Sonic The Hedgehog: Outside N'Counter

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 14

    Residência Maldita (Parte 3): O fingidor

    Violência

    Geoffrey apareceu de forma inesperada. Tudo isso será explicado... Mas e depois?

    Surpreendendo a todos, Geoffrey aparece de forma inesperada. E trouxe consigo a espada Connery de Elias, uma poderosa arma contra os poderes de qualquer mago Ixis. Somente sua presença já foi o suficiente para que Naugus mudasse de semblante, este agora mais fechado.

    A presença do jaritataca espião causou uma reação em praticamente todos que ali estavam. Sonic, o qual olhava para Geoffrey, diz:

    — Ei! Como é que você entra assim do nada, maluco? E que marra é essa? Todo mundo aqui está escaldado por sua causa!

    — Compreensível... Eu mereço todas as desonras possíveis, ouriço.

    — Ainda bem que reconhece...

    Sally logo se colocou a frente de Sonic, quase agredindo o jaritataca, sendo impedida gentilmente por Khan.

    — SEU INFELIZ! DESGRAÇADO! Como ousa vir até aqui e mostrar essa sua cara lavada pra todos nós?

    — Sally, eu mereço palavras mais pesadas que essa depois de tudo que eu fiz. E falo sério...

    — Meça suas palavras ao se dirigir a ela, seu tratante – Khan não deixou os menos.

    — Geoffrey, o que diabos você está fazendo aqui? — Elias estava mostrando bastante irritação.

    — Estou aqui parte fazer o certo... Eu já estou cansado de continuar com tudo isso. Está na hora de acabar com toda essa situação desconfortável e desagradável que eu trouxe a todos...

    — Mas como chegou aqui? Você tinha todas as chances de fugir. E trouxe minha espada... COMO VOCÊ PODE EXPLICAR ISSO? 

    — Eu posso ser um traidor e tudo de mais ruim, Elias... Mas eu não sou um covarde. Eu não fujo dos meus problemas. Mas acho que devo explicações sobre tudo que aconteceu...

    E de fato muita coisa deve ter acontecido até que Geoffrey retornou as catacumbas do Castelo Acorn. Sabido disso, vejamos o que ouve exatamente no momento que o agente espião retornou a cidade.

    Horas antes...

    Quartel General dos Lutadores da Liberdade, noite de crise.

    Como todos devem ser lembrar no último capítulo, Sir Charles (tio Chuck) estava prestes a matar Geoffrey, pois pensava que o espião ainda estava sendo possuído por Naugus.

    Pois bem, antes de ter seu fim, Geoffrey, usando de suas habilidades de luta, conseguiu se esquivar no último segundo. Tanto que ao passar da lâmina próximo de sua cabeça teve alguns fios de seu cabelo cortados. Porém Charles não cessou o ataque, desferindo golpes consecutivos com a espada a fim de avançar definitivamente com Geoffrey. O jaritataca, assustado, diz:

    — Sir Charles, por favor... me ouça!

    — Eu já estou cansado de suas mentiras, Naugus! Eu sei que você possuiu o corpo de St John!

    — O que?! Charles, você está certo... Mas eu não estou mais sendo possuído! Naugus saiu do meu corpo!

    — MENTIRA! MORRA, SEU MONSTRO!

    — Não, Charles! Eu me livrei da dominação de Naugus!

    — Eu não acredito em você!

    Geoffrey estava em desvantagem, como já esperava. Porém não imaginava que teria que ser confrontar com Sir Charles. O agente espião evitou ao máximo os ataques do ouriço membro do Conselho Acorn. E justamente falando sobre o conselho, eis que Nicole logo informa o ocorrido.

    — Tio Chuck, temos problemas.

    — Sim, Nicole. Mas nós vamos...

    — Não! O senhor não entendeu. Temos mais problemas.

    — Hã? O que?

    — Os sensores da base dizem que uma grande quantidade de pessoas está vindo pra cá agora.

    — Como é? Mas quem?

    — Vou tentar ver... NOSSA! Charles... É a guarda real! E estão vindo com todo o Conselho Acorn!

    — Mas porque eles viriam... Espere... FOI VOCÊ, NAUGUS!

    — Eu não sou Naugus!

    — Seu patife! Você não vai conseguir o que planeja!

    — Sir Charles, por favor... ME ESCUTE!

    — Chega de falar, seu miserável!

    Foi questão de tempo até que a guarda chegasse até a base dos Lutadores da Liberdade. Um dos guardas colocou a porta abaixo com um chute, fazendo com que todos os outros adentrassem ao quartel general. Logo atrás, mostrando autoridade em seu rosto, era Hamlin, que diz:

    — Em nome do conselho, estamos aqui para uma averiguação! Todos fiquem quietos e... MAS O QUE SIGNIFICA ISSO?!

    A surpresa de Hamlin era justificada. Geoffrey estava sendo mantido como refém por tio Chuck, que o segurava pelas costas, com o fio da espada Connery no pescoço do jaritataca espião. Logo tio Chuck diz:

    — Não ousem dar um passo até que eu me explique.

    — Charles?! Mas... Mas...

    Logo todo o conselho também entraram na base, pasmos com a situação. Rosemary Prower logo tomou a palavra.

    — Mas o que é isso, Charles? Porque está fazendo isso?

    — Vocês não tem noção do que eu descobri.

    — Pode crer que o que descobrimos agora é bem real...

    — Geoffrey é Naugus!

    Praticamente todos, mas todos mesmo, desde os membros do Conselho Acorn até a guarda real, se impressionaram horrores com a revelação bombástica que acabaram de ouvir. Penélope Ornitorrinco, assustada, diz:

    — Mas o que é isso, Sir Charles?! Que absurdo é esse?

    — É um absurdo mesmo... Uma coisa doentia... Esse crápula estava o tempo todo maquinando contra o conselho para obter o que quer.

    — Como poderia provar sua teoria, Charles? — Disse Isabella Mangusto, caminhando até os dois.

    — Simples: eu vou acabar com ele na frente de vocês e todos verão.

    — Sir Charles... Seja coerente... O senhor passou por muita coisa nessa vida, mas sujar suas mãos com sangue... eu não creio que fará isso.

    — Pelo nosso povo sou capaz de qualquer coisa, Isabella. Eu tenho certeza que...

    Mas Geoffrey já estava praticamente com a sua paciência esgotada. Aproveitando a conversa e a falta de atenção de tio Chuck, com um movimento sutil ele desarma o ouriço, o jogando para contra a guarda real, o desarmando. Com a espada Connery em mãos, o jaritataca diz:

    — CHEGA! ACABOU! Eu já não aguento mais todos nós lutarmos um contra o outro... Eu já não suporto tanta angustia, tanta inimizade, tanta besteira!

    — O que está acontecendo aqui? Estamos perdendo o controle de tudo aqui... Exijo que alguém explique o que... – Disse Hamlin, mais irritado que de costume.

    — CALE-SE, HAMLIN! Pelo visto foi você quem trouxe a guarda real aqui... – Disse Geoffrey, tão irritado quanto.

