Sonic The Hedgehog: Outside N'Counter

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    Capítulos:

    Capítulo 18

    Engrenagens de Guerra (Parte Final): Sons do Silêncio

    Violência

    A insistência de Jack todo esse tempo pelo visto teve resultado. O que vai acontecer hoje?

    A refinaria estava completamente dominada pelos Sand Blasters. Cada legionário sombrio do deserto estava sendo mantidos como prisioneiros, com armas apontadas para todos. Um silêncio tomou conta do lugar.

    Isso só foi um atento para entrarmos no momento fatídico que aquela noite estava testemunhando. Finalmente Jack Coelho conseguiu o que tanto queria. Caminhando no corredor formado por seus robôs batedores, o coelho segurava seu taco de beisebol, que tinha o emblema de sua milícia do deserto. Ao fundo do corretor lá estavam, ajoelhados (eles foram forçados a isso), os Lutadores da Liberdade e Barão, está com um semblante não dos melhores. Mas tudo havia sido feito para trazer ainda mais aflição a ocasião.

    Já próximo a seus prisioneiros, Jack voltou a caminhar frente a eles, olhando em seus olhos com desprezo e escárnio. E batendo levemente o cabo de seu taco em sua mão, começou a dizer:

    — Muito bem... Muito bem... Eu tava imaginano... Ocês veio até aqui pra tretá... Conseguiro fazê tudin que queria... Aí tamo nessa situação aqui...

    Jack então começou a se aproximar de cada um dos envolvidos, dizendo em seguida: 

    — Eu tô muito irritado. Sabe, quando almofadinhas como ocês vem aqui no deserto ralhá co meus cupincha, ocês não sabem como isso me irrita... E eu fico mais furioso quando ocês coloca meus cupincha que viero pra vingá meus outro cupincha que tentaro ralhá co ocês... Aí ocês derrota eles dinovo... Isso num é legal... Num é legal...

    Durante suas palavras de provocação e consternação, o coelho não parava de falar, sendo observado por seus capangas e por todos os legionários que estavam no subsolo. 

    — Ocês que tem tudo di bom lá em mobo-sei-lá-das-quantas pensaro que pudia vir até aqui di boa, pra passá nas minha terra e vir pra ver esse cuelho lazarento do Barão... Ocês são um bando de inocente, sabia? Mas consegui usar isso muito bem a meu favô e o plano foi pra frente rapidin...

    Mas Jack estava mesmo disposto a por pra fora tudo aquilo que teve que segurar até hoje.

    — Mas veja só que ironia: tamo ralhano aqui cos Lutadores da Liberdade e temos um inimigo em comum. A gente tá no mermo lado, lutano contra o Eggman e ocês vem logo pro lado do Barão? Oxe... Nós devia lutá junto...

    E depois de tanto caminhar, parou um pouco mais distante, apontando seu taco para Rotor.

    — Ocês agora vai trabalhá pra mim pra pagá tudo que ocês lá de fora fizeram com nós. Tão ouvino? Agora quem manda aqui sou eu!

    Mas o silêncio permanecia no lugar. Ninguém ousava dizer nada. Nem mesmo sob o olhar amedrontado de Tails fez com que Rotor se manifestasse. O mesmo poderia ser dizer de Barão, que parecia encarar Jack Coelho o tempo todo. Mas o coelho não estava satisfeito e continuou a dizer:

    — Ninguém falou nada, Intaum vou continuá. Ocês acha mermo que ocês iam vir aqui e num ia acontecê nada com ocês? Num... Vai sim... Pra servir de exemplo... Intaum isso não será um final feliz... Vô avisá na sinceridade: um de ocês vai deixá de existí aqui hoje.

    A notícia trouxe ainda mais apreensão para todos. Amy mal acreditava no que estava acontecendo.

    — *Ele vai mesmo fazer isso... Ele está mesmo falando a verdade... Um de nós vai...*

    Tails estava na mesma situação, chegando a temer. Big estava diferente, porém tinha noção do que estava acontecendo. Barão não cedeu ao seu maior inimigo o prazer de demonstrar medo, assim como fez Rotor. Todos mantiveram-se calados, mesmo depois de ouvirem o que Jack disse, que se aproximou de Rotor e disse:

    — Tá veno isso? Essa é a Clementina. Ela tá a muito tempo sem se alimentá e ela tá com fome... Nós sabemo como alimentá ela, não? Vou explicá mió: eu vô batê com ela em um de ocês até virar papa de bebê – Disse Jack, mostrando seu taco de beisebol.

    O coelho colocou então seu taco de beisebol apoiado em seu ombro, enquanto andava. E quando voltou a olhar para todos, diz:

    — Vamo começá a brincadeira... Meus cupincha tão quereno vê ocês sentí pavor. Intaum é mió não deixá eles ansioso...

    Ele caminhou parte até próximo a Barão, que estava no centro, e tornou a dizer:

    — Uni... duni... tê... salamê... minguê... – Dizia Jack, apontando para cada um enquanto fazia sua “brincadeira”

    O terror tomou conta de Amy e Tails, que esperavam pelo pior. Rotor estava atônito, não acreditando que aquilo estava mesmo acontecendo.

    — *Cara, o... o Jack está mesmo disposto de ir com isso até o fim... Ele vai mesmo eliminar um de nós?*

    — O sorvete colorê... o escolhido foi... ocê! – Disse Jack, apontando o taco para Amy.

    A breve parada na canção infantil, esta que dava ainda mais terror ao momento, trouxe aflição a ouriço rosa e a todos. Mas Jack não parou e continuou:

    — Lá em cima du piano... Tem um copo de veneno... Quem bebeu, morreu... O azar foi seu... – Cantou Jack, causando mais temeridade a quem ouvia.

    Toda a atenção era única e exclusivamente para as ações do coelho líder dos Sand Blasters, que continuava com sua atuação da música infantil.

    — Ma-mãe man-dou... Eu es-co-lhê... Es-te da-qui! – Disse o coelho, se referindo a Tails.

