Freedom Planet: Faith & Shock

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    Capítulo 9

    Shuigang: o reino dos pandas

    Spoiler, Violência

    Depois do conturbado torneio de artes marciais de Shang Tu, agora nossos heróis irão ter uma breve conversa com Royal Magister.

    O que será?

    Castelo de Shang Tu, sala de reuniões. Noite.

    Depois de toda a confusão que aconteceu durante o torneio de Shang Tu, todos seguiram com Royal Magister para a sala de reuniões do castelo. Um lugar luxuoso e com o que havia de mais tecnológico no reino de Shang Tu. Ao centro do enorme salão havia uma grande nessa oval, com poltronas com ornamentos orientais de cor azul, simbolizando as cores características da monarquia.

    Com todos sentados, Royal Magister, este em pé, dizia sobre toda a investigação que fizeram até o torneio.

    — Como havia dito antes, nós conseguimos rastrear correspondências do ladino chamado Spade. Embora tenha ajudado seu irmão Dail a reestabelecer a monarquia em seu reino, voltou a sua vida de roubos.

    — Peraí... Tipo, o mané do Spade tinha deixado essa vida – Disse Carol, um pouco surpresa.

    — Você mesma conhece muito bem Spade. Já deveria saber que ele nunca será reabilitado para viver em sociedade, seja qual for o reino. É um criminoso que deve ficar preso pelo resto de seus dias! – Disse Neera Li, mostrando irritação.

    — Tu falando assim até parece que Não sabe que o “le ninja” ajudou a gente a acabar com o insetão do Brevon... – Carol disse, alfinetando Neera.

    — Ele agiu por conveniência, gatinha. Acho que é melhor você tirar essa bola de pelos da garganta e parar de falar besteiras.

    — Ah como eu gostaria de fazer “1x1” com você, Kung Fu panda. Só pra tirar essa tua marra a força...

    — Será divertido. Venha então... — A bela panda estava mesmo disposta a lutar com Carol, pegando seu cajado.

    — Vocês duas, parem com isso. Estamos todos do mesmo lado. Carol, não a provoque. E Neera, tenha paciência – Lilac logo tratou de dar um fim em todo o conflito desnecessário.

    — Você é uma ótima diplomata, dragão. Eu aceito sua ideia – Neera Li recuou em sua investida, voltando a colocar seu cajado apoiado a mesa.

    — Tá, Lilac... Tá de boa... Sempre tá de boa... – Carol também recuou, voltando a se sentar.

    — Obrigado, Sash Lilac. Bem, eu sei que os ânimos de todos estão um pouco acelerados, mas peço a todos a mais completa atenção e cooperação – Disse Royal Magister, olhando para todos.

    E, até então calado, Viktor toma a palavra:

    — Vossa Excelência, poderia me dizer quem é Spade?

    — Spade é um panda treinado pelo clã de ninjas chamado The Red Scarves. Seu mentor, antes de morrer, deu-lhe total autonomia sobre seus comandados e hoje ele é o líder desse clã. E além disso, ele é irmão de Dail, o jovem monarca do reino de Shuigang.

    — Espere, deixa ver se eu entendi: ele é um panda, assim como o irmão dele? Então quer dizer que a Neera também é dessa família?

    — Ih olha o piá falando besteira... Não, Viktor. Embora a Neera pareça ser de “uma família muito ouriçada”, ela não tem nada a ver... – Carol então explica ao jovem.

    — Viktor, não diga idiotices. Eu sou de Shuigang de fato. Fui a sacerdotisa do reino, mas decidi vir para Shang Tu. Isso é tudo que precisa saber. Agora tenha cuidado com o que vai dizer sobre mim... – Neera parece não gostar de Viktor.

    — Vossa Excelência, continue – Disse Lilac, interessada em ouvir toda a história.

    — Muito bem. Continuando... Nós então usamos vários de nossos agentes para rastrear os membros da The Red Scarves por toda Avalice. E percebemos que todos estavam também atrás dos resquícios da pedra do reino. Bem, nós acreditamos que Spade esteja com várias dessas pedras. Por algum motivo ele as está guardando.

    — Mas onde a “Brave Sword of Shang Tu Spirits” entra na história? — Perguntou Viktor.

    — Essa espada consegue rastrear a pedra do reino. Enfim, se ela tem essa propriedade, ela também conseguiria rastrear até resquícios.

    — O que? Mas como?

    — Sua lâmina se ilumina ao se aproximar da pedra.

    — Nossa! Por essa eu não esperava...

    Lilac, percebendo que o momento era de preocupação por parte de Royal Magister, se levanta e se aproxima do monarca, dizendo:

    — Vossa Excelência, acredito que Spade tem uma boa razão para estar fazendo isso.

    — Eu também, Sash Lilac. Mas como Spade é um indivíduo ambíguo, não sabemos suas reais intenções. Os resquícios, por menor que sejam, são artefatos poderosíssimos. Em mãos erradas podem nos trazer problemas...

    — Eu entendo. Muito bem, o que podemos fazer?

    — Eu iria falar sobre isso agora. Eu gostaria que vocês fossem até o reino de Shuigang para conversar com Dail sobre Spade.

