Freedom Planet: Faith & Shock

Tempo estimado de leitura: ontem

    12
    Capítulos:

    Capítulo 21

    O torneio T.O.R.M.E.N.T.A - Team Lilac vs Team Red (parte 2)

    Spoiler, Violência

    A final ainda guarda muitas surpresas. Que tipo de inimigo será Dyona Taz?

    Avalice, três anos atrás.

    Shuigang, The Red Scarves Secret Dojoh.

    No interior de uma instalação bem aparelhada estavam vários membros do clã ninja The Red Scarves, perfilados e prontos para irem em alguma missão. Com Spade ao centro, o panda ladino diz:

    — E então, o grupo Dyona. Vocês irão invadir a mansão Xiao Wei e roubarão o brasão imperial que foi lhes dado. Um comprador está aguardando este artefato. O pagamento será muito bom.

    — Sim, pode deixar. Nós iremos. Lilac e Carol, já estão prontas? – Disse Dyona, olhando para as duas.

    — Sim, mestre. Lilac, tamo numa missão grande finalmente! – Disse Carol, com um sorriso no rosto.

    — Sim, Carol. Agora assim somos ninjas! – Disse a Dragão, ajeitando seu cachecol vermelho.

    Sim, nessa época Lilac e Carol se vestiram com as cores padronizadas do clã: usavam shorts pretos, assim como suas camisas. Lilac usava também um cachecol vermelho enrolado em seu pescoço, a fim de cobrir sua boca, e Carol já utilizava seu lenço ao pescoço.

    Na verdade não somente o grupo de Dyona estava prestes a sair em missão. Todos os outros demais grupos tinham se preparado para o mesmo. Tanto que a movimentação na base secreta dos ninjas era grande, com muitos saindo montados em motos. O mesmo se dizia do grupo de Dyona, que logo subiram em suas motos e seguiram para a missão traçada.

    Noroeste de Shuigang, madrugada.

    Sob a luz da lua, os ninjas do lobo de pelugem negra o seguiam naquela noite calma e silenciosa. Era nítida a disciplina a qual Lilac e Carol tinham, seguindo exatamente o que Dyona exigia que fizessem. A infiltração a residência luxuosa foi bem sucedida, sem deixarem rastros ou sequer fizeram barulho. Seguiram então se esgueirando até o local onde o artefato estava depositado e, antes de adentrar ao recinto, Dyona jogou uma bomba de fumaça, onde puderam ver um sistema de segurança composto por raios laser e sensores de movimento. Era tudo feito milimetricamente dizendo, pois Dyona era mesmo um mestre do que fazia. Com Lilac e Carol o acompanhando, chegaram então até o medalhão, com Carol fazendo o que sabia fazer de melhor, usando de sua agilidade para cortar o receptáculo vitral onde se encontrava o artefato. Ela usou de suas garras para cortá-lo sem maiores dificuldades. Assim que o afanaram, seguiram sem perda de tempo até a saída.

    Porém essa noite não seria como as outras...

    Enquanto estavam quase saindo da residência, eis que um jovem panda, vestindo um pijama, cruzou o caminho dos três e, olhando a situação, não tardou em pegar uma espada que estava pendurada em uma parede. Um embate era inevitável. Embora as habilidades de luta do jovem fossem soberbas, não estava diante de oponentes quaisquer. Carol e Lilac logo o desarmam, apontando suas kunais contra o rosto do jovem.

    Foi nesse momento que um evento bem difícil ocorreu. Dyona, diante da situação, diz:

    — Matem-lo.

    — O que?! Peraí, mestre. O cara tá desarmado e a gente pegou o medalhão – Disse Carol, surpresa.

    — Mestre, nós já cumprimos a missão e agora devemos ir. Não é hora para... – Tentou dizer Lilac, sendo interrompido por Dyona.

    — Isso é uma ordem... Matem-lo.

    Lilac e Carol se viraram para o jovem panda, que estava acuado e já tinha noção do que estava prestes a acontecer. Mas as duas amigas relutaram contra as ordens diretas de Dyona, dizendo:

    — Mestre, nós não matamos pessoas. Isso é uma linha que nunca iremos cruzar. Já cumprimos a missão!

    — A missão inclui eliminar quem nos viu... Matem-lo agora. É uma ordem!

    — Não... Nós não vamos fazer isso! Tá maluco, mestre?

    — Vocês estão cometendo uma injúria contra nosso clã. MATEM-LO AGORA!

    — NÃO! Nós não vamos compactuar com isso! Não somos assassinas! – Disse Lilac, guardando sua kunai.

    — É essa parada aí. Quer saber? Tamo fora dessa de ser ninja. Sabemos que tamo fazendo coisa errada, mas matar nós nunca iremos fazer!

    Lilac e Carol simplesmente deram as costas para Dyona que, sacando sua espada, diz:

    — TRAIDORAS! Eu tenho que fazer tudo por aqui então... MORRA!

    O lobo iria matar o panda com sua espada quando Lilac e Carol o impede, segurando sua arma com suas kunais, salvando da morte o jovem. Elas, o protegendo, diz:

    — Isso não deveria ser assim... Eu vi tinha ideia de que a The Red Scarves agora dessa forma! – Disse Lilac.

    — Não vamo deixar você matar o fofinho aqui. Boa que tamo errado, então a gente vai proteger o cara! – Disse Carol.

    Quando um combate iria começar, eis que um ruído é ouvido. Vozes pelo interior da cara passaram a evidenciar que toda a guarda da propriedade não iria tardar a aparecer, o que fez com que Dyona tomasse uma decisão:

    — Spade saberá de tudo, suas insurgentes... O fim de vocês começa agora. Vivam como estavam antes, na sarjeta... e a morte logo encontrará vocês, traidoras.

    Ele então jogou uma bomba de fumaça para o chão, sumindo em seguida. Lilac e Carol tinham pouco tempo para fazerem algo, mas o jovem panda, olhando para as duas, diz:

    — Vocês... me salvaram. Vocês abriram mão de seu clã para fazer o certo.

    — É, acho que sim. Nós pedimos perdão a você pelo o que fizemos. Aí, gata selvagem... Entrega pra ele o medalhão – Disse Lilac, olhando para Carol.

    — Ah... Tá... Acho justo... Aqui, carinha... Nada pessoal, tá?

    — Eu não sei quem vocês são, mas esse tipo de coisa que vocês fizeram não é todo dia que se vê. Olha, saiam daqui antes que todos apareçam. Vai... Saiam daqui!

    — Pera... Tu vai ser a gente sair no pinote sem grilo algum?