    Rotor já estava mesmo pensando em fazer alguma coisa, mas parou pois percebeu que Jack continuou o cântico.

    — Mas co-mo eu sô... mui-to tei-mo-so... Eu vou es-co-lhê... Es-te da-qui!

    Dessa vez havia chegado ao fim. Todos estavam calados, esperando pelo pior. Mas Rotor percebeu que Jack não estava apontando para nenhum de seus amigos e tampouco para Barão. Apontava para além de onde estavam. E assim que acompanha a direção onde o coelho apontava na verdade, percebeu que estava indo para próximo das cápsulas da enfermaria...

    É exatamente isso que todos perceberam: ele havia apontado para a Bunnie. Enquanto Jack subia a escada que levava até o segundo nível da cápsula, Barão diz:

    — O que? Ocê é tão covarde assim pra destruí arguém que nem pode se defendê?

    — NÃO! POR FAVOR! A BUNNIE NÃO! ELA NÃO... – Se desesperou Rotor, quase partindo para cima de Jack.

    Mas não havia muito o que fazer. Ao mínimo movimento o morsa percebeu que haviam vários reféns em sua volta. Um ataque contra Jack desencadearia algo bem além do que imaginava, algo bem traumático e irreparável. Porém não tinha via opções para salvar Bunnie.

    Jack estava mesmo disposto a fazer o que disse. Já sobre o domo onde Bunnie se encontrava, diz:

    — Intaum é isso, cuelha bunita. Tu’zinha vai serví de exemplo pros que tenta me passá as perna. Nada pessoar... Não não... Tudo pessoar, hahaha!

    E com um violento golpe, Jack quebra o vidro do domo, o que trouxe avarias ao equipamento. Logo o computador diz:

    >Atenção... Atenção... Alerta de segurança. Domo avariado. Perda de energia. Ativando modo de hibernação.

    — Não... Nada de segu-sei-lá-o-quê. Toma mais uma! – Disse Jack, voltando a golpear o domo.

    E para maior desespero, o computador diz:

    >Erro fatal. Modo de hibernação cancelado. Organismo biológico ameaçado. Legionização acelerada. Dados concluídos.

    — Sua lata velha! É pra ocê explodir, tendeu? – Disse Jack, voltando a golpear o domo.

    E dessa vez pelo visto as coisas tinham mesmo piorado.

    >Sistema operacional comprometido. Computador Eggman OS invadido.

    Faíscas saíram de fios que estavam ligados ao dome, seguidos de pequenas explosões. Jack continuou batendo na cápsula onde Bunnie estava, sob o play desesperado de Rotor. Amy e Tails gritavam parte que ele parasse com aquele ato monstruoso, mas era em vão. Barão não se conformava. Ainda de joelhos, olhava sem saber o que fazer, enquanto de seus olhos escorriam lágrimas. Dessa vez o ataque dos Sand Blasters tinham sido efetivo de uma forma traumática para todos, principalmente para Barão.

    — Seu... Seu... Seu desgraçado... Eu... Eu... Eu nunca vô te perdoá por isso...

    Jack, depois de terminar com sua execução, se aproximou de Barão e disse:

    — Tá falano de mim, né? Bem... Bem... Acho que devo dexá as coisa bem clara aqui: ocê perdeu, seu véio cuelho. Eu vô desmontá todo seu corpo e depois vô montá di novo só que outra forma. Hahaha!

    — Ocê... Ocê é um traste imundo! Essa é a casa de todo mundo que te odeia e fugiu pra cá...

    — Hahaha! Tô bem ligado nosso e ... uu vô destruí ela.

    — Seu traste imundo!

    — É. Ocês abrigaro gente minha da cidade Sand-Blast. Pois bem, tô pegano eles de vorta. Eu vou acabar com essa refinaria.

    — Você não pode fazê isso! É a casa deles!

    — Você quer dizê “era”. Tudo no seu tempo... No momento eu quero aproveitá ao máximo minha vitória, hahaha!

    Porém as ações de Jack trariam mais problemas, inclusive a ele mesmo. Enquanto continuava a desfrutar de sua conquista, fagulhas começavam a estalar por dentro dos gabinetes do dome destruído, ocasionando uma reação em cadeia. Todo o processo era uma reação em cadeia, que trazia mais avarias e danos a cada minuto que se passava. Avery Urso, que estava próximo a cápsula, percebeu fumaça saindo de dentro da estrutura avariada. Sem demorar ele disse: 

    — Eh... Chefe...

    — Cale-se, Avery! Tô curtindo aqui...

    — Mas chefe, está saindo...

    — CALA A BOCA!

    — Mas...

    — Tô no meio da festa e num quero sê atrapaiado! Arreda daqui!

    Mas sobre uma viga ali perto, até mesmo Shift Lobo se preocupou.

    — CHEFE! TÁ SAINDO...

    — AH NÃO! NÃO! CABÔ! Já avisei que não quero sê interropido! Sempre que ocês dizem isso é proque argo de ruim tá pra acontecê... Eu quero ir a algazarra!

    — Não, chefe... Bem, é isso mesmo que você disse!

    — EU NÃO QUERO SABÊ! AQUELE OURIÇO TÁ BEM LONGE PRA FAZÊ ARGO!

    A fumaça só aumentava, mostrando que algo de muito ruim estava prestes a acontecer. Até mesmo os legionários sombrios que estavam sendo mantidos como prisioneiros começarem a sinalizar para os Sand Blasters que estava saindo fumaça da máquina. Isso causou preocupação por todos, executando Jack Coelho, que continuou ignorando as tentativas de abuso de seus aliados.

    — Intaum será assim: vô levá tod’ocês cumigo pra cidade Sand-Blast e lá eu vou...

    — Chefe, acho melhor você ouvir... – Disse Jolt Papaléguas, desesperado.

    — MAS SERÁ POSSÍVER QUE OCÊS SÃO TÃO ESTRAGA PRAZÊ ASSIM?

    — Não é isso! É que...

