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Estamos de volta! Será que Gládius e sua família conseguiram salvar Anna? Leia e descubra!
Cheiro de sangue pairava no ar, o alfa se aproxima do riacho e encara seus companheiros destroçados, depois se aproxima de uma pequena possa de sangue a lambe e sorri. Seu olho dourado direito reluz em maldade enquanto uma grande cicatriz em seu olho esquerdo lhe dava uma aparência ainda mais horripilante.
O alfa uiva para o céu e logo em seguida vários outros uivos ecoaram pela floresta em resposta. O alfa começa a correr em direção onde a dona daquele delicioso aroma se encontrava em sua corrida outros lobos se unem formando uma enorme linha escura pela neve.
Na cabana da família Maximus.
– Mãe, ela vai ficar bem? – Pergunta o jovem colocando a menina numa mesa de madeira, mas sua mãe não respondeu, estava concentrada pegando remédios, ataduras e as colocando sobre uma vasilha.
A feição sem eu rosto era séria.
“Isso não é bom!”
Pensa o garoto suando frio.
Fora do quarto, mais precisamente na cozinha da cabana, a pequena Mia fervia água no fogão a lenha enquanto recolhia panos limpos. Tudo isso observado pela pequena gatinha alada que choramingava.
– Snif... ela vai ficar bem... não vai?
– Vai sim! – Responde a menina. – Minha mãe é muita boa em cuidar de gente machucada, você vai ver sua amiga vai ficar boa rapidinho!
Um pequeno sorriso brota do rostinho da gatinha.
– Obrigada... se não fosse por vocês eu não sei o que teria acontecido.
A pequena Maximus para o que está fazendo, se aproxima da gatinha e lhe faz um carinho.
– O prazer foi todo nosso! Nosso pai nos ensinou que nunca devemos renegar ajuda a alguém em perigo, esse é o código de nossa família!
Mas lágrimas escorrem pelos olhinhos da gatinha.
– Obrigada, de verdade! – Agradece a pequenina abaixando a cabecinha.
– Mia cadê a água?! – Brada o irmão mais velho da menina entrando na cozinha.
– Ah! Está terminando de ferver, e separei panos limpos também. – Explica a mais nova.
– Mandou bem maninha! – Responde o menino.
Um apito chama atenção dos três, sinal que a água estava no ponto.
– Ok, vou levar tudo pra nossa mãe... Mia! – O herdeiro dos Maximus se abaixa e encara sua irmã. – Eu vou ajudar nossa mãe a tratar da menina...
– Anna.
– Hum? – O menino se vira encarando a gatinha.
– O nome dela é Anna... salvem ela... por favor. – Suplica a gatinha. – Minhas lágrimas tem poder curativo, mas são muito fracas e eu não vou poder salva-la, mas eu acredito que... – Um dedo cobre a boca da gatinha.
– Não precisa dizer mais nada baixinha... eu compreendo e prometo que minha mãe vai salva-la, por isso quero que fique aqui com minha irmã. – Pede o menino.
A gatinha olha para a menina e depois para o menino e meneia a cabeça em confirmação.
– Tudo bem, fico sim.
– Ótimo, agora deixa eu ir nessa! – Responde Gládius levando a água e os panos para a sala de medicamentos. Ao entrar sua mãe estava cuidando da ferida mais grave. – Mãe trouxe a água e os panos.
– Deixe aqui em cima e coloque a água nessa vasilha. – Explica a mulher sem se virar.
O menino obedece e faz tudo que sua mãe pediu.
– Pronto e agora?
A mãe do menino ergue a cabeça e respira.
– Eu cuidei do sangramento da cabeça com compressas, graças a Deusa não era nada grave... o pior mesmo é esse galho.
O menino olha para o pequeno pedaço de madeira fincado bem no lado esquerdo do abdômen da menina.
– Temos que tirar isso! – Exclama Gládius.