    — Peraí... Digo, Vossa Excelência, porque nós que precisamos falar diretamente com Dail? Por ele ser um monarca acho que o senhor teria essa autoridade – Carol agora escolheu usar a razão antes de mais nada.

    — É uma boa análise, Carol Tea. Mas o grande problema é com a repercussão que isso iria se tornar. Eu chamaria toda a atenção e na certa Spade ficaria sabendo.

    — Tá, mas a gente já tem os sensores pra rastrear. Porque usar a espada?

    — Não podemos usar nossos instrumentos em outro país. Isso poderia ser considerado espionagem. Respeitamos as leis locais e não queremos mais problemas. Shuigang é uma grande nação e só queremos sua cooperação.

    — É... Tem isso aí. Tá certo.

    — E lá vem novamente a gata borralheira falar idiotices... – Neera Li não perdeu tempo.

    — Não comece, gelo seco. Me deixa!

    — Do que você me chamou? Quer ser congelada?

    — Fica fria! Ops... Você já é fria, né? – Disse Carol, mostrando a língua.

    Lilac então voltou ao seu lugar, dizendo a Royal Magister:

    — Vossa Excelência, pode contar conosco. Iremos até Shuigang e trataremos com Dail sobre isso.

    — Agradeço a cooperação, Sash Lilac. E por isso, eu os emprestarei a espada, caso precisem. E aproveitando, será uma peça fundamental para concluírem a missão, pois ela praticamente identificará se há resquícios por perto em Shuigang.

    — Tudo bem. Aceitamos essa missão.

    — Mas antes, preciso avisá-los que a única forma de chegarem até Dail em seu castelo é encontrando o guardião e ganhando sua confiança.

    — Entendo. E quem é esse guardião?

    — Esse é o ponto que nossa inteligência não conseguiu descobrir. Ninguém sabe quem é o guardião do monarca.

    — Então pra podermos falar com Dail, precisaremos achar o guardião de Shuigang? Mas pra quê isso? Ele deveria ser encontrado no castelo, não?

    — Depois de tudo que aconteceu naquele reino, principalmente com o assassinato do Monarca, o guardião tornou-se quase como um juiz. Ele vigia a todos na cidade. No mínimo que desconfiar de alguém, essa pessoa deixa de existir.

    — Nossa, que cruel...

    — São suas normas e devem ser respeitadas.

    — Entendo, Vossa Excelência.

    Terminada a conversa, logo tratam em seguirem para Shuigang no dia seguinte. Por Viktor aindav estar se recuperando do torneio, seus mais prudente ajudá-lo a se recompor antes de seguir para mais uma missão. Porém, antes que pudessem deixar o castelo, Neera Li foi até Viktor, que caminhava junto a Carol, Milla e Lilac.

    — Viktor, poderia conversar com você em particular?

    — Senhorita Neera Li?! É... Bem... Tudo bem.

    — Me acompanhe.

    — Neera, o que vai fazer agora? – Lilac estava desconfiada.

    — Não se preocupe, dragão. Irei trazê-lo inteiro. Tive a chance de trucidá-lo mais cedo...

    A bela panda então leva o jovem humano até sua sala particular, fechando a porta em seguida. Viktor, um pouco desconfortável, diz:

    — O-o que quer conversar?

    — Se quiser, pode se sentar...

    — Nã-não... Tudo bem. Fico em pé mesmo.

    — Durante nossa luta, eu não gostei da forma que me tratou...

    — Olha, eu... Bem, eu... Não era minha intenção...

    — Seja honesto em suas palavras. Porque me disse aquilo?

    — Senhorita Neera Li, eu não tinha intenção de discriminá-la nem nada. Eu só não me sinto confortável em lutar contra garotas.

    — Há algum problema nisso? Acha que seus critérios mórbidos tem alguma validade aqui em Avalice? Tem ideia que sua atitude ofendeu-me?

    — Depois de hoje, não. Meus critérios não são úteis a mim aqui nesse mundo. E sim, tenho ciência que meu comportamento a desagradou, senhorita Neera Li.

    — O que quer dizer?

    — Eu a menosprezei. Mas acho que já paguei pelo meu erro. Peço gentilmente a você desculpas pela forma grosseira que te tratei.

    — Isso não é o suficiente.

    — O que? Mas eu... O que eu poderia fazer além de pedir desculpas?

    — Simples: fique fora de problemas. Me prometa isso.

    — Fora de problemas?

    — Prometa que não irá se meter em encrencas nem pensar em fazer coisas inconsequentes como as que você fez hoje no Coliseum. Eu poderia tê-lo ferido de uma forma mais brutal e dolorosa. Você, caso tenha mesmo essa honra como mestre de artes marciais, sabe muito bem de seus limites.

    — Tudo bem. Eu prometo. Não vou me meter em confusões. Está bom assim?

    — Por enquanto sim. Bem, pode ir agora. 

    Viktor então caminha até a porta que levava até o pátio principal onde as garotas o aguardava. Mas antes que saísse pela porta, Neera o chamou:

    — E Viktor...

    — Sim?

    — Da próxima vez, desista antes que se machuque. Eu não tenho clemência por adversários fracos. Eu peguei leve com você para que não se machucasse gravemente. Fiz isso em respeito a você, embora não merecesse e, principalmente, a minha discípula, a Milla.