    — É o que o que? O que ocês tão tão de drama? Fala logo!

    — Aquilo alí, ó...

    Jolt apontou para o dome, que já estava tomado de raios e faíscas. Elas serpentinavam pelo ar até. E percebendo a gravidade do problema, Jack exclamou:

    — Ô DIACHO... MAS O QUE...

    Em uma visão aérea da refinaria, foi possível ver a imensa explosão que ocorreu, com um estrondo tão grande que pôde ser ouvida desde a cidade Sand-Blast. Seus habitantes locais, que estavam cuidando de suas vidas, até se assustaram com o barulho, olhando para o horizonte iluminado.

    Voltando a refinaria, a explosão causou um incêndio generalizado. Nesse momento já não haviam dominantes e dominados: estavam todos lutando pela própria vida.

    Enquanto isso...

    Residência Maldita (parte final) – Subsolo do Castelo Acorn. Batalha contra Naugus.

    Geoffrey havia usado de seus poderes Ixis para se aproximar de Naugus. Com todos assistindo ao seu ataque, Larry Lince se manteve quieto, de olhos fechados, concentrando seu poder de boa sorte. E estava pensando:

    — *Tô ouvindo todo mundo... Tá todo mundo preocupado e não sabendo o que fazer... Uma coisa que eu quero que aconteça mais do que nunca é... que ninguém morra.*

    O desejo do pequeno lince membro dos Lutadores da Liberdade Secretos era maior do que ele imaginava. Naquele momento isso foi expandido a um nível acima do normal. Seu pedido tinha impacto a todos que conhecia e que buscava o bem do próximo.

    E todos nós sabemos como isso foi importante.

    Voltando a refinaria...

    Com o pouco que se tinha de área segura, na ala próxima a enfermaria, estavam lá, caídos, os Lutadores da Liberdade. Lentamente, bastante tonto, Rotor se levantava, acudindo Amy e Tails, sendo ajudado por Big. A boa notícia que ninguém estava gravemente feridos, embora a explosão tivesse sido terrivel.

    — Eh... Estão todos bem? – Perguntou o morsa, ajudando Amy.

    — Es-estamos... Eu acho... – Disse Amy, segurando uma das mais de Rotor.

    — Tails, vem... Eu te ajudo... – Disse Big, levantando uma viga ouve Tails estava preso.

    — O-obrigado, Big... Mas...

    — Gente, precisamos sair daqui... Essa refinaria vai... – Disse Rotor, olhando ao redor. 

    — Rotor... Isso tudo... – Disse Tails, triste.

    — O que foi? Arte os ricos foram desativados, nossa... Tails, não é hora pra...

    — É HORA SIM! NÃO IGNORE O QUE ACONTECEU E O QUE ESTÁ ACONTECENDO!

    — Tails...

    — Tá vendo isso tudo? Essa é a nossa vida! E agora não é a nossa também: é a de todo mundo que estava aqui! Será que vocês não vêem? Nós... Nós perdemos... Perdemos a... Bunnie... Ela... Aquele maníaco do Jack... Ele a...

    — Tails, seja forte! Nós... – Disse Amy, com lágrimas nos olhos.

    — Você vai dizer que tudo vai ficar bem? Não, estou cansado disso! Eu sempre tenho me mantido forte, mas... Mas desde que nosso grupo se desfez nada tem funcionado. Só piora!

    — Nós sempre lutamos, Tails. Eu sei que você está usando a razão agora mais do que qualquer um aqui e está com medo... Olha, todos nós estamos com medo... Você sabe porque? Porque nós nos importamos um com os outros. Nós sempre temos muito a perder, mas teríamos muito mais a perder se não fizéssemos nada.

    — Rotor...

    — Amigo, nós tentamos. Bunnie fez uma escolha e devemos respeitar isso. Mas nossa luta continua... Por ela e por todos... Boa escolhemos vir até aqui atrás dela. A vida é feita de escolhas. Os desafios são uma parte disso. A solução vem com o desejo de sucesso e perseverança, mas não podemos lutar contra o imponderável.

    — Você está certo, mas...

    — Vamos sair daqui e depois nós...

    Mas não havia muito mais tempo para conversarem. Logo acima, em uma plataforma, estava Barão, que tinha em seu encalço Jack, atirando contra o coelho mestre da refinaria. A situação estava ainda pior, já que Barão não tinha absolutamente nada para se defender. Correndo e se abrigando atrás de paredes e vigas, tentava a todo custo ser alvejado. Jack sabia que a refinaria não iria suportar muito tempo, mas continuou sua caça.

    — Tá tudo desmoronando pra ocê, Barão. Hoje tu vai tombar, hahaha!

    — Ocê é loco de pedra, Jack. Não vê que ocê tá correno pirigo da merma forma?

    — Mió ocê se preocupá mais cocê, hahaha!

    Dito e feito, Barão se descuidou: ao sair de sua cobertura para seguir até um corredor suspenso, foi alvejado em seu braço metálico. O tiro foi tão forte que o arrancou. O barulho da queda do membro biônico demonstrou a Jack que sua mira estava mesmo afiada.

    Barão então seguiu correndo em seu caminho mas, para seu azar, uma explosão ocorreu a sua frente, impedindo que continuasse. Frustrado, quando ousou em retornar Jack já estava em seu encalço. Lhe apontando sua arma, o coelho caolho diz:

    — Oia só... Tu tá sem um braço, sozinho, num caminho sem saída. Eu tô aqui armado e cheio de saúde. Tamo num cenário bem cabuloso... E ainda assim eu tô na vantage, hahaha!

    — Ocê é um podre miseráver covarde fio sem mãe, Jack!

    — Faltô o vencedô nesses nome todo aí, hehehe!

    Ao mesmo tempo, perto dali, Rotor e os outros observavam pelo embate que Barão estava travando. Mas não havia muito o que fazer. Tails, engenhoso como sempre foi, usou então seu relógio, que na verdade era um mini computador. Amy, surpresa, diz:

    — Tails, isso não é hora pra isso... Nós temos que ajudar o Barão e...