– E vamos! O problema é o sangramento logo após retiramos o galho, se não pudermos conte-lo... a pobrezinha vai sangrar até morrer.
Os olhos do menino se arregalam.
– Não vamos deixar isso acontecer! – Brada o menino. – Eu dei minha palavra para aquela gatinha que salvaríamos a amiga dela e quando dou minha palavra eu cumpro!!! – Brada batendo a mão no peito.
Os olhos da mãe do menino se arregalam ao ouvir aquelas palavras, exatamente as mesas que seu marido dizia e agia.
“Cada vez mais você se parece com ele... meu filho...”
Pensa a Maximus mais velha sorrindo orgulha.
– Vamos lá mãe a senhora é expert em cuidar de feridas, luxações, cortes e ossos quebrados! Devem ter algo que possamos fazer que evite que ela sangre até morrer?
A mãe do menino fecha os olhos, o sorriso que esboçava some a fazendo voltar à realidade, ela sabia que havia uma maneira de salvar a menina, mas queria evita-lo de usá-lo, pois causaria uma dor horrenda. Ficou os últimos minutos pensando e vasculhando em sua mente uma maneira de salva-la sem causar muita dor... mas pelo visto...
– Tem uma solução sim.
– Ótimo! Então vamos usá-la!
Porém sua mãe o olha sério.
– Antes de eu começar você tem que me prometer uma coisa.
– O quê?! – Pergunta o menino sem entender.
– Que não importa o que aconteça, vai fazer exatamente o que eu te mandar e sem questionar, fui clara?
O menino pisca sem entender o que sua mãe queria dizer.
– Não entendi?
– Apenas diga sim ou não?! A vida dessa menina depende disso!
O pequeno guardião olha para sua mãe e depois para a menina que suava frio e lembrou-se de seu juramento para aquela gatinha.
Ele não tinha escolha.
– Tá, eu prometo!
– Bom... – Sussurra sua mãe. – Primeiro pegue aquelas cordas na gaveta de baixo do armário.
O menino se assusta.
– Cordas?
– Gládius!
– Tá! Eu prometi... – E sem alternativa ele pega as cordas que sua mãe pediu.
– Amarre os pulsos e as pernas dela na mesa.
O menino se assusta de novo, mas depois de um olhar de severidade de sua mãe obedece.
– Amarre bem firme, ela não pode se mexer.
– Tá! Tô amarrando!
O menino não entendia o que sua mãe tinha em mente, viu-a colocar água quente em uma vasilha e acender uma vela.
– Pronto mãe ela tá amarrada e agora?
– Coloque esse mordedor na boca dela. – Pede estendendo um pedaço de borracha. O menino olha aquilo atordoado, mas obedece abrindo a boca da menina com cuidado e colocando o mordedor.
– Espero que a senhora me explique para que tudo isso, parece até que você vai causar dor a ela? – Questiona o menino, mas sua mãe tem outra resposta.
– Agora... me de sua faca.
O menino arregala os olhos.
– QUÊ?!
– Gládius, por favor, me obedeça!!!
Ele hesitou por um momento, mas ao ver os olhos não de severidade, mas de suplica de sua mãe ele não teve como dizer não. Seja lá o que sua mãe estivesse a ponto de fazer... ela também não estava à vontade.
– Tudo bem mãe. – O menino puxa sua faca da bainha. – Tá aqui!
Ela pega a faca e o menino vê sua mãe mergulha-la na bandeja de água quente, depois pegar um vidro com uma solução gelatinosa de cor amarela e derramar com um palito envolta da ferida. Depois de feito esse procedimento remove a faca a enxuga com um pano limpo e para a surpresa do menino sua mãe coloca a lâmina da faca sobre a chama da vela.
Em poucos segundos a lâmina vai assumindo um tom dourado como se estivesse em brasa.
– Mãe... por que tá esquentando minha faca?
