Minhas últimas palavras

Tempo estimado de leitura: 26 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Se eu pudesse confessar meus erros

    Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

    Bom dia, pessoal!

    Essa fic será curta e terminada!

    Segue mais uma fic byaruki.

    Boa leitura!

    As horas são mais longas comparadas ao mundo humano. Percebi o céu clarear pela estreita brecha desenhada na parede. O último dia que eu veria novamente.

    Eu, Rukia Kuchiki, estou aqui nessa cela fria esperando para a justiça que me foi determinada. E hoje é o dia que minha sentença será executada.

    Ah, seu eu pudesse ter alguém para poder confessar meus erros...

    Mas não estou aqui para lembrar de meus vacilos, quero usar esse momento apenas para lembrar de tudo o que passei para chegar aqui.

    Cansei de ficar andando de um lado para o outro inutilmente. A companhia de Hanatarou me fazia sentir um pouco mais reconfortada. Mas não era o que eu realmente queria.

    Eu sei que tenho que me conformar pois uma tomada de decisão tem as suas consequências. E eu devo assumir a responsabilidade já que perdi e quebrei a principal regra:

    Ah, não foi dar meus poderes a um humano!

    Droga! Se eu não tivesse aceitado ser adotada... Tudo seria diferente.

    Tudo.

    Minha culpa tem peso carregado desde o dia em que decidi e aceitei ser adotada pela família Kuchiki. Se eu pudesse mudar o passado...

    Parei de falar com meus pensamentos assim que senti uma batida na grade da minha cela que ecoou diretamente pelos meus ouvidos.

    — Senhorita Rukia, vim trazer seu café. — Era Yamada: uma boa alma e gentil. Notei, imediatamente, uma tristeza em seu rosto. — Deveria comer. — Ele insistiu, ao ver a bandeja que eu nem mexi do dia anterior.

    — Não sinto fome. — Respondi o vendo trocar as bandejas mesmo ignorando a minha negação.

    — Assim que quiser, senhorita. — Ele me deu um sorriso simples apesar da amargura em seus olhos.

    Antes mesmo de voltar aos seus afazeres, me arrisquei em fazer um pedido. Pelo menos esse.

    — Hanatarou. — Ele virou-se prontamente para mim. — Poderia me fazer um favor?

    — O que posso te ajudar, senhorita? — indagou na expectativa de ser útil.

    — Seria possível você me dar algumas folhas e um lápis para eu escrever? — Eu sei que fui longe demais, mas eu queria fazer alguma coisa.

    — Hum... Eu verei o que posso fazer. — Ele ficou estático por alguns segundos. — E trarei o mais rápido possível com uma condição? — Intencionalmente arregalou os olhos me deixando sem jeito. — Se a senhorita comer pelo menos um pouco.

    — Feito. — Concordei com esse acordo, porque sabia que esse rapaz acreditava na minha inocência mais que eu mesma.

    Hanatarou abaixou a cabeça e logo partiu para providenciar o que pedi.

    Quanto a mim, fiquei ali em pé segurando as grades, refletindo que eu talvez poderia sentir esperança.

    Voltei a olhar o pequeno feixe de luz, tentando lembrar dos dias em que eu era uma menina suja, que estava fugindo, com um pedaço de pão nas mãos, pelas ruas de Rukongai. Eu poderia dizer que fui feliz naquela época, quando era tão infantil. Quando ainda não tinha descoberto outros sentimentos além da minha inocência.

    Assim como eu, Renji também cresceu e fez escolhas. Ele foi mais além: se tornando o tenente do meu irmão.

    Eu sei que é difícil ser dura o tempo todo, e até mesmo ser bruta. Mas eu sinto um peso enorme aqui dentro e tenho que botar para fora. Preciso me livrar disso.

    Se Ichigo pudesse estar aqui...

    Não tenho coragem de revelar essa sensação a ninguém. E estando aqui, presa e condenada, fica muito difícil lidar com esses sentimentos. Preciso escrever isso. Preciso aliviar essa confusão dentro do meu peito.