    — Amy, eu antes de sair da caminhonete, pensei em deixar o T-pup por lá. 

    — Espera... Agora que você falou... É mesmo. Você o trouxe com a gente.

    — Por isso mesmo. Eu pedi pra que ele ficasse lá e não saísse por nada desse mundo. Ainda bem que ele é bem obediente... 

    Tails então consegue ver, via os dados que T-pup coletou, que toda a Refinaria Oil Ocean estava entrando em colapso. Tinham pouco tempo para deixarem o lugar.

    — Temos mesmo que sair daqui.

    — Nem precisa ficar duas vezes, Tails! – Disse Rotor, tentando procurar por uma arma ou algo que pudesse ajudar Barão.

    — Não... T-pup está me mostrando que tudo está instável! Nós não...

    T-pup estava certíssimo. Sem tempo para conversa: uma fortíssima explosão ocorre, separando todos um dos outros. Um mar de chamas toma o lugar da ala onde os Lutadores da Liberdade se encontravam. Melhor dizendo: não havia mais ala. As labaredas cobriram cada centímetro daquele lugar. Um cenário completamente caótico e descontrolado. O calor era muito, o que poderia colocar em dúvida se haveria sobreviventes.

    Mas havia uma pessoa viva sobre aquelas chamas. Pendurado em uma corrente frágil e cercado por destruição, Rotor estava mesmo em perigo.

    — Minha nossa... Onde que nós fomos nos meter?! Só estou vivo porque essa corrente me salvou... Mas... E os outros? Amy... Tails... Big... Isso é mal, muito mal! Só me resta... Só me resta ter fé...

    Mas a situado era crítica. O morsa então começa a pensar desesperadamente, já que não lhe restava muito. E em um breve momento, tem uma ideia óbvia.

    — O RÁDIO! Eu só tenho isso, então... Vamos, por favor... FUNCIONA! VAMOS, FUNCIONA! VAI! FUNCIONA!

    E depois de tanto insistir, eis que ouve um sinal:

    — Oi? Alguém aí? Aqui é Nicole! Está me ouvindo?

    — Ni-nicole?! ESTÁ ME OUVINDO? POR AURORA!

    — Rotor? É você? ROTOR?!

    — Sim... Sou eu... NICOLE...

    — Diga, Rotor! Estávamos sem comunicação, então...

    — SOCORRO!

    — ROTOR?! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? 

    Uma explosão ocorreu em seguida, quase o derrubando. A corrente não inspirava segurança alguma e isso causava muita alocado a Rotor. O rádio estava começando a falhar novamente. O calor estava atrapalhando os sinais e com isso o morsa ou ouviu Nicole desesperada:

    — ROTOR, ONDE VOCÊS ESTÃO?

    — NICOLE, EU ESTOU NA REFINARIA OIL OCEAN! A COMUNICAÇÃO VAI CA...

    E de forma repentina o sinal caiu permanentemente, deixando Rotor praticamente mudo. Não havia nada que pudesse ser feito. Ninguém poderia entrar em contato ou vice e versa. O terror boa olhos do morsa era angustiante. E de tanto se segurar, a corrente simplesmente arrebenta. A condensação na certa dilatou a estrutura metálica que era a única turma de Rotor se salvar. O corpo de Rotor cai, indo ao encontro das chamas da refinaria, sob o olhar de Barão e Jack, que diz:

    — Hahaha! Olá só como ele cai... Parece uma pedra caindo num rio! Hahaha!

    — SEU INFELIZ! COMO PODE ACHÁ GRAÇA DISSO?!

    — Tô cansado de sê passado pra trás. Bem, agora é hora de ocês pagarem a conta...  

    Jack colocou o cano de sua pistola na cabeça de Barão, quis só esperava pelo seu fim. E quando o coelho líder dos Sand Blasters iria desferir o último tiro, um tudo agudo, computador se uma arma tivesse ativando, é ouvido pelos dois. E uma voz feminina e doce é ouvida, dizendo:

    — No débito ou crédito, seu miseráver?

    E um poderoso tiro de energia surge do meio de uma fumada densa, atingindo Jack em cheio. A rajada foi tão forte que imediatamente o deixou desacordado. Barão, mostrando surpresa em seu rosto sujo e ferido, se levantava lentamente e, o surpreendendo novamente, ouviu passos. Os barulhos graves eram familiares aos seus ouvidos. Levantou então e virou para a direção de onde vinha o ruído. Ele então pôde ver que um milagre havia acontecido. A sua frente, diante de seus olhos sofridos, se emocionou ao ver uma jovem coelha, que trajava um colante rosa com uma jaqueta beje por sobre seu dorso, com um braço esquerdo robotizado, assim como suas duas pernas.

    — Bu-bunnie?! Não pode sê... É OCÊ MERMO?!

    Sim, era Bunnie Rabbot. Ela estava bem e mais poderosa que antes. Mas seu semblante mostrava muita irritação. Ela estava furiosa e isso foi percebido por Barão.

    — Bunnie, temo que saí daqui o mais rápido que...

    — Eu num vô sair daqui agora.

    — Mas temo. Os otro... Amy... Tails.., Big... Rotor... Nossa, a Matilda...

    — Já salvei todos eles.

    — O que?

    — Vamo... Vô tirá ocês daqui.

    — Não! Dexa esse desgraçado virá pó aqui!

    — Não. Ocê sabe que num sô de fazê justiça com as propria mão... Mas num vô te julgá...

    — Bunnie, ele tentô matá todo mundo, até ocê...

    — Tio, tamo numa situação mei complicada. Vô tirá ocês daqui agora... Depois lavamo a ropa suja com ele...

    Bunnie então pegou seu tio e Jack, levando-os para fora da refinaria. Lá fora, distante do perigo e sãos e salvos, estavam todos os Lutadores da Liberdade que, embora feridos, estavam bem. Amy e Tails, junto com T-pup, ajudavam aos legionários sombrios que haviam saído a tempo. Rotor avistou Bunnie, ajudando-a a acudir seu tio e Jack. O morsa diz:

    — Bunnie, você salvou eles... Mas...