    —COMO OUSA GRITAR COMIGO ASSIM? E é claro que eu trouxe a guarda real... Está tudo uma bagunça! E a princesa deve estar...

    — Ah como você é burro! Por Aurora...

    Tio Chuck se recuperava depois de ter atingido por Geoffrey. Mas assim que recobra suas forças, percebe algo que mudaria seu julgamento naquela noite.

    — Geoffrey... Ele... Ele está segurando a espada Connery...

    — Hã? O que tem, Charles? — Disse Dylan, surpreso.

    — Naugus não faria isso... Ele sequer ficaria perto da espada...

    Geoffrey, caminhando até próximo de todos, diz:

    — Uma coisa Charles estava certo: Naugus havia dominado meu corpo...

    — Oh céus! Então era verdade... — Chuck logo exclamou.

    — E sim, durante todo esse tempo ele esteve se passando por mim pra conseguir o que quer... Até agora ele me manteve preso e só consegui voltar a ter controle de meu corpo num momento de fraqueza dele.

    — Não tão rápido, traidor... Você o apóia e... – Hamlin não perdeu tempo.

    — EU NÃO O APÓIO MAIS! Tudo mudou desde que eu percebi que ele não tem boas intenções...

    — VOCÊ O TROUXE AQUI! Naugus é o rei de Nova Mobotrópolis de forma justa! O povo escolheu e acatamos. Fim de papo!

    — HAMLIN, VOCÊ NÃO TEM NOÇÃO DAS COISAS!

    — NÃO! É VOCÊ QUE NÃO TEM NOÇÃO ALGUMA!

    E se aproximando do porco, tio Chuck diz:

    — Hamlin... Pare.

    — Hã? Mas Charles...

    — Tem algo muito estranho acontecendo aqui... Nicole, teria como me mostrar algum vídeo recente de Geoffrey durante a inquisição?

    — Sim, Chuck. Agora mesmo.

    Nicole então exibiu o último vídeo feito no Conselho Acorn durante a inquisição. Verificando minuciosamente o comportamento de “Geoffrey”, as reações foram bem coincidentes entre os membros do conselho.

    — Tipo, ele... Ele estava diferente – Disse Dylan, olhando para o monitor.

    — É o Geoffrey e ao mesmo tempo não é ele... — Penélope Ornitorrinco concordou.

    — Eu... É uma situação muito desagradável... – Rosemary Prower foi empática.

    Tio Chuck, ao fim da exibição por parte de Nicole, diz:

    — Geoffrey... Nada do que está acontecendo faz sentido. Você apoiava Naugus fervorosamente. Agora quer ir contra ele. Precisamos de muitas explicações.

    — Charles, não temos muito tempo para explicações. Vou encurtar as coisas: o que eu poderia fazer agora pra trazer alguma confiança a todos vocês?

    Nicole, que não havia falado muito desde então, se materializa em frente a Geoffrey e diz:

    — Restabeleça a comunicação de toda a cidade agora. Assim poderei saber o que acontece em cada centímetro de Nova Mobotrópolis, como era antes de Naugus chegar nessa cidade. Com isso teremos mais segurança e, caso todos concordem, confiança nas suas palavras.

    — Muito bem, Nicole... Eu farei agora. Me levem até o Castelo Acorn.

    Logo uma verdadeira procissão caminhou pelas ruas da cidade, se dirigindo até o castelo. As pessoas que estavam assistindo toda aquela movimentação ficaram ainda mais preocupadas.

    Já dentro do Castelo...

    Geoffrey pediu para que fossem diretamente em direção ao a sala de planejamento. Chegando lá, vai até um dos monitores e diz:

    — Naugus retirou a comunicação da cidade para não ser rastreado.

    — Mas por Aurora... Porque ele fez isso? – Perguntou tio Chuck.

    — Já ouviu falar da Câmara de Passagem, Charles?

    — Sim. Diz a lenda que foi lá que...

    — Não é uma lenda.

    — O que?

    — Naugus deve estar lá agora mesmo.

    — Geoffrey, isso é impossível! Se ele estiver lá...

    — Do que vocês estão falando? – Perguntou Rosemary, confusa.

    — Essa câmara era usada para fazer ponte com a Zona do Silêncio, onde Naugus e Maximilian estavam presos por Dr Robotnik. Pois bem, Naugus tem planos nefastos naquele lugar... - Explicou Geoffrey.

    — Mas isso não pode ser! Geoffrey, como pode provar isso?

    Logo Geoffrey, usando de seus poderes Ixis, retirou o selo mágico do transmissor, fazendo com que toda a comunicação voltasse ao controle de Nicole, que diz:

    — Pessoal, estou de volta a todas as defesas da cidade! Todos estão bem e tudo está funcionando perfeitamente! E... Esperem... Estou recebendo uma mensagem de voz...

    Surpreendendo a todos, eis que uma voz conhecida por tio Chuck é ouvida no comunicador do salão.

    — Olá, Sir Charles. Aqui é Coruja Who.

    Geoffrey exclamou o mesmo instante:

    — WHO?! MAS... mas o que significa isso?

    — Geoffrey St John, eu presumo. Elias nos disse tudo sobre o que você estava querendo fazer...

    — Elias? Charles, do que ele está dizendo? – Hamlin não estava entendendo nada.

    — O que está acontecendo aqui? A todo instante um fato bombástico acontece e ninguém explica nada! – Rosemary estava irritada.

    Geoffrey então explica brevemente todo o ocorrido.

    — Elias faz parte de um grupo chamado Lutadores da Liberdade Secretos. Ele sempre esteve aqui na cidade para mostrar o quanto Naugus é um monstro tirânico. Porém não tinha provas... O povo simpatizou com o patife e Elias não podia fazer nada.

    — Então Elias estava mesmo querendo promover um golpe? – Hamlin insistiu nessa teoria.

    — HAMLIN, CHEGA DESSA IDEIA! CHEGA! BASTA! – Rosemary logo jogou a real.

    — Eles impediram que Naugus acabasse com todos vocês, Charles. Naquele dia que todos vocês se reuniam de noite no palácio do Conselho Acorn... Vocês escaparam da morte – Disse Geoffrey.

    Todos do conselho, inclusive tio Chuck, não acreditavam no que acabaram de ouvir. Um silêncio repentino tomou conta do lugar, sendo quebrado por Who, que diz:

    — Tudo que ele está dizendo é verdade.

    — Não... Isso é impossível... Não pode ser... Todo esse tempo estávamos a mercê dele?

    — As coisas só pioraram depois disso. Naugus dominou meu corpo e pediu pra Nicole construir uma máquina com suas nanites para recuperar seu corpo doente. Ele ficou assim depois da luta contra os Lutadores da Liberdade Secretos. Eu tentei encobrí-los ao máximo para que Naugus não descobrisse nada. Pois mal... eu dominado só conseguia ver de camarote as atrocidades que ele fez a todos dessa cidade...

    — O que mais? – Hamlin estava curioso. 

    — Os robôs... Foi ele.

    — Os robôs... Aqueles que o overlander destruiu?