    Por um instante Viktor manteve-se em silêncio, fitando Neera. Seu olhar dizia que não estava gostando do que havia ouvido da panda. Neera meio que o provocou, causando atrito na relação entre eles. Mas pacientemente, Viktor se retirou do lugar calado, não respondendo a provocação.

    Voltando para próximo das garotas, Carol logo se aproximou do jovem, dizendo:

    — E aí? O que ela te fez?

    — Nada. Só conversamos sobre o torneio. Acabou.

    — Sei... Ela não tentou fazer nada com você, né?

    — Não, Carol. Só foi uma conversa amistosa.

    — Tipo, ela não tentou fazer nenhuma gracinha, né?

    — Carol, onde você até chegar?

    — Ah sei lá, piá. Ela é tão solitária que eu pensei que...

    Lilac logo interveio, antes que sua amiga felina dissesse mais besteiras.

    — Carol, sua louca! Deixa o Viktor! Para com essa conversa!

    — Ah Lilac... Tu sabe que eu gosto de shippar casal, né?

    — Pare com isso! Vai deixar o Viktor constrangido.

    — Tá, parei... Tu não leva na zuera nem um minuto, hein...

    — Sua maluca!

    E surpreendendo a todos, eis que General Gong aparece no salão. Ele então vai até Carol, dizendo:

    — Carol, fiquei sabendo pelo Royal Magister que sua moto foi destruída. Isso é verdade?

    — Sim. Mas que tem?

    — Nosso monarca pediu para que eu viesse até aqui oferecer ajuda. Já contatei nosso centro de tecnologia. Eles irão reconstruí-la.

    Carol quase cai para trás tamanha era sua alegria. Isso fez até com que repentinamente uma Large Sword aparecesse em suas costas, com ela a pegando com as mãos e a fazendo girar em sua palma quase como mágica.

    — Tãtãtãtã... tã tã tã tãrã! LEVEL UP! HAHA! Agora vi vantagem! Valeu, Gong! Formou!

    — Disponha. Bem, a equipe espera pela sua moto no laboratório. Não demore.

    — Pode deixar! Caraca, que da hora essa gente daqui!

    Horas depois.

    Casa da árvore de Lilac, Dragon Forest, noite.

    Logo depois de Carol ter retornado do Castelo de Shang Tu parte deixar sua moto com os cientistas, a felina se juntou a sua amiga a mesa de jantar. E, como sempre, Viktor traz como refeição o prato preferido delas:

    — AH NÃO É POSSÍVEL! O piá fez sushi! Ah eu tô maluca! – Disse Carol, pulando de alegria.

    — Viktor, mesmo depois desse dia conturbado, fez isso pra gente! – Lilac estava encantada com a refeição.

    — Viktorius é demais mesmo! Eles parecem deliciosos! Adoro esse cheiro! – Milla também parecia faminta.

    — Bem, é o mínimo que eu deveria fazer pra compensar a preocupação que vocês tiveram – Viktor, sentando-se a mesa, expõe sua opinião.

    — Sim, Viktor. Mas que bom que você está bem. Ficamos mesmo preocupadas. Neera é muito forte – Lilac comentou, enquanto comia sushi.

    — Ela é sim, Lilac. De longe a pessoa mais forte que eu já lutei contra.

    — Mas que bom que tudo isso acabou.

    — Cabou nada. Amanhã tamo firme e forte pra ir até Shuigang... Aquele metido do Spade tá ferrado na nossa mão – Carol dizia, enquanto comia dez sushis de uma só vez.

    — Minha mestra disse que Shuigang é muito grande. Tem muitos templos lá, inclusive o dela – Disse Milla, comendo cinco sushis.

    — Ah Milla... É claro que a iceberg de saia iria contar vantagem. Ela é de lá. Tu sabe do orgulho dela... – Carol logo tratou de mostrar sua opinião.

    — Carol, não comece. Aproveite a comida que está muito boa. Ah como eu adoro sushi! Muito obrigada, Viktor! – A bela dragão não perdeu tempo.

    — Tu-tudo bem, Lilac. Eu fico feliz por ter gostado da refeição.

    Minutos depois...

    Já com as garotas deitadas em seu quarto, Milla e Lilac dormiam. O dia seguinte seus bem cheio e logo trataram de descansarem. Porém, apoiando sua cabeça sobre seus braços, estava Carol ainda acordada. Pensativa, logo percebeu que a luz da cozinha estava acessa. Preocupada, logo dou até lá a fim de saber o que estava acontecendo.

    Chegando lá avista Viktor, que estava bebendo água. Sonolento, percebeu a presença de Carol e diz:

    — Carol, ainda acordada?

    — Oi, piá... Digo, Viktor. Tô sim... Mas foi bom eu ter levantado.

    — Ueh... Porque?

    — Assim eu posso conversar com você... em particular.

    — Em par-particular?

    — Ah não precisa gaguejar, piá... Relaxa. 

    Ela então se sentou em uma cadeira próximo a Viktor, que diz:

    — O que quer conversar?