    — Vamos, gata selvagem... Não podemos perder tempo – Disse Lilac, puxando sua amiga.

    E de fato as garotas conseguiram fugir. Correndo sozinhas naquela noite estranha, Lilac diz a Carol:

    — Nunca mais, Carol... Nunca mais faremos isso... Nunca mais teremos essa ideia de sermos ninjas...

    — Mas o que a gente vai fazer? Não tem volta agora...

    — Vamos ficar bem... Escute: nós ganhamos uma segunda chance. Sabemos o que eles são capazes de fazer... E nós hoje salvamos uma vida.

    — Que quer dizer, Lilac?

    — Uma segunda chance, Carol. Isso pode ter salvado o que restou de decente em nós. Vamos lutar, batalhar pelo nosso amanhã... sem lágrimas. E fazendo o certo.

    — Tá fechado, Lilac!

    E nesse dia Lilac e Carol se desvencilharam totalmente da doutrina do clã ninja The Red Scarves, passando a viverem como aventureiras por Avalice atrás de gemas e tesouros. E um ano depois Lilac concretizou seu maior feitio: sua cara da árvore, onde se tornou seu lar e o de Carol.

    Voltando ao presente...

    Shang Mu Arena, noite.

    Final do torneio T.O.R.M.E.N.T.A

    Milla havia sido jogada para fora da arena de forma violenta por Dyona. Ao ver o corpo inerte da canina caída próxima a mureta da arena, Lilac logo reagiu:

    — MILLA?! MILLA?! AHHH! SEU DESGRACADO! NINGUÉM FAZ ISSO COM ELA! NINGUÉM! AHHH!

    Lilac praticamente explodiu em fúria e, contrariando qualquer estimativa de Lenzin, que estava assistindo a luta na ala secreta da Arena, a dragão seguiu contra Dyona usando seu Dragon Boost, surpreendendo a todos. Em fração de segundos ela chegou até o lobo, o golpeando em cheio. Entretanto, para surpresa de Lilac, Dyona estava conseguindo defender seu golpe, dizendo:

    — Dragon Boost... Hm... Eu estava pronto pra isso... traidora idiota.

    — O que?! Mas como...

    Dyona então segurou Lilac em seu pescoço a levantando, começando a socá-la inúmeras vezes em sua barriga, fazendo-a ficar errar sem ar. A soltando, ele então executou o:

    — GENOCIDE SLASH!

    O golpe deaferido foi terrível, jogando Lilac em direção oposta ao octógono, que diminuiu de tamanho mas uma vez. E quando estava prestes a cair, Carol apareceu correndo e a pegou no ar, caindo as duas em seguida na arena. Com Noah e Viktor surpresos ao fundo, Dyona diz:

    — Hahaha! Obrigado, Carol. Por um instante pensei que seria fácil eliminar Lilac dessa luta. Me deram um pouco mais de tempo para me divertir esmurrando vocês.

    A dragão estava um pouco ferida, sendo acudida por Carol, que diz:

    — Lilac, tu tá bem?

    — A Milla... Carol... A Milla...

    Durante esse instante, no cornee onde o Team Red eliminado estava, Florr olhou para a direção onde Milla estava lesionada. Com seus aliados reunidos se recuperando, ele diz: 

    — Ela deve estar mesmo muito ferida.

    — Florr, essas garotas... Elas não sabem... Não sabem o que...

    — Vahn, não diga nada alto. Sabe muito bem o que ele disse naquele dia sobre o ocorrido. Nossos familiares podem correr perigo...

    — Você sabe que tudo isso não é certo, não? – Disse Gran, ainda sentindo fortes dores.

    — Eu irei ajudar Milla... E ela talvez possa ajudar nessa luta... – Disse o panda de longos cabelos.

    — Porque essa empatia com eles? Ei não entendo porque vocês não estão irritados com tudo isso... – Disse Ox, sentado.

    — Cresça, Ox... Nós todos já entramos na luta derrotados.

    — Não. Eu entrei para...

    — CALE-SE! Entramos nesse torneio para vencer mas com os motivos errados. Na verdade nem deveríamos estar aqui... Mas agora que estamos, vamos ajudar quem precisa de ajuda...

    Florr então foi até Milla correndo, sendo acompanhado por Vahn, que diz:

    — Está preocupado com elas, não?

    — Sim. Estou...

    — Eu sei como se sente.

    — Tenho certeza disso.

    E os alcançando estava Gran, que diz:

    — Elas nos trouxeram de volta a nossa realidade... Eu agora quero trazer justiça.

    — Todos nós, Gran... Todos nós... – Disse Florr, já próximo a Milla.

    Voltando a arena, Lilac, ao conversar com Carol, avistou que todo o Team Red acudindo Milla, o que lhe trouxe um alívio tremendo e, a propósito, muita satisfação.

    — *Eles... Eles estão ajudando a Milla... Sim, façam isso... Façam o certo...* Carol, me ajude a levantar...

    — Tá vendo? O Team Red tá ajudando a Milla! Cara, isso é muito maneiro da parte deles!

    — Sim, é...

    No centro do octógono estavam Viktor e Noah, que começaram a correr contra Dyona. Eles conversavam:

    — Noah, você viu o que ele fez? Nossa... Ele é... *Cara, quem é esse aí? Ele parou a Lilac!*

    — Viktor, não se deixe intimidar com esse detalhe. Lembre-se que Lilac não está cem por cento! Ele deve ter se aproveitado das limitações dela! *Lilac é extremamente rápida e forte. Ela nunca seria derrotada assim... O que está acontecendo?*

    Já próximo a Dyona, Noah então usou de sua nova arte marcial, executando vários chutes contra o logo, que não tinha absolutamente nenhum dificuldade de evitar cada um dos golpes. Com a chegada de Viktor, on jovem então passou ajudar no ataque, usando de seus punhos para tentar atingir Dyona, que diz:

    — Miséria... Miséria... Miséria... Tss... Lilac deveria estar muito desesperada para entrar nesse torneio. Recrutou logo dois inúteis que precisaram se unir pra vencer um daqueles fracassados...

    — O que? São seus aliados! Como pode dizer isso deles? – Disse Viktor, tendo o soco seguro pelo punho aberto de Dyona.

    O lobo entrou luxou Viktor, o golpeando com extrema força em sua barriga com um soco. O jovem carateca, famoso por resistir a dores, se ajoelhou frente a Dyona, babando tamanha dor que sentia naquele momento.

    — Ah... ah... *É demais... É uma dor diferente da de antes... Eu senti como se ele tivesse quebrado todos os ossos da minha costela... Ah... Não estou sequer conseguindo me concentrar para usar o Urro do Dragão... É angustiante demais...*

    Noah, aí ver Viktor caído naquele estado, logo se manifestou:

    — VIKTOR?! NÃO... AHHH! DESGRAÇADO!