    Uma lágrima escorre detidamente pelo meu rosto, e não consigo me conter. Desabo no chão com uma vontade sufocante de gritar. Mas não consigo. Eu quero me manter serena até o fim e receber minha punição dignamente.

    Me encolho sentada no chão e abraço minhas pernas, abaixando a minha cabeça. Dói demais o meu peito. Tento controlar a minha respiração em vão.

    Na verdade, estou com medo!

    Mas meu salvador reapareceu silenciosamente. Yamada não levou muito tempo para trazer o que pedi.

    Desesperadamente me levanto, ainda com os olhos molhados.

    Recebo em troca um sorriso que me deu energia positiva.

    — Trouxe o que me pediu. — Ele murmurou, olhando para os lados. — Seja discreta.

    — Tudo bem. — O vejo se afastar prontamente. Mas o segurei pelas suas vestes só para fazer um gesto simples da minha gratidão. — Arigatou. — Agradeci enquanto o soltei e ele me deixou sozinha.

    Agora só me restava acalmar as minhas palpitações. E claro, cumprir o acordo.

    Peguei a maçã na bandeja e dei a primeira mordida. Relembro a primeira vez que estive na mansão Kuchiki e o que comi ao ser adotada: Uma maçã.

    Tão doce e tão áspera. Eu era doce como a maçã, uma menina obediente e grata por ser aceita em uma família nobre, e Byakuya, tão áspero.

    Maçã... A fruta do pecado.

    Talvez uma besteira que eu fiquei na cabeça naquele momento.

    No canto mais escuro daquela cela, me sentei de costas para as grades e finalmente olhei fixamente para aquelas folhas em branco. Eram várias! Hanatarou foi generoso.

    Automaticamente desenhei chappy na primeira folha. Meu lado mais infantil parecia que estava voltando a criar vida.

    O que vocês não sabem é que esse lado não era tão infantil assim. Eu precisava de chappy pois foi o único presente que Byakuya Nii-sama me deu. Talvez a única coisa palpável que eu tentei de todas as formas me ligar a ele. Me apeguei a uma simples pelúcia. Mas para mim era o meu tesouro.

    Vocês me entenderiam se soubessem a intensidade do sentimento que carrego em mim. Tenho um enorme respeito, fascínio e algo que esteve comigo desde quando comecei a viver na mansão.

    Juro e tentei mudar isso. Mas eu não consegui! Eu sei que sentir o que eu sinto é errado.

    Sinto um amor platônico pelo meu irmão. E eu quero me livrar disso. E até acho que por carregar esse sentimento duvidoso eu acabei vindo parar aqui.

    Me desviei algumas vezes pela distração de pensar constantemente em Nii-sama.

    Mas calma: Eu escolhi esse caminho.

    Eu fugi para uma missão a Karakura. Em meu íntimo eu estava desesperada. Precisava ficar longe dele, pelo menos o bastante para me sentir normal. E eu sempre me pegava tendo pensamentos inapropriados...

    Eu acreditava que tinha conseguido. E pensei que estar ocupada o tempo todo seria suficiente para não pensar nele e em nada relacionado a esse sentimento. Por um tempo eu consegui. Mas nas noites frias me assaltava vários momentos que vivemos. E o pior: Eu sonhava demais com ele.

    Voltei minha atenção para aquelas folhas. Queria registrar tudo o que eu sentia e acreditava que botar isso em um papel seria a minha confissão.

    Esse sentimento precisava morrer junto comigo. Eu o envergonhei e, provavelmente, jamais terei outra oportunidade para justificar que sou o orgulho dele. Ou que tentei...

    Falhei miseravelmente.

    Por mais que vocês, humanos, saibam que fiz o que fiz por acreditar em Ichigo, eu perdi a chance de um dia conseguir realizar o meu maior desejo.

    A única chance!

    Meu desejo virará minhas últimas palavras.

    Continua...


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