Ela respira fundo, sua testa suava, estava criando coragem suficiente para o que ia ter que fazer.
O menino por sua vez olhou para a menina, as cordas, o ferimento, depois para sua mãe e por último para sua faca e chegou à conclusão tenebrosa.
– Mãe... mão me diga que a senhora vai...? – As palavras lhe faltaram.
– Vou filho... foi à única solução que cheguei.
O pequeno guardião arregala os olhos em pânico.
– A SENHORA VAI CAUTERIZAR A FERIDA?!
E com um meneio de cabeça ela confirma e retira a lâmina do fogo já em brasas vivas, fazendo o menino engolir seco.
– Mãe! Ela não vai aguentar! Se é difícil para um adulto, imagina para uma criança!
– EU SEI!!! – Brada Helen. – Eu sei disso filho, mas se não fizermos, assim que tirarmos o galho não temos panos, ataduras e remédios suficientes para estancar a perda de sangue... só tem essa maneira.
O menino olha para a ferida.
– E quanto a bactérias e outras coisas assim?
– Já desinfetei a faca, passei uma pomada para desinfetar a ferida e tenho remédios contra infecção... filho é agora ou nunca!
O rapaz nunca tinha visto sua mãe tão seria como naquele momento, ela estava certa teriam que agir e rápido!
– Ok mãe... o que eu faço?
– Você vai puxar o galho. – Explica Helen. – Quando eu contar três, você puxa e eu cauterizo... filho... – Ela faz um carinho no rosto do menino. – Vamos fazer isso juntos... tá?
Os olhos do menino cintilam em determinação, para logo em seguida segurar o galho com as duas mãos.
– Você é a pessoa em que eu mais confio mãe... pode sempre contar comigo!
Ela sorri para seu filho mais velho.
– Pronto?
– Pronto!
– No três...
O menino aperta forte o galho e começa a contar.
– Um... dois... TRÊS!!! – E puxa o galho de uma vez só enquanto sua mãe encosta o metal incandescente na ferida.
Os olhos turquesas de Anna se abrem, seu pequeno corpo sente uma dor aguda no lado esquerdo e um grito de dor e pavor brotam de seu interior.
– MMMMUUUUUAAAAAAHHHHHHH!!!
O mordedor abafa seu grito, suas mãos e pés presos evitavam que ela se movesse. Lágrimas de desespero brotavam de seus olhos sem parar, estava com medo e não tinha sua irmã e nem Ruby ao seu lado.
“Mana, Ruby!!!”
Sua pequena mente se apagava em meio às trevas que assumia a forma de bestas assustadoras, tentava correr, mas não conseguia. Uma imagem grande e forte aparece em meio as bestas, seu coração gritou reconhecendo seu pai, que tinha um olhar maligno e com um dedo aponta para ela.
“Você é uma vergonha para esta família! Sua existência é totalmente descartável! Por isso... MORRAAAA!!!”
“NÃOOOO!!!”
Ela grita em desespero, enquanto as bestas a atacavam. Mordiam seus braços, suas pernas seu tronco e ela não podia fazer nada para se defender.
“Alguém me ajude, por favor!!! Mana... Ruby... socorro...”
A pequena princesa fecha os olhos, sentido o frio lhe envolver, no entanto algo ressoava em seu ouvido, metal cortando algo, abriu os olhos e viu uma mão metálica agarra a cabeça de uma das bestas a esmagando e logo em seguida segurar seu braço.
– Aguenta firme!!!
Uma voz forte ressoa em seus ouvidos, seus olhos se encontram com os azuis claros de um desconhecido que apertava sua mão direita com força, enquanto olhava diretamente para ela.
– Você vai ficar bem, fique com a gente, não desista... ANNA!!!
Ele sabia seu nome... como?
– Eu prometi aquela gatinha que te salvaria e VOU CUMPRIR MINHA PALAVRA!!!
Aperta mais forte a mão da princesa e uma Aura passa por seu corpo lhe preenchendo.