    — Ah... Tipo... Tu tá sempre querendo ajudar a gente... E... Bem... Tu entrou nesse torneio pra conseguir o bagulho lá...

    — Eu só entrei pra te ajudar... Ia gastar muito dinheiro por minha causa...

    — Ah esquece isso, piá. Tu não fez por mal... Aliás, tu nunca faz as coisas pensando primeiro em você...

    — É o mínimo que devo fazer depois de vocês terem me ajudado.

    Carol, então, se levanta e fica de pé frente ao jovem, abraçando-o forte, como da última vez. Só que desta vez a bela felina verde parecia mais emotiva que antes e, enquanto seus olhos aos poucos se umedeciam de lágrimas, disse:

    — Eu não esperava... e tô mesmo falando bem sério, piá... Não esperava que alguém iria se importar tanto pra me ajudar. Pô, eu te tratei mal mas você... cara, tu é fora de série... Eu não mereço tanto respeito. Eu sou chata, espoleta, tonta, debochada, marrenta, criadora de caso, shippadora, briguenta, “badgirl” de carteirinha... mas quando você faz algo, eu me sinto muito mal em não poder fazer algo de útil pra te retribuir... Você tem cuidado da gente esses dias bem pacas... quase como um irmão mais velho...

    As palavras honestas de Carol acertaram em cheio Viktor. A carga emocional que o jovem carregava, desde a morte de sua avó, eram pesadas demais. Tanto que, entendendo os sentimentos da felina, percebeu que tinha importância na vida das garotas agora. Retribuindo o gesto carinhoso de Carol, beija seu rosto, dizendo:

    — O-obrigado, Carol... Muito obrigado... E pode ficar tranquila que já vou te soltar...

    — Não, piá... Não precisa fazer isso... Hoje tô relax... Hoje sou a Carol carinhosa... – Disse a felina, apoiando sua cabeça no ombro do rapaz.

    — Sério que você tem esse lado mesmo?

    — Sim, acredite. Mas não tira casquinha não, tá? Posso ter uma recaída... – Carol logo voltou a brincar, com um sorriso no rosto.

    — Pode deixar, senhorita “meiga”, hehehe.

    — Ih olha lá o piá tirando onda da minha cara. Gostei, hehe!

    Os laços entre os dois jovens pareciam estar ainda mais fortalecidos depois dessa conversa amistosa. A atitude de Carol serviu como retribuição a tudo que Viktor fez as garotas até aqui, fazendo com que seu espírito se renovasse. O jovem percebeu que Carol se importava mesmo com ele.

    No dia seguinte...

    Cada da árvore de Lilac, Dragon Forest.

    Já devidamente arrumados para seguirem em destino a Shuigang, Lilac ajudava Milla com sua roupa. Carol estava ao pé da escada da casa da árvore aguardando pela garotas, enquanto Viktor treinava chutes e socos próximo a um lago. Não demora muito e as outras duas descem da casa, com Carol dizendo:

    — Finalmente, hein... Oh minha nossa... Milla, tu tá muito, muito, muito, muito kawaii com esse traje! Que lindinha!

    — Carol, para com isso... Você está me deixando envergonhada... – Disse Milla, visivelmente vermelha.

    Viktor, aproveitando a situação, diz:

    — Você está bem bonita mesmo, Milla. Se aquele vendedor lá da loja de roupas te visse ao meu lado com você assim tão bela, na certa teria dito coisas...

    — Viktorius?! Ai, nossa... Não diga isso de mim. Só estou estreando a roupa que minha mestra pediu pra fazer pra mim...

    — Pera... Tá perfeito isso! Milla com Viktor?! “Vikmilla”! Ah adorei esse shipp! – Carol não conseguiu mesmo se controlar.

    — Carol, não comece! E esse nome parece até remédio... – Lilac logo disse a verdade a felina.

    — O shipp é meu e de ninguém mais! Haha! Vô zuar pra dedéu agora!

    — E a Carol “meiga”, hein? – Disse Viktor, brincando com Carol.

    Mas a felina logo tratou de se aproximar do jovem rapidamente, abraçando-o pelo pescoço, mas dizendo com um tom bem sério:

    — Bonito, se tu falar mais uma gracinha dessa pode ter certeza que vou te bagunçar tanto que tu vai parar em uma outra dimensão cheia de lápides. Então fica sussa aí, tá?

    — Tu-tudo bem, Ca-Carol. E desculpe. Eu me empolguei.

    — To vendo... Tá de boa, piá.

    E já com todos prontos, Viktor logo mostra sua ansiedade de sair em viagem.

    — Agora sim. Cara, eu nunca estive tão ansioso por uma viagem. Eu nunca me aventurei dessa forma antes. Vamos caminhar até o horizonte, desbravar o desconhecido até chegar ao nosso destino. Nossa, isso é ótimo!

    As garotas não entendiam absolutamente nada do que o jovem dizia. Lilac, estranhando o comportamento dele, diz: 

    — Viktor, do que está falando?

    — Vamos começar uma aventura.

    — Bem, Viktor... Eu não sei bem o que você entendeu em “ir a Shuigang”, mas...

    — Mas o que?

