - Kaede não parecia estar brincando.

    — Calma, Kaede... estou só brincando...

    — Sei... Vai abusando da sorte mesmo...

    — Mas Kitsune, mas você poderia nos treinar? Isso é possível?

    — Depende de você, Ethan. O Maratsu-Kyoken é uma doutrina qua valoriza a vida. Poderia treiná-lo, mas precisa me prometer uma coisa.

    — O que seria?

    — Não poderá matar seu adversário. Só poderá fazê-lo em último caso, de forma que não haja outra alternativa.

    — Sim! Tudo bem. Eu respeito isso. Eu prometo.

    — Pois bem, amanhã continuaremos. Por hoje, sejam bem vindos ao Templo Rayka.

    — Muito obrigado, Kitsune.

    — E prepare-se. O treinamento não está fácil. Não temos muito tempo...

    Continua.


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