    — Ainda num acabou...

    — Como assim?

    — Eu vô salvá a refinaria.

    — O que? Ocê num pode tá falano sério!

    — O que você tá pensano?! Num tem que fazê mais nada! – Disse Barão, segurando nos ombros de sua sobrinha.

    — Me diga, tio... Onde é que ocês vai depois?

    — Nóis damo um jeito nisso depois! Ocê num entende que...

    — Ocês só tem esse lugar como lar. Eu sei como é perdê o lar e num é uma sensação boa. Ocês fizeram muita coisa por mim aqui e eu quero salvá o que é de mais valioso no momento pra essa gente toda...

    — Bunnie...

    — O lar de ocês é o seu castelo. Ninguém vai tirá isso de ocês enquanto eu estivé aqui. Eu sou uma lutadora da liberdade. Tá no meu sangue... E ocê tem que sabê que ainda tem gente lá dentro...

    — O QUE?! NEM TODO MUNDO SAIU?

    — Eu ouvi suas vozes... E tô indo lá salvá todo mundo...

    E logo Rotor se aproximou, se colocando a disposição.

    — Bunnie, nós queremos ajudar nisso.

    — Ocês já tão ajudano. E obrigada por me salvarem...

    — Você conhece a gente. Nunca iríamos te deixar pra trás...

    — E eu tamém. Eu agora preciso ir.

    — Mas Bunnie... Tem algo errado...

    — O que? – Disse, se virando em direção a refinaria em chamas.

    — Porque esse olhar? Você parece...

    — Eu ainda não tô cem por cento, bunitinho. Tô meio zonza e pensano pouco...

    — Mas Bunnie...

    — Mas tô agino com minha razão. Tô me encontrano ainda, Rotor...

    — Como assim?

    — Voltando a sê euzinha... Como sempre fui.

    A coelha lutadora da liberdade então pegou impulso e antes de seguir para a refinaria, rotor diz:

    — Vamos estar te esperando aqui. Boa sorte.

    — Brigada...

    O punho serrado da bela coelho junto com suas lágrimas, que somente nós testemunhamos, dava a noção exata do que Bunnie sentia no momento. Ela estava de volta, mas havia algo diferente em seus olhos. Parecia que procurava por algo, como se tivesse perdido alguma coisa. Logo após a conversa com Rotor, Bunnie alçou vôo e seguiu em direção a refinaria.

    Mas Barão continuou não concordando com essa ideia de sua sobrinha. Tanto que até foi a Rotor cobrar explicações

    — Ocês tão loco em dexá ela fazê isso!

    — Somos loucos, Barão. É o que faz com que ajudemos as pessoas.

    — Ela foi pra lá sozinha! Num tem noção do perigo!

    Mais uma forte explosão é ouvida na refinaria, com todos se abaixando pois o estrondo foi demais. Porém, para desespero de todos, uma grande pedra que ficava as margens do desfiladeiro onde estava situada a refinaria é arremessada para cima e começa a cair na direção onde todos estavam. Mas assim que iriam ser atingidos, eis que um borrão azul destrói a pedra, fazendo-a se esfarelar. Deixemos Rotor anunciar quem era.

    — SONIC?! HAHA! É O SONIC, GALERA!

    — SONIC! Ah meu amigo! Que bom que você está aqui! – Disse Tails, abraçando o ouriço.

    — Sonic, amor da minha vida! Então você veio mesmo! – Disse Amy, tentando abraçá-lo também.

    E era mesmo o ouriço. Como anunciado em eventos passados (capítulo 16), Sonic estava a caminho. E o ouriço, sem perder tempo, diz:

    — Tô na área. Beleza, galera... Que tá pegan...

    Sonic então percebe o tamanho da encrenca que estavam lidando ao olhar para a refinaria em chamas. Em com todos em sua volta, inclusive os Sand Blasters, que estavam sendo mantidos como prisioneiros, diz:

    — Ok... O tamanho da treta é proporcional ao tamanho da minha preocupação agora. Que tá pegando, Rotor?

    — Sonic, muita coisa rolou mas não temos tempo pra te explicar agora.

    — Tá mas o que está acontecendo aqui? 

    — Bunnie está na refinaria pra tentar salvar quem está lá e a refinaria.

    — Ah mas isso a gente tira de letra. É só eu ir até lá e... OPA COMO ASSIM?! BUNNIE?! MAS ELA... COMO...

    — Calma. Ela voltou a ser a Bunnie de antes. Digo, a Bunnie que nós conhecemos.

    — Hã? Ela voltou a ser a Bunnie... A NOSSA BUNNIE!?

    — Exatamente.

    — Mas como isso?!

    — Se lembra que eu disse que rolou muita coisa? Uma delas é essa... Mas Sonic, se apresse! Ajuda ela! Vai lá!

    — Tudo bem. Vez fiquem aqui e cuidem-se. Logo estamos de volta.

    Sonic, usando de sua velocidade, seguiu de imediato para até o interior da refinaria em chamas. E com isso vamos a mais um estágio dramático dessa história.

    Refinaria Oil Ocean “Dramatic Battle”: Sound of Silence.

    (Música sugerida de mesmo nome da banda Disturbed)

    O tom da batalha era completamente diferente de tudo que se viu até hoje. Haviam legionários a serem resgatados naquele mar de chamas incandescentes e Bunnie tinha total noção dos perigos que iria correr. Mas em seu olhar via-se dúvidas e lamentos. Ela não estava totalmente recuperada e, com isso, um comportamento inimaginável que podíamos esperar dela. “O que ela estaria pensando” talvez vocês devam estar se perguntando. E enquanto ela ajudava um grupo de legionários sombrios que estavam mesmo precisando de ajuda, ela pensou:

    — *Tô salvano essa gente toda... Tô fazeno o que eu sempre fiz, mas... eu num ouço nada... Só quem eu conheço... Eu sei que toda essa gente tem suas vidas, seus sonhos... Mas eu não as ouço...*

    “Olá, escuridão, minha velha amiga

    Vim conversar com você de novo

    Porque uma visão suavemente arrepiante 

    Deixou suas sementes enquanto eu dormia

    E a visão que foi plantada em meu cérebro

    Ainda permanece

    Dentro do som... do silêncio”

    Os pensamentos de Bunnie talvez dissessem que estava sozinha numa escuridão, num outro lugar. Ela tinha passado por muitas coisas desagradáveis e terríveis até hoje e, como todos devem saber, uma parte dela está entre a vida e a morte.