    — Sim. Naugus os soltou na cidade para mostrar o quanto Nicole era fraca... Por Aurora aquele overlander apareceu, assim como Sally, os Lutadores da Liberdade Secretos, a guarda real... A última cartada de Naugus para destruir a reputação de Nicole, Sally e Vicent foi a inquisição. Mas o overlander destruiu isso tudo com aquela pergunta...

    — “Os guardiões protegem, mas quem protege os guardiões”... — Isabella Mangusto recordou bem.

    — Sábias palavras de um revolucionário...

    — Geoffrey, tudo isso que você está dizendo... Minha nossa... Se for mesmo verdade... – Tio Chuck estava completamente pasmo com todas as informações.

    Who tomou a palavra outra vez:

    — Antes que perguntem e para trazer segurança a todos, saibam que Maximilian e sua esposa estão comigo são e salvos.

    — O que? O rei Max? – Penélope logo comentou.

    E com a palavra, o próprio.

    — Sim, eu entrou aqui. Alicia também. Estamos todos bem, graças aos Lutadores da Liberdade Secretos.

    — Espere, porque o senhor está aí? Todos do Castelo Acorn estavam preocupados com... – Rosemary logo se manifestou.

    — Tanto o rei Max quanto Vicent sofreram uma tentativa de envenenamento por parte de Naugus – Geoffrey logo tratou de informar.

    — Minha nossa... Tudo isso aconteceu sem que soubéssemos de absolutamente nada! – Isabella se sentou, pois começou a passar mal.

    — Guardas, chamem um médico para Isabella! – Hamlin logo se preocupou.

    — Nicole, descobriu onde Naugus está? – Tio Chuck logo perguntou.

    — Não, tio Chuck. Consigo ver qualquer coisa na cidade mas não o encontrei em lugar algum.

    — Naugus está na Câmara de Passagem nesse exato momento – Geoffrey logo informou novamente.

    A cada vez que o jaritataca dizia os passos que Naugus tomou, causava um estrago sem tamanho no emocional de todos. Era visível em seus rostos a total falta de conhecimento de todos os fatos que acontecem por debaixo dos panos. O Conselho Acorn estava em frangalhos, talvez numa situação pior que a da inquisição. Como tudo estava desmoronando, tio Chuck tratou de dizer:

    — Geoffrey... O que Naugus planeja fazer na Câmara de Passagem? Esse lugar não é mencionado a anos...

    — Naugus deseja... ele deseja trazer todo o poder Ixis da Zona do Silêncio a tona. Em outras palavras, o portal que ele quer abrir vai unificar Mobius com a zona. E a cada segundo que passa ele está mais perto de conseguir o que quer...

    — Por tudo que é mais sagrado... Eu não tinha noção que as coisas estavam indo para esse lado... – Disse Who, tão impressionado quanto a todos no recinto.

    — Precisamos de provas, Geoffrey. O povo precisa saber de tudo isso... – Tio Chuck estava confiante.

    — O povo nunca confiaria nas palavras de um traidor como Geoffrey! Desistam da ideia de fazê-lo ir a público explicar o que aconteceu até agora! – Disse Max, bastante irritado.

    — O rei Max está correto! Geoffrey é o culpado por toda essa desgraça que nós estamos prestes a presenciar. E daí que ele disse isso tudo? O povo nunca acreditaria nele! – Hamlin não pegou leve.

    Embora Hamlin estivesse sendo inconsequente mais uma vez, Geoffrey sabia que o que o porco membro do conselho dizia sobre ele era a mais pura verdade. Não podia negar que toda essa situação foi obra de sua ideologia contra os Acorn. E o porco continuou:

    — Você... Você está certo, Hamlin...

    — É lógico que estou! Não tenho dúvidas nisso! Você é um traidor da pátria! Um facínora sem valor algum... Um boçal energúmeno que...

    E antes que Hamlin continuasse a ofender Geoffrey, Rosemary Prower foi até o porco e lhe aplicou um fortíssimo tapa no rosto, fazendo com que fosse ao chão inclusive. Olhando nos olhos do porco, disse:

    — Eu avisei a você que deveria parar de promover mais ideologias sem sentido, não? Pois bem, Hamlin... Vou dizer uma única vez: somos o Conselho Acorn. Nós fomos incumbidos pelo povo em representá-los perante a lei. E isso significa que temos que tratar a todos com muita justiça. Geoffrey já foi condenado. E ele também foi perdoado pelo... se posso assim dizer... “rei”.

    Ela, indo até Geoffrey, diz:

    — Estamos agora diante de uma crise inimaginável, os precedentes são incalculáveis. Então, caso tenha um plano em mente pra resolvermos todo esse problema, diga agora a todos nós. Caso contrário, só temos a Geoffrey.

    Rosemary estava mesmo revoltada com a atitude de Hamlin, o fitando a todo instante. E ainda indagou:

    — E então, Hamlin... O que me diz? Ou vai ficar aí no chão e chorar? Você é um conselheiro! Coloque-se no seu lugar! Todos nós queremos o bem do nosso povo! Chega de teorias de conspiração. Estamos em um outro patamar.

    Era chegado a hora. O momento de Hamlin dizer o que seria era agora.

    — Rosemary... Você sabe que agredir um colega do conselho é um crime contra as regras, mas... Mas, diante de tudo que está acontecendo, eu... eu preciso te agradecer pelo gesto que acabou de ter. Desde o início eu venho tentando manter a ordem de forma bem forte e metódica. Eu faço isso para que todos façam bem o seu papel dentro das regras... Mas é uma situação que foge a todas as regras... Sendo assim, eu digo que... VAMOS EM FRENTE!

    — ISSO! Eu voto em iremos com isso até o fim! Quem do conselho concorda?

    Era desnecessária uma votação. As lágrimas nos olhos de todos os membros do conselho já diziam o desejo de todos. Geoffrey olhou para tudo aquilo e mal acreditava no que estava acontecendo. Eles definitivamente estavam acreditando no que ele havia dito.

    — Vocês... Vocês estão confiando no que eu disse até agora?

    — Não deveríamos... Mas só podemos acreditar nisso. Não temos mais nada no que fazer. A única pessoa com conhecimento de tudo que está acontecendo é você, St John! – Disse tio Chuck, com um sorriso no rosto.

    — Diga-nos o que devemos fazer, Geoffrey — Who, mesmo distante, também estava chorando.

    — Esperem... Vocês não aprenderam nada com tudo isso?! Eu posso estar contando uma história fantasiosa! Como podem estar tão confiantes em mim?

    — O Conselho escolheu apostar tudo em você, Geoffrey... – Disse Penélope, também chorando.

    Pela primeira vez, depois de tanto tempo, o jaritataca tinha todos ao seu lado. Não que eles tivessem esquecido do mal que ele havia trazido a cidade, ou seja, Naugus. Mas diante do grande problema que se aproximava ainda mais, eles decidiram colocar todas as fichas no que Geoffrey disse. Era a única aposta a ser feita.

    — Pessoal... Eu...

    — Não perca tempo, Geoffrey. Qual é o plano? – Disse tio Chuck.