    — Piá, nós vamos de busão até Shuigang. Tipo aqueles frescões de viagem com o ar-condicionado no modo ártico ativado no talo e suspenção a ar que mais parece um pula pula. Resumindo: boring – Carol logo tratou de dar a notícia.

    — Espere, deixa ver se eu entendi: nós vamos viajar até Shuigang de ônibus?

    — Drim Drim! Aceitou! E seu prêmio será sentar na janela.

    Não demora muito e um ônibus azul estaciona a estrada próximo a casa da árvore de Lilac. Haviam até outras pessoas embarcando. Sem perder tempo, todos os jovens sobem ao ônibus, com destino a Shuigang.

    Horas depois.

    Cidade de Shuigang, tarde.

    Shuigang era um reino peculiar: era uns dois poucos lugares onde haviam varias fazendas de hortifrutigranjeiros, contrastando com o crescimento de sua grande cidade urbana. Embora com menos prédios que Shang Tu, sua extensão era maior, com vasto comércio em seu centro dos mais variados tipos. Mesmo com suas ruas estreitas, era possível ver que a movimentação de automóveis típicos da região contrastavam com o horizonte, onde se podia ver grandes campos, com fazendas prósperas e plantações diversas. Porém uma coisa chamou mesmo a atenção de Viktor: todos na cidade eram pandas. Ainda dentro do ônibus, ele logo disse:

    — Cara, quanto panda! Então foi nessa cidade que a senhorita Neera Li nasceu...

    — É. Minha mestra tem muito orgulho dessa cidade. Pena que não vem aqui faz um bom tempo... – Disse a canina, sentada ao lado de Viktor.

    — Sério, Milla? Mas porque isso? É a cidade natal dela.

    — Desde que Dail passou a governar, ela não quis contato com essa cidade. Acho que ela não gosta dele...

    — Estranho.

    Logo o ônibus chega ao terminal de Shuigang, que estava bem movimentado por sinal. Pelo fato de a cidade agora ser destino de vários comerciantes dos robôs vizinhos, é natural imaginar que a procura por grandes negócios era de fato bem explorado pelo reino. Ao sair do ônibus, Viktor logo se encantou ao ver que haviam lanchonetes alí próximas no terminal e, por consequência disso, teve seu braço puxado por Carol, que diz:

    — Piá, para de chamar atenção! Fica de boa aí, cara!

    — Carol, eu queria ver o...

    — Não é hora de bancar o Masterchef, mané!

    — Tudo bem... Eu vou me comportar.

    — Carol, outra vez com esses delírios seus... – Disse Lilac, se incomodando com a felina.

    — Heroína, tamo de boa, tá? Relaxa.

    Caminhando pela ruas que borbulhavam vida, algo totalmente diferente de um tempo atrás durante os ataques de Brevon, Lilac logo diz:

    — Bem, aqui estamos. Como Royal Magister disse, temos que encontrar o guardião.

    — Mas Lilac, nós não sabemos quem é o guardião. Não sabemos nada. Será que a gente vai encontrar? – Disse Milla.

    — É, eu também não sei. Nós poderíamos ir até o castelo de Shuigang. .

    — Lilac... Vai ser bem legal a gente chegar lá e perguntar pros PM “oi, o guardião se encontra?”. Aí um deles vai dizer “não, mas quer deixar recado, meu amor?”. Dá não, Lilac. Pensa melhor... – Carol foi bem sincera. 

    — Ela tem razão, Lilac. Precisamos manter a descrição – Viktor logo deu sua opinião.

    — Pensando bem, é verdade. Talvez se fôssemos mais para o centro talvez consigamos alguma informação.

    E de forma inesperada, alguém se aproximava dos jovens, que logo tratou de perguntar:

    — Olá. Gostariam de comprar meus doces?

    Era um panda, trajando um avental azul e usando uma camisa branca por baixo, com uma calça chinesa. Sua voz suave e jovial logo chamou atenção. E além disso, sua aparência impressionou a todos, com seu rosto jovem, com traços delicados e cheio de sardas pretas, principalmente a Lilac.

    — Nossa, como você é linda! E sua voz é maravilhosa!

    — Ora, muito obrigado. Mas devo avisar a bela dragão que não sou “uma” mas “um” panda.

    Só em ter dito isso, o vendedor de doces deixou a todos sem ação, impressionados com esse fato. Carol logo diz:

    — Moço, tu é moço? Caraca, tô pasma, Lilac... Olha o naipe do figura aí... Tu parece mais menina que eu... Opa, tá errado isso aí... Tipo, tu é mais feminino que eu... Tá errado ainda... É, tipo... Ah tu é bonito pacas, cara!

    — Você é lindo! – Milla não se conteve, se aproximando do panda andrógino.

    — Nossa, como você se chama? – Lilac estava encantada com o jovem.

    — Olha, me perdoem. Me chamo Ying, prazer em conhecê-los. E vocês?

    — Eu me chamo Sash Lilac.

    — Ah eu me chamo Carol Tea, coisa linda de se ver.

    — Eu me chamo Milla Basset. Nossa, moço... Sua beleza me encanta demais.

    — Me chamo Viktorius Ashem. Mas me chame de Viktor.

    — Pode ter certeza que o chamarei de Viktor. Seu nome é muito diferente – Disse Ying, piscando para o jovem.