    — Hehehe... Jovem, deixe-o. Ele já recebeu o que procurou. Agora é sua vez!

    — SEU VERME! CHEONDUNG PINIGSEU! AHHH!

    O poderoso chute de Noah foi deaferido, acertando o rosto de Dyona, causando um sangramento tímido em sua boca. O lobo, embora tivesse recebido o golpe em cheio, só teve isso como dano, o que causou surpresa em Noah, que diz:

    — O que? Impossível!

    — Belo golpe, garoto. Fez mais que qualquer um de vocês farão. Bem, agora é minha vez.

    Dyona segurou o rosto de Noah com sua mão aberta, o jogando com violência ao chão, chegando a quebrar o granito do solo. Muitos na plateia ficarem horrorizados com o ocorrido. Mas o ataque ainda não tinha acabado. Dyona então, com Noah caído ao chão, pisou com uma força absurda em sua barriga, lhe causando muitos danos. O jovem gritou de dor ao receber esse último golpe. Viktor, por estar próximo, percebeu que se não fizesse algo, poderia ser tarde demais. Ignorando a dor, pulou contra o corpo de Dyona, lhe tentando aplicar uma chave de braço, dizendo:

    — Ei! Solta ele! Você está exagerando!

    — Ah então você ainda tem força para lutar? Sabe, gostei disso. É divertido lutar contra insetos como vocês...

    Dyona então segurou no braço esquerdo de Viktor, o puxando com força. Aos poucos o jovem pôde sentir seus braços afrouxando ao redor do pescoço do lobo, não suportando muito tempo. Ao fundo, olhando o embate, estava Lilac e Carol, que logo Dig Dutra amiga para ir em auxílio do jovem. Carol então executou seu golpe mais poderoso:

    — Solta o piá, desgraçado! WILD KICK! AHHH!

    Os inúmeros chutes de Carol acertavam Dyona, que ignorava totalmente os ataques. Tanto que ele puxou Viktor e o colocou a frente de seu corpo, com o jovem recebendo os chutes da felina. Viktor gritava de dor enquanto Carol cessava seu ataque e, desesperada, diz:

    — NÃO! VIKTOR!? CARA, FOI MAL!

    Viktor foi outro que foi ao chão, sentindo fortes dores. O lobo de pelugem negra, reluzente com suas habilidades, diz:

    — Carol, Carol, Carol... Seus chutes... Eu te treinei bem. Tanto que me ajudou a eliminar um desses insetos.

    — CARA, TU É MUITO SUJO!

    — Muita conversa, pouca ação.

    — VOU TE MOSTRAR A AÇÃO!

    Carol começou a atacar Dyona com toda sua força, mas mesmo com suas habilidades especiais parecia que o lobo tinha conhecimento de cada um de seus golpes, evitando a todos com extrema facilidade.

    — CRAW COMBO! – Disse Carol, desferindo combinados de socos e chutes potentes.

    — Hahaha! Eu te ensinei tudo isso... e você faz a mesma coisa até hoje – Disse Dyona, se esquivando sem problemas.

    Lilac não se contentou em ficar só olhando Carol tentar atingí-lo, indo também a seu encalço, correndo a toda. E enquanto se aproximava, executou um fortíssimo chute no rosto da felina, a jogando para longe. Lilac então, já ao lado de Dyona, golpeou-o em seu rosto com bastante força. Mas era inútil: o lobo simplesmente empurrou o punho pesado Dev Lilac com o próprio rosto, ignorando totalmente o ataque. Ela, incrédula, diz:

    — Mas como isso?! O que você...

    — Hahaha! Tome isso! TERROR HUMMER!

    O chute avassalador atingiu Lilac em seu dorso, jogando-a para para fora da arena. Carol, ainda aterrissando, conseguiu perceber que Lilac estava prestes a sair da arena. A felina, usando sua agilidade, manobrou seu corpo e saltou em direção a Lilac como pôde, a agarrando ainda em vôo, caindo com sua amiga abraçada. As duas, caídas, cansadas e bastante feridas, conversaram brevemente:

    — Lilac, você está bem?

    — Não... Carol... Me perdoe por isso...

    — Garota, o Dyona tá destruindo a gente... Nós precisamos achar um modo de atacar esse cara...

    — Que modo? Tudo que nos usamos contra ele é inútil...

    — Agora seu como é jogar Dark Souls no Hard... Dá não.

    Durante todo esse tormento que se tornou a batalha (não é pra menos: Dyona sozinho está dominando a luta), Viktor, que estava caído e ferido, pensou:

    — *Isso é mal... Muito mal... Esse cara está acabando com a gente sozinho... Ele é um monstro... Tudo meu corpo está doendo... A dor é insuportável mas... um pouco mais e poderei usar o Urro do Dragão... mas isso não será o suficiente. Poder usar não quer dizer poder atingí-lo, pois precisarei de muito tempo e ele... Ele não vai deixar... Mestre, o que devo fazer? Essa luta é diferente de tudo que eu enfrentei até hoje...*

    E, surpreendendo Viktor, em seu subconsciente, por ironia do destino, o jovem carateca ouviu a voz do seu mestre dizendo:

    “Você deve saber diferenciar uma luta de uma guerra. Uma luta é um ato de ética para com ambos os envolvidos; uma guerra não tem vencedores: a vitória se dá no objetivo e nunca no indivíduo. A soma dos desejos de vitória formam a esperança e a vontade de seguir em frente em prol de um bem maior. Esteja certo que, se estiver numa guerra, tenha sua convicção firme como uma rocha e sua ideologia flexível como um chicote. Numa guerra você nunca estará sozinho: pessoas irão te atacar, irão te ajudar e irão viver ou morrer por sua causa. Sempre se pergunte: pelo que você se sacrificaria? Essa resposta só você poderá responder, quando esse dia chegar. E eu sei que você a terá. Pense sabiamente.”

    Não precisou de muito tempo para essa resposta. Viktor se levantou lentamente e, olhando para Dyona, diz:

    — Sonhos.

    — Hã? Você ainda está acordado? É mais resistente que eu imaginava. Que está dizendo, inseto.

    — A resposta pra essa guerra. Eu devo defender o sonho de todos aqui. É por isso que eu estou de pé... e vamos derrotá-lo!

    — Hahaha! Inseto falador, podemos continuar a luta ou a loucura já tomou conta de você?

    — Seu infeliz! AHHH! – Disse Viktor, correndo como podia contra Dyona.