    Então, munido com sua força de vontade, Geoffrey se encheu de confiança e disse:

    — Muito bem... Se querem apostar tudo, então eu lhes darei um show digno do ouriço azulado. Eu vou fazer um belo estrago no ego inflado do patife do Naugus... Ah vocês vão gostar... Vocês não amar cada segundo... E eu farei isso com todo prazer!

    E voltando a Câmara de Passagem...

    Geoffrey então concluiu a explicação de forma ligeira, e continuou:

    — Elias, eu encontrei as outras “cartas” também...

    — Hã? Outras cartas?

    — Sim. Corações e Diamantes... E elas foram muito úteis... De uma forma bem especial...

    — Do que está dizendo, Geoffrey?

    E ele, olhando para cima, diz:

    — Leeta... Lyco... Fizeram tudo direitinho?

    Logo as irmãos gêmeas do reino da matilha, já sem máscaras, aparecem com seus ganchos, aterrissando próximo a Elias, que diz:

    — Vocês duas... O que...

    — Elias, Geoffrey pediu para Who que fizéssemos parte da aposta... – Disse Leeta, com um sorriso no rosto.

    — Aposta? Mas que aposta?

    — Bem, nós só precisamos de algumas câmeras e... – Lyco logo disse.

    — Bem, Elias... Eu não sou lá o cara mais popular da cidade... Então acho que precisei ser um pouco mais dramático em convencer o povo sobre tudo que aconteceu... 

    Naugus assistia aquilo tudo sem entender nada do que estava acontecendo. Cansado de só ouvir, tratou em dizer:

    — Seu miserável... O que você fez?

    — Ora, então você ainda não entendeu? E aquele dia no show da Mina Mangusto não significou nada?

    — Diga, seu verme! O que você fez?

    — Antes de eu vir para cá, eu precisava de uma prova sobre seus planos, seu patife...

    Geoffrey então explicou exatamente sua jogada.

    — Antes de fugir, eu coloquei um comunicador em Vicent. Assim que percebi que era hora de entrar em contado com ele, eu ativei o comunicador e pedi que o overlander conversasse com você. Ele fez tudo certo, pois você caiu na conversa dele. Você explicou tudo...

    — E o que isso tem a ver? Nada do que eu disse sairá daqui! Hahaha!

    — Ah mas saiu... E como saiu...

    — Do que está falando?

    — Olha, eu não sei como ficarei depois do que vai acontecer aqui, mas na certa...

    E durante tudo isso...

    Centro da cidade de Nova Mobotrópolis, noite em crise agora.

    “... eu levo jeito de transmitir eventos para a televisão!”

    Toda a cidade estava assistindo o que acontecia na Câmara de Passagem, inclusive desde que Naugus confessou cada atrocidade que fez a cidade. As ruas estavam tomadas por mobianos furiosos por terem sido enganados por Naugus. Toda sua pompa de rei e “salvador da cidade” havia sido destruído. A face desolada do mago Ixis era visível a todos. Nicole aproveitou o momento para desabafar:

    — Estão vendo? Por muito tempo esse farsante ousou em trazer mal a todos nós e me fez perder o controle da cidade. Mas tudo agora vai mudar. Nossos heróis estão lá e vão dar fim a maldade de Naugus!

    Voltando a Câmara de Passagem...

    Sonic estava mostrando uma alegria imensa em seu rosto. Logo tratou de dizer:

    — Sorria, Naugus! Tu tá na televisão. E o programa a seguir é “meter a porrada sem dó no rei caído!”. Haha... Você perdeu, otário!

    — SEU INFELIZ! MISERÁVEL! COMO OUSA FAZER ISSO DEPOIS DE TUDO QUE EU FIZ A VOCÊ, GEOFFREY?

    — A única coisa que eu quero fazer agora é dizer: VOCÊ É UMA FRAUDE! UM FINGIDOR EGOÍSTA! Hora de você cair, patife...

    — Muito bem... Se é guerra que vocês querem... ENTÃO SENTIRÃO TODA A MINHA FÚRIA!

    Todos então começam a ser preparar. Leeta e Lyco sacaram suas espadas, ajeitando seus ganchos. Larry Lince tratou de preparar sua besta. Ao fundo, com Geoffrey indo rapidamente até Elias, entregando-lhe a espada Connery, dizendo:

    — Tome, Elias. Você é merecedor de portar essa espada.

    — Obrigado, Geoffrey... Mas nada muda do que eu penso sobre você por causa disso.

    — Eu entendo e concordo... Porém tenho um pedido a fazer.

    — Diga.

    Ele então se ajoelha diante Elias e diz:

    — Rei de Nova Mobotrópolis, peço que me aceite como um aliado nessa batalha que estamos prestes a fazer parte. Juro fidelidade sobre o fim o qual todos nós compartilhamos: derrotar Naugus.

    — Concedido. Bem vindo ao nosso lado, Geoffrey. E obrigado.

    Ambos nem sequer trocaram olhares, algo que, de certa forma, era desnecessário. O entendimento entre os dois era recíproco. Com Khan já manifestando seus poderes cibernéticos, via a princesa Sally ativar suas lâminas, com Sonic ouriçando seus espinhos. E com o ouriço prestes a atacar Naugus, olhou para Vicent, que estava olhando para o mago como um predador faminto. Então Sonic diz:

    — Vicent... como tu tá, cara?

    — Com muita raiva...

    — Tipo, aquela raiva de quando a gente tretou?

    — Não... Pior...

    — Pior? Como?

    — Como se eu estivesse imaginando dez ouriços azulados marrentos arrogantes me provocando...

    — Hahaha! Gostei... Essa parada! E o que vai dizer agora, hein?

    — GET READY!

    Os cabelos de Vincent tornaram-se escarlate assim que todos partiram para cima de Naugus. É chegada então a hora da última luta. Os votos de sucesso partem de todos os cantos da cidade. O futuro da cidade agora estava mais mãos de Sonic e seus amigos... e aliados.

    Então um novo estágio começa.

    Castelo Acorn ato 2: Boss Battle – Ixis Naugus e Mid Boss – Twin Ixis Golens

    (Música sugerida: “The Pretender” do Foo Fighters)

    “Fique no escuro

    Pois eles mentem...

    Fique no escuro

    Pois então começou!”

    Com todos atacando, Geoffrey diz:

    — Escutem todos! Naugus quer abrir um portal com a Zona do Silêncio para unir as duas dimensões. Se ele fizer isso terá poder pra controlar todo mundo. Então precisamos destruir cada um dos caldeirões de magia Ixis. Porém a única arma capaz de destruí-los é a espada Connery.

    — Então eu que terei que destruí-los? – Disse Elias, concentrado.

    — Sim, até porque o poder dessa espada é muito maior nas mãos de um Acorn. 

    — Muito bem. Então vamos dar cobertura a Elias! Lutadores da Liberdade... Ataquem com tudo! – Esbravejou Sally, liderando Sonic e Khan.

    Vicent, correndo contra os golens, diz:

    — Elias, se preocupe em destruir os caldeirões. Eu vou dar conta desses robôs... Por mais que isso seja um dejavu...

    — Tudo bem! Vamos, Lutadores da Liberdade Secretos!