    O jovem panda, que carregava em suas costas uma enorme caixa onde guardava seus produtos, diz:

    — Querem comprar meus doces? São uma delícia, eu prometo!

    — Pode ter certeza que sim! O que tem aí, hein? – Disse Lilac, com um sorriso.

    — Bem, tenho balas de côco carameladas, alfajores, mini algodão doce e caramelo.

    — Ai, não sei... O que acha, Viktor? Ei, Viktor... Você está bem? Oi? – Disse Lilac, preocupada.

    E não era para menos. Viktor estava ali parado, não acreditando no que via.

    — Cara, você é um garoto mesmo?

    — Sim, sou. Nunca viu um panda antes?

    — Bem, tipo... Eu já lutei contra uma até... Mas só que... Bem... Hehe... Caramba... você parece mesmo uma garota. *Cara, ele é mais feminino que a senhorita Neera Li. E nem digo pela aparência, mas pela educação e carisma*

    — Hehe... Muitos me confundem com uma. Mas estou acostumado. Na verdade eu até gosto.

    Carol, olhando para Viktor, logo diz:

    — Piá, tu tá xavecando o Ying? Piá, que babado...

    — O que? Não... Não, Carol! Que isso?! Não... Como poderia pensar que eu... Não! Você está louca? – Disse Viktor, um pouco envergonhado.

    — Hahaha! Relaxa, piá! Só tô de zoa. Caraca, essa foi boa. Shippei um “Vikying” – Carol ria alto.

    — Carol, deixa o Viktor em paz! – Disse Lilac, quase batendo na felina.

    — Tá, parei! Fica tranqs, bonita. Tô de zoa. A onda agora é shippar!

    — Você não tem jeito, Carol. Bem, Ying... Irei querer quatro de cada. Assim a gente experimenta tudo que você tem.

    — Ora, é uma boa ideia. Só custará vinte e seis gemas.

    — Só isso por tudo?

    — Sim. Eu gosto de ver meus clientes felizes. Assim eu fidelizo a todos.

    — Olha, isso é uma ótima ideia. Lilac, posso provar primeiro? – Logo disse Viktor, pegando uma bala de côco.

    — Claro. Tome, Viktor.

    E o jovem coloca a bala na boca e, no mesmo instante, parecia possuído por algo. Mas na verdade sua reação foi por causa do sabor da bala. Ele, sem dizer uma palavra sequer e assustando a todos, pensou:

    — *Oh por tudo que é mais sagrado nessa terra! Essa sem dúvida nenhuma é a melhor bala de côco que eu pude provar em toda nova vida!*

    Carol, que observada Viktor, diz:

    — Ih agora o piá ficou doidin. Que tu colocou nessa bala, Ying?

    — Como assim? Eu só coloquei açúcar, baunilha, caramelo, leite de côco e côco.

    — Ficou estupendo, caro Ying! Você é um excelente cozinheiro! Uma explosão de sabor! – Disse Viktor, com os olhos brilhando. 

    — Eh... O-obrigado? Hehe... Moço, você está me deixando envergonhado me olhando assim... – Se manifestou Ying, desviando o olhar.

    — Ih o piá cozinheiro surtou agora. Vai, abraça ele! – Carol estava mesmo inquieta.

    — Carol, pare de shippar! Deixa os dois!

    — Hahaha! Nyah! :3

    O tom descontraído do momento contagiou a todos. Os doces do jovem panda vendedor fizeram muito sucesso entre os jovens de Shang Tu. Por Ying ter sido tão atencioso, prestando um atendimento exemplar, todos então passaram a caminhar juntos pela ruas movimentadas da cidade.

    E enquanto caminhavam, Lilac diz:

    — Essa cidade mudou muito. Na última vez que viemos aqui parecia uma cidade desacreditada. Mas agora...

    — Dail fez isso por nós. Ele mudou tudo. Como seu pai teria orgulho dele... – Disse Ying, com um sorriso.

    — Sim, o monarca... Não tive a oportunidade de conhecê-lo.

    — A gente não vem até Shuigang desde a luta contra o insetão, né? – Disse Carol, olhando para Lilac.

    — Verdade. Nós só ficamos nas montanhas geladas...

    — As senhoritas estiveram envolvidas no embate contra Lorde Brevon? – Disse Ying, curioso.

    — Sim. Nós o vencemos com a união de todos. Desde então não há notícias de seu paradeiro.

    — Então eu preciso agradecer a vocês por ter salvado a todos nós.

    — Hã? Não... não precisa, Ying. Você já está sendo um perfeito cavalheiro.

    — Obrigado mais uma vez. Mas o que vocês estão fazendo por aqui?

    — Ah... Bem, só... Só passeando. Não é, Carol? Milla? Viktor?

    — Ah, sim... É. Só estamos curtindo – Disse Carol, disfarçando.

    — Isso. Estamos aqui pra conhecer melhor a cidade – Disse Milla, de uma forma bem doce.

    — Com certeza. E eu estou conhecendo mais uma cidade – Disse Viktor, mais a vontade.