– Fique conosco, não parta!
Ela quase fecha os olhos, mas sente ainda mais a Aura do estranho a preenchendo lhe dando forças e quando olha para o desconhecido, não era mais ele diante dela... era um homem vestindo uma armadura de prata com panos azuis o envolvendo, seu elmo como o de um lobo lhe encarava enquanto seus dedos metálicos seguravam sua mão... não teve medo, pois aquela Aura não era de alguém mal, mas de seu salvador.
“Não deixarei que partas! Ainda precisa encontrar o Rei!”
As palavras do cavaleiro ressoaram em sua mente, quando outra voz é ouvida.
– Terminei! – Diz Helen ao tirar a lâmina incandescente e joga-la na vasilha de água. – Agora nós precisamos... Gládius?
Sua mãe olhava para ele que encarava fixamente a menina. Seus olhos azuis estavam mais claros que o normal e uma Aura azul emanava de seu corpo encobrindo a menina
– Pela Deusa!!!
A Aura azulada circulou pela feria cauterizada que começava a clarear, assim como o ferimento na cabeça que desaparece. A cor pálida da pele da pequena princesa voltava a ter um tom rosado, assim como seus lábios.
– Não... acredito... – A mãe de Gládius murmura incrédula o que acabou de ver. Não lembrava de que seu filho sabia usar magias, principalmente de cura!
“Como isso é...”
Enquanto pensava notou um anel de bronze com um lobo esculpido em sua fronte no dedo do médio esquerdo do filho.
“Esse anel!!!”
A Maximus mais velha já ia perguntar quando mesmo jeito que a Aura apareceu envolta de seu filho e da menina, ela se foi. O menino respira fundo enquanto cai de joelhos, estava exausto e cansado, e mesmo assim não largou a mão da princesa.
Com sua mão esquerda tira o mordedor de sua boca.
– Oi... desculpa o tratamento rude... mas foi preciso pra te salvar. – Diz o menino cansado.
– Eu... sei... – Responde fraca a menina.
– Ah?
– Eu... estava com frio... e sentia sendo levada embora... mas ouvi uma voz. – Diz ela entre lágrimas. – Uma voz... forte e corajosa... me chamando de volta... – E sorri. – Foi você... não foi?
O menino sorri.
– Acho que sim... baixinha.
Ao ouvir isso a princesa sorri fechando os olhos e derramando mais lágrimas.
– Obrigada... senhor...
– Gládius... meu nome é Gládius.
– E o meu é Anna... muito prazer. – Responde a princesa fechando os olhos e adormecendo logo em seguida.
– Nossa, ela apagou! – Exclama o menino que não largou a mão da princesa. Ficou ali a protegendo como cavaleiro protegendo sua princesa. – Acho que ela vai ficar bem, né mãe? – Pergunta o menino. – Mãe?
A mãe do menino estava paralisada com as mãos junto a boca.
– Isso é... impossível!
– Mãe?
E ela se aproxima do filho e toca em sua mão e olha bem para o anel, que agora que ele percebeu que estava usando.
“Ué? Quando foi que eu coloquei o anel?!”
– O Anel do lobo... – Sussurra sua mãe. – O lendário anel... O Anel de Artorias!!!
E o menino arregala os olhos sem entender as palavras de sua mãe, quanto lá fora todos lobos rodeavam a cabana, estavam prontos para atacar quando um som de um apito é ouvido. Todos erguem as cabeças e param, exceto o a Alfa que continuava a encarrar a cabana, não iria recuar sem conseguir sua presa e se vingar de seus irmãos caídos. Porém outro apito soou ainda mais alto fazendo todos abaixarem as cabeças, e mesmo o forte Alfa teve que se curvar. Rosnou em fúria, deu a volta latindo chamando sua matinha, assim recuando.
A princesa e o cavaleiro estavam seguros... por enquanto...