    Diante da situação caótica que se tornou a luta, Noah estava deitado ao chão, imóvel. Com seu rosto machucado, mantínha-se com os olhos fechados. E, em sua mente, passou a ouvir vozes de todos os tipos, de forma aleatória e sem nexo.

    Culpa..

    Você não...

    A ordem. Você...

    A promessa. Você a...

    Quebrou. Não há como...

    Você é o maior gênio...

    Fraco. Você é...

    O nome de tudo que é...

    Importante na sua vida...

    O coração. Sua virtude...

    A esperança...

    Os três pontos do triângulo de Kai...

    Morte aos pecadores...

    Você nunca terá uma família novamente, pois...

    Eu selei o Kaipasu dentro de você...

    Eu confio em você...

    Faz parte do meu time...

    Praticante do Kaipasu. Você...

    É forte. Sabe que...

    Não é uma má pessoa.

    Sua história é impressionante.

    Eu te odeio. Tudo em você...

    Você é um perdedor, como sempre...

    Foi sua culpa. Elas morreram...

    Noah... Você... Nunca... Está... Sozinho...

    Meu tesouro. Minha vida...

    Ouça a minha voz...

    Você é um anônimo...

    Cumpra essa promessa...

    Todo meu conhecimento...

    É seu...

    Ouça minha voz...

    Ouça o que eu digo...

    Eu estou te chamando...

    Noah, ouça o que eu tenho a dizer...

    De forma inesperada, Noah acordou e se sentou e, desesperado, começou a gritar segurando com força sua cabeça. Gritando como um louco, dizia:

    — AHHH! SAIAM DA MINHA CABEÇA! ESSAS VOZES... AHHH! CALEM A BOCA! CALEM A BOCA! CALEM A BOCA! AHHH SUMAM! SAIAM DA MINHA MENTE! ME DEIXEM EM PAZ! AHHH!

    Com todos surpresos com o surto psicótico de Noah, Dyona tirou proveito da situação, segurando o rosto de Viktor, impedindo que o jovem conseguisse se desvencilhar. Então foi até Noah, fazendo o mesmo. Segurando os dois pela cabeça, abriu seus braços: sua intenção era bater a cabeça dos jovens um contra o outro. E ele, olhando para Lilac, diz:

    — Lilac, já imaginou o que poderia acontecer se eu batesse a cabeça desses dois? Hahaha! Veremos agora!

    A situação era desesperadora. Dyona era mesmo capaz de fazer tal ato hediondo? Lilac olhava horrorizada com o que estava prestes a acontecer, assim como Carol e até os membros do Team Red. O coração da dragão batia forte e seu nervosismo tomou conta do seu rosto. E quando Dyona iria fazer o que disse, Luan não teve outra alternativa:

    — TEMPO! – Gritou a dragão púrpura, sinalizando com sua duas mãos.

    Foi por pouco. Mas essa decisão desesperada de Lilac teria uma penalidade. Diante do pedido de tempo, o árbitro diz:

    — Lilac pediu tempo. Será concedido quatro minutos de intervalo com a perda de um dos membros do Team Lilac.

    Olhando para Lilac, Dyona soltou ao chão os garotos, dizendo:

    — Hm... Um intervalo. Se salvou de ver seus amigos sofrerem por agora, Sash Lilac. Mas em nada vai mudar o resultado dessa luta. Hahaha! Descansem para voltarem a me divertir. Vou ficar esperando aqui mesmo. Hahaha!

    As coisas não estavam nada boas. Todo o Team Lilac estava em frangalhos. Dyona quase os derrotou sozinho. O poder do lobo era gigante perto do estado físico do grupo de Lilac.

    Já em seu corner recebendo cuidados médicos, todo o time tentava se recuperar.

    Viktor estava com vários hematomas em seu braço e seu rosto estava com escoriações.

    Carol estava com ferimentos em sua barriga, fora os arranhões em seus braços.

    Lilac estava com contusões em seus braços e sentia dores pelo corpo.

    Noah estava psicologicamente fraco e, além disso, tinha contusões internas e um ferimento atrás de sua cabeça. O jovem estava cabisbaixo, quase atônito.

    Milla foi entregue por Florr aos enfermeiros que estavam próximos ao time. A pequena já havia recobrado sua consciência, ainda estando um pouco tonta. Ela, chamado a todos, diz:

    — Lilac... O Dyona... Ele...

    — Acalme-se, Milla... Só descanse.

    — Não é isso! O Dyona está usando os poderes de resquícios da jóia do reino!

    — O que? Mas...

    — Florr disse pra mim quando estava me ajudando. Eles disseram pra gente não ficar isso pra mais ninguém...

    — Então é verdade? Ele está usando poderes...

    — Ah então é por isso que o cara tá tunado, virado no Jiraya... – Disse Carol, ainda cansada.

    — Florr disse que ele consegue prever golpes de gente que ele conhece e cria resistência contra golpes ao vê-los. Ele conseguiu se defender do meu golpe porte viu um vídeo meu...

    — Minha nossa... Lilac, isso é muito ruim... *Então é nesse nível que estávamos lutando contra? Minha nossa... Mestre, isso é mesmo uma guerra...*

    Lilac então olhou para cada um de seus aliados. Feridos, confusos, assustados, impressionados com a força de Dyona... Não era uma boa visão. A líder do Team Lilac estava tão destroçada emocionalmente quanto sua equipe. Ela não tinha ideia do que fazer ou dizer, transbordando era o problema que tinham. A dragão púrpura, sem saber o que fazer, pensou consigo mesma:

    — *Tudo está desmoronando. Nós estamos todos fracos e sem esperança. Viktor se levantou, assim como todos nós faríamos mas... Ele é poderoso demais. Só que tem muito em jogo... Muita coisa em jogo... Royal Magister, nessas horas que eu queria sua presença aqui. Eu não sei o que fazer... Espere... Ele não está aqui mas... Eu me lembro de uma coisa que ele me disse uma vez enquanto treinava no castelo sob sua supervisão. Sim, ele havia me dito que...*

    “Sash Lilac, seu treinamento vai além de sua parte física. Na verdade seu estado mental é o que lhe trará a vitória. E não pense em fazer isso sozinha. Você terá aliados que precisarão de uma líder que os motive, que os inspire... e que seja seus amigos. Então, diante uma situação de crise, reflita e seja sincera em suas palavras. Todos deverão ouví-la e, com isso, te apoiar. E no dia que você fizer isso, uma força além de sua compreensão será descoberta.

    Seja uma líder, mas seja uma pessoa forte nas palavras. Construa laços, pois sorrisos sempre vem após lágrimas. Unam-se, lutem e triunfem.”