    — Viktor é seu nome, não? Nunca vi ninguém de sua espécie antes. Poucos pêlos, pele levemente morena, olhos castanhos... Exótico – Disse Ying, olhando para o rapaz, executando um piscar de olhos de forma amigável em seguida.

    — É... Bem... Eu não sou daqui, sabe? Na verdade eu não sei como voltar pra casa.

    — Hã?

    Imediatamente Lilac logo tratou de cortar o assunto, tendo em vista que Viktor já estava dando muitas informamos que poderiam trazer desconfiança por parte de Ying e dos demais transeuntes da cidade.

    — Ying, eu agradeço sua gentileza. Não queremos te atrapalhar enquanto você trabalha. Nós adoramos seus doces e vamos comprar sempre que a gente te achar, tudo bem?

    — Está certo, bela dragão. Bem, preciso ir. Tenho muitos doces para vender ainda antes de voltar pra minha casa. Até a próxima.

    Mas antes que pudessem se desorientado de seu mais novo amigo de Shuigang, os jovens logo ouvem barulho de explosões e baderna por entre uma esquina alí psicomotricidade de onde estavam. Uma multidão de gente começa a correr para se protegerem. Lilac logo diz:

    — Nossa! Algo está acontecendo. Temos que ajudá-los!

    — Lilac, mas já? A gente mal chegou e já tem que entrar em ação? Nem escreveu o nome do estágio ainda...

    — Carol, o que você está dize...

    Shuigang Streets - Mission Start

    E a felina verde estava mesmo certa.

    — Só fui dizer... Tá aí o início do estágio.

    — Você só fala besteira, Carol! – Disse Lilac, já correndo em direção a esquina de onde estavam vindo as pessoas.

    Eng seguida foram atrás Carol e Milla, com Viktor e Ying as acompanhando. Chegando até lá, Lilac, por ter chegado primeiro, percebe que já uma intensa movimentação ao fundo. Era uma rua comercial, com uma praça ao fundo. E era justamente nesse lugar que toda a confusão estava acontecendo. A dragão então visualiza alguns indivíduos trajando roupas que ela reconheceu no mesmo instante:

    — Ninjas da Red Scarves? Então era verdade mesmo!

    Usando de sua velocidade supersônica, chega rapidamente onde os ninjas do clã de Spade, que pareciam estar procurando por algo no solo da praça, pois haviam várias crateras abertas.

    — Ei vocês! Parem aí!

    A dragão se colocou em base de luta, percebendo que não haveria outra forma a não ser lutar. Olhando para cada um deles, ela diz:

    — O que vocês estão fazendo aqui?

    E ignorando totalmente o diálogo, todos então investem contra Lilac. Usando chutes e socos, os ninjas da Red Scarves tentavam golpear Lilac que a cada investida conseguia se esquivar com facilidade. Sua velocidade era impressionante. E não tardou em contra atacar: quando iria receber um ataque combinado por três dos ninjas, Lilac pulou com vontade e lhes aplicou um de seus golpes mais poderosos.

    — Ciclone!

    A bela dragão os acertou inúmeras vezes, fazendo com que fossem ao chão no mesmo instante. Três nos seus agressores estavam inconscientes antes que puderem fazer qualquer coisa. Os outros quatro restantes permaneceram parados, observando Lilac, que diz:

    — Me digam o que estão fazendo aqui agora!

    Um deles então caminhou até próximo a Lilac e, apontando para a dragão, diz:

    — Spade não vai gostar de saber que você nos atrapalhou, Lilac. Não deveria ter vindo a essa cidade.

    — Mais um motivo para eu insistir. O que vocês querem aqui? E porque Spade não está com vocês?

    — Existem coisas que você não precisa saber, dragão. Como ex-membra do nosso clã, você deve saber que nós nunca diremos nada.

    Naquele mesmo momento, foi quando Viktor, Carol, Milla e Ying chegaram. O jovem humano logo tratou de dizer:

    — Ex-membra? Lilac, do que esse cara está falando?

    — Piá, depois te conto. Temos coisas mais importantes... – Carol logo tratou de mudar de assunto.

    — Estamos aqui pra te ajudar, Lilac – Disse Milla, já em base de luta.

    — Tudo bem, Milla. Eu posso cuidar deles – Lilac estava lidando com a situação.

    Mas tudo não passava de um engodo. Por Lilac e os outros estarem prestando atenção no ninja tagarela, foi o tempo de os ostros conseguirem pegar seus companheiros e explodirem bombas de fumaça, que se propagou pelo lugar e, além de causar tosse em todos, pode esconder seus passos, conseguindo fugir sem serem seguidos. Assim que a fumaça se dissipa, Carol diz:

    — É, eles são bons. Usaram jutsu de sumiço.

    — Lilac, você está bem? – perguntou Viktor, preocupado.

    — Estou sim, Viktor. Só que...

    — Lilac, desculpa se eu te atrapalhei. Eu só queria ajudar... – Disse Milla, sentida com a fuga dos ninjas.

    — Não, Milla. Você não teve culpa alguma...

    — Lilac, aquele ninja disse que você é uma ex-membra... Isso é verdade?

    — Viktor, melhor não ficar de galho com isso, tá? Deixa ela... – Carol logo dou em defesa de sua amiga.