    — Vamos nessa, Elias! Chegou a hora! – Disse Larry Lince, correndo ao lado do rei.

    — Leeta, agora não tem volta! Vamos mandar ver! – Disse Lyco a sua irmã.

    — Nem precisa dizer duas vezes, mana!

    Naugus explodiu de tão irritado que estava. Não havia mais “salvador da cidade” ou “rei de Nova Mobotrópolis”. Ele agora era visto como sempre foi: um vilão tirano com ego inflado egoísta. Tudo que havia conseguido conquistar havia se perdido em sua própria ambição

    — Eu não terei misericórdia... EU IREI ACABAR COM TODOS VOCÊS AQUI E AGORA!

    “Seus ossos se mexem

    Sob uma canção que te faz se mexer, mais uma vez...

    Mas as coisas que estão no fundo se erguem

    Pois agora a verdade vai se fazer...”

    O combate começa. Elias corria em direção ao primeiro caldeirão, sendo seguido por Larry e as irmãos do reino da matilha, que davam cobertura. Naugus, ao avistar a investida do rei até um dos alvos, arremessou uma bola de fogo contra ele, sendo interceptada por Leeta que, usando de sua espada, consegue cortá-la ao meio, impedindo que Elias fosse atingido, embora a loba ficasse um pouco ferida com as chamas. 

    — Leeta, você está bem? – Perguntou Elias, preocupado.

    — E-estou sim... embora me sinta assada ao ponto...

    Os robôs também foram ao encalço do rei, mas no mesmo instante Vicent apareceu a frente dos dois, desferindo um poderoso soco em um deles, fazendo-o cair longe.

    — Eu já enfrentei isso antes! Fácil demais...

    — SEU OVERLANDER MISERÁVEL! Estragou meus planos antes mas agora você verá seu fim! – Disse Naugus, assistindo um de seus golens ser arremessado para longe.

    Sonic então, usando de sua velocidade, executou um poderosíssimo ataque contra o outro robô, caindo ainda mais distante que o outro.

    — Tá aí, Vicent! O meu foi mais distante! 

    — Sonic, isso não é hora pra... – Tentou dizer o jovem, olhando para o ouriço.

    — Nananinanão! Estamos numa batalha mas ao mesmo tempo estamos competindo... Sem choro, hein!

    E enquanto Sonic tirava a atenção de Vicent e dentre próprio, os golens se levantaram rapidamente, já errar os golpeando. Mas para surpresa dos dois, eis que Khan, usando novamente de seus poderes biônicos, junta uma considerável soma de energia nas mãos, formando um tipo de bastão de energia, golpeando os dois ao mesmo tempo com uma força descomunal, os jogando contra Naugus. O monge então se aproxima dos dois e diz:

    — PORQUE VOCÊS NÃO ATACAM DESSA FORMA?! Vou te contar... Vocês são muito imaturos!

    — Ih... Olha o Khan nos humilhando, Vincent. Aí, vai deixar assim?

    — Para com isso, ouriço maluco! Ele está certo... A gente precisa levar a sério!

    — Opa... Levar a sério o Naugus? Tem como não... Já viu a cara de fuínha que ele tem?

    Sally então se junta a Sonic e Vicent, dizendo:

    — Foquem-se nos golens! Não os deixem se aproximar de Elias! Sonic, pare de brincar com a situação.

    — Sim, senhorita princesa namorada linda! Vamos nessa!

    Elias estava se aproximando do alvo, quando Naugus se teletransportou frente ao caldeirão, dizendo:

    — Eu nunca permitirei que você consiga destruir!

    Mas seus dizeres foram frustrados por um poderoso golpe de Geoffrey, que desferiu um chute fortificado com poderes Ixis que controlava.

    — NINGUÉM QUER OUVIR SUA VOZ, SEU FINGIDOR! VOCÊ É UMA FRAUDE!

    E sem perder tempo, Elias, com um golpe poderoso com sua espada, destruiu facilmente um dos caldeirões. No mesmo instante os poderes Ixis que emanavam do receptáculo se dissipam, diminuindo um pouco do poder de Naugus. Porém o portal não parecia ter perdido a força.

    “Tudo isso perdeu o sentido

    Pois a ignorância é uma dádiva

    Defende o perdido

    Na roda da vida

    Tudo dá voltas, garoto

    Não termina, não termina...

    É sempre a mesma história!”

    Era visível a irritação de Naugus. Estava muito acima de que costume. Seu olhar demonstrava desespero. Ele havia chegado tão longe com seus planos que em nenhum momento esperaria que as coisas estivessem fugindo de seu controle dessa forma. Lutando agora frente a frente com seu antigo pupilo, diz:

    — Eu te dei tudo! Eu te apoiei com sua ideologia e é assim que você me retribui?

    — Você está enganado! Eu que te dei tudo... Te dei um motivo pra poder mudar a vida de todos e olha o que você fez... Você se destruiu sozinho. Você teve todas as chances de fazer a coisa certa e no lugar disso contaminou toda a cidade com desilusão, insegurança e podridão. VOCÊ É UMA FRAUDE!

    — IREI ACABAR COM VOCÊ, GEOFFREY! SUA CARCAÇA ESTARÁ CAÍDA NO FIM DISSO TUDO!

    — Você terá várias chances... Mas acredite: você vai cair... Seja pelas minhas mãos ou as deles!

    — Hahaha! Não seja tolo... Eu estou com imensas vantagens...

    Elias havia conseguido ouvir um pouco da conversa dos dois e, como uma provocação a Naugus, logo tratou de dizer:

    — Naugus... Olhe isso!

    — Hã? Mas o que...

    Sem perder tempo, Elias arremessou com toda força sua espada para o próximo caldeirão. E acreditem: não estava perto. A força de Elias parecia maior portando a espada, que atingiu em cheio seu alvo, destruindo assim mais um dos caldeirões de magia Ixis. O rei, olhando nos olhos de Naugus, diz:

    — No fim disso tudo, você estará tão despedaçado quanto esse caldeirão. Prepare-se...

    — MISERÁVEIS! – Disse Naugus, emanando ainda mais poder Ixis do próprio corpo.

    E Geoffrey não diminuiu seu ímpeto ao atacar Naugus novamente, socando seu rosto com energia Ixis que nutria seu punho. Ao mesmo tempo, Leeta e Lyco, usando seus ganchos, se projetaram para o alto da câmara. Leeta havia avistado uma coluna já acidentada, visando derrubá-la contra o mago Ixis. Sua irmã Lyco havia entendido e, juntas, golpeiam o concreto, fazendo com que caísse exatamente sobre Naugus assim que o mesmo caiu depois do golpe recebido por Geoffrey.

    “E se eu te disser que não sou um qualquer?

    E se eu te disser que não sou uma peça?

    Você é uma fraude!

    Nunca retroceda, render-se jamais!”

    Restam somente seis caldeirões para terem êxito na batalha. Mas essa era só uma das preocupações. Era fato que Naugus ficaria ainda mais furioso. Sabendo que sua vantagem não era tão grande assim, Naugus praticamente explodiu a coluna que havia caído sobre ele e, emanando ainda mais energia Ixis, diz:

    — Eu cansei de esperar... Vamos dificultar mais as coisas...