    Lilac tinha visto em si mesma a inspiração que precisava. Olhou então em volta e pôde perceber o que ainda não havia dito. Ela, a frente de todos, diz:

    — Pessoal... Olhem para a arquibancada. Vejam só a vibração em seus rostos. Tem muitas crianças e pessoas mais jovens que a gente que com certeza queriam estar aqui...

    Carol e Viktor olhavam ao redor, também percebendo esse detalhe. Lilac continuou:

    — Eles tem esse desejo porque se espelham em todos os lutadores que passaram por aqui, batalhando até não postem e mais... E eles ainda tem esse desejo. Isso se chama inspiração.

    — Lilac, você... Amiga, você tá certa...

    — Estou dizendo isso porque poderíamos nos estarmos no lugar deles agora, desejando sermos o que somos agora. Esses jovens sonhadores tem um lindo futuro pela frente, mas pessoas ruins existem e eles vêem essa nossa juventude como uma oportunidade de fazerem ainda mais coisas ruins. Eu e Carol conhecemos esse caminho a anos atrás e não é algo digno. Eu fiz uma escolha ruim e tive a oportunidade de fazer a vida certa no momento certo. E eu, com minha amiga, escapamos. Mas eu pergunto a vocês: e quem não teve essa oportunidade? Estão lá agora fazendo parte desse clã maldito. Mas não... Nós não queremos isso...

    Ela estava mesmo determinada em recuperar a motivação de seus aliados. Ela não desistiu da luta, e isso ficou mais evidente:

    — Então eu digo a todos vocês: nós somos demais! Nós somos fortes o suficiente pra estarmos ainda de pé, sem desistir nunca jamais! Eu estou dizendo... NÃO! EU ESTOU CLAMANDO AGORA... MAIS UMA LUTA... MAIS UMA LUTA! COM TUDO QUE TEMOS, COM O QUE DE MELHOR SABEMOS FAZER! SEM SE PREOCUPAR COM NADA, SOMENTE COM A VITORIA!

    Por toda Avalice... Eu peço... Meus amigos...

    Por tudo que acreditam...

    Por tudo que amam...

    Pelo o que tem como justo e correto...

    Lhes convido para uma última luta...

    Eu juro a vocês uma batalha eterna...

    E juntos iremos manter os sonhos de todos vivos, com a esperança de dias melhores e realizações...

    Então... LEVANTEM-SE!

    As palavras de Lilac agiram como um poderoso combustível. Logo tudo o Team Lilac estava revigorados com as motivações de Lilac. A bela dragão púrpura havia trazido de volta o espírito de lutador de seus aliados.

    — É isso aí, Lilac... É ISSO AÍ! Estamos de pé ainda... Nós juntos vamos vencer esse cara! – Disse Viktor, amarrando sua faixa preta.

    — E daí que esse cara tá usando hack? Vamo apagar o HD dele! – Disse Carol, ajeitando seu lenço.

    Mas tinha alguém perdido. Noah estava calado e visivelmente fora de sintonia com o que acontecia. Parecia estar pensando em algo...

    Na verdade, indo até seu subconsciente, Noah estava a tratar de seus devaneios. Era como se sua mente tivesse se desligado da realidade. Havia muitas coisas para serem processadas e o surto que o jovem havia sofrido durante a luta o tinha apagado. E em sua mente, se viu mergulhado em uma escuridão completa. Mas tornou a ouvir, dessa vez eram palavras sólidas e nítidas, porém enigmáticas.

    “Noah, você veio finalmente...

    Agora teremos nossa conversa...

    Você me ouviu e veio a meu encontro...

    E eu te agradeço. Você não desistiu...

    Eu estou aqui e agora tudo vai ficar bem...”

    E Noah, flutuando em um plano astral dentro de sua mente, começou a perceber que a escuridão perdida a força, com uma luz que passou a iluminar tudo em volta, até se tornar dominante e completa. Com o jovem observando em volta, ele diz:

    — Quem está aí? Quem me atormentou até agora? É você, Marduk? Seu desgraçado! Você não tem mais poderes contra mim!

    E a sua frente várias fagulhas iluminadas formavam uma pessoa, um alguém muito esquecido mas de extrema importância na vida de Noah. Esse alguém logo é reconhecido pelo jovem:

    — Pai? Papai?! É você mesmo?

    — Sim, Noah... Sou eu...

    Noah então correu até seu pai, o abraçando com força. A emoção do jovem era comovente e emocionante. Com lágrimas em seus olhos, ele diz:

    — Pai... Eu... Eu senti tanto sua falta e da mamãe... Onde ela está?

    — Em você, Noah... Sim como eu. Ela te mandou um forte beijo.

    — Mas... Eu tenho tanto para te perguntar... As coisas que eu passei até hoje...

    — Meu filho... Você cresceu... Se tornou bonito e forte... e sábio.

    — Não, eu não sou... Eu fiz escolhas ruins, pai... Eu vi pessoas morrerem, eu matei pessoas... Eu até destruí mentes... Eu sou uma fraude... Um erro... E agora sou um estorvo...

    — Não, Noah... Você é sábio... O suficiente para reconhecer sua erros e procurar seguir em frente.

    — Mas o que eu poderia fazer? Está tudo perdido... Tudo!

    — Não, Noah... Você ainda não usou seu verdadeiro poder.

    — Verdadeiro poder?

    — Sim. Ele sempre esteve dentro de você. Porém suas escolhas ruins te cegaram. Porém você acordou. Tudo irá fluir naturalmente agora...

    — Pai, o que isso significa?

    — Você tem todas as respostas. E você tem noção de que boa fazemos parte de você agora... Então, volte. Volte e faça valer sua sabedoria.

    — Pai, eu não quero te perder...

    — Me perder? Caro Noah, meu filho... Você não pode perder o que nunca deixou de ter.

    — O que? Mas...

    — Sempre teve meu amor, Noah. Agora você tem tudo... e esse amor precisa ser compartilhado.

    — Pai...

    — Você tem amigos, Noah. Compartilhe com eles esse amor. Você não é mais um anônimo. Seu nome é Noah Hibiki. É nossa herança. Faça o certo. Está entre pessoas que te querem bem. Dê a eles o seu amor, meu filho...

    — Pai... O-obrigado. Muito obrigado. Eu sei o que fazer...

    Retornando ao momento, Noah então se levantou e, observando todo o time unido, se levantou e caminhou até eles. Viktor, surpreso, diz:

    — Noah? Cara, você está melhor?

    — Sim, estou... E eu ouvi suas palavras, Lilac.