    — Não, Carol... Ele precisa saber do nosso passado.

    — Hã? Passado?

    — Bem, irei lhe contar...

    Depois do embate contra os ninjas, que culminou em sua fuga, Lilac e os outros então foram para próximo a um riacho, onde haviam uma mesa, alí mesmo na praça. A bela dragão então conta a Viktor toda a história: Lilac e Carol no passado faziam parte do The Red Scarves, clã ninja que se reuniam não subterrâneo da cidade de Shuigang para treinarem sua arte ninja e organizavam vários torneios de artes marciais com premiação em gemas. Embora as garotas tenham participado de muitos, o que lhes ajudou a sobreviverem todo esse tempo, elas tinham um valor moral muito grande, com uma linha que não passavam: elas nunca roubaram nem causaram mal a ninguém. Porém o mesmo não se podia dizer de Spade, líder do clã Red Scarves. Por perceberem que continuar no grupo era danoso demais e não era correto, elas decidiram sair e viverem suas vidas dentro da lei, ajudando as pessoas e fazendo pequenas missões em prol do bem.

    Ao fim, Lilac diz:

    — Nós não compactuamos com a ideologia de Spade. Entenda, Viktor: eu sinto muito por não ter te contado antes.

    — Lilac, tudo bem. Eu entendo...

    — Por favor, não pense mal da gente. Isso foi a muito tempo e...

    Viktor logo tratou de abraçar Lilac, mostrando a ela seu apoio. O hífen então diz:

    — Você não me deve satisfação alguma, Lilac. Você é uma vencedora. Não se sinta culpada por nada. Vocês duas sobreviveram todo esse tempo juntas e se mantiveram íntegras até entre pessoas que estão a margem da lei. Eu as respeito ainda mais agora.

    — Eu concordo com o Viktor. Vocês são realmente jóias raras, lapidadas pelos melhores artesãos de caráter – Disse Ying, com uma de suas mãos sobre o ombro de Lilac.

    — Obrigado de coração vocês dois, Viktor e Ying. Não sabem como me conforta ouvir essas coisas... – Dizia Lilac, esboçando um sorriso franco.

    — Gente, valeu mesmo. Tipo, eu e a Lilac seguramos essa mamona durante muito tempo, saca? É difícil lidar com nosso passado sombrio. A gente superou a bagaça toda na base do desespero pra sobreviver – Disse Carol, mostrando um pouco de tristeza em seu rosto.

    Milla então correu até Carol, a abraçando. Aproveitando o momento, a beijou no rosto de forma carinhosa, dizendo:

    — Vocês duas sempre serão minhas amigas heroínas. Deixa essa coisa no passado. Vamos pra frente agora.

    — Milla está certa. Precisamos manter o foco. Temos a missão de Royal Magister pra cumprir – Disse Viktor, confiante.

    — Ah valeu, piá. Valeu pelo apoio, apesar de você ter colocado no jornal todo o plano pra todo mundo ouvir...

    — Ih é mesmo! Desculpa...

    Ying, surpreso por ter ouvido o que Viktor disse, logo se manifestou:

    — Vocês estão aqui por causa do Royal Magister, o monarca de Shang Tu?

    — Sim, Ying. Mas por favor, não diga nada a ninguém. Estamos em uma missão secreta... – Disse Lilac, olhando para o jovem panda.

    — Nossa, vocês são pessoas importantes então. Bem, como está anoitecendo, porque não vamos pra minha casa? Será um imenso prazer tê-los como meus convidados.

    — Jura, bunito? Sério mesmo? Tipo, hospedagem “0800”? – Carol não perdeu tempo.

    — Carol, não abuse! E Ying, nós não queremos te incomodar... – Lilac estava um pouco sem jeito.

    — Imagina. É uma honra.

    — Muito obrigada, Ying.

    Ying então os leva até sua casa, não muito longe dali.

    Horas depois, em algum lugar em Shuigang...

    Dojoh secreto dos The Red Scarves.

    O lugar era bem escuro, com tochas iluminando o ambiente. Logo o grupo de ninjas vistos mais cedo na praça do centro de Shuigang eram vistos caminhando até próximo a um tatame ali próximo. A sua frente, sentando, havia uma ninja, trajando uma vestimenta toda rubra, usando uma máscara que lhe cobria a boca. Um dos ninjas então diz:

    — Grã mestra, nós não encontramos resquício algum da jóia.

    — E porque voltaram? Sabem muito bem que ao retornarem sem nada significa a morte, não?

    — Tenho pleno conhecimento, grã mestra. Mas nós trouxemos algo...

    — O que seria?

    — A dragão está aqui em Shuigang.

    A ninja rubra então se levantou, indo até o ninja, dizendo:

    — Está me dizendo que Lilac está aqui? 

    — Si-sim, senhora. O que devemos fazer?

    — No momento, nada. Mas vocês estão mesmo com sorte. Eu não os irei matá-los... Pois essa notícia é ótima. Hehehe... Então Sash Lilac está aqui em Shuigang? Perfeito. Não existe momento melhor para eu, a grã mestra Ruby, matá-la... Muito bem, preparem o próximo turno. Hora de dar início ao plano de Spade...

    Continua.


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