    Os golens então se desmantelam a frente de Sonic, Sally, Kahn e Vicent, que fiz:

    — Ueh?! Mas o que...

    Não deu nem tempo para pensarem sobre o que estava acontecendo. Naugus na verdade mudou a forma de seus golens. Eles começaram a se formar novamente, só que dessa vez menores, mas em maior quantidade. Isso logo causou uma reação em Sonic, que diz:

    — Estratégia de perdedor, Naugus. Agora vai ser mamão com açúcar derrotá-los.  

    — Hehehe... Não conte com isso, ouriço desgraçado! – Disse Naugus, com um enorme sorriso sinistro no rosto.

    Se antes eram dois golens enormes, agora eram oito na estatura de Vicent, que diz:

    — Ora, agora vai ser bem mais fácil...

    Ledo engano. Embora estivessem menores, não queria dizer que estavam menos perigosos. No momento que o jovem tentou golpear um dos golens, um deles se esquivou e contra atacou o overlander com um soco, fazendo-o cair longe, surpreendendo Sally e os outros.

    — VICENT!? NÃO!

    — Caraca! Esses golens jogaram Punch Out!

    — Rápido, Sonic! Vamos atacar! – Disse Khan, com seu cajado a frente.

    Vicent, se levantando, parece não ter se machucado fisicamente, mas:

    — Essa doeu... Doeu no ego... Mas...

    E o jovem, executando um salto para frente, investiu exatamente contra o mesmo golem que o havia golpeado, acertando-o com um violento chute em seu dorso, jogando-o tão longe quanto. Sally, surpresa, diz:

    — Vicente, você...

    — É, princesa... De onde eu venho, quem bate esquece. Mas quem apanha...

    — Haha! Gostei de ver, Vicent! Essa parada, camarada! – Disse Sonic, acompanhando Khan em seguida.

    Sonic e Khan passaram então a coordenar seus ataques, com o monge concentrando seus poderes, suspendendo os golens do solo, enquanto Sonic os golpeava com seu horning attack, jogando-os posts todos os lados. Embora se esforcassem, era só um paliativo para evitar que os golens se aproximassem se Elias. Por eles tem diminuído de tamanho mas aumentado a quantidade, quatro deles foram em direção ao rei, que agora estava sem a espada. Naugus sabia disso e iria tirar vantagem sobre a situação.

    — Sua atitude tola de me provocar lhe custou tudo! Nunca deixarei que pegue aquela espada novamente! Hahaha!

    — E quem disse que só eu posso usar a espada? Esqueceu que há mais de um Acorn aqui? – Disse Elias, atirando contra Naugus com sua pistola laser.

    — O que? Mas o...

    — VAI, SALLY! DESTRUA O OUTRO!

    Sally, que estava no outro lado do salão, entendeu a ideia de Elias. Ela, se esquivando-se de uma investida dos golens, usou de suas habilidades atléticas e executou um salto em direção a espada, que estava fincada em um dos caldeirões destruídos. A princesa líder dos Lutadores da Liberdade correu então até o próximo caldeirão, mas não antes ser atacada. Sabendo dos planos de seus inimigos, Naugus diz:

    — Golens Ixis, não permitam que eles destruam meus caldeirões do ritual! NÃO POSSO PERDER!

    Mas Sally estava com muita sorte. Diferente da invasão dos robôs da cidade, agora ela estava muito bem acompanhada. Ao correr em direção ao alvo, ela foi protegida por Khan, ao golpear um dos golens com seu bastão para longe, por Vicent, que agarrou um deles o arremessando contra Naugus, e Sonic, a colocando em seu colo, correndo a toda velocidade até o próximo caldeirão. Ela, surpresa, diz:

    — Sonic, mas o que você...

    — Ih se liga, Sal! Isso faz parte do meu plano.

    — Plano? Que plano?

    — Vamos fazer um combo! Tá preparada, princesa?

    — Combo? Mas...

    Ao chegar próximo de um dos caldeirões, Sonic segurou bem forte em uma das mãos de Sally e, como se estivesse portando uma espada, golpeou o alvo usando Sally, que entendeu a ideia do ouriço e usou a espada Connery, destruindo mais um.

    — Sonic, essa ideia sua...

    — Genial, não?

    — ... é tão idiota que deu certo!

    — Poderia ter economizado o “idiota” e ter dito “genial”...

    — Não exagera...

    — Tá... Vamo pro próximo!

    “No tempo nossa alma não contou

    Eu sou mais uma alma a venda, oh sim

    A página foi virada

    Nada é para sempre

    Somos temporários, temporários...

    A mesma história de sempre!"

    Sonic seguiu então com Sally para o outro caldeirão a toda velocidade. Era incrível o quanto sua habilidade natural conseguiu ludibriar os inimigos, não dando tempo para que os golens de Naugus pudessem fazer algo para impedí-los. Sendo assim, como na última vez, Sonic usou Sally e a princesa mais uma vez despedaçou mais um alvo, fazendo com que o mago Ixis ficasse ainda mais irritado.

    — MALDIÇÃO! VOCÊS NÃO VÃO CONSEGUIR! EU CHEGUEI MUITO LONGE...

    — Tô vendo... Pegou busão cheio, né? Tá ferrado na nossa mão, Naugus! – Disse Sonic, tirando da cara do mago.

    — Seu ouriço desgraçado! Muito bem... Se é essa guerra que querem... Então tomem!

    De certa forma, Naugus estava na dianteira. O portal estava quase se abrindo por completo, mesmo com metade do poder dos caldeirões. O mago então começou a emanar ainda mais poder, concentrando tudo em seu corpo. Por algum motivo, isso fez com que uma aura verde circundasse os golens, que passaram a se moverem ainda mais rápidos.

    Elias, que estava sendo protegido por Leeta e Lyco, assim como Larry Lince, começaram a correr em direção aos outros caldeirões de Naugus, a fim de seguirem com o plano. Larry perguntou:

    — E-elias... e a espada? Como é que vai ser agora?

    — Larry, você me ajudou da última vez...

    — Hã? Ajudei? Quando?

    — Aquele movimento que eu fiz, de lançar a espada contra o caldeirão do outro lado da câmara...

    — Que tem?

    — Eu precisei de sorte, pois eu confiei. Muito obrigado, Larry!

    — Opa! Haha! É verdade! Funcionou!

    — Rápido, Elias! Precisamos destruir os alvos restantes... – Leeta logo avisou.

    — E o portal está quase aberto. Precisamos nos apressar!

    E para surpresa de Elias, os golens, por estarem mais ligeiros, chegam até eles em segundos, impedindo que prosseguissem. Enquanto Sonic, Sally, Vicent e Khan tinham seus problemas no outro lado do salão, os Lutadores da Liberdade Secretos agora precisavam dar um jeito em seus inimigos. Geoffrey estava lutando contra Naugus, dando tudo de si para manter o mago longe. O jaritataca estava mesmo disposto.

    — Naugus, desista! Eu não vou deixá-lo sair daqui!