    — Eu sei que ouviu, Noah. Eu falei alto sabendo que ouviria. E fico feliz por você ter se recuperado. Dyona sabe mesmo jogar sobre o emocional... - Disse Lilac, esboçando um sorriso.

    — Lilac... eu sei como vencê-lo.

    — Hã? Mas Noah...

    — Ei... Peraí, trevoso. Tu tava alí na fossa não faz nem dois minutos e do nada tu vem com essa ideia aí? – Disse Carol, assustada.

    — Noah, nós iremos lutar. Seja lá esse cara tendo poderes ou não.

    — Só que agora teremos que escolher quem deverá sair do time – Disse Milla, se lembrando das regras.

    Mas Noah estava com um semblante completamente diferente. Ele, como Lilac, tinha muita confiança no olhar e, com a dragão o encarando, ela diz:

    — Noah, eu não sei o que aconteceu com você mas eu vejo um brilho lindo nos seus belos olhos. Nós iríamos lutar de qualquer forma, mas se você tem uma ideia então eu gostaria de ouví-la.

    — Muito bem. Mas isso irá envolver todos nós. Eu por muito tempo deixei minhas emoções guardadas. Mas agora não... O que iremos fazer agora é a maior prova de que se nós somos lutadores é porque nossos espíritos nos fortalecem. E, por isso, boa emoção, nosso caráter, nossa honra e nossos sonhos devem aflorar, despertar e explodir. Sim, meus amigos... Iremos vencer. Todos juntos...

    Era então um preparativo para a última luta. Não havia mais para onde correr. O momento crucial do torneio havia chegado.

    A batalha vai começar!

    Music: “Battle Frontier – Japanese version” by Akina Takaya.

    Team Lilac vs Dyona Taz – Fighters dream

    The Last Battle is Begin

    Três valorosos lutadores o Team Lilac subiram ao octógono. Seus espíritos estavam totalmente recuperados e, mesmo com seus físicos debilitados, sua força de vontade estava transbordando enquanto corriam contra Dyona, que os aguardava na frente de batalha.

    “No esplendor... do meu caminho

    Eu juro... uma batalha eterna

    Um sorriso... com apenas algumas lágrimas

    Eu não vou... esquecer de nenhuma delas”

    Eles guerreiros sonhadores que estavam representando seu time na batalha eram Lilac, mostrando bastante determinação em seu rosto, Noah, com uma confiança no olhar sem igual, e Viktor, correndo emocionado e completamente comprometido com o ideal de seu time.

    Como dito antes, tudo era um plano arquitetado por Noah, com a participação de todos antes de subirem ao octógono. Não havia pessoa melhor para narrar sua estratégia que Lilac.

    “Noah esse período todo sempre foi honesto comigo. Ele nunca ousou em esconder algo de mim... e com isso ele sempre confiou em mim. Como não poderia confiar nele nesse momento crítico? Mas seu plano... Nossa, é algo arriscado mas brilhante ao mesmo tempo...”

    Os ataquem começaram. Os três estavam agrupados e, para surpresa de todos, os três estavam atacando Dyona. Pela primeira vez, o lobo foi para trás, não entendendo bem o que estava acontecendo.

    — *Mas o que... O que esses vermes estão fazendo? Eles... Eles estão atacando de forma conjunta... Se continuar assim... Eu não...*

    Eram socos poderosos de Lilac, chutes potentes de Noah e fintas seguidas de golpes de aproximação de Viktor eram efetivos, surpreendendo o lobo, que não demorou a conta e atacar. Escolheu então golpear Noah, utilizando seu golpe:

    — GENOCIDE SLASH!

    Mas assim que iria atingí-lo, Viktor surgiu a sua frente, recebendo o golpe em cheio. Mas, a exemplo de sua luta contra Sheng, Viktor não caiu e nem recuou. E isso abriu uma brecha, um instante importante para a confirmação do plano: Lilac executou um forte chute no Russo de Dyona, sendo bem efetivo. Pela primeira vez, o lobo sentiu mesmo a intensidade do golpe, sendo jogado levemente para trás.

    Mas mesmo com o golpe acertado os lutadores do Team Lilac não recuaram, sequer desistiram: foram os cima, todos juntos, sem medo, com vontade e confiança suficiente para desestabilizar Dyona Taz.

    “Meus sentimentos vão saltar por cima da distância

    Então, agora, eu irei até você... tenho certeza”

    Luan então continuou sua crônica:

    “Nós devemos atacar juntos, mas de forma corrdenada. Eu sou a espada, Noah é na lança e Viktor é o escudo. Simples assim. Isso foi brilhante e equilibrou o poder de ataque e defesa do grupo...”

    Frustrado e irritado, Dyona estava praticamente estreando no torneio dessa vez. Ele então partiu para o ataque, porém creio que não seria tão fácil assim.

    — SEUS VERMES! ACHAM MESMO QUE PODEM ME VENCER? HAHAHA! NEM EM MIL ANOS!

    Ele foi então em direção a Viktor para lhe golpear, mas antes que pensasse em fazer isso, um grito externo foi ouvido.

    — VIKTORIUS, DÊ UM SALTO PARA TRÁS E DEPOIS ESQUIVE! – Disse Milla, no outro lado da Arena, ainda menor agora.

    O jovem humano fez exatamente como sua amiga canina disse, evitando o Terror Hummer de Dyona, o que o deixou ainda mais confuso.

    — *Esse inseto se esquivou do meu golpe? Não... Isso é impossível!*

    E, aproveitando o momento propício, eis que Noah é chamado por Carol:

    — NOAH, AGORA É CONTIGO! ELE DEMORA PRA JUNTAR AS PERNAS! NYAH! :3

    Sem perder tempo, o jovem albino então executou seu golpe:

    — CHEONDUNG PINIGSEU! AHHH!

    “OH, YES!

    Com vontade, eu corto o vento

    Com vontade, eu vou até o fim

    Com uma combustão perfeira... YES, I'M OK!

    OH, YES!

    Sem parar, carregue seu poder

    Sem parar, deixe sua coragem ferver

    E acredite no poder sem limites!”

    Como uma explosão de poder, o chute estrondoso de Noah atingiu Dyona em seu dorso, o jogando para longe, errar no limite do octógono. Ele, ainda mais frustrado, pensou:

    — *Como conseguiram tanto poder? Eu não estou conseguindo me adaptar ao tipo de combate deles. O poder da jóia não consegue processar. Droga... Droga...*

    A Dragão não poupou palavras para continuar a contar a estratégia:

    “Enquanto nós nós concentramos só em atacar, Milla é nosso instinto e Carol o nosso radar. Como Noah disse, os cinco sentidos de um lutador. Espada, lança, escudo, instinto e visão. A união disso nos traria a vitória... Mas havia uma condição...”