    — *Tuane... Eu sinto tanto tua falta, meu lindinho... Eu tô ajudano essa gente mas... Eu não ouço nada... Tudo pra mim tá mudo, mermo eu sabeno que tô fazeno a coisa certa...*

    Bunnie, usando de seus propulsores na sola de seus pés, conseguia voar com extrema desenvoltura que até impressionava aos quê a viram sobrevoando aquelas chamas. Ela mais uma vez, depois de destruir várias vigas com o canhão de seu pulso, conseguiu salvar mais legionários presos, os levando a um lugar seguro. O tempo era pouco, mesmo assim. As chamas não davam trégua.

    “Em sonhos atormentados, eu caminhei só

    Em ruas estreitas de pedregulhos

    Sob a luz de um poste de rua

    Levantei minha jaqueta para me proteger do frio e umidade

    Quando meus olhos foram apunhalados pelo brilho de uma luz de neon

    Que rachou a noite

    E tocou o som... do silêncio”

    Embora a bela coelha esse mostrando uma garra impressionante, seu olhar era distante. Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto continuava a sua sina de salvar a todos. Ela não parecia em sintonia com o lugar onde estava e com o dever, mas o fazia como tal.

    — *Está tudo em silêncio... Eu num ouço gritos nem choramingos... Só ouço meu coração batê forte e a mim merma... Eu estou lutano contra quem? Para quem? E porque? Eu sei que tenho que salvá todo mundo, mas... Está tudo mudo...*

    O calor era insuportável, mas a resistência de Bunnie era muito acima do normal. Talvez seus implantes a alimentassem com algum tipo de invulnerabilidade ou, o que sempre ocorreu, seu espírito de lutadora da liberdade aflorava a níveis inimagináveis. Tinha também uma grande força para levantar um enorme container que abrigou por alguns instantes um grupo de legionários, que se abrigaram como podiam. Todos foram salvos, mas as chamas não cessavam...

    “E na luz nua eu vi

    Dez mil pessoas, talvez mais

    Pessoas falando sem dizer

    Pessoas ouvindo sem escutar

    Pessoas escrevendo canções que vozes jamais compartilharam

    E ninguém ousava

    Perturbar o som... do silêncio”

    Por um caminho tortuoso Bunnie seguiu, já bem mais adentro da refinaria. Percebeu que havia muito mais pessoas lá do que em qualquer lugar. Ousou então, atirando contra paredes para conter chamas que atrapalhavam sua evolução. E enfim chegou até onde haviam dezenas de legionários sombrios com medo e aflitos. Ao verem Bunnie, se encheram de emoção e esperança. E lá ela estava, de pé a frente deles, segurando uma enorme viga com seu braço esquerdo. Mas ela não disse uma só palavra. Não foi preciso: o olhar compenetrado dela já havia explicado o que deveriam fazer. Eles, nutridos de coragem e fé, correram até onde Bunnie estava e passaram por ela, dizendo-lhe palavras de agradecimento e gentilezas. Mas a coelha não os ouviu...

    — *Por toda a minha vida eu lutei e desejei o bem de todo mundo... Passei por muita coisa, mas... Tuane... Eu... Eu não ouço nada... Eu nu. sinto gosto de nada... Eu num sinto nada... Solidão? Eu sinto isso? Será? Esse silêncio... Ele me consome, porque... Eu não ouço nada...*

    Por Bunnie estar ainda se recuperando, ela se descuidou: uma explosão ocorreu ao seu lado, fazendo-a ficar presa entre vigas ali próximas. Cercada por fofo por todos os lados, ela tentava se soltar, mas era demais pra ela. Não havia se entregado, mas o brilho de seus olhos não era mais o mesmo. Aliás, ela não parecia ela mesma.

    — *Esse silêncio... Eu estou lutano mas...*

    E então Bunnie é tomada por várias lembranças que nortearam sua vida. Desde o dia que sua vila sofreu um ataque e foi levada pelas forças do Dr Robotnik, sendo robotizada parcialmente. Lembrou também das tragédias que assolaram seus amigos e, principalmente, a seu grande amor Antoine D'Coolette. Quando o pai de seu marido morreu, ela estava a seu lado. Mesmo em seu leito de dor, Bunnie continuou alí até o fim. Mas talvez o dia ao qual sentiu a maior dor de sua vida foi quando Antoine se sacrificou para salvar Elias em sua fuga de Nova Mobotrópolis. E mesmo depois da esperança que lhe foi dada ao ver que sonic conseguiu levá-lo rapidamente ao hospital, onde ela ficou sempre ao seu lado, Bunnie sabia que não poderia ficar parada... Mas algo está fora do tom.

    E no momento que a realidade de Bunnie perdia a força para seus pensamentos melancólicos, um ruído foi ouvido. Um barulho que golpeava o ferro daquelas vigas que aprendiam. Logo estava solta e alguém a acudiu. Ela via essa pessoa, mas não a ouvida tampouco a sentia. O olhar da coelha mantinha-se distante, mas por pouco tempo. Essa mesma pessoa insistia, a abraçava, a motivava... e clamava pelo seu nome. E Bunnie sabia disso...

    — BUNNIE! VAI, REAJA!

    Ela ouviu, deles de muito tempo... Ela ouviu o seu nome ser chamado várias vezes até que reagiu.

    — Sonic!? O-ocê veio?