    — Geoffrey, você está mesmo me incomodando. Será que não vê que é inútil lutarem contra o inevitável?

    — Não parece, já que essa sua cara feia se contorce a cada caldeirão destruído...

    Naugus mantinha-se com o mesmo semblante, mas tinha outros pensamentos.

    — *Hahaha! Tudo está saindo conforme os planos... Eles nem imaginam que eu fiz isso tudo esperando que houvessem invasores. Pensam que eu não aprendo com meus erros do passado, não? Pois então... Façam acontecer! Hahahaha!*

    No outro lado do salão, Sonic correu com Sally em seus braços até próximo a Khan e diz:

    — K'zinho, está fazendo seu papel de coadjuvante caladão perfeito!

    — Sonic, deixe de piadas! Esses robôs estão se comportando estranho... Não! Tudo aqui nessa câmara está estranho...

    — Como assim?

    — É como se... Esperem... E ISSO!

    — Khan, o que foi? – Perguntou Sally, preocupada.

    — Eu descobri! Esse monstro está... Tudo isso que estamos fazendo... É UM ENGODO!

    — Que? Que parada é essa de engodo? – Disse Sonic, confuso.

    — Naugus está nos enganando, Sonic. É isso que o Khan quis dizer! – Explicou Sally.

    — Caraca... Então esses lance do caldeirão...

    — Precisamos destruí-los por causa dos robôs, mas isso é só uma distração. Tem algo muito errado nessa história... DROGA! QUE DESGRAÇADO! Grrr... – Disse khan, irritado.

    O monge subiu em sua nuvem voadora e seguiu em direção ao portal, com todos se surpreendendo com sua investida. Sonic e Sally seguiram então para o meio, onde Vicent lutava contra três golens ao mesmo tempo. Sally então diz:

    — Sonic, deveríamos ajudar Khan...

    — Deixa ele, Sal! Já tá na hora dele fazer o show dele também.

    — Ah cala essa boca! Leva as coisas a sério!

    — Você me conhece, Sal. Quero dar espaço pra todo mundo aparecer.

    Se aproximavam então de Vicent, que travava uma luta terrível conta os golens. Embora seus golpes fossem poderosos, o jovem não conseguia destruí-los e, para piorar, por estarem mais rápidos, Vicent mal conseguia atingí-los da mesma forma, sendo golpeado várias vezes. Sonic, ao avistar o jovem, diz:

    — Tá precisando de uma ajudinha aí, cabeludo?

    — Cara, esses robôs estão muito diferentes de antes...

    — Estão sim... Mas vamos dar um jeito... 

    Indo até o outro lado do salão, Elias havia sido suspenso por Leeta, que usou seu gancho para se pendurar e fugir dos demais golens. Lyco ficou para lutar e, mesmo eles estando mais rápidos, a guerreira do reino da matilha era fantástica com sua espada, golpeando o inimigo inúmeras vezes seguidas, fazendo-o recuar. O rei, conseguindo ver Sally ao fundo, grita:

    — SALLY! JOGUE A ESPADA PRA MIM!

    Imediatamente após ouvir seu irmão, Sally olha em sua direção, enquanto Sonic e Vicent tentavam neutralizar os outros golens. Sabendo que Elias estava longe, a princesa diz:

    — Elias precisa da espada! Rápido, Sonic!

    E no centro do salão, Geoffrey duelava com Naugus, com ambos correndo paralelamente com o outro, enquanto tentavam acertar feitiços um no outro.

    — Seus poderes não se comparam aos meus, mobiano odioso!

    — Você fala muito, Naugus! Até agora estou em pé e lutando de igual para igual!

    — Essa sua crença não vai se confirmar. Ainda está em tempo de jogar no lado certo!

    — EU ESTOU JOGANDO DO LADO CERTO!

    A tensão tomava conta do lugar. Enquanto todos estavam travando suas batalhas, Khan supostamente havia descoberto todo o plano de Naugus.

    — *Geoffrey disse que deveríamos destruir os caldeirões para evitar que o portal se abrisse... mas eu acredito que isso não seja verdade! Tem algo de estranho nisso tudo... Tudo está muito fácil e óbvio...*

    Voltando a Sally, a princesa entregou a espada a Sonic, que saiu em disparada até Elias. Nesse meio tempo, pela primeira vez, Sally estava acompanhando Vicent na batalha.

    — Enfim estamos lutando juntos...

    — É... e horas atrás estávamos lutando contra o conselho...

    — Da pena para a espada — Disse Sally, materializando suas twin blades mais uma vez.

    — Tem razão... No meu caso, dos céus para o subsolo...

    — Você poderia ser um lutador da liberdade, Vicent. Já pensou nisso?

    — Vou pensar... No momento prefiro me manter vivo.

    — Acho justo.

    Em segundos Sonic chegou até onde Elias estava e diz:

    — Toma, rei! Hora de bancar o elfo do gorro verde! Manda ver!

    — Nem precisa dizer, Sonic!

    Sonic ajudou Lyco a impedir a progressão dos outros dois golens, abrindo caminho para Elias que, de forma estupenda e arrojada, detruiu de uma só vez dois caldeirões que estavam próximos. Mesmo com toda a situação caótica que se encontravam, os heróis estavam mesmo vencendo a batalha.

    “Eu sou quem fala em sua mente...

    Que você se recusa a ouvir.

    Eu sou a face que você enfrentará...

    Refletido em seu olhar.

    Eu sou o que restou, eu sou o certo...

    Eu sou o inimigo!

    Eu sou aquele que vai te derrotar...

    Ficará de joelhos!"

    Naugus e Geoffrey mantinha-se trocando golpes, com o mago usando seus poderes para tentar se aproximar de Elias, mas seu ex pupilo estava determinado a mantê-lo onde estava. No centro, Sally e Vicent continuavam lutando com tudo, porém mesmo golpeando os golens era visível que nada acontecia.

    — Sally, porque não usou a espada nesses caras?

    — Vicent, o foco são os caldeirões. Você ouviu o Geoffrey... – Disse Sally, Deus de se esquivar de um ataque.

    — Tá, mas... Espere... Sally, o macaco aqui disse que é um engodo... Tipo, já reparou que Naugus não colocou nenhuma proteção nos caldeirões como fez nesses robôs? – Disse o jovem, segurando dois golens, os jogando para longe.

    — Agora que você disse... Isso só pode ser...

    Um dilema ficou no ar entre os dois, com um teor misterioso preocupando-os na batalha. Enquanto isso, Sonic, segurando uma das mãos de Elias, o levava a toda velocidade para os dois últimos caldeirões de magia Ixis da câmara.

    “Então, quem é você?

    Sim, quem é você?

    Então, quem é você?

    Sim, quem é você?

    Fique no escuro...

    Pois eles mentem.”

    A poucos metros dos últimos caldeirões, Sonic diz:

    — No fim disso tudo, vou querer tratamento de gala com todos os chili dogs que eu puder comer, tá?

    — Tenha um pouco mais de classe, Sonic!

    — Tá... Só dois então.

    — Leve a sério, Sonic!

    — Tá, tá... Sonic delivery entregando mais uma encomenda!