    Voltando para um pouco mais para o centro da arena, Dyona não sabia o que estava acontecendo e se colocou na defensiva. Era nítido que estava confiando no suposto poder da jóia, ficando parado.

    “A mão... que nos conecta

    É isso mesmo, atráves dela vem

    A força... e aquela gentileza

    Eu entendo que... com apenas mais um pouco...”

    Mas nossos heróis não paravam de atacar. Na verdade isso era exatamente a condição a qual Lilac estava se referindo:

    “... Nós só poderíamos vencer se tudo funcionasse. E não poderíamos recuar, pois não aguentaríamos lutar por muito tempo. Mas Noah planejou tudo nos mínimos detalhes... É um gênio.”

    Lilac, Noah e Viktor então, juntos, colocaram-se dispostos a acabar com a luta. Um último esforço, sob os desejos de vitória, com a união de Milla e Carol ao grupo. Sim, não eram três lutando. Todo os cinco integrantes do Team Lilac estavam travando a maior batalha que disputaram em suas vidas.

    “Meus sentimentos vão pular por cima do tempo

    Então, agora, nós podemos estar conectados um pouco mais perto”

    Combinando socos e chutes, Lilac e Noah fizeram Dyona recuar mais uma vez, o pressionando sobre seu próprio jogo. E quando ousou em atacar, Milla diz:

    — VIKTORIUS, PASSE PELO LADO DO NOAH E BLOQUEIE! VAI!

    E justamente como a pequena canina disse, o carateca do estilo Shorin Ryu usou de sua resistência defendendo Lilac de um possível ataque do lobo, frustrando novamente seus planos. E Dyona, furioso, diz:

    — SEU INSETO INFELIZ! EU VOU ACABAR COM VOCÊ AGORA!

    E antes de Dyona atacasse, Carol logo diz:

    — VIKTOR, SE PREPARA! É AGORA QUE TU VAI ENCHER SUA BARRA DE ESPECIAL! VAI LÁ! FAZ TEU SHOW!

    Sucessivos ataques de Dyona atingem Viktor em cheio, que conseguia resistir, mas com muita dificuldade. Mas o jovem superava suas limitações, sempre lembrando do porque estar aí:

    — *Sonhos... Os sonhos dessa gente toda... Os meus... De meus amigos... E de todos que estão nesse mundo e no meu... Todos tem sonhos... A dor é muita...*

    Observando o sacrifício de Viktor, Noah e Lilac só torciam por tudo dar certo. A própria dragão manteve sua crônica:

    “Noah marcou o tempo de cada intervalo que Dyona teve quando lutou contra a gente pega primeira vez. Com o instinto de Milla e a visão de Carol, o tempo que tínhamos estava marcado. E o que Noah pressentiu durante o planejamento chegou. Agora é com você, Viktor.”

    Era o momento do último ataque conjunto, como Lilac havia dito. Viktor estava prestes a ativar o Urro do Dragão, já estando em Deai. E, como um último sacrifício, abriu totalmente sua defesa, tirando todos os golpes de Dyona abertamente. Era o que ele precisava, já que o Urro do Dragão estava pronto. Mas existiu algo que Noah disse além de um simples plano, como Lilac diz:

    “Devemos nos arriscar e aumentar nossas chances. Só que para isso, precisaremos nos entregar ao imponderável. Ou seja, novas formas de golpeá-lo, pois o poder dele pode ser adaptar ao nosso estilo de luta e acabar com o plano. E acreditar, tendo fé... Ele pensou em tudo"

    E Viktor, frente a esse desafio, com Dyona o golpeabdon sem pena, ser viu na obrigação de aplicar o:

    — FUJIN KEN! AHHH!

    Na força e na vontade, já com o uso do Urro do Dragão, o jovem carateca quebrou a sequência de ataques de Dyona, abrindo uma pequena brecha. E já com seus dois punhos unidos ao lado de seu tronco, pensou:

    — *Eu não tenho vigor para lhe aplicar os Dez Mil Punhos do Rei Dragão, mas eu tenho um que irá ajudar a te derrotar, seu desgraçado. Então receba...” ... OS PUNHOS DO DRAGÃO DO VENTO! AHHH!

    “OH, YES!

    Com certeza, você vai ficar bem

    Com certeza, você não precisa temer

    Perfeição absoluta... ARE YOU OK?

    OH, YES!

    Maravilha, a imaginação é infinita

    Maravilha, nós estamos seguindo a mil

    Nós temos chances infinitas de vencê-los”

    De forma violenta, Viktor atingiu o peito de Dyona, retirando todo o ar de seus pulmões, o que fez com que o lobo perdesse um pouco da noção do tempo. Era um golpe perfeito no melhor momento. Os riscos que Viktor correu foram muito bem vindos e seu sacrifício teria bons resultados. Exausto depois de seu poderoso ataque, era a vez de Noah, que correu a mil por Viktor, que lentamente se abaixava, para tomar forças. E enquanto fazia isso, olhou para seu novo amigo:

    — *Vai lá, Noah... Mostra pra ele... Mostra pra ele essa sua nova técnica...*

    Noah estava reluzente e elegante na firma de correr, aumentando a velocidade. Mas por um breve momento o jovem novamente se colocou em devaneios, se colocando em um plano astral como antes, no campo todo branco. Ainda correndo, percebeu que parecia não estar fazendo isso sozinho. E novamente ouviu a voz de seu pai.

    — Noah, eu avisei a você que não estava sozinho...

    — Obrigado, pai. Eu... Nós estamos conseguindo...

    — Hehehe... Nobre Noah... Inocente e puro, como uma criança desbravando o mundo... Eu conheci tudo que fez... E creio que esse seu último movimento não será sozinho...

    — Hã? Mas só que o senhor está...

    Logo Noah estava correndo por um lindo campo florido, com um sol quente aquecendo seu corpo. E eis que ao seu lado duas pessoas apareceram, estas bem conhecidas e amadas pelo jovem. E ele, voltando aos prantos, diz:

    — Ingrid? Íris? Vocês... Vocês estão mesmo aqui?

    — Estamos, Noah. Você acha que iria lutar sem a gente? Sem chance, seu bobo! – Disse Ingrid, concentrando seu poder em sua mão direita.

    — Todo esse tempo você só estava se escondendo da gente. Ora, não guarde a luta só pra você. Nós queremos também fazer parte. Só porque você fez novos amigos que tem que se esquecer da gente, seu maluco! – Disse Íris, concentrando seu poder em sua mão esquerda.