    — Sim, Bunnie! E estamos numa treta bem sinistra no momento!

    — Sonic...

    — Vamos, Bunnie! Temos que sair daqui. Rotor me disse que você veio resgatar todo mundo. Bem, já conseguimos. Eu retirei todos que sobraram. Rodei isso aqui tudo. Vamos sair daqui!

    — Não...

    — NÃO!? COMO ASSIM? OLHA ESSE LUGAR! VAI EXPLODIR!

    — Se explodir eles perde sua casa...

    — O que?

    — Temos que salvar esse lugar.

    — Bunnie, olha... Eu sei que...

    — NÃO! OCÊ NÃO SABE! OCÊ TÁ AQUI PROQUE?

    — Bunnie, eu vim ajudar...

    — Intaum! Eu tô aqui pra ajudá e não fugir! Agora que ocê sabe, vai me ajudá?

    Sonic havia entendido o que Bunnie queria ficar. Ele não poderia impedir que sua amiga deixasse de fazer o que veio fazer. Ela estava mostrando determinando em ajudar aos legionários que a acolheram e fizeram o possível para que se recuperasse. Ela queria retribuir toda essa dedicação. Poderiam ser das forças de Eggman, mas eram boas pessoas que só estavam tentando sobreviver. 

    Bunnie, agora com forte aliado e um grande amigo como o Sonic, voltou com tudo. Sua vitalidade parecia ter se recuperado só em ter como companheiro de combate o ouriço azul. De fato, toda sua força estava restabelecida. Seus olhos já brilhavam, mesmo que as lágrimas ainda caíssem. Sonic partiu a toda velocidade, sim como Bunnie alçou vôo. Era um último esforço.

    “Tolos, eu disse, vocês não sabem?

    O silêncio cresce como um câncer

    Escutem-me, que talvez eu possa ensiná-los

    Peguem meus braços, que talvez eu possa alcançá-los

    Mas minhas palavras caíram como gotas silenciosas de chuva

    E ecoaram nos poços... do silêncio”

    Sonic então perguntou a Bunnie qual seria o plano a seguir.

    — O que pretende fazer? Algum plano?

    — Embaixo dessa refinaria tem um bolsão d’água. Se nóis fizé tudo certo, podemo fazê ele esguichá água em toda a refinaria.

    — Caraca, essa ideia pode dar certo mesmo. Mas como iremos fazer isso acontecer?

    — Vamo lá embaixo e abrir um buracão até estourá tudo!

    — Beleza, belezinha! Vamos pôr a mão a obra!

    — Isso mermo, docinho!

    O momento era agora.

    Sonic então usou sua velocidade para chegar ao lugar abaixo da refinaria. As chamas estavam tomando todo o lugar. Era imenso: uma rocha maciça era um obstáculo e água como uma tampa que impediria os planos dos dois. Bunnie, ao chegar, diz:

    — Pronto. Vamo batê lata!

    — Era tudo o que eu queria ouvir, Bunnie! 

    A forma com que Sonic conversava com Bunnie era tudo que faltava para a coelha. Enquanto Sonic desferia vários horning attacks contra a rocha e da bela coelha usar seu canhão, ela finalmente conseguiu encontrar seu norte: sua identidade e seu reconhecimento.

    — *Era isso... Eu tô lutano contra quem? Eggman e todo o mal desse mundo. Por quem eu luto? Por meus amigos, por tudo que é bom e por mim merma! E proque eu luto? Eu sou uma LUTADORA DA LIBERDADE! ESSE É O PROQUE! Eu sou Bunnie Rabbot D'collette, esse é meu nome! E eu vô vortá pra ocê, Doce Tuane!”

    "E as pessoas se curvavam e rezavam

    Ao deus de neon que elas criaram

    E a placa mostrou o seu aviso

    Nas palavras que formava

    E a placa dizia

    As palavras dos profetas estão escritas nas paredes do metrô

    E nos corredores dos cortiços

    E sussurradas no som... do silêncio"

    Não havia mais silêncio algum. E não me refiro a refinaria em chamas. Bunnie estava de volta totalmente dessa vez. A companhia de Sonic a fez se lembrar que tudo que deveria fazer é ser ela mesma. Ela não havia mudado. Pelo contrário, era a Bunnie ainda melhor. Era agora a heroína de todos os legionários sombrios que conseguiram sobreviver.

    E voltando ao ocorrido, Sonic e Bunnie conseguiram desfrute a enorme rocha, o que fez com e a água que Bunnie havia citado começasse a jorrar com toda a força possível. Pela pressão da água estar fora do comum, muitos outros gêiseres de água começaram a esguichar por toda a refinaria, apagando a maioria das chamadas maiores e evitando completamente que houvesse mais explosões. O rescaldo foi imediato. A refinaria estava salva. Parcialmente destruída, mas em pé.

    Após o ocorrido, Sonic e Bunnie retornam, lado a lado, para perto dos outros. Sim que o fazem, uma grande manifestação de alegria e felicidade explode no deserto. Todos os legionários sombrios comemoraram a conquista e abraçaram seus salvadores. Todos os Lutadores da Liberdade foram agradecidos. Tails pulsava de alegria junto a T-pup, com Amy pulando para encontro a Sonic, que a acode gentilmente como ele sempre fez. Big estava segurando vários legionários nos seus fortes braços, comemorando com eles. Rotor abraçou sua amiga coelha, feliz com o que acabaram de fazer.

    Bunnie era a mais procurada, com muitos legionários a abraçando e uma em especial: Matilda, que estava deitada em uma cama improvisada.

    — Você conseguiu...

    — Sim, docinha... Eu disse que ia salvá ocês todo... e o lar de ocês...

    — Nós devemos tudo a você, Bunnie.

    — Ocês num devem nada de mim. Eu que agradeço ocês todo. Por tudo que ocês fizero por mim aqui na refinaria. Hoje eu vortei a sê eu merma. Eu tô de volta!

