Naquela mesma noite, sirenes já podiam ser ouvidas próximo ao Dojoh. E logo a polícia chega até a porta de sua casa.
— SR. RYAKA... SAIA COM AS MÃOS PARA CIMA! AQUI É A POLÍCIA!
E o senhor Rayka diz a sua esposa:
— Fique aqui. Não saia até eu te chamar.
— C-Cuidado, meu bem...
E, no momento que iria sair, ouvem-se barulhos de espada, que pareciam vir de dentro da casa. Algo de anormal e muito estranho havia acontecido dentro daquela moradia, era o que os policiais desconfiavam, ao observar vultos transitando no interior da residência e ao ouvir ruidos. Com a polícia entrando, por causa da demora em responderem, observam uma cena chocante: O pai de Kaede estava segurando uma espada suja de sangue e, ao chão, o corpo de sua esposa, retalhado. Um dos policiais, surpreso, diz:
— LARGUE A ESPADA E PONHA AS MÃOS PARA CIMA, SEU MANÍACO!
— Esperem! Eu... Eu...
— CALE-SE! DEITE-SE AÍ NO CHÃO, AGORA!
— Minha mulher... Minha filha...
— VEJAM SE ESTE ANIMAL FEZ ALGUMA COISA COM A FILHA DELE! PROCUREM-LA!
E logo os policiais pegam Kaede no colo. A levam, junto com o pai, que é algemado e levado a prisão em seguida, já dentro de uma patrulha.
E toda a cidade toma conhecimento, depois de que foi noticiado na TV. Muitos moradores se manifestam de forma violenta: incendeiam sua casa!
Seus familiares, estes que tinham seus próprios Dojoh ou viviam suas vidas normalmente, quiseram distância do ocorrido. Diziam que foi um fato isolado e que o pai de Kaede não fazia justiça a família. No fim, deram como se fosse um louco.
A Jovem Kaede, para fugir da perseguição a qualquer membro daquela família, foi adotada por sua avó, mãe de sua mãe. Para evitar problemas, Kaede mudou seu sobrenome para o mesmo de sua avó: Kuroshima.
Até hoje tudo isso foi explicado a Kaede dessa forma. É evidente que muitas dúvidas averbamento o ocorrido, mas a jovem tem seu pai como uma pessoa odiosa, pois dei fim a sua mãe a sangue frio. Ao fim da história, Kaede começa a chorar, tamanha é sua raiva por seu pai.
— Aquele louco... Ele matou a minha mãe e desgraçou o nome de minha verdadeira família. Ethan... Eu agora sou uma pessoa sem identidade...
— Kaede, não chore! Isso já passou. Agora tem sua própria vida. Sua avó a ama - Disse Ethan, consolando a jovem com um abraço.
— Mas Ethan... é difícil viver escondendo isso. E ainda tenho que conviver com estes fantasmas do passado.
— Não se torture. Você não tem culpa de nada.
— De nada serve minhas habilidades... Se eu mostrá-las em público, eu serei perseguida.
— Porque?
— Simples, Ethan: este estilo de luta é muito conhecido por entendidos em artes marciais. Nunca poderei participar das aulas de judô da escola. Pior: todos irão me odiar pela desgraça que eu carrego comigo.
— Ninguém é obrigado a isso, Kaede. Mas deveria se orgulhar desta doutrina.
— Não, de forma nenhuma! Foi com ela que meu pai matou minha mãe. Logo usando uma doutrina que valorizava a vida... Triste ironia.
— Mas espere, Kaede... Se seu pai matou sua mãe e foi preso, QUEM TE ENSINOU A LUTAR? Você era muito nova para aprender algo naquela época.
— Minha avó me levou a última remanescente da minha família em Kyoto. Minha tia.
— Última? Sua tia?
— Sim. Pois quando começaram a perseguição a minha família, ela, de alguma forma, sumiu da cidade...
— E não tem idéia pra onde foi?
— Diz minha avó que ela agora vive em um templo, no meio de uma floresta...
— Sozinha?
— Sim...
— Kaede, acho que você precisa voltar até lá.
— Porque, Ethan?
— Para conseguir respostas...
— Respostas?
—Sim! Você está só por dentro. Sei que sente aquele vazio, que a incomoda. Você já não consegue viver com essa angustia. Seus amigos e parentes irão te ajudar. Conte comigo nisso. Seria muito bom conversar com ela.
— Você iria comigo?
— EU?
— Sim. Sabe, depois desta conversa, acho que você conseguiu abrir meus olhos... - Dust a jovem, fitando Ethan nos olhos.
— Kaede, não me olhe assim...
— Porque?
—Sem querer ser galanteador, mas sua beleza me deixa sem jeito.
— Hahaha... Ethan, seu palhaço! Tu não tem jeito mesmo...
Ao mesmo tempo, no quarto de Ethan...
Anuon, depois que Kaede saiu com Ethan, disse:
— Humana detestável... Ethan perde seu tempo em dialogar com ela. Temos muitos problemas para resolver, todos aqui correm perigo e agora vem esta arrogante nos dizer de que não precisa de ajuda. Se Ethan não tivesse aqui, lhe daria uma lição...
Anuon pula até a janela e começa a observar as estrelas.
— Natureza... Temos tanto! Mesmo com toda violencia a ti, continua a me encantar... Estrelas no céu... Me lembro de minha terra natal... Paz... Pena agora ser coisa de um passado distante, que dia após dia fica mais e mais distante...
E, abaixo onde estava, alguém diz:
— Gatinha... Você fala bem, sabia?
— Quem está aí? - Disse Anuon, mostrando os dentes, já com sua pelugem ouriçada.
— Hehehe... Não se assuste. Meu nome é Kenta!
— Um humano? O que sabe sobre mim?
— Anuon 9999... É assim que se chama, não?
— Que audácia... O que importa?
— Hehehe... Anuon. Bonito nome...
— O que você quer aqui?
— Só conversar.
— O que?
— Por isso... Aquele rapaz se chama Ethan, não?
— QUEM É VOCÊ? O que quer de nós?
— Ethan é seu dono, não?
— ELE NÃO É MEU DONO!
— Ei, não precisa gritar!
— Você não manda em mim!
— Hehehe... Já percebi que você não gosta de levar desaforos...
— QUAL É O SEU OBJETIVO AQUI? Última chance.
— Nada... Eu gosto de felinos... E você é muito bonita, gatinha...
— Você me incomoda sabia, humano? Vá embora daqui!
— Não posso...
— Porque?
— Porque preciso lhe dizer algo...
— Diga logo e vá embora!
— Ethan foi atacado por uns caras aí, a mando de mim... Mas tudo está bem com ele.
— O QUE? COMO OUSA FAZER TAIS COISAS E AINDA DIZER ISSO NA MINHA CARA?
— Hehehe... Só fiz isso porque vim aqui fazer algo que me incomoda muito...
— O que?
— Dizer que Ethan não passa desta noite. E acredite, não há nada que possa fazer pra evitar.
— O que?
Pelo visto mais problemas estão por vir...
Continua.