    — Vocês voltaram... Mais uma vez estamos juntos, lutando. Eu... Vocês não sabem como eu estou feliz em repetir essa formação – Dizia Noah, esboçando um sorriso enquanto suas lágrimas escorriam pelo seu rosto.

    — Tá bom, seu bobo! Agora está na hora da gente atacar! – Disse Ingrid, sorrindo.

    — Vai, Noah! Você prometeu... Agora tem que cumprir. O golpe que eu pedi pra você desenvolver pela gente... Nós estamos logo ao seu lado. Eu quero ver! – Disse Íris, mostrando a língua.

    — Vocês duas são o porquê de eu continuar vivo... Agora vocês vivem em mim. Eu estou muito feliz... Muito feliz...

    E voltando a realidade, enquanto corria, Noah soltou seu brado mais alto possível:

    — MUITO FELIZ! EU ESTOU! AHHH!

    Todos da arena olham para Noah e percebem que duas somas de energia se formaram em cada um de seus lados, formando energia em silhuetas femininas. Era um milagre acontecendo. Lilac, a única que conhecia toda a história de vida de Noah, no mesmo instante percebeu quem eram.

    — Aquelas figuras... Só podem ser... Ingrid e Íris?! Hehehe... Noah, elas vieram te ajudar... HAHAHA! VAI, NOAH!

    E ao se aproximar de Dyona, Noah mudou sua base, voltando a ser como a de antes. Viktor percebeu no mesmo instante:

    — Ele... Ele voltou a sua base original! O Noah vai tentar algo! VAI, NOAH!

    E o jovem albino, acompanhando pelas duas silhuetas, não economizou no seu grito reluzente:

    — KIBŌ NO SAN NO KOKORO: INGRID IRIS NOAH! AHHH! (Os três corações da esperança: Ingrid Íris Noah)

    "BELEZA!

    GANGAN susume kaze kitte

    GANGAN iku ze saigo made

    Kanzen nenshou... SIM, EU ESTOU BEM!

    BELEZA!

    DONDON sakusen hirameite

    DONDON atakku tomaranai

    Kanzen muketsu da... VOCÊ ESTÁ BEM?"

    Os três punhos de cada um dos jovens se chocaram contra o corpo de Dyona, apontando em seu dorso e braços, o paralisando quase que por completo. O lobo estava totalmente aberto a qualquer ataque. Ainda aos prantos, Noah não perdeu tempo sequer, recuando um pouco e se alinhando a Viktor. Logo os dois jovens estenderam seus braços para o centro, com Lilac surgindo entre eles, enrolando sua lindos cabelos em seus braços.

    Era a cartada final, como Lilac diz:

    “E no último golpe, a decisão de tudo que nós sonhamos. Você pensou em tudo, Noah... Deixou para mim o último golpe... Você tinha certeza que eu teria poder suficiente para derrotar Dyona e não quis correr mais riscos. Muito bem, meu amigo... Eu vou usar tudo de mim, sem economizar nenhuma gota...”

    E Noah e Viktor socam o ar, fazendo com que os fios de cabelo de Lilac a fizesse como uma catapulta, a arremessando com toda a força possível contra Dyona. Ela, durante seu vôo até seu antigo mestre, diz:

    — DYONA... TOME ISSO! DRAGON BOOST! AHHH!

    "OH, YES!

    Sempre em frente, carregue seu poder

    Sempre em frente, deixe sua coragem ferver

    E corra em direção ao horizonte brilhante!”

    Lilac se iluminou, transbordando de energia que chegava a ofuscar a todos. Como um raio, atingiu Dyona com uma força estrondosa, o arremessando para fora da arena. Ela então aterrissou no octógono, olhando para Dyona, dizendo:

    — NÓS SOMOS O QUE VOCÊ NUNCA SERÁ! SOMOS O TEAM AVALICE!

    E a voz inflada de Brian O’Bryan logo deu o resultado:

    — TODOS OS INTEGRANTES DO TEAM RED FORAM JOGADOS PARA FORA DA ARENA! O CAMPEÃO DO TORMENTA É...

    O TEAM LILAC!

    É DEMAIS! FOI ESPETACULAR! ELES VENCERAM!

    CONGLATULATIONS!

    YOU MADE IT! YEAH!

    As arquibancadas quase curtam abaixo com a platéia gritando de tanta alegria. Logo Milla e Carol correm até o octógono, onde Lilac, Noah e Viktor se abraçavam, cansados e feridos. Tanto que todos os três foram ao chão, mas mesmo assim abraçados. Como festeira que é, Carol logo pulou sobre eles, sim como Milla. A alegria era contagiante.

    E, percebendo um detalhe que ainda não tinha visto, Lilac diz:

    — Noah... Você... Você está sorrindo... E você tem um sorriso lindo.

    — O-obrigado, Lilac... Elas estão comigo, Lilac... Ingrid e Íris... Elas vivem em mim... Eu desenvolvi o golpe... As respostas estavam o tempo todo dentro de mim...

    — Sim, Noah... Parabéns!

    — OOOSSI! HAHAHA! VENCEMOS! VENCEMOS, LILAC! – Disse Viktor, sem conseguir se levantar.

    — Sim, Viktor. Estou muito orgulhosa de você... ISSO QUE VOCÊ FEZ FOI O SEU KARATÊ VERDADEIRO!

    — OOOSSI!

    — Lilac, a gente lutou junto... E vencemos mesmo! – Disse Milla, chorando.

    — Milla, não chore... Não, pode chorar. Eu sei que é de alegria!

    — SAI DO CHÃO, SAI DO CHÃO, O TEAM LILAC É CAMPEÃO! NYAH! – Disse Carol, dançando e cantando.

    — HAHAHAHA! Carol, você é a melhor!

    Minutos depois todo o time estava no centro do octógono e, como não poderia deixar de ser, Mayor Zao estava lá pessoalmente para a celebração e entrega do troféu.

    — Vocês lutaram com muita determinação, espírito esportivo e muita união! E é com muita honra que eu possa entrego como troféu o gigante e super demais resquício da pedra do reino!

    Com todos unidos ao centro, Lilac levantou a jóia, esboçando um lindo sorriso que encantou a todos. O torneio T.O.R.M.E.N.T.A havia chegado ao fim, sob muito sofrimento e superação. As dificuldades foram muitas, mas Luan e seus amigos triunfaram mais uma vez.

    Mas e quanto aos planos da The Red Scarves? O maior resquício agora estava em mãos seguras, mas a ameaça ainda não havia terminado...

    Continua.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!