    Ao fundo, veio então seu tio, Barão. Aliviado, ele diz:

    — Bunnie... Bunnie... Bunnie... Seus pais tariam com muito orgulho de ocê agora como eu estô. Ocê foi inacreditáver!

    — Brigada, tio! Mas meus amigo tamém são! Sem eles num teia chance nenhuma de vencê.

    — Tamo de débito cocês agora. Vamo ajudá ocês no que for preciso..

    — Tio, tá tudo bem. Ocês já me dero o que eu queria. Fizero muito por mim de uma forma que nunca vô podê pagá...

    — Num diga isso...

    — Num sei como vai sê no futuro, mas eu prometo que até onde eu pudê ir, eu vô ajudá ocês todo sem pensá. Eu que tô no débito aqui...

    — Bunnie...

    Porém Bunnie, embora não fosse de guardar rancor algum, fechou seu semblante por um momento. Lembrou que tinha assuntos pendentes com alguém. Cantou então até o fundo do lugar onde estavam, onde os Sand Blasters eram mantidos presos, com armas apontadas pra eles por legionários sombrios. Ela então foi até Jack Coelho que, irritado, diz:

    — AREDA DAQUI, SUA LUTADORA DA LIBERDADE FEDIDA!

    Ela então golpeia Jack em sua barriga com força, com sua mão direita. Ele, ao sentir o golpe, quase perdeu o ar. Bunnie, em seguida, diz:

    — Escuta aqui, seu patife miseráver... Ocê tem muita sorte de ainda tá vivo e muito mais sorte ainda de num ser o Eggman aqui no meu lugar... Mas vô te dizê uma coisa: essa gente só tá quereno sobrevivê aqui. Ocê num compartilha esse desejo de podê acordá todo dia pra vivê bem e feliz. Ocê tem uma cidade abastada e trata todo mundo mal. Aí eles se juntaro com Eggman... Ocê tá veno o que tu tá fazeno? Tu é o curpado disso tudo. Meu tio tá tentano dá uma vida digna a essa gente que te odeia. E o que ocê faz? Tenta matá todo mundo e destruir sua única casa!

    A coelha então olha para os legionários que mantinham sua armas apontadas e pede para que as abaixem. Bunnie sinaliza então para que os Sand Blasters saíssem da região. Lentamente todos sobem em seus jipes e, antes que Jack saísse com os tênis entre as pernas, Bunnie diz:

    — Vá embora, reflita sobre sua vida indigna e vê se coloca sua cabeça no lugá. Proque se ocê não fizé isso, pode ter certeza que na próxima veiz que ocê recebê um soco meu na sua barriga, vai sê com meu braço esquerdo – Disse a coelha, dando um gancho no ar com seu braço robotizado.

    Por incrível que pareça, os Sand Blasters saíram sem dar sequer um pio. O olhar de tragédia de Jack Coelho evidenciava isso. Era certo que tão cedo eles não iriam aparecer.

    Em seguida, Bunnie e os outros se encontraram junto a Barão, que diz:

    — É... A refinaria foi salva, mas temo muito trabalho pra fazê...

    — Nós vamos ajudá-los! – Disse Rotor, já a frente.

    — Isso! Temos Tails e Rotor que são mestres da engenharia e robótica. E ainda tem eu pra fazer tudo funcionar, hehe – Disse Sonic, bem motivado.

    — Num vai sê preciso. A única coisa que eu quero agora é que ocês voltem em segurança pras terra de ocês. Já fizero muito pela gente hoje...

    — Tio, eu te amo. Muito brigada por tudo.

    — Tamém te amo, minha doce Bunnie. Agora vão... e eu desejo a todos ocês tudo de mió.

    A despedida foi um pouco triste. Bunnie havia passado um bom tempo junto aos legionários e pôde entender o quanto era sofrida a vida na refinaria. A iminência de terem a bomba em suas cabeças detonada era um suplício casa santo dia. E a recuperaram de uma forma tão incrível que nem parecia que ela havia sido legionada novamente. Já com todos no caminhão de Rotor, Sonic seguida ao lado do veículo, com Bunnie voando próximo. Ela então refletiu bem:

    — *Hoje eu aprendi que num importa o que ocê se torna com o passá dos ano. Tu pode mudá tua forma de pensá e o que faz... Mas uma coisa que sempre fica é sua identidade do que ocê é. Eu agora tô ouvino tudo... Tô sentino tudo... e tô vendo tudo. E isso proque meus amigo tão aqui comigo. Nós somo os Lutadores da Liberdade para sempre! Tô vortando procê, Tuane!*

    Definitivamente os Lutadores da Liberdade estavam de volta. Mesmo que...

    Enquanto isso...

    Nova Mobotrópolis - Hospital Memorial Tommy Tartaruga, noite depois da luta contra Naugus.

    — Rápido! Coloquem ele na maca!

    Uma junta médica de mobianos, sendo orientados por Dr Quack, levavam Vicent para dentro do hospital. O jovem estava desacordado.

    — Dr Quack, a pressão dele está diminuindo!

    — Rápido, injetem dez miligramas de adrenalina. Aumentem a dose em dez miligramas caso não haja melhora.

    — Ele é um overlander. Já deveria...

    — Eu sei que ele já deveria ter dado sinal, mas ele não é um overlander como os outros... *o que aconteceu, Vicent? Essa pedra te protegia totalmente, causando um processo de cura alígero. Porque não está funcionando dessa vez?*

    As coisas estavam um pouco tensas no hospital. Mas um fato não poderia passar despercebido: enquanto os médicos passavam por um dos corredores que passava próximo a leitos de pacientes, um dos quartos era conhecido. Estava lá Antoine, com seu rosto enfaixado e com agulhas ligadas a suas veias. Uma máquina mostrava seus batimentos cardíacos, que mostrava que seu estado estava inalterado. Pela leitura, estava ainda em coma. Mas em uma de suas mãos talvez os desejos por tudo de bom de Larry Lince tivessem ido além da batalha:

    Seus dedos se mexeram...

    Continua.


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