    E Sonic arremessa Elias contra os dois alvos restantes, com o rei se movimentando no ar, preparando o último golpe.

    “E se eu te disser que não sou um qualquer?

    Você sabe que todos fingem!

    E se eu te disser que não sou uma peça?

    Você é uma fraude!

    Como ousa?

    Nunca retroceda, render-se jamais!”

    Durante os acontecimentos, Khan já estava a frente do portal, que estava sendo envolvido por uma bateria de energia Ixis. Era impossível se aproximar além do ponto que estava.

    — *Eles destruíram mais da metade dos caldeirões e nada aconteceu... O que Naugus está tramando? Nós estávamos lutando contra os... ESPERE! É ISSO!*

    Khan vai em disparada em direção a Elias, que estava prestes a destruir os dois últimos caldeirões. Desesperado, Khan diz:

    — ELIAS, NÃO FAÇA ISSO! NÃO!

    Sally, ao avistar o amigo monge, assustada, diz:

    — Khan, o que houve?

    — OS CALDEIRÕES... NÃO SÃO ELES O PROBLEMA!

    — Do que está...

    — SÃO OS GOLENS! ELES SÃO O RECEPTÁCULO QUE GEOFFREY SE REFERIA!

    — O QUE?

    “Então, quem é você?

    Sim, quem é você?

    Sim, quem é você?”

    Mas era tarde demais para Elias refugar seu golpe: ele atinge-os em cheio, desencadeando uma forte explosão, com um clarão envolvendo aos poucos todo o salão, com Naugus manifestando em seu rosto um sorriso de satisfação, enquanto Geoffrey se impressionava com tudo aquilo.

    Estava terminado. Todos os caldeirões haviam sido destruídos. Logo a barreira do portal foi desfeita, assim como a aura protetora dos robôs, permitindo assim que fossem danificados. Sonic logo tratou de dizer:

    — Agora assim, maluco... Hora de fazer a limpa no salão!

    Como um raio, o ouriço azul destruiu cada um dos oito robôs que todos estavam com dificuldades de destruir, com seus corpos explodindo quase que ao mesmo tempo. Sonic ainda teve tempo de fazer pose frente a Vicent, dizendo:

    — Tá aí, Vicent... Empatei o placar: 8x8!

    — Sério que você está fazendo isso? Você é maluco, Sonic!

    — Sem chance de fugir. Cabou a mamata!

    — Seu...

    Mas não houve muito tempo para comemoração. Algo muito estranho começou a acontecer: dos corpos metálicos dos golens começou a surgir uma espessa névoa verde, que se reuniam no meio da câmara. E, quebrando o silêncio, a risada de Naugus era ouvida. Estava se esbaldando, se assim dizer. Geoffrey, estranhando, diz:

    — Porque está rindo? Perdeu a noção? Esta tão catatônico que frustramos novamente seus planos que entrou em...

    — HAHAHAHA! VOCÊS SÃO LASTIMÁVEIS! PATÉTICOS! HAHAHAHA!

    Khan e Sally então se aproximaram de Elias, que estava reluzente com o sucesso da missão. Mas Khan logo diz:

    — Nós perdemos...

    — O que? Porque está dizendo isso? – Perguntou Elias, surpreso.

    — Khan me disse tudo, Elias... Eu... Nós... – Sally logo se expressou.

    — Do que estão falando?

    — Naugus o tempo todo nos enganou. A fonte de poder para abrir o portal nunca foi os caldeirões...

    — Não me diga que...

    Naugus então se teletransportou para próximo ao portal, dizendo:

    — Eu usei o lixo tóxico de Julian (nome real do Dr Robotnik) escondido embaixo dessa cidade para nutrir meus robôs Ixis... Hahahaha! Como foi fácil!

    Sally, sem entender, diz:

    — Mas o que isso significa?

    — Simples, princesa: os poderes Ixis são expandidos com radiação. Esses robôs guardavam toda a energia maligna que eu sentia desde que cheguei nessa cidade. Em outras palavras... – Disse Khan, cabisbaixo.

    — Sim... Tenho energia de sobra para abrir o portal! Hahahaha! – Disse Naugus, agora mais confiante que nunca.

    — Mas como?! Nós deveríamos saber disso desde o início se...

    Geoffrey, já entendendo que havia falhado, diz:

    — Eu não sabia... Ele... Naugus... Ele sabia que eu faria isso, que eu iria dizer a todos sobre tudo... Porque ele sabia...

    — Exatamente! Eu já esperava que você no mínimo dissesse o que eu supostamente iria fazer aqui. Ah mas você achou que só você tinha bloqueios mentais quando eu dominei seu patético corpo? Hahahaha! Bem, hora do início! – Disse Naugus, levantando seus braços.

    E de fato o mago Ixis começou seu ritual: levantando seus braços, deu início a abertura completa do portal. Logo rajadas de energia Ixis saíram de seu interior, indo a encontro de Naugus, nutrindo seu corpo. Mas Sonic estava impaciente e logo tratou de dizer:

    — Se vocês acham que eu vou ficar parado só olhando que nem esses filmes que o mocinho espera o vilão conjugar uma invocação igual esses jogos de RPG japoneses boladões que existem por aí, vocês estão completamente enganados!

    O ouriço estava mesmo falando sério: disparou em direção a Naugus, mas a resposta ao atuais foi bem indigesta. O mago rapidamente revidou a investida de Sonic com somente um levantar de mãos, criando um deslocamento de ar fortíssimo, golpeando Sonic em cheio, fazendo-o cair próximo aos demais heróis. Ele logo diz:

    — Caraca, maluco... Naugus “grindou” tanto assim?

    E com todos olhando para Naugus, era perceptível que ele estava mesmo recebendo energia do portal, o que causou estranheza em Geoffrey, que diz:

    — Naugus... Isso que está fazendo não tem sentido algum. Você havia planejado unir as dimensões...

    — Hahahaha! Pobre Geoffrey... Ainda insiste em saber tudo sobre mim? Eu nunca planejei unir as dimensões. Não há nada, absolutamente nada, na Zona do Silêncio que tenha algum valor, a não ser...

    E logo uma imensa quantidade de energia emanou do portal, entrando no corpo do mago Ixis. Naugus logo terminou de dizer:

    — ... a energia Ixis que estava guardada nela desde que eu saí! Hahahaha! VEJAM AGORA TODO O EXPLENDOR DO PODER IXIS! HAHAHAHA!

    Naugus começou a mudar, ficando mais ameaçador. Suas roupas tomaram um tom mais escuro, como se estivesse sendo tomado por escamas. Logo seu corpo aumentou um pouco de tamanho, ganhando um colar com cada um dos espíritos Ixis que dominavam sua mente em outrora. Seu cajado agora estava mais fino, com um cristal verde na ponta. Eis que finalmente Naugus tomou sua forma completa. Com raios circundando seu novo corpo, diz:

    — Não há escapatória para nenhum de vocês. Suas carcaças podres se somarão a todos os outros que se opõem ao Magistral Naugus, o mago Ixis supremo! Hahahahaha

